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Fundamentos 
Contábeis
Jailson Portugal Ribeiro
E-mail: portugaljailson@gmail.com
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1988508420095706
Formação Acadêmica
Mestrando em Ciências Contábeis – FUCAPE (ES)
Pós-graduação em Perícia Judicial Financeira – UNICE (CE)
MBA em Controladoria e Finanças Corporativas – Instituto Ateneu (CE)
Graduado em Ciências Contábeis – UNIATENEU (CE)
Graduado em Gestão Financeira – UNIATENEU (CE) 
Experiência profissional
Ferrovia transnordestina – Especialista em planejamento e gestão do 
desempenho
Tecidos e Cia/Lojas T&C – Coordenador Administrativo Financeiro
COTECE S.A – Coordenador de Controladoria
Fortes informática – Consultor de Implantação
Fundamentos Contábeis
QUAL A 
EXPECTATIVA PARA ESTA 
DISCIPLINA ?
Fundamentos Contábeis
Prova parcial 1
Dia 15/04
Trabalho(s) – 30%
Prova – 70%
Prova parcial 2
Dia 10/06
Prova – 100%
(Possíveis trabalhos extras)
Conceito de Contabilidade
A ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração
expositiva e interpretação dos gastos nele ocorridos, com o fim de fornecer informações sobre sua
composição e variações, bem como sobre o resultado econômico e decorrente da gestão da riqueza
patrimonial.
Vamos começar com o conceito que Franco (1996) nos traz de Contabilidade como sendo: 
Para Ribeiro (2005), contabilidade é uma ciência social que tem por objeto o patrimônio das entidades
econômico-administrativas. Seu objetivo principal é controlar o patrimônio das entidades em decorrência
de suas variações.
Para Iudícibus (1994), a contabilidade desempenha, ao longo do tempo, o mesmo papel que
tem a história no desenvolver da vida da humanidade. É a contabilidade através de seus
registros que faz com que se conheça o passado e o presente da situação econômica da
entidade, bem como este registro representa a possibilidades de orientações de planos
futuros da organização.
Objetivo da contabilidade
A Ciência Contábil nasceu com o objetivo de estudar e controlar o patrimônio das entidades e as suas
variações durante o tempo, fornecendo diversas informações úteis para a tomada de decisão, dentro
e fora das entidades. Veja alguns conceitos:
• Contabilidade: é um instrumento da função administrativa que tem por finalidade
controlar o patrimônio, apurar o resultado e prestar informações sobre o
patrimônio das empresas.
• Patrimônio: é o conjunto de elementos necessários à existência de uma entidade
(empresa), ou seja, é o conjunto de bens, direitos e obrigações.
• Objeto da Contabilidade: é o patrimônio das empresas (entidades). 
O objetivo principal da contabilidade, portanto, conforme a Estrutura Conceitual Básica
da Contabilidade é o de permitir a cada grupo principal de usuários a avaliação da
situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer
inferências sobre suas tendências futuras (MARION, 2005).
Campo de aplicação da contabilidade
Gestão: é o conjunto de eventos ocorridos na entidade, consentidos ou não pela
administração. Divide-se em:
I. Gestão de natureza técnica: realiza o objetivo social da entidade, como a
produção de bens e serviços;
II. Gestão de natureza administrativa: procura orientar a utilização dos recursos
humanos disponíveis em busca dos objetivos sociais da entidade.
Aziendas: entidades econômico-administrativas (pessoas físicas ou jurídicas) que, para atingirem
seu objetivo, seja ele econômico ou social, utilizam bens patrimoniais e necessitam de um órgão
administrativo que pratique atos de natureza econômica necessários a seus fins. Os elementos
constitutivos das aziendas são: pessoas e bens.
Campo de aplicação da contabilidade: as Aziendas
Empresa ou entidade: é qualquer pessoa física ou jurídica detentora de um
patrimônio. Resulta da combinação de três fatores de produção: Natureza, Capital e
Trabalho.
Campo de aplicação da contabilidade
Rédito: é o resultado da atividade econômica que provoca variação patrimonial (lucro ou
prejuízo).
Regime de caixa: regime pelo qual o rédito é apurado pelo confronto entre os recebimentos
e os pagamentos no decorrer do período administrativo. É o regime utilizado pelas entidades
sem fins lucrativos.
