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Artigo da Ordem Economica Financeira

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DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA NO ORDEMANTO 
JURÍDICO BRASILEIRO 
 
 
 
GALINDO, Cleusy Araújo1 
 
 
Resumo: O tema central do trabalho de pesquisa é analisar a Ordem Econômica contemplada no 
texto constitucional brasileiro no Título VII, em seus arts. 170 a 192. Passando por uma análise 
do ponto de vista da valorização do trabalho humano e a livre iniciativa, não esquecendo que o 
bem social é o seu objetivo maior, asegurando uma vida digna em atenção aos ditames da justiça 
social. Observando, que a Carta Magna de 1988 busca não apenas dizer para onde debe ser 
atribuído os fins estatais, mas, diante de uma interpretação dinámica, como se materializará tais 
condutas vislumbrando toda uma mudança de realialidade social. 
 
Palavras – Chave: 1- Ordem Econômica; 2 – Prncípios Econômicos; 3 – Justiça social. 
 
 
Abstract: The central theme of the research is to analyze the Economic Order contemplated in 
Brazilian constitutional text in Title VII in its articles. 170-192. Going through an analysis from 
the point of view of valuation of human work and free enterprise, not forgetting that the social 
good is your ultimate objectivel, asserting a dignified life in mind the dictates of social justice. 
 
Keywords: 1 - Economic Order; 2 - Economic Prncípios; 3 - Social Justice. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O tema em estudo trata da ordem econômica que tem por base a valorização do trabalho 
humano e da livre iniciativa. Assegura a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, 
sem que seja necessária a autorização de órgãos públicos, salvo nos casos expressamente 
previstos em lei. As bases constitucionais do sistema econômico encontram-se dispostas nos 
artigos 170 e 192, subdivididos em quatro capítulos: dos princípios da atividade econômica; da 
política urbana; da política agrícola e fundiária e da reforma agrária; e finalmente, do sistema 
financeiro nacional. 
 
 
 
 
 
 
1Engenheira Civil pela UFRN, Formada em Direito pela UNICAP/PE, Especialista em Direito Judiciário e Magistratura do Trabalho e Pós-
Graduada em Direito Previdenciário, ambas pela ESMATRA6/PE, Aluna do Curso Intensivo para o Doutorado em Direito do Trabalho pela 
Universidade de Buenos Aires. 
 
 
1 Dos Princípios Gerais Da Atividade Econômica 
 
 
Ademais, a Constituição Federal brasileira consagra uma economia de mercado de 
natureza capitalista, dando, inclusive, prioridade aos valores do trabalho realizado pelo homem 
sobre os demais valores da economia de mercado. De modo que ocorre, basicamente, o 
intervencionismo estatal na economia velando pelos valores sociais do trabalho que, juntamente 
com a iniciativa privada, constituem os pilares da ordem econômica da própria República 
Federativa do Brasil. Portanto, a Ordem Econômica objetiva assegurar a todos uma existência 
digna de acordo com os regramentos definidos para que se atinja uma justiça social com a 
observância dos princípios elencados no art. 170 da Carta Magna nacional, consubstanciados 
numa base meramente capitalista, senão vejamos a seguir transcrito o texto constitucional, que 
segue: 
 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
IV - livre concorrência; 
V - defesa do consumidor; 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado 
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de 
elaboração e prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob 
as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade 
econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos 
casos previstos em lei. 
 
 
Afinal, os princípios acima dispostos se apoiam principalmente na forma econômica 
capitalista, fixando seu ângulo de visada para a apropriação privada dos meios de produção e 
iniciativa privada. Contudo, mesmo que se consagre como economia de mercado, o elemento 
humano está intimamente relacionado nesse contexto econômico. Afinal, o bem estar social é o 
escopo primeiro da justiça social que menciona o artigo em seu caput, onde realiza o Welfare 
State. Agustín Godillo2 sublinha que no Estado de direito o poder não se manifesta juridicamente 
de modo unilateral, sem dar oportunidade ao debate, entende que o estado de bem – estar dar 
nova forma ao conceito de Estado de Direito, relativizando-o. Saliente-se que o princípio da 
soberania nacional se a tradução literal fosse tida a ferro e fogo, se fugiria do razoável, pois 
implicaria numa ruptura do Brasil com todos os outros centros capitalistas desenvolvidos. 
 
