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Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 2 Direito Constitucional Título: BREVE RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL Autor: MARIZA DUARTE Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 3 BREVE RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL FORMA DE ESTADO: É o modo pelo qual o poder se organiza, no sentido de divisão espacial. As formas de Estado mais conhecidas são: Estado Unitário e Estado Federal. O Estado Unitário: o núcleo de decisão sai do governo, não há no Estado Unitário descentralização político-administrativa e repartição constitucional de competências. Estado Federal: Parte do Poder está na mão de um poder central e parte do poder está na mão dos demais estados membros. Características: • Repartição constitucional de competências (Executivo, Legislativo e Judiciário); • Constituições locais; • Senado representa os estados membros na vontade nacional; • Tribunal constitucional para defender a constituição (STF); • A C.F. deve ser rígida e suprema; • Impossibilidade de existência do Direito de sucessão (estados membros não podem se tornar soberanos). FORMA DE GOVERNO: Pode ser Monarquia ou República, e existe também o regime de governo chamado Divisão Orgânica do Poder, que é o Parlamentarismo ou Presidencialismo. Uma República pode ser Presidencialista (no Brasil), ou Parlamentarista (na Inglaterra). Uma Monarquia pode ser Absoluta ou Parlamentarista. Chefe de Estado: É o Monarca ou o Presidente que responde pelo Estado apenas nos interesses internacionais. Chefe de Governo: É o 1º Ministro ou o Presidente que exerce a função administrativa do Estado. No sistema Presidencialismo: O presidente exerce a função de chefe de Estado e de Governo. No sistema Parlamentarismo: Existe um chefe de Estado e um chefe de Governo (na Inglaterra). Divisão Orgânica do Poder: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. Divisão Espacial: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 4 Na União: Legislativo é representado pelo Congresso Nacional que é formado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados (federais). Executivo é representado pelo Presidente da República. Judiciário é representado pelo STF e outros órgãos do Poder Judiciário Federal. Nos Estados: Legislativo: pela Assembléia Legislativa que é composta pelos Deputados estaduais. Executivo é representado pelo Governador do Estado. Judiciário é representado pelo TJ e outros órgãos do poder judiciário Estadual. No Distrito Federal: Legislativo é representado pela Câmara Legislativa. Executivo é representado pelo Governador. Judiciário é representado pelo TJ e outros órgãos do Poder Judiciário Distrital. Nos Municípios: Legislativo é representado pela Câmara de Vereadores. Executivo é representado pelo Prefeito do Município. Judiciário pelos Juízes de Direito que atuam no município (não tem um poder judiciário central). Tripartição das funções: O Poder é único, o que se divide são as funções em executiva, legislativa e judiciária que são desempenhadas por órgãos: Senado, câmara, presidente etc.. Funções Típicas: É quando cada poder exerce dentro da sua área. Como: • Legislativo: Legisla e fiscaliza; • Executivo: Administra; • Judiciário: Julga. Funções Atípicas: Quando os poderes exercem funções diversas da natureza de sua atribuição institucional típica. Município e princípio Federativo: Há divergência entre os doutrinadores quanto ao município pertencer ou não a federação. Uns entendem que o município integra a federação, mesmo sem participar da vontade nacional. Outros doutrinadores já afirmam que os municípios não fazem parte da federação justamente por não participarem da vontade nacional. PODER EXECUTIVO Presidente da República: • Idade 35 anos acima; • Ser brasileiro nato; • Mandato de 04 anos; Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte • Eleição é no último ano do mandato, em 1º turno no 1º domingo de outubro e em 2º turno no último domingo de outubro, 5 • A eleição do presidente importa