Regime de competência: regime pelo qual o rédito é apurado pelo confronto entre
as receitas e as despesas incorridas durante o exercício social. É o regime utilizado
pelas entidades com fins lucrativos.
Fundamentos 
Contábeis
Aula 02 – 08.03.2021
Aquecendo os motores!!!
Técnicas Contábeis: 
• Escrituração: registro dos fatos patrimoniais de forma contínua e metódica, tendo como apoio
a documentação relativa a estes fatos;
• Demonstração: processo de prestação de informações úteis, oportunas e adequadas,
conforme a necessidade do usuário;
• Auditoria ou revisão: é a inspeção que se realiza sobre a escrituração
contábil com a finalidade de verificar a exatidão dos fatos administrativos;
• Análise de balanços: processo de transformação dos dados em informações
úteis aos diversos usuários da informação contábil.
Princípios contábeis fundamentais 
• Princípio da Entidade: Reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a
autonomia patrimonial, onde não se pode confundir o patrimônio da entidade com o
patrimônio de seus proprietários.
• Princípio da Oportunidade: refere-se, simultaneamente, tempestividade e à integridade do
registro das mutações patrimoniais (deve ser feito no tempo certo e com a extensão correta)
(tempo, causa, qualidade, quantidade) .
• Princípio do Registro pelo Valor Original: os componentes do patrimônio devem
ser registrados pelo valor original das transações, expressos em valor presente na
moeda do País.
• Princípio da Atualização Monetária: os efeitos da alteração do poder aquisitivo
da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do
ajustamento da expressão formal dos valores; não representa nova avaliação, mas
tão-somente o ajustamento dos valores originais.
Princípios contábeis fundamentais 
• Princípio da Competência: este Princípio é tratado no artigo 9º da Resolução 750 do CFC,
sobre o qual diz: “as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado
do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem,
independentemente de recebimento ou pagamento.”
• Princípio da Prudência: determina a adoção do menor valor para os
componentes do ativo e do maior valor para os componentes do passivo, ou
seja, o Princípio da Prudência impõe a escolha da hipótese de que resulte o
menor patrimônio líquido.
Exercício social 
Exercício Social é o espaço de tempo (12 meses), findo o qual as pessoas jurídicas apuram seus
resultados; ele pode coincidir, ou não, com o ano-calendário, de acordo com o que dispuser o
estatuto ou o contrato social.
O exercício social é o período no qual as entidades deverão elaborar as
demonstrações financeiras, também chamadas de demonstrações contábeis. Esse
período deverá ter duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no
Estatuto Social, conforme se depreende da leitura do artigo 175 da Lei nº
6.404/1976, in verbis:
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do
término será fixada no estatuto.
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de
alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.
Não coincidir o exercício social com o ano civil pode ser bom para aquelas empresas
cujas operações comerciais são sazonais, pois permite que elas apresentem suas
demonstrações contábeis na época em que seu patrimônio e os resultados das suas
atividades estejam melhor representados.
Fundamentos 
Contábeis
Aula 03 – 15.03.2021
Patrimônio 
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa ou a uma
entidade. É o objeto de estudo da contabilidade.
Conceito contábil e componentes patrimoniais 
O patrimônio abrange tudo aquilo que a pessoa tem (bens e direitos) e tudo aquilo
que a pessoa deve (obrigações). Do ponto de vista contábil, sãoconsiderados apenas
os bens, direitos e obrigações que podem ser avaliados em moeda. Os bens e direitos
constituem a parte positiva do patrimônio, chamada ativo. As obrigações
representam a parte negativa do patrimônio, chamada passivo.
Itens patrimoniais 
Bens 
São bens tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertido em dinheiro,
sendo utilizado na realização do objetivo principal de seu proprietário. São as coisas
úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das empresas. Os bens
classificam-se em: bens móveis, bens imóveis, bens tangíveis e bens intangíveis. Os
bens fazem parte do ativo (patrimônio bruto).
Patrimônio 
- Bens Móveis 
São móveis os bens passíveis de remoção sem danos, seja por força própria ou por força alheia. Ou
seja, objetos concretos, palpáveis, físicos, que não são fixos ao solo. Ex.: dinheiro, veículos, móveis,
utensílios, máquinas, estoques, animais (que possuem movimentos próprios, semoventes), etc.