2 GORDILLO, Agustín. Tratado de Derecho Administrativo. 5. ed. Buenos Aires: Fundación de Derecho Administrativo, 2000. Tomo II, p. IX-
10. 
 
 
Já com relação ao segundo fundamento da ordem econômica, da livre iniciativa, há que se 
fazer uma interpretação na qual o direito individual puro não mais se aplica, pois deu lugar a 
função social da empresa, como entende Eros Roberto Grau. Pois, enquanto José Afonso da Silva 
admite que a livre iniciativa efetiva uma economia de mercado de natureza capitalista, 
considerando que a iniciativa privada é um princípio básico da ordem capitalista, concluindo que: 
“a liberdade de iniciativa envolve a liberdade de indústria e comércio ou liberdade de empresa e a 
liberdade de contrato”. 
Na contramão, Eros Roberto Grau, afirma que a liberdade de iniciativa vai além do que se 
diz liberdade de empresa, e abraça tanto as formas de produção individuais ou como as coletivas, 
propiciando a ocorrência de ações privadas, cooperativa, autogestionária e pública.3 No entanto, a 
livre iniciativa está diretamente vinculada a liberdade de empresa que tem três vértices a serem 
mencionados: “liberdade de investimento ou acesso; liberdade de organização; liberdade de 
contratação”.4 Chegando ambos, a livre iniciativa como sendo a valorização do trabalho humano 
como vetores de uma existência digna em atenção aos ditames da justiça social. 
Acrescenta o autor que o respeito ao princípio da defesa individual ou coletiva- 
antecedendo-se às decisões adotadas, foi consagrado pela jurisprudência argentina até mesmo em 
se tratam de organismos públicos não estatais, que tenham a faculdade legal de impor algum tipo 
de sanção de cunho administrativo.5 
O princípio da função social da propriedade implica numa postura ativa no sentido de 
sempre buscar o benefício de outrem e não apenas de não exercer o seu prejuízo, impondo um 
comportamento positivo integrando o conceito jurídico positivo da propriedade como defende 
Eros Grau.6 
Quanto ao princípio da livre concorrência a maioria dos doutrinadores entendem como 
sendo um desdobramento da livre iniciativa onde há uma disputa por clientes. Pois, os diversos 
segmentos empresariais tem abertura jurídica para participarem de concorrências entre si com a 
mantença das leis de mercado, o desenvolvimento nacional e a justiça social. 
A defesa do consumidor não pode ser excluído desse rol de princípios, como também a 
defesa do meio ambiente, a redução das desigualdades regionais e sociais e a busca do pleno 
emprego. Todos qualificados como sendo princípios quelevam a integração, na busca por 
soluções de problemas para as classes sociais que são excluídas do conceito regional ou social. 
O último princípio o do tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte a 
princípio poderia parecer que seria uma regra que iria de encontro com a livre concorrência, no 
entanto, ela visa proteger os organismos de pequeno porte possibilitando a competitividade, 
muito embora a sobrevivência dessas instituições menores é extremamente difícil, merecendo um 
tratamento diferenciado pois são o termômetro do equilíbrio. 
Todos estes princípios são imputados ao Estado em meio ao equilíbrio da organização 
política e econômica para o atingimento da promoção social e organizador da economia tendo 
como parceiros os sindicatos, empresas privadas. Há na verdade uma interferência da política 
social com sendo um instrumento de atingimento da eficiência econômica, na tentativa de se 
atender a demandas da população. 
 
3 GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988 (interpretação e critica). 9. ed., rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004, pp. 
186-187. 
4 ARAUJO, Luiz Alberto Araújo; NUNES JUNÍOR, Vidal Serrano. Curso de direito constitucional. 10. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2006, 
p. 465. 
5 GORDILLO, Agustín. Tratado de Derecho Administrativo. 5. Ed. Buenos Aires: Fundación de Derecho Administrativo, 2000. Tomo II, p. IX-
13. 
6 GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988 (interpretação e critica). 9. ed., rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004, pp. 
222-223. 
 