na eleição do vice-presidente também; • Direito a uma única reeleição. Ordem de Sucessão: • Presidente; • Vice-Presidente; • Presidente da Câmara; • Presidente do Senado; e • Presidente do STF. Na falta do Presidente da República e seu Vice (vacância), antes de dois anos do mandato, terá nova eleição. Se a falta for nos dois últimos anos do mandato, o Congresso Nacional indicará os dois respectivos (eleição indireta). O Presidente da República é auxiliado pelos Ministros de Estado, como: Ministro da Saúde, Ministro da Educação, Ministros da Fazenda, dentre outros (art. 87,88 CF). Governador – Art. 14 CF: Idade acima de 30 anos; demais características iguais ao presidente. Ordem de Sucessão: • Governador; • Vice; • Presidente da Assembléia Legislativa; e • Presidente do Tribunal de Justiça. O Governador é auxiliado pelos secretários de Estado. Prefeito – Art. 14, 29, II CF: Idade acima de 21 anos; demais características iguais ao presidente, porém para que tenha o 2º turno é necessário que haja, na cidade, no mínimo 200 Mil eleitores; Ordem de sucessão: • Prefeito; • Vice; • Presidente da Câmara dos Vereadores. O Prefeito é julgado no TJ de seu Estado pelos crimes comuns. Atos de natureza Civil são julgados na justiça comum. OBS: Todos os chefes do Executivo são responsáveis pelos seus atos como: Civil, Penal, etc. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte O Presidente da República: Qualquer cidadão pode entrar com representação contra o Presidente da República nos casos de crimes de responsabilidade, e ele só pode ser processado por crimes comuns mediante denúncia do Procurador Geral da República, no STF, por corrupção. 6 O STF irá pedir uma autorização na Câmara dos Deputados para processar o Presidente da República; a autorização da Câmara terá que ter pelo menos dois terços dos votos dos Deputados. Dada a autorização o Presidente é processado no STF. Recebida a denúncia, o Presidente ficará afastado por 180 dias. Se nesse prazo não houver julgamento, cessará o afastamento do Presidente. O Presidente não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício das suas funções (ex: bater na mulher). Se condenado pelo Supremo Tribunal Federal, será afastado de suas funções e não poderá ocupar cargo público no prazo de 08 anos (Art. 52, XIV § único). Ex: Ex- Presidente Collor. Maioria simples ou relativa: Maior número inteiro posterior à metade dos membros presentes na casa, desde que estejam presentes a maioria absoluta. Maioria Absoluta: Maior número inteiro posterior à metade dos membros da casa. Maioria qualificada: Em casos específicos apenas a própria constituição vai dizer quando precisar de quorum específico. PODER JUDICIÁRIO É um conjunto de órgãos encarregado de exercer a atividade jurisdicional. O órgão de cúpula do Poder Judiciário no Brasil é o Supremo Tribunal Federal (art. 101 CF). Podemos chamar de Justiça Comum: • O STF é composto por 11 Ministros e é o guardião da Constituição Federal; • O STJ que é composto por 33 Ministros, e é encarregado pelo respeito às Leis Federais, O TRF composto por juízes federais; e • O TJ que é composto por juízes de Direito. Podemos chamar de Justiça Especializada: • O TST onde abaixo dele temos o TRT que é composto por juízes do trabalho;• O TSE onde abaixo dele temos o TRE composto por juízes eleitorais; e • O STM onde abaixo dele temos o TJM composto pelo Conselho de Justiça Militar. O que não for de competência da Justiça Especial, será da Justiça Comum Federal ou Estadual. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 7 Os tribunais não são obrigados a julgar de acordo com o STF, a única coisa que os juízes e tribunais devem respeitar é a decisão do STF sobre ADIN e ADECON. Os Juizes: 1ª Instância: São chamados de Juiz Federal titular ou substituto. 