- Bens Imóveis 
São imóveis os bens que não podem ser retirados de seu lugar natural (solo e subsolo)
sem destruição ou danos, ou seja, aqueles que, para serem deslocados, terão de ser
total ou parcialmente destruídos (pois são fixos ao solo). Ex.: árvores, edifícios, terrenos,
construções, etc.
- Bens Tangíveis
Também chamados de bens corpóreos e bens materiais, são tangíveis os bens que
constituem uma forma física, bens concretos, que podem ser tocados. Ex.: veículos,
terrenos, dinheiro, móveis e utensílios, estoques, etc.
Patrimônio 
Bens Intangíveis 
Também chamados de bens incorpóreos e bens imateriais, são intangíveis os bens que não
constituem uma realidade física e que não podem ser tocados. Ex.: nome comercial (marca),
patente de invenção, ponto comercial, o domínio de internet, etc.
Direitos 
São os recursos que a empresa tem a receber e que gerarão benefícios presentes ou
futuros. É o poder de exigir alguma coisa.
Obrigações 
São dívidas, valores a serem pagos a terceiros (empresa ou pessoa física). Fazem parte do
passivo.
A situação patrimonial líquida também faz parte do passivo (obrigações), mas contém
uma natureza especial, na qual também fazem parte das obrigações os direitos dos
acionistas, sócios ou titular da empresa individual em relação ao patrimônio da pessoa
jurídica.
Patrimônio Líquido (PL) 
Patrimônio
O patrimônio líquido é a diferença entre os valores do ativo (+) e do passivo (–) de uma entidade em
determinado momento, ou seja, se a empresa tem um ativo (bens + direitos) de R$ 100.000,00 e um
passivo (obrigações) de R$ 40.000,00, o patrimônio líquido dessa entidade será de R$ 60.000,00.
O PL também figura no lado do passivo em virtude de o capital, reservas, etc. pertencerem 
aos proprietários da empresa (sócios, acionistas) e não deixa de ser uma obrigação da 
empresa pessoa jurídica para com os proprietários pessoa física. 
Equação patrimonial e suas variações 
O estado patrimonial de uma empresa pode apresentar-se de diferentes maneiras na equação
patrimonial:
a) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido: indica uma situação de normalidade da
empresa, pois o conjunto de bens e direitos supera as obrigações (há PL positivo). É uma
situação favorável, positiva ou superavitária.
b) Ativo = Patrimônio Líquido (sendo Passivo = 0): não existe obrigações para com
terceiros, o que geralmente ocorre na abertura da empresa, sendo o passivo igual a zero.
c) Ativo = Passivo (sendo PL = 0): neste caso, não existe capital próprio, o que significa
que o ativo da empresa foi totalmente financiado com recursos de terceiros. É um estado
de alerta, pois a empresa está com dificuldades financeiras. É uma situação nula ou
compensada.
d) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo: nesta situação, a empresa se encontra em estado
de insolvência, uma parcela das obrigações ficará sem ser paga, mesmo que a empresa
venda todo o seu ativo. Ou seja, o ativo não é suficiente para liquidar todas as dívidas.
Para eliminar o déficit, deve-se aumentar o PL com o acréscimo de capital por parte dos
seus proprietários. Esta é uma situação denominada passivo a descoberto. É uma situação
desfavorável, negativa ou deficitária.
Conceitos de capital
• Capital social: é a obrigação da empresa para com os sócios originária da entrega de recursos
para a formação do capital da entidade. Corresponde ao patrimônio líquido (PL).
• Capital próprio: são os recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade ou
decorrentes de suas operações sociais.
• Capital de terceiros: representam recursos originários de terceiros utilizados para a
aquisição de ativos de propriedade da entidade. Corresponde ao passivo exigível
(PE).
• Capital realizado: corresponde ao valor dos recursos entregues pelos sócios e à
disposição da entidade (em caixa, nos bancos, em imóveis etc.).
• Capital a realizar: é o capital com que a entidade foi registrada, mas que por algum
motivo ainda não foi colocado totalmente à disposição da entidade. Com o
desenrolar dos negócios, este capital será posto à disposição da entidade, seja através
de dinheiro ou outros bens.