 
2 Atividade de Fiscalização Exercida pelo Estado 
 
 
Apesar do texto constitucional de 1988 ter consagrado uma economia descentralizada, de 
mercado, deu poderes ao Estado para intervir no domínio econômico como agente normativo e 
regulador, com a premissa básica de fiscalizar, incentivar e planejar indicativos ao setor privado. 
Assim, diante da possibilidade de regulamentação da ordem econômica o art. 149 da Carta 
Magna brasileira dispõe sobre a competência exclusiva da União para instituir contribuições de 
intervenção no domínio econômico cuja natureza jurídica tem caráter tributário. 
Portanto, tem-se que as primeiras formas de intervenção manifestaram-se através de um 
conjunto de medidas legislativas que intentavam restabelecer a livre concorrência. Nos dias atuais 
podem-se enumerar muito mais objetivos para que se tenha uma regulamentação econômica, 
podendo ser citada a incidência de contribuição de intervenção de domínio econômico sobre a 
importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível. 
Porém a intervenção estatal se mostra forte quando se trata do setor público. Reprime 
abuso do poder econômico que vise a dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e o 
aumento arbitrário dos lucros. 
Daí, a descentralização do modelo econômico que se caracteriza pela livre iniciativa e 
livre concorrência, pode propiciar a criação de formação de cartéis e da concorrência desleal, de 
modo que o combate a essas práticas devem ser constante e eficaz. Em face disto, o modelo 
econômico misto se destacar e é tomado como referência de atuação. Além do que a atividade de 
fomento praticada pelo estado cuja referência está disposta no art. 174 do texto constitucional, 
inclusive com desdobramentos específicos constantes nos parágrafos 2º, 3º e 4º. do mesmo 
dispositivo, in verbis: 
 
 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado 
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, 
sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. 
§ 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do 
desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os 
planos nacionais e regionais de desenvolvimento. 
§ 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de 
associativismo. 
§ 3º - O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em 
cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção 
econômico-social dos garimpeiros. 
§ 4º - As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na 
autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de 
minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de 
acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei. 
 
 
Chega-se a um consenso no que se refere a uma estrutura de mercado e ao 
reconhecimento de uma coexistência de valores fundamentais e princípios diversos do com 
compõe o texto legal constitucional, levando a uma real repercussão no modelo econômico 
adotado que passa a se caracterizar com nuances descentralizadoras. Por este motivo, pode-se 
dizer que ocorre a adoção do modelo misto, supra citado, onde não resguarda apenas os 
 
 
princípios liberais da livre iniciativa e da concorrência mas também a atuação normativa e 
reguladora do Estado brasileiro diante da atividade econômica. 
 