2ª Instância: São chamados de Desembargador Federal . Os juízes têm garantias como: Inamovibilidade: O juiz não pode ser transferido de um lugar para outro sem a sua solicitação; somente poderá ser transferido por motivo de interesse público respeitando as regras do art 93 VIII; Irredutibilidade de vencimentos: Os salários dos Magistrados são irredutíveis; Vitaliciedade: Os Magistrados têm garantia de permanecer no cargo, não podendo ser demitidos e nem exonerados. Essa garantia somente é adquirida após 02 anos de carreira (estágio probatório); o juiz só pode ser demitido por processo judicial. Somente o juiz que prestou concurso terá a vitaliciedade; o quinto constitucional adquire a vitaliciedade na hora da nomeação. Direitos e obrigações dos membros do Poder Judiciário: (art. 93, VII CF): O Juiz titular residirá na respectiva Comarca. Supremo Tribunal Federal (art. 101 CF): Órgão de cúpula do poder judiciário no Brasil. Tem a função primordial de resguardar a supremacia da Constituição Federal (art.102 CF). É composto por 11 Ministros, que são indicados pelo Presidente da República, cuja indicação é aprovada ou não pelo Senado; o processo de aprovação é chamado de sabatina, ou seja, os indicados são sabatinados pelo Senado após um rigoroso interrogatório; após serem aprovados, são nomeados pelo Presidente da República. Desses 11 Ministros, 1 será o Presidente do STF, e os outros se dividem em duas turmas de 05. Um recurso extraordinário será julgado por uma das turmas de 05 Ministros. Já uma ADIN será julgada pelas duas turmas em plenário (art. 97 CF). O Ministro do Supremo deve ter no mínimo 35 anos e no máximo 64 anos de idade, deve ter notável saber jurídico e reputação ilibada. Processo originário: É de competência originária no STF: Adin, Adecon e Crime eventual do presidente OBS: Um processo só chegará ao STF, se tratar de matéria constitucional, caso contrário o recurso máximo será ao STJ. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 8 Superior Tribunal de Justiça: É composto de no mínimo 33 Ministros; esses Ministros são nomeados pelo Presidente da República, têm que ser brasileiros, terem no mínimo 35 e no máximo 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada e tem que ser aprovado pelo Senado. O STJ também é dotado de competências originais e recursos, é ele quem faz o controle de Constitucionalidade pelo método Difuso. Tribunal Regional Federal: Na justiça federal as repartições competentes são chamadas de Seções Judiciárias. Os Juizes Federais são concursados, têm 02 anos de fase probatória. Temos aprenas 05 TRF no Brasil Justiça Estadual Comum: Tem o TJ como órgão de cúpula. É composto por Quatro quintos de juizes de carreira e um quinto de advogados e membros do Ministério Público. Alguns Estados-Membrso prevêem em suas Constituições ? Tribunais de Alçada. Tribunal Superior do Trabalho: O TST é o órgão de cúpula da justiça do trabalho, que é uma justiça especializada; o TST é administrado pela União. É composto por 17 Ministros. Justiça Militar Federal: É composto por Conselho Especial de justiça e Conselho permanente de justiça, e esses conselhos são compostos por juizes auditores; julga as forças armadas (Marinha, exercito e aeronáutica). Justiça Militar Estadual: Nos Estados que possuirem mais de 20.000 (vinte mil) membros militares terá o TJM (São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais). Já os Estados que não atingem esse número terá o TJ comum com câmara especial para reger os militares estaduais. Justiça Eleitoral – Art. 118 a 121 CF: Tem como órgão máximo no país o TSE. Cada Estado-membro tem seu próprio TRE com seus juízes eleitorais. O TSE é composto por 07 Juízes. O TRE é composto, também, por 07 membros. Incidente de Argüição de Inconstitucionalidade: Ocorre quando um recurso extraordinário chega a uma das turmas do STF, e nesse processo os Ministros encontram uma lei inconstitucional; esse caso será julgado por todos os Ministros do STF, ou seja, quando o caso for de ADIN, será julgado em plenário por todos os membros do STF. PODER LEGISLATIVO O Poder Legislativo é órgão do Estado preponderante à democracia, pois é o centro de discussões da política nacional. Como qualquer outro membro (poder) ele tem autonomia financeira, administrativa ou institucional, ou seja, o Poder Legislativo tem capacidade de gerenciar suas próprias funções. Diante dessa autonomia, outro poder não pode se envolver nos assuntos que são de sua estrita competência. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 9 Atos Interna Corporis do Poder Legislativo: Assuntos internos (art. 2º CF). O STF reiteradas vezes decidiu que atos interna corporis do Poder Legislativo não são passíveis de controle judicial, por ofensa ao princípio da separação dos poderes. O Poder Legislativo pode ser Bicameral: quando é composto por duas Casas Legislativas ou Unicameral: quando é composto por apenas uma Casa Legislativa. Na União: É bicameral, pois tem a Câmara dos Deputados e o Senado Federal; Nos Estados Membros: Unicameral, pois tem apenas a Assembléia Legislativa; Nos Municípios: Unicameral, pois tem apenas a Câmara dos Vereadores; No Distrito Federal: Unicameral, pois tem apenas a Assembléia Legislativa. No mundo existem dois tipos de Bicameralismo, que são: Bicameralismo Aristocrático: É quando há a existência de duas Casas Legislativas, uma sendo a Câmara dos Lordes (câmara alta, da nobreza) e a outra sendo a Câmara dos Comuns (câmara baixa, representa o povo em geral). Bicameralismo Federativo: Teve início nos Estados Unidos com a primeira Constituição Americana em 1787, com ela instituiu-se o bicameralismo federativo, ou seja, há a existência de duas Casas Legislativas que são a Câmara dos Deputados (câmara baixa) e Senado Federal (câmara alta) Câmara dos Deputados (câmara baixa) art. 45, § 1º e § 2º da CF: É formado por representantes do povo. Os Deputados Federais que a integram são eleitos nos seus respectivos Estados, no Distrito federal e nos Territórios quando houver; eles são eleitos pelo sistema proporcional (como acontece com os deputados estaduais e os vereadores) para um mandato ou legislatura de 04 anos, podendo ser reeleitos quantas vezes quiserem; têm que ter no mínimo 21 anos e devem ser filiado à algum partido político. O mínimo de Deputados Federais por Estado é de 08, e o máximo de Deputados Federais por Estado é 70. Senado Federal – Art. 12 § 3º CF: O Senado Federal é formado pelos Senadores que são representantes dos Estados-Membros e do Distrito Federal; são eleitos para um mandato de 08 anos (duas legislaturas) pelo sistema majoritário e podem ser reeleitos quantas vezes quiserem. Os Territórios não têm representantes no Senado, pois não compõem a Federação. O mandato pode ter renovação a cada 04 anos, alternadamente por 1/3 e 2/3. Cada Estado Membro pode ter 03 Senadores. Idade mínima de 35 anos; estar filiado à algum partido quando candidato; estar no gozo dos Direitos Políticos; pode ser brasileiro nato ou naturalizado. Exceção: para serPresidente do Senado terá que ser brasileiro nato. Congresso Nacional: É o nome dado à junção da Câmara dos Deputados e Senado Federal, quando seus membros atuam conjuntamente. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 10 Organização Interna e funcionamento do Poder Legislativo: O regimento interno é a Lei que regula a organização interna e o funcionamento de uma Casa Legislativa. O regimento interno é norma que regula a organização dos trabalhos legislativos e é veiculado por Resolução Administrativa. São alguns órgãos do Poder Legislativo: Mesa Diretora: É um órgão de composição colegiada, cujos membros são eleitos por seus pares (colegas). A função básica da Mesa é o de administrar a Casa Legislativa. Plenário: É preponderante para a discussão e deliberação de matérias relevantes no âmbito do Poder Legislativo. Existem dois significados para o termo plenário, a saber: 1º- Local onde se realizam as reuniões do Poder Legislativo; 2º- Totalidade dos membros que representam e compõe o Poder Legislativo. Conselho de Ética e Decoro Parlamentar: É uma Comissão da Casa Legislativa encarregada de zelar pela observância das normas constitucionais, regimentais e preceitos éticos, essenciais a uma atuação digna e independente do parlamentar. Comissões Parlamentares: Visando melhor aproveitamento dos trabalhos legislativos, existem as