• Capital total à disposição da empresa: corresponde à soma do capital próprio com o
capital de terceiros. É também igual ao total do ATIVO da entidade.
Conceitos de escrituração contábil
A escrituração, segundo Ribeiro (2002, p. 76), é uma técnica contábil que consiste no registro, em
livros próprios, de todos os fatos administrativos resultantes da gestão do patrimônio da entidade.
Franco (2006, p. 57) acrescenta que a escrituração é o elemento histórico que
compreende o registro dos fatos, na ordem cronológica, o que dá à contabilidade
caráter de verdadeira história do patrimônio.
Franco (2006, p. 57) afirma que, quanto
mais completo e transparente forem os
registros da Contabilidade, mais
eficientes serão os diagnósticos, as
conclusões, as causas. Também, se os
relatórios forem analisados
corretamente, muito mais fáceis será
prescreverem-se sintomas, avaliarem-se
medidas, receitarem-se medicamentos.
Conceitos de débito e crédito
Um alerta para você não confundir termos da linguagem comum, quando usados na terminologia
contábil.
Débito, na linguagem comum, significa: 
• Dívida;
• Situação negativa;
• Estar em débito com alguém;
• Estar devendo para alguém etc.
Quando falarmos na palavra débito, procure não ligar o seu significado do ponto de
vista técnico com o que ela representa na linguagem comum.
Crédito, na linguagem comum, significa: 
• Ter crédito com alguém, em uma loja etc.;
• Situação positiva;
• Poder comprar a prazo etc.
Na terminologia contábil, a palavra crédito também possui vários significados. As
mesmas observações que fizemos para a palavra débito aplicam-se à palavra crédito.
O método das partidas dobradas
O método das partidas dobradas é o sistema que nos permite registrar as origens e aplicações dos
recursos das empresas, considerando que cada evento gerará um débito e um crédito
correspondente e de igual valor. Por isso nome de “partida dobrada”.
O método das partidas dobradas foi divulgado pela primeira vez no livro “Summa de
Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita”, do Frei Luca Pacioli, em 1494.
Como o Summa é um livro de matemática e o método é matemático, talvez por isso as
pessoas achem que a contabilidade é uma ciência exata.
Fora o método, que é exato, a contabilidade não tem muito mais coisas exatas. Por isso 
devemos ter muito cuidado ao analisar empresas!
EXEMPLO SIMPLES DE APLICAÇÃO DO MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS
Se uma empresa faz a compra de um veículo por R$ 100.000,00, pagando R$ 20.000,00 com
uma transferência bancária e os outros R$ 80.000,00 em parcelas mensais de R$ 20.000,00
(sem juros, para não complicar o entendimento para esse nível), teríamos os seguintes
lançamentos no ato da compra:
O método das partidas dobradas
Débito – Veículos: R$ 100.000,00
Crédito – Banco: R$ 20.000,00
Crédito – Contas a Pagar: R$ 80.000,00
Veja que o montante do débito é igual à soma dos dois créditos.
Passado o primeiro mês, teremos que darbaixa em parte da dívida e ainda reconhecer
uma parte da depreciação no resultado da empresa (vamos supor que de R$ 1.500,00
por mês).
Pagamento da parcela do veículo:
Débito – Contas a Pagar: R$ 20.000,00
Crédito – Banco: R$ 20.000,00
Agora a conta de “Contas a Pagar” que tinha um saldo credor de R$ 80.000,00, tem
saldo credor de R$ 60.000,00, porque pagamos uma parcela de R$ 20.000,00.
Depreciação
As coisas tendem a se desvalorizar por diversos motivos. Um deles é a depreciação que é o
“consumo” do bem que a empresa tem e esse “consumo” do bem reduzirá também o lucro do
período, por isso reconheceremos a despesa de depreciação e reduziremos o montante registrado na
conta de veículos:
Débito – Depreciação: R$ 1.500,00
Crédito – Depreciação Acumulada: R$ 1.500,00
Assim, reduzimos o lucro (com a despesa de depreciação) e o valor do ativo (com a conta 
redutora do ativo “depreciação acumulada”) na mesma proporção!