 
3 Competência Municipal 
 
 
Com os olhos voltados para a política urbana, o art. 30 da Constituição Federal é claro ao 
definir a competência municipal para legislar sobre princípios da predominância de interesse 
local, estabelecimento de Plano Diretor, hipóteses relevantes com disciplinamento por meio de 
legislação própria e suplementação da legislação federal ou estadual quando observadas omissões 
ou lacunas. 
Enquanto que a competência genérica municipal se direciona para ações inerentes a suas 
atividades e sérvios, como é o caso do transporte coletivo, política das edificações, fiscalização 
das condições de higiene de restaurantes e similares, coleta de lixo, ordenação do uso do solo 
urbano, dentre outros. Não podendo deixar de mencionar o Plano Diretor da cidade que traduz 
toda a política de desenvolvimento urbano e de sua expansão, cuja aprovação é de competência 
da Câmara Municipal e tem caráter obrigatório para cidades com uma população com mais de 
vinte mil habitantes. Frise-se que o atendimento dos ditames expressos neste instrumento faz-se 
necessário para que a propriedade urbana cumpra a sua função social. 
Ressalte-se que a Carta Magna faculta ao poder público municipal mediante lei específica 
para área incluída no plano diretor, exigir do proprietário do solo urbano não edificado, 
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento sob pena de: 
parcelamento ou edificação compulsória; impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana 
progressiva no tempo; e até mesmo a desapropriação. 
Já a competência suplementar dos municípios consiste, basicamente, na autorização para 
regulamentar as normas legislativas federais ou estaduais para ajustar sua exceção e 
peculiaridades locais, sempre em concordância com aquelas e desde que presente o interesse 
local. 
Existe a possibilidade de usucapião de área urbana. Para tanto, é necessário que o 
possuidor de área urbana, de até 250 metros quadrados, esteja no imóvel por cinco anos 
ininterruptos, sem oposição, utilizado como moradia sua e de sua família. Contudo, não pode ser 
possuidor de outro imóvel rural ou urbano, para poder ter direito à concessão de uso e título de 
domínio. 
Sendo, portanto, vedado pelo texto constitucional a possibilidade de reconhecimento 
desse direito ao mesmo possuidor por mais de uma vez, conforme dispõe o art. 183 do referido 
instituto. 
A Constituição Federal dita preceitos, inclusive sobre a política agrária. 
Aduz a participação efetiva do setor de produção, trazendo ao debate tanto os produtores e 
trabalhadores como também os setores de comercialização, armazenamentoe transporte. 
Importante abrir um parêntesis para definir o que vem a ser terras devolutas. Na verdade 
são as terras que pertencem ao domínio público de qualquer das entidades estatais, não se acham 
utilizadas pelo pode público, nem destinadas a fins administrativos específicos. Na verdade são 
bens públicos que ainda não foram utilizados pelos proprietários, segundo entendimento 
constante da lei imperial 601, adotada até hoje pelos civilistas. Já o legislador de 1988 
determinou que a utilização de terras públicas e devolutas devem ser compatibilizadas com a 
política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária, bem como a alienação ou concessão. 
 
 
Ademais, a reforma agrária tem por objetivo a desapropriação de terras pela União 
Federal sob a bandeira de um interesse social, atingindo imóveis rurais conforme instituído no 
texto constitucional. 
Há mais uma vez a intervenção estatal com a finalidade de promover a repartição da 
propriedade e renda fundiária, respeitando todo o devido processo legal, sendo necessária vistoria 
e prévia notificação ao proprietário uma vez que se dará a privação de bens particulares. 
É importante mencionar que a reforma agrária não atinge terras produtivas, aquelas que 
cumprem sua função social, e também as de pequena ou média propriedade rural definidas na 
forma da lei e nos casos em que seu proprietário não possua qualquer outra propriedade. 
Diferentemente do que se oberva no usucapião constitucional que consiste em dar a 
propriedade àquele que não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por 
cinco anos ininterruptos, sem qualquer tipo de oposição, área de terra, em zona rural, não superior 
a cinquenta hectares tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família e tendo nela fixado 
sua moradia. 
 
 
4 O Papel do Sistema Financeiro Nacional 
 
 
Já esclarecidos os pontos acima tratados, nos remeteremos ao teor da Emenda 
Constitucional n. 40 que deu ao Congresso Nacional maior liberdade para regulamentar o 
Sistema Financeiro Nacional. Ocorreu, na verdade, uma verdadeira desconstitucionalização do 
conteúdo básico de que trata sobre o sistema financeiro, prevendo sua regulamentação por meio 
de leis complementares, evitando futuras contestações jurídicas. 
Sua constituição se faz por órgãos e instituições de caráter financeiro ou não, cuja função 
essencial é a promoção do desenvolvimento da nação de maneira ponderada, melhor dizendo, 
equilibrada, estando sempre sujeito a fiscalização e execução de transações de crédito e 
circulação de moeda, além do que está intimamente relacionado com a transferência de recursos 
econômicos quando observado superávits para os agentes econômicos que inversamente se 
mostrem frágeis, deficitários. Seus principais componentes são: o Conselho Monetário Nacional 
– CMN; o Banco Central do Brasil – BACEN; e a Comissão de Valores Mobiliários – CVM. No 
entanto, o seu órgão máximo é o CMN com atribuições estritamente normativas que envolvem a 
política monetária, creditícia e cambial brasileira. O nosso texto constitucional trata do tema em 
seu art.192, in verbis: 
 
 
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o 
desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, 
em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será 
regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação 
do capital estrangeiro nas instituições que o integram. 
 
 
Concluímos, portanto que o Sistema Financeiro Nacional prima por proporcionar ao país 
meio para que ocorra o desenvolvimento equilibrado, servindo prioritariamente aos interesses da 
coletividade, indo além, pois coloca freios para a participação do capital estrangeiro nas 
instituições que o integram, por expressa determinação constitucional contida. 
 
 
O seu órgão de cúpula - CMN – tem em seu conjunto de atribuições a de fixar diretrizes e 
normas da política monetária e cambial, ale de fixar metas relacionadas a inflação, autorização 
para que seja emitido o papel moeda, sem falar na regulamentação das operações de cambio, 
taxas de juros, operação de crédito, constituição e funcionamento das instituições financeiras, 
inclusive com imposições de linhas mestras para as práticas financeiras no mercado acionário. De 
modo que o agente executor de todos esses regramentos é o BACEN, que tem também atua como 
agente fiscalizador do Sistema Financeiro Nacional, pois disciplina tanto o mercado financeiro 
como executa as políticas monetárias, creditícias e cambial. O CVM também tem o desempenha 
função fiscalizadora, normativa e executiva, e age segundo as diretrizes do CMN no que pertine 
ao mercado de valores mobiliários. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
A teoria de John Rawls é considerada revolucionária dada o seu caráter inovador, 
reorientando o pensamento filosófico americano da época focado num igualitarismo teórico 
deixando de ser de oportunidades para ser de resultado. Foi na verdade uma resposta ao 
utilitarismo reinante da época. 
Fundada dentro de um marco de pluralidade, própria das democracias liberais modernas. 
Rawls tinha seu sentido voltado para a universalidade da justiça, ou seja, uma teoria política da 
justiça repercutindo em sociedades democráticas altamente industrializadas. 
O conceito de justiça tem seu eixo numa discussão ético histórico e social, onde é 
defendia os dois pressupostos básicos para o estabelecimento de uma sociedade com parâmetros 
de justiça mais aceitáveis dando igualdade de oportunidade a todos em plena condição de 
equidade, com distribuição dos benefícios aos mais necessitados, dando um significado a justiça e 
equidade cujo primado era amparar e corrigir as desigualdades sociais. 
É importante mencionar que a obra de Rawls mesmo sendo um divisor de águas continua 
sofrendo críticas ferrenhas por várias correntes de filósofos, dentre eles Robert Nozick, liberal 
libertário, até Susan Möller Okin, uma feminista moderada. Todos buscam um reconhecimento 
de Rawls para uma necessária reformulação da sua Teoria da Justiça Original. 
Isso sinaliza que a produção teórica se renova tornando o diálogo enriquecedor a cada dia, 
para o atingimento de uma explicação mais clara do que se sucede com a justiça. 
Por fim é salutar mencionar que o foco da Teoria de Rawls é a necessidade e premência 
de uma justiça justa de fato, coadunada e alinhada com os clamores daqueles que mais precisam 
dela os mais desfavorecidos, esquecidos pela letra da lei que desconsidera ou fecha os olhos às 
minorias. 
Em suma, a Teoria de Rawls busca alcançar por meio da justiça uma sociedade justa e 
igualitária, donde a noção de justa igualdade de oportunidade foi recepcionada pela maioria das 
concepções liberais da justiça, a exceção dos que corroboram com o entendimento de Nozick e 
entendem que os direitos provenientes do estado natural são absolutos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
ARAUJO, Luiz Alberto Araújo; NUNES JUNÍOR, Vidal Serrano. Curso de direito 
constitucional. 10. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 465. 
 
BARBAROSCH, Eduardo. Teoria de La Justicia y La Metaética Contemporánea. Buenos 
Aires: La Ley, 2011. 
 
GORDILLO, Agustín. Tratado de Derecho Administrativo. 5. ed. Buenos Aires: Fundación de 
Derecho Administrativo, 2000. Tomo II, p. IX-13. 
 
GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988 (interpretação e critica). 
9. ed., rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004, pp. 186-187. 
 
RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

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