comissões parlamentares, especializadas para o desenvolvimento de seus trabalhos. As comissões podem ser: Permanentes (ex: CCJ) e Temporárias (ex: CPI). De acordo com o Art. 58 da CF toda Casa Legislativa tem que ter suas comissões parlamentares permanentes e diz em seu regimento interno qual a quantidade dessas comissões; já as comissões parlamentares temporárias são criadas pelo plenário e só existem até exercerem sua finalidade. As comissões têm a função de Legislar e Fiscalizar, ou seja, as comissões não só participam do processo legislativo, como também investigam; cada comissão cuida do seu interesse. Comissões Parlamentares de Inquérito – CPI: (temporária): CPI é órgão do Poder Legislativo, com prazo certo de duração, criada com vistas ao interesse público, vinculada à necessidade de elucidação de um determinado fato ofensivo ao ordenamento jurídico. Funções, que são: • Fornecer ao Congresso informações detalhadas, essenciais ao Poder Legislativo; • Supervisionar os trabalhos das entidades governamentais; • Influenciar a opinião pública apresentando fatos e idéias; Pressupostos de Criação e Funcionamento de uma CPI: Art. 58, § 3º: “As CPI, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 1/3 (um terço) de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores”. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 11 Pressuposto Deflagrador: Dependo do requerimento por 1/3 (um terço) dos membros da Câmara Legislativa; Pressuposto Temporal: Significa que a CPI funciona por prazo certo, mas poderá ser prorrogada quantas vezes for necessária até o término do mandato dos parlamentares; Pressuposto Material: Significa que a CPI é criada para investigar fato determinado, ou seja, um caso específico; não se cria uma CPI para investigar supostas infrações; Pressuposto Orgânico: Para a composição de uma CPI, deve ser observada a representação proporcional dos partidos políticos e dos blocos parlamentares. Pressuposto Operacional: A esfera de atuação de uma CPI deve corresponder às competências que dispõe o ente Federativo (Estados, União e Distrito Federal. Cada ente investiga o seu território). A CPI tem poderes próprios das autoridades Judiciárias, como, por exemplo, pedir a quebra de sigilo bancário, intimar pessoas, entre outros. De acordo com o STF os únicos poderes de Juiz que uma CPI não tem são as cláusulas de Reserva de Jurisdição, ou seja, prisão e interceptação telefônica. O documento final de uma CPI com todas as conclusões é chamado de Relatório; esse relatório é mandado para as autoridades competentes para que tomem as medidas necessárias contra possíveis infratores, se houver. Se a CPI achar que houve algum tipo de crime, ela enviará o relatório também ao Ministério Público, e o Ministério Público irá investigar mais a fundo e determinará se cabe também ação penal ou não. IMUNIDADE PARLAMENTAR: pode ser Material ou Formal; ela é irrenunciável, a imunidade não é da pessoa e sim do Poder Legislativo, ou seja, enquanto estiver no Poder tem a imunidade. A imunidade não se estende a aquele que está exercendo funções junto ao Poder Executivo. Imunidade Material ou Inviolabilidade: Proíbe que Deputados Federais, Senadores, Deputados Estaduais e Vereadores sejam punidos por suas opiniões, palavras ou votos proferidos no exercício do mandato. Vereadores deverão observar os limites da circunscrição territorial, não pode ser em qualquer lugar, só tem imunidade no seu território. Imunidade Formal ou Imunidade Processual: A imunidade Formal ou Processual não cabe aos Vereadores; para haver um processo contra um Parlamentar não é necessária a autorização da sua respectiva Casa; a respectiva Casa só precisa ser informada que há um processo contra determinado(os) Parlamentar(es), porém se a maioria dos Membros da respectiva Casa pedir a suspensão do processo, ele será suspenso por esta imunidade. O que abrange os Parlamentares com o novo regime da Imunidade Formal é: • Denúncia contra Deputado ou Senador por crime ocorrido após a Diplomação; • Ciência pelo Tribunal competente à Casa Legislativa que o parlamentar pertence; • Pedido de Imunidade Processual feito por partido político representado na Casa Legislativa; Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte • Apreciação do pedido em 45 dias contados do recebimento pela Mesa Diretora; 12 • Se houver aprovação pelo plenário do requerimento do partido, cientifica-se o Tribunal para que suspenda o processo crime. • A votação pelo plenário da Casa Legislativa se dá com maioria relativa. Se houver suspensão do processo, ocorre também a suspensão da prescrição. A imunidade Formal não se aplica a inquérito policial. Essa imunidade também proíbe a prisão do parlamentar, salvo em flagrante de crime inafiançável. PROCESSO LEGISLATIVO: É o processo de formação das leis; é exigido para que uma lei possa ser promulgada; é o rito que a lei estabelece e deve ser seguido para a produção das leis. Todas as espécies normativas têm processo legislativo. Fase introdutória: Para apresentar uma lei basta que a pessoa tenha competência para apresentar o projeto de lei. Por meio de iniciativa ampla ou restrita. Fase Constitutiva: É a fase mais demorada, pois vai passar pelas comissões, chegar às mãos do relator das comissões que dá seu parecer e depois vai para os membros das comissões votarem, podendo aprovar, rejeitar ou alterar; depois de aprovado em todas as comissões vai para votação na Câmara dos Deputados e depois é encaminhada ao Senado que por sua vez fará o mesmo processo; aprovado no Senado é encaminhada para a deliberação executiva que sanciona ou veta ( total ou parcial); o veto pode ser tanto jurídico quanto político. Se aprovado pelo Presidente vai para a 3º fase Fase Complementar: Promulgação: que atesta que a ordem jurídica criou uma nova lei; e, depois Publicação: Dar conhecimento público a esta novalei. Resoluções: É uma espécie normativa que tem por finalidade regular as matérias “inter corporis” de qualquer das Casas Legislativas; ela tem por natureza efeitos internos. Existem duas formas de resoluções, a saber: Resolução que é ato do Poder Legislativo: Serve para regulamentar matérias “inter corporis” do Poder Legislativo, ou seja, que é igual a regimento interno do Poder Legislativo. Esse regimento começa por processo legislativo, logo, é uma espécie normativa. Resolução que é ato Administrativo: Nesse caso não tem processo legislativo. É um ato administrativo que serve para organizar o Poder Judiciário, também chamado de regimento interno, porém é feito por um processo administrativo. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 13 Lei Delegada – Art. 59, IV e Art. 68 CF: As Leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional para legislar sobre determinada matéria (iniciativa solicitadora). Caso o Congresso Nacional aprove a solicitação, o Presidente da República terá poderes para elaborar a lei delegada nos estritos limites e termos conferidos pela delegação. Essa autorização do Congresso Nacional para o Presidente da República é dada por Resolução. Se o Presidente da República não obedecer aos critérios da lei delegada pelo Congresso, o Congresso pode pedir para ver como ficou a lei, e observando que não obedeceu as regras, ou seja, se excedeu, o Congresso Nacional pode fazer uma sustação do excesso por decreto legislativo. Lei Ordinária: É também chamada de lei comum. A aprovação de uma lei ordinária se dará por maioria relativa. Lei Complementar – Art. 69 CF: Seria uma lei para complementar a Constituição Federal. A aprovação de uma lei complementar se dará por maioria absoluta. Medidas Provisórias: É necessária relevância e urgência; não pode a regulamentação das Emendas Constitucionais através de Medida Provisória. O prazo passa é de 60 dias, se a Medida Provisória for rejeitada e não convertida em lei, seus efeitos até ali serão nulos (ex-tunc), os efeitos só serão válidos se a MP for convertida em Lei; uma reedição automática da Medida Provisória de igual período, ou seja, 60 dias, permitindo a reapresentação da Medida Provisória somente no próximo exercício Legislativo. Presidente da República pode sancionar ou vetar, total ou parcialmente. Regime de Urgência: O Presidente da República poderá solicitar (impor) regime de urgência em todos os projetos de lei de sua iniciativa (tanto para os projetos de sua iniciativa exclusiva quanto os demais de sua iniciativa). Uma vez “solicitado” o regime de urgência, a Câmara dos Deputados terá 45 dias e, sucessivamente, o Senado terá outros 45 dias para apreciar o projeto com regime de urgência. No caso de emendas feitas pelo Senado (casa revisora), a Câmara (casa iniciadora) deverá se manifestar em 10 dias. Decreto Legislativo: “É a espécie normativa destinada a regular as matérias de exclusiva competência do Poder Legislativo, sem a sanção do Presidente da República”. Tem por finalidade veicular matérias de competência do Congresso Nacional; têm efeitos externos, ou seja, a distinção fundamental entre Resolução e Decreto Legislativo reside no seguinte aspecto: Enquanto a Resolução tem efeitos internos, o Decreto Legislativo tem efeito externos. A Resolução Legislativa típica (normal) é a que detém efeito interno (regimento interno da Casa Leg.). No entanto, existe Resolução Legislativa atípica (fora do normal) que é aquela que tem efeito externo. OBS: Não confunda Decreto Legislativo com Decreto Lei e nem com Decreto; eles são distintos um do outro. Ex. de Decreto Legislativo: Na regulamentação do período em que a medida provisória vigorou, além de não ter sido convertida em lei, o Congresso Nacional poderá regulamentar esse período por Decreto Legislativo, ou seja, o tempo em que vigorou a medida provisória ficará valendo, mesmo que a medida provisória não tenha sido convertida em lei. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 14 TRIBUNAL DE CONTAS: É o controle da administração pública, é um órgão de apoio ao Poder Legislativo. O Tribunal de Contas controla e fiscaliza o poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Existe o Tribunal de contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas de cada Estado- membro; esses Tribunais de Contas dos Estados fiscalizam também seus Municípios, com exceção de São Paulo e Rio de Janeiro que tem cada qual seu próprio Tribunal de Contas. No sentido amplo, o Tribunal de Contas exerce o controle externo da administração pública. Tribunal de Contas é o ente despersonalizado, dotado de autonomia administrativa, com a missão de auxiliar o Poder Legislativo na sua função fiscalizadora. Os Tribunais de Contas dos Estados-Membros estão sujeitos em matéria de organização, composição e atribuições fiscalizadores ao modelo jurídico estabelecido na Constituição Federal. Composição do Tribunal de Contas da União (TCU): O TCU é composto por 09 Ministros, que têm reputação ilibada; têm no mínimo 35 anos e no máximo 65. Um terço desses Ministros é escolhido pelo Presidente da República com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo próprio Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento. Outros seis Ministros são indicados pelo Congresso Nacional. O TCU tem sede no Distrito Federal. Esta regra de composição e de proporcionalidade que a Constituição estabeleceu para o TCU é extensível aos Tribunais de Contas dos Estados-Membros. No Estado não se chama Ministro do TC e sim Conselheiro do TC. MINISTÉRIO PÚBLICO: O Ministério Público é uma instituição permanente essencial a função jurisdicional do Estado com a incumbência de zelar pela ordem jurídica, pelo regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. O Ministério Público pode ser da União ou do Estado-Membro. Ministério Público da União: É composto por: • MP Federal; • MP do Trabalho; • MP Militar; • MP do Distrito Federal. Já os Estados-Membros, cada qual possui seu Ministério Público. Ingressa-se no Ministério Público Estadual através de concurso, e são chamados de Promotores de Justiça (em 1ª instância), e Procuradores de Justiça (em 2ª instância); o chefe é chamado de Procurador Geral de Justiça. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 15 Já no Ministério Público da União os membros são chamados de Procuradores da República; o chefe é chamado de Procurador Geral da República, e é nomeado pelo Presidente da República dentre os integrantes da carreira; deve ter mais de 35 anos; seu nome deve ser aprovado por maioria absoluta dos membros do Senado; exerce o mandato de 02 anos, permitindo-se a recondução. Princípios do Ministério Público: Princípio da Unidade: os membros da instituição representam uma única corporação, formando um só corpo. Princípio da Indivisibilidade: que os agentes da instituição podem cumprir as funções uns dos outros sem que haja alteração no pólo processual. Princípio da Independência: Em 1º lugar a independência implica autonomia funcional e administrativa (art. 127, § 2º), em 2º lugar a independência funcional significa atuação do membro do Ministério Público conforme sua consciência e o direito. Princípio do Promotor Natural: Este princípio visa preservar a imparcialidade do promotor, ele está fulcrado (decorre) no princípio da independência funcional e na garantia de inamovibilidade. Garantias do Ministério Público:• Vitaliciedade, • Irredutibilidade de subsídios; e • Inamovibilidade. ADVOCACIA: “O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. O advogado é bacharel em direito e inscrito na OAB; ele é essencial à função jurisdicional. A lei que regula a advocacia é a Lei nº 8.906/94 - Estatuto da advocacia. Incompatibilidade do advogado é quando há a proibição total para o exercício da advocacia. Ex: Funcionário do Poder Judiciário não pode advogar. Impedimento do advogado é quando há proibição parcial de exercer a advocacia. Ex: Funcionário do Estado não pode advogar contra o mesmo, pois ele o remunera. Mas poderá advogar contra a União ou Município. Advogado Público: Também chamado de Procurador, pode ser da União, do Estado ou do Município. Resumo: Breve Resumo de Direito Constitucional Autor: Mariza Duarte 16 Da União: O advogado da União pode ser chamado de Procurador da Fazenda, quando ele é encarregado de causas fiscais. Também tem outro advogado da União que é encarregado de causas de outras naturezas. Os dois são chefiados pelo Advogado Geral da União. No Estado: A advocacia é exercida pelos Procuradores do Estado, que são chefiados pelo Procurador Geral do Estado. No Município: A advocacia é exercida pelo Procurador do Município, e chefiado pelo Procurado Geral do Município. DEFENSORIA PÚBLICA – Art. 134 CF: “A defensoria pública é essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus (entrâncias e instâncias), dos necessitados, na forma do artigo 5º, LXXIV”. Os defensores públicos prestam assistência judiciária gratuita. O Poder Legislativo também possui sua procuradoria (advogado). No Senado Federal o bacharel em direito será nomeado pelo presidente da Casa para ser o Procurador Geral do Senado. Na Câmara dos Deputados um parlamentar bacharel em direito também será nomeado pelo Presidente da Casa para ser o Procurador Geral da Câmara. As fiscalizações das procuradorias são feitas pelas corregedorias. O Procurador terá estabilidade após 03 anos no cargo. A Constituição Federal assegura ao advogado a imunidade por suas opiniões e palavras que proferir numa demanda (art. 133 CF). Na União: Legislativo é representado pelo Congresso Nacional que é formado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados (federais). Executivo é representado pelo Presidente da República. Judiciário é representado pelo STF e outros órgãos do Poder Judiciário Federal. Nos Estados: Legislativo: pela Assembléia Legislativa que é composta pelos Deputados estaduais. Executivo é representado pelo Governador do Estado. Judiciário é representado pelo TJ e outros órgãos do poder judiciário Estadual. MINISTÉRIO PÚBLICO: O Ministério Público é uma instituição permanente essencial a função jurisdicional do Estado com a incumbência de zelar pela ordem jurídica, pelo regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. O Ministério Público pode ser da União ou do Estado-Membro.
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