O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS É PERFEITO, MAS OS NÚMEROS CONTÁBEIS 
PODEM NÃO SER TÃO PERFEITOS ASSIM
Depreciação
IMPORTANTE!!!
Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida
útil, ou seja, o registro da redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por
uso, ação da natureza ou obsolescência.
Amortização consiste na alocação sistemática do valor amortizável de ativo
intangível ao longo da sua vida útil, ou seja, o reconhecimento da perda do valor do
ativo ao longo do tempo.
Exaustão é a redução do valor de investimentos necessários à exploração de
recursos minerais ou florestais.
Ou seja,
Depreciação: ocorre em ativos tangíveis; 
Amortização: ocorre em ativos intangíveis 
Exaustão: ocorre em ativos naturais.
Apesar de o sistema ser bom, as pessoas é quem registram os fatos e esses fatos podem ser registrados
de uma forma que não representem bem a realidade da empresa, mesmo havendo um débito
correspondente e de igual valor. No exemplo que dei acima, a empresa, para melhorar o seu lucro e
atrair mais investidores, poderia ter registrado uma depreciação menor.
O método das partidas dobradas
Porém é aí que está a graça porque parte da não exatidão da Contabilidade se dá pela
mensuração dos accruals, que são os ajustes que fazemos na contabilidade para atender
ao Regime de competência, já que não usamos o Regime de Caixa.
Uma outra empresa poderia considerar uma depreciação maior, mesmo sem intenção de
ludibriar os seus investidores. Isso vai depender do uso do ativo, que pode não ser igual
entre as empresas. A depreciação é um tipo de accrual, já que a temporalidade da
movimentação financeira (caixa) não bate exatamente com o reconhecimento da
depreciação (que representa o “consumo” do ativo).
Vejam que o veículo comprado será pago em 5 meses (R$ 100.000,00/R$20.000,00),
enquanto que o veículo será totalmente depreciado em 67 meses (R$100.000,00/R$
1.500,00) Analisem as informações contábeis, mas sempre de forma crítica, para evitar
ser enganado!
Fundamentos 
Contábeis
Aula 04 – 22.03.2021
Aquecendo os motores
A Teoria de Agência busca explicar os conflitos de interesses que podem surgir da relação
contratual entre um principal e um agente. O agente é o indivíduo que, motivado por seus
próprios interesses, se compromete a realizar certas tarefas para o principal.
Conflito de agência é a possibilidade de divergência de interesses entre acionistas e gestores,
onde um tenta tirar vantagens do outro de uma mesma situação. ... No Brasil, os
principais conflitos de agência ocorrem entre acionistas majoritários e acionistas minoritários.
Plano de Contas 
É constituído pelo conjunto de normas e procedimentos sobre a utilização das contas integrantes do
sistema contábil da entidade. O Plano de Contas é composto pelas seguintes partes: Elenco das
contas, Codificação das Contas, Função das Contas e Funcionamento das Contas. (FRANCO, 1996).
a) Elenco das contas: conhecido como estrutura do plano de contas, consiste na
relação ordenada de todas as contas utilizadas para o registro dos fatos contábeis de
uma entidade.
b) Exemplo de plano de contas: 
ATIVO
Plano de Contas 
PASSIVO
c) Codificação das Contas: a codificação tem por objetivo simplificar a classificação das
contas nos respectivos grupos e subgrupos. Exemplo: arbitramos o código 1 para o Ativo e
2 para o Passivo, o restante ficaria:
Plano de Contas 
1. Ativo
1.1. Ativo circulante
1.2. Ativo não circulante
1.2.1. Ativo realizável a longo prazo
1.2.2. Investimentos
1.2.3. Imobilizado
1.2.4. Intangível
d) Função das Contas: tem como finalidade explicar a razão da existência da conta, para
que serve, onde se aplica, como se trabalha com ela. Exemplo: a conta CAIXA representa o
dinheiro, recebendo a débito os recebimentos e a crédito os pagamentos efetuados em
dinheiro.
e) Funcionamento do plano de contas: é a parte do Plano de Contas que demonstra o
relacionamento de uma conta com as demais, assim como a sua abertura, movimentação e
encerramento.
Classificação das contas 
De acordo com a Lei nº 6.404/1976 (Lei das Sociedades por ações ou Lei das Sociedades Anônimas
– S.A.), existem duas classes de contas: as contas do ativo e as contas do passivo.
Grupo de contas são Subdivisões das classes de contas, ou seja:
Classificação das contas 
Subgrupos de contas
Corresponde a subdivisão dos grupos de contas:
Contas
Classificação das contas 
A contas são os elementos patrimoniais e de resultado.
Subcontas
Corresponde ao menor grau de detalhamento contido no Balanço Patrimonial
Classificação das contas 
VER EXEMPLO DE PLANO DE CONTAS!!!!
Itens patrimoniais: conteúdo, conceito e estrutura 
No que diz respeito ao Balanço Patrimonial, as contas existentes são classificadas de acordo com
os elementos patrimoniais que registrem (bens, créditos, obrigações e situação líquida), e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.
No ativo, as contas serão apresentadas de forma decrescentemente de acordo com o
grau de liquidez dos fatos registrados, nos grupos a seguir:
a) Ativo Circulante; 
b) Ativo Não Circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, 
imobilizado e intangível. 
No passivo, as contas são apresentadas pelo seu grau de exigibilidade dos fatos 
registrados, nos grupos a seguir: 
a) Passivo Circulante; 
b) Passivo Não Circulante. 
Patrimônio Líquido, dividido, como vamos ver mais adiante, em capital social, reservas de
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e
prejuízos acumulados. (MORAES JUNIOR, 2011, p. 242).
Balanço Patrimonial. 
Balanço Patrimonial. 
Ativo circulante 
O ativo circulante é composto pelas seguintes contas: 
a) Disponibilidades: nesse subgrupo de contas, são alocados os elementos que podem ser
convertidos em espécie de maneira imediata, isso quer dizer que para ser classificado nesse
grupo, o ativo deve possuir liquidez imediata.
b) Direitos realizáveis até o exercício social seguinte: nessa subconta, os bens podem ser
segregados em duas vertentes, bens e créditos.
Exemplo: 
• Bens – Nessa vertente, são contemplados os estoques de mercadorias e os estoques 
de materiais de uso ou consumo.
• Créditos – Nessa outra vertente, são contemplados elementos como duplicatas a
receber, adiantamento a empregados, adiantamento a fornecedores, impostos a
recuperar.
c) Aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte: nesse subgrupo, são
alocadas despesas que ainda não aconteceram, tais como salários, aluguéis e despesas
com seguros. A conta de alocação desses fatos chama-se despesas antecipadas.
Ativo não circulante 
O grupo do ativo não circulante, como visto anteriormente, é constituído por subgrupos. Esses
subgrupos são segregados em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
Veremos cada um pormenorizadamente a seguir.
No ativo não circulante (realizável a longo prazo), são classificados todos os direitos
realizáveis após o término do exercício seguinte.Os investimentos apresentados no ativo não circulante podem refletir investimentos em
outras sociedades, como também direitos de natureza diversa. Esses direitos não são
classificados no ativo circulante, pois a sua finalidade fim não é a manutenção da atividade da
empresa. Podemos citar alguns exemplos desses fenômenos descritos anteriormente, são
eles as participações permanentes em outras sociedades, terrenos, obras de arte, etc.
Para Moraes Junior (2011, p. 247), o imobilizado pode ser definido como bens que se
apresentam de forma corpórea.
Os bens classificados como imobilizados são aqueles mantidos por uma entidade para uso na produção
ou na comercialização de mercadorias ou serviços, para locação ou para finalidades administrativas.
Constituem bens que possuem a expectativa de serem utilizados por mais de 12 meses, destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, e bens que
possuem custos que podem ser mensurados com segurança. Podemos citar alguns exemplos de ativos
imobilizados, são eles as máquinas, equipamentos, veículos (próprios e objetos de arrendamento
mercantil financeiro), móveis, etc.
Ativo não circulante 
O intangível surgiu com a publicação da Lei nº 11.638/2007. No intangível são classificados
os bens e direitos de caráter incorpóreos.
Geralmente o subgrupo intangível é composto pelas seguintes contas: 
• Marcas;
• Softwares;
• Licenças e franquias;
• Fórmulas;
• Modelos;
• Protótipos;
• Direitos autorais.
Fundamentos 
Contábeis
Aula 05 – 29.03.2021
Balanço Patrimonial Lojas Renner
Passivo circulante 
O passivo circulante corresponde às obrigações da empresa, tais como financiamentos tomados
pela empresa que vencem até o exercício seguinte.
Geralmente o passivo circulante é composto pelas seguintes contas:
Obrigações financeiras: financiamentos, empréstimos bancários, etc.;
Obrigações fiscais: IPI a recolher, ICMS a recolher, etc.; 
Obrigações com fornecedores: duplicatas a pagar, etc.; 
Obrigações trabalhistas: encargos sociais a recolher, salários a pagar, etc.; 
Provisões: provisão de 13º salário, provisão para contingências, provisão
para 13º salário, etc.;
Outras obrigações: aluguéis a pagar, multas a pagar, etc.; 
Passivo não circulante 
O passivo não circulante é basicamente composto por obrigações com vencimentos após o
termino do exercício seguinte.
Podemos citar como exemplo de contas que compõem o passivo não circulante as
contas de duplicatas a pagar de longo prazo, promissórias a pagar de longo prazo,
empréstimos a pagar de longo prazo e debêntures a pagar de longo prazo.
Patrimônio líquido
Como explanado anteriormente, o patrimônio líquido, que também é chamado de
capital próprio, é composto pelos seguintes subgrupos de contas: capital social,
reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em
tesouraria e prejuízos acumulados. Veremos a explicação de cada uma das contas a
seguir.
Para Moraes Junior (2011, p. 252), o capital social contempla a parte do patrimônio líquido
composto por ações subscritas na constituição ou no aumento do capital de uma empresa.
Patrimônio líquido
O capital social é subdividido em outras duas partes: 
Capital a realizar (ou a integralizar ou não realizado): corresponde às ações subscritas 
que ainda não foram realizadas pelos acionistas; 
Capital realizado (ou integralizado): corresponde às ações subscritas e realizadas
(mínimo 10%) pelos acionistas.
As reservas de capital são compostas por valores recebidos pela empresa que não
transitam pelo resultado, pois não estão ligadas à atividade fim da empresa, ou seja, a
entrega de bens ou serviços, os valores classificados como reserva de capital são dispostos
diretamente no patrimônio líquido.
Uma das grandes mudanças trazidas pela Lei nº 11.638/2007 foi a criação dos ajustes de
avaliação patrimonial. Sua função é receber os valores referentes ao patrimônio da empresa que
tiver o seu valor revisto, ou seja, aumento ou diminuição de valores referentes ao ativo ou
passivo. Para serem computados, esses valores não podem estar no resultado do exercício.
Patrimônio líquido
As reservas de lucros representam a retenção de parcelas provenientes de ganhos do
período, com o objetivo de preservar o Patrimônio Líquido de uma sociedade, para
posterior destinação.
• Reserva Legal;
• Reservas Estatutárias;
• Reservas para Contingências;
• Reservas de Incentivos Fiscais;
• Reserva de Retenção de Lucros;
• Reserva de Lucros a Realizar
• Reserva Especial de Dividendo Obrigatório não Distribuído;
• Reserva Específica de Prêmio na Emissão de Debêntures.
As reservas de lucros podem ser:
As ações em tesouraria fazem menção às ações adquiridas pela própria empresa e mantidas em
tesouraria. A conta ações em tesouraria é uma conta de dedução do patrimônio líquido que
registra as origens dos recursos destinados à sua aquisição.
Patrimônio líquido
De acordo com a Lei nº 11.638/2007, apenas serão registrados no patrimônio líquido os
prejuízos acumulados, oriundos de prejuízos do período e de períodos anteriores, esse fato se
deve à obrigação de todo o lucro do período ser distribuído para constituição de reservas,
aumento de capital ou dividendos.
Balanço Patrimonial Lojas Renner
Balanço Patrimonial Lojas GOL (2018)
Balanço Patrimonial Lojas GOL (2019)
Balanço Patrimonial Lojas GOL (2020)
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) carrega um resumo financeiro do
resultado de uma empresa durante um determinado período, geralmente abrangendo um
período de um ano, findando em 31 de dezembro de cada ano, porém grandes empresas
operam em um ciclo financeiro de 12 meses, que se encerra em alguma outra data.
Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 
Na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), aparecem as contas de receitas e de
despesas, que estarão com seus saldos zerados no final do período de apuração.
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
Receita Bruta de Vendas ou Receita Operacional Bruta
A receita bruta é o primeiro item da DRE, como o próprio nome já diz, essa conta faz
menção à receita total ou ao total dos serviços prestados no período de apuração.
Deduções da Receita Líquida
São as deduções que ocorrem sobre as receitas. São elas:
• Abatimentos: se o cliente estiver insatisfeito com a mercadoria ou com o serviço do
fornecedor, mas decidir que não será necessário devolver a mercadoria ou cancelar
o serviço, pode entrar em contato com o fornecedor e negociar um abatimento por
conta de tal ineficiência;
• Devoluções de vendas: diferente do abatimento às mercadorias, estes retornam ao
cliente devido estarem em desacordo com o pedido;
• Descontos incondicionais: como o nome já diz, esses descontos independem de
alguma condição para serem dados ao cliente;
• Tributos sobre vendas: são os tributos incidentes sobre as vendas, tais como ICMS,
PIS, Cofins e ISS.
Receita Líquida de Vendas ou Receita Operacional Líquida
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
A Receita Líquida de Vendas corresponde ao resultado da subtração da receita bruta pelas
deduções de vendas.
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
Custo de Mercadoria Vendida (CMV) 
O Custo da Mercadoria Vendida (ou simplesmente CMV) é efetivamente o custo da
mercadoria. E é calculado por meio da seguinte fórmula:
CMV = EI + C - EF 
No qual:
EI = Estoque Inicial
C = Compras líquidas do período
EF = Estoque Final
Resultado Operacional Bruto 
O Resultado Operacional Bruto é o lucro ou o prejuízo operacional bruto, após a subtração do 
custo da mercadoria vendida (ou dos serviços prestados) da receita líquida de vendas. 
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
Resultado Operacional Líquido 
O Resultado Operacional Líquido faz jus ao resultado operacional bruto, somando-se as
receitas operacionais, e deduzindo-se todas as despesas operacionais,Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
As receitas operacionais e despesas operacionais faladas anteriormente fazem menção a uma
imensidão de fatos, a seguir podemos ver alguns exemplos:
• Outras despesas operacionais: receitas de dividendos, aluguéis de ativos ou receitas de
aluguéis;
• Receitas financeiras: descontos condicionais concedidos, ganhos cambiais; 
• Outras receitas: venda de bens do ativo circulante; 
• Despesas com vendas ou despesas comerciais: brindes, embalagens, comissão de
vendedores;
• Despesas gerais e administrativas: salários, férias, energia elétrica, telefone; 
• Despesas financeiras: juros passivos ou despesas de juros, Imposto sobre Operações
Financeiras (IOF);
• Outras despesas operacionais: perda com equivalência patrimonial; 
• Outras despesas: valor contábil do bem do ativo não circulante (custo do bem)
quando a sua alienação.
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (ou simplesmente CSLL) é um tributo que incide
sobre o lucro da empresa
Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda 
O Resultado do Exercício antes do Imposto de Renda compreende a subtração do
resultado operacional líquido pela CSLL do período
Imposto de Renda – Pessoa Jurídica (IRPJ) 
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 
Por opção ou determinação legal, as empresas são tributadas por diferentes formas, Lucro
Presumido, Lucro Arbitrado ou Lucro Real.
As empresas de pequeno porte e microempresas podem optar por um sistema
diferenciado de recolhimento de tributos, recolhendo de forma unificada o IRPJ, o
CSLL, o ICMS e o ISS. Essa forma é chamada de Simples Nacional.
Resultado Líquido do Exercício 
O Resultado Líquido do Exercício (entenda lucro ou prejuízo) faz menção ao resultado
da subtração do resultado do exercício antes do imposto de renda pelo imposto de
renda.
DRE 2020 - Lojas Renner
DRE 2020 – M. Dias Branco
DRE 2020 – GOL
Conceito de Contabilidade;
Objetivo da contabilidade;
Técnicas Contábeis; 
Patrimônio e equações patrimoniais;
Métodos das partidas dobradas;
Balanço patrimonial;
Demonstração de Resultado de exercício.
E o que vai cair na prova???
Obrigado!!!

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