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Aula: O conceito antropológico de cultura FONTE: LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 1986. Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério O que explica a diversidade de comportamentos humanos ao redor do mundo? Determinismo biológico: De um modo geral, o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado. Não há nada biologicamente determinado que fundamente o comportamento humano. Exemplo: as diferenças comportamentais entre homens e mulheres em uma sociedade se dão menos em função de seus hormônios do que em relação a uma educação diferenciada. Determinismo geográfico: Populações que partilham de habitats com características semelhantes também podem apresentar variação cultural de comportamento, desacreditando a perspectiva de que o lugar de Vicência determina o comportamento humano. Exemplo: lapões e esquimós, mesmo vivendo em ambientes glaciais semelhantes, respondem as baixas temperaturas de seus habitats de forma diferente. Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério O que explica a diversidade de comportamentos humanos ao redor do mundo? A espécie humana não era a mais forte, a mais rápida e nem sempre a mais astuta dentre as demais com as quais convivia em tempos primitivos. O que garantiu sua sobrevivência até hoje? Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério O homem criou o seu próprio processo evolutivo Nem outro animal tem toda a terra como o seu habitat a não ser o homem. Ele conseguiu superar ao longo das eras suas limitações corpóreas, conquistou não só a terra, mas os céus e os oceanos, sem, contudo, alterar sua constituição física. A capacidade de aprender, adquirir e acumular novos conhecimentos é um dos aspectos distintivos de nossa humanidade quando nos comparamos a outros animais. Não temos instinto, desenvolvemos cultura. O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado. Ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquiridos pelas inúmeras gerações o antecederam. Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério O homem criou o seu próprio processo evolutivo Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério A importância da linguagem para a perpetuação da cultura A comunicação como um processo cultural, ou seja, a linguagem humana sendo um produto da cultura, é elemento essencial para a perpetuação da mesma. Exemplo: A capacidade de invenção e aprendizado entre chimpanzés e seres humanos são semelhantes, contudo um detém a capacidade da linguagem para perpetuação da cultura e outro não. Não há uma resposta certa. Para Lévi-Strauss, por exemplo, foi quando o homem formulou a primeira norma, a saber, o incesto. Leslie White, por sua vez, diz que foi quando o homem conseguiu gerar símbolos. De todo modo, é consenso até o momento, que o desenvolvimento da cultura não foi um acidente histórico abrupto, mas um processo contínuo e bem lento. Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério Sobre o ponto de origem da cultura: onde e quando ela começa? A cultura é como uma lente pela qual vemos o mundo. Ao vermos o mundo através de nossa própria cultura, tendemos a achar nosso modo de vida natural sendo-o o mais verdadeiro e correto. A este modo peculiar de encarar a própria cultura em relação as outras denominamos de etnocentrismo. O etnocentrismo é um fenômeno universal. Se não controlado, carrega o germe do racismo, preconceito e intolerância para com o diferente. Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério A cultura condiciona a visão de mundo do homem A apatia, como oposto do etnocentrismo, é a descrença (ou abandono) no próprio sistema de símbolos e valores partilhados da sociedade (cultura) podendo trazer danos fisiológicos aos indivíduos (doenças e até mesmo a morte). Ocorre geralmente em contexto de crises. As crenças de caráter sobrenatural também têm impacto sobre a constituição física dos membros da sociedade. Doenças psicossomáticas e rituais de cura também tem efeito sobre os corpos das pessoas. Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério A cultura interfere no plano biológico Integramos a cultura de uma sociedade e a conhecemos apenas parcialmente. Homens e mulheres, jovens e velhos, por exemplo, não exercem as mesmas funções e não ocupam as mesmas posições na sociedade, pois suas socializações ocorrem de forma diferenciada. De todo modo, há um repertório cultural mínimo a ser adquirido pelos membros de uma sociedade de modo que a mesma seja possível. Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério Os indivíduos participam diferentemente de sua cultura Culturas diferentes operam de formas diferentes sobre as pessoas, e, no fim das contas, todas essas operações são legítimas, pois cada uma faz parte da lógica própria de cada cultura. É necessário compreender os comportamentos culturais dos diversos grupos em seus próprios termos. Para isso é preciso, imaginar-se no lugar do outro. Este é um passo básico para o relativismo cultural, medida importante contra o etnocentrismo. Relativismo cultural: relativizar é reconhecer que cada cultura tem sua lógica própria que dá sentido e coerência a ação das pessoas, por mais que discordemos ou achemos incompreensíveis tais ações. Imaginar-se no lugar do outro é um importante passo para a relativização e combate ao etnocentrismo. Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério A cultura tem uma lógica própria Afirmar que a cultura é dinâmica é afirmar que ela muda ao longo de tempo, de forma lenta ou abrupta a depender do tipo de sociedade. Duas espécies de mudanças podem ser distinguidas nesse processo: Mudanças internas: ocorrem no interior do próprio sistema cultural Mudanças externas: ocorrem mediante contato de grupos culturais distintos É preciso sinalizar que dificilmente existem grupos totalmente isolados do mundo, se o são, são apenas por um momento ou em relação a apenas a alguns poucos outros. Assim, mudanças externas ocorrem com mais frequência e são mais estudadas que mudanças de ordem interna Faculdade Joaquim Nabuco – Recife Fundamentos Socioantropológicos da Educação Pedagogia Prof.º: Geová silvério A cultura é dinâmica
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