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Prévia do material em texto

DIREITO EMPRESARIAL – Prof. Fernando Passos
Assistente Prof. José Branco Peres Neto
AOS ALUNOS: este material é um resumo da matéria ministrada em aula. Entretanto gostaria de salientar que esse material não esgota necessariamente todo assunto exposto e debatido em sala de aula. Assim poderão existir questões na prova que não foram contempladas nesse material. Importante que os alunos estudem através da bibliografia indicada e as anotações de sala de aula.
Nome Empresarial
É o por meio de seu nome que o empresário ou a sociedade empresária se apresenta ao mundo dos negócios, mais precisamente a seus clientes e credores, se obrigando perante terceiros na esfera jurídica. Sendo através do nome empresarial que a empresa exterioriza a sua personalidade.
Devemos observar que nossa legislação cria regras específicas para a criação do nome empresarial, sendo que existem duas regras: firma e denominação. Entretanto o nome sempre deve estar em consonância com o objeto da empresa.
Dependendo de se tratar de empresário individual ou da forma de sociedade empresária, o nome empresarial a ser adotado deverá seguir a regra de firma ou denominação, entretanto antes de ingressar no estudo caso a caso das regras, importante tecermos alguns comentários sobre a regra de formação do nome empresarial.
Não podemos confundir firma, como é vulgarmente conhecida a terminologia empresa, nem mesmo com a assinatura de uma pessoa. Devemos compreender firma como sendo uma regra de composição do nome empresarial onde constará obrigatoriamente o nome civil do empresário ou de seus sócios na sua constituição do nome. Enquanto que a denominação é a forma livre de escolha do nome empresarial.
O tema nome empresarial está disciplinado no Código Civil nos artigos 1.155 a 1.168, sendo o nome empresarial definido como a firma ou a denominação adotada para o exercício da empresa, ou seja, firma é a regra de composição do nome empresarial onde constará obrigatoriamente o nome civil do empresário ou dos sócios na sua constituição.
Assim temos que o art. 1.155, dispõe que:
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.
Conforme já dispusemos acima a lei classifica o nome empresarial em duas formas distintas, a firma e a denominação, importante será distinguirmos em quais casos o empresário ou a sociedade empresária estará obrigada a utilizar firma ou denominação e em quais casos a empresa poderá ser identificada por qualquer uma das formas.
Salienta-se ainda que a Firma pode ser classificado como Firma Individual (quando se tratar de empresário individual) ou Firma Social, quando a proteção estiver relacionada a uma sociedade empresária. 
Importante observar que para efeitos de proteção equipara-se ao nome empresarial a denominação das sociedades simples, associações e fundações, de acordo com o parágrafo único do art. 1.155 do CC.
Requisitos Essenciais ao Registro do Nome Empresarial
O nome empresarial possui como requisitos a obediência aos princípios da veracidade e da novidade, em obediência ao art. 34 da Lei 8.934/94, que assim dispõe:
Art. 34. O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade.
Nesse sentido podemos afirmar que à Junta Comercial somente deverá realizar o registro do nome empresarial, quando atender os princípios da veracidade e da novidade.
A) Princípio da Veracidade: em dois aspectos: em razão da atividade e em razão do nome do empresário nos casos de firma. No caso de adoção de firma ou denominação, pode se utilizar o ramo de atividade empresarial exercido, entretanto essa informação deve condizer com a realidade, assim se formos elaborar um nome empresarial para uma panificadora, não poderemos afirmar que se trata de uma livraria.
O outro aspecto que se deve respeitar o princípio da veracidade é em relação ao nome civil do empresário individual ou dos sócios em caso de firma, sendo vedada a utilização de nomes de terceiros. Frisando que em caso de falecimento de um dos sócios o nome do mesmo deverá ser excluído do nome da sociedade.
Nesse sentido é importante demonstrar que esse requisito além de estar previsto na Lei 8.934/94 possui amparo normativo no Código Civil, vez que assim dispõe:
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social.
B) Princípio da Novidade: o segundo princípio previsto é o da novidade que significa que o nome empresarial não pode ser igual ou semelhante a outros nomes já existentes.
O direito de preferência de uso do nome é estabelecido pela ordem de registro na Junta Comercial. Quem registrou primeiro, tem prioridade, sendo que em caso de registro semelhante ou idêntico posterior, implica na obrigação daquele que registrou posteriormente em fazer a alteração do seu nome empresarial, acrescentando designação que o distinga, alteração essa que poderá ser voluntária ou por ordem judicial.
Esse princípio também está disciplinado pelo Código Civil nos termos do art. 1.163, que assim versa:
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro.
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga.
Devemos observar ainda que o princípio da novidade do nome empresarial veda o uso de marca, título de estabelecimento ou propagandas de outras empresas, inteligência do artigo 124 da Lei 9.279/96. 
Não são registráveis como marca:
V - reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos;
Da Proteção ao Nome Empresarial
Como regra geral em relação ao nome empresarial temos que não poderá haver nome idêntico ou semelhante, devendo ser possível a distinção de um nome empresarial de qualquer outro nome empresarial no mesmo registro, ou seja, na mesma Junta Comercial, portanto em regra o nome empresarial terá sua proteção garantida apenas na Junta Comercial em que o mesmo esteja inscrito, ou seja, proteção estadual aonde a mesma tem seu ato constitutivo arquivado. Essa proteção advém do disposto no artigo 1.166 do Código Civil
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial.
Observando ainda que essa proteção se inicia com o arquivamento dos atos constitutivos na Junta Comercial, conforme art. 33 da Lei 8.934/94, que assim dispõe:
Art. 33. A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações.
Entretanto devemos observar que há casos em que a proteção ao nome empresarial pode ser estendida a nível nacional, nesse sentido destacamos o art. 11 da Instrução Normativa 99/2005 do Departamento Nacional de Registro do Comércio, que assim dispõe:
Art. 11. A proteção ao nome empresarial decorre, automaticamente, do ato de inscrição de empresário ou do arquivamento de ato constitutivo de sociedade empresária, bem como de sua alteração nesse sentido, e circunscreve-se à unidade federativa de jurisdição da Junta Comercial que o tiver procedido.
§ 1º A proteção ao nome empresarial na jurisdição de outra Junta Comercial decorre, automaticamente, da abertura de filial nela registrada ou do arquivamento de pedido específico, instruído com certidão da Junta Comercial da unidade federativa onde se localiza a sede da sociedade interessada.
§ 2º Arquivado o pedido de proteção ao nome empresarial, deverá ser expedida comunicação do fato à Junta Comercial da unidade federativa onde estiver localizada a sede da empresa. (destaque nosso)
Portanto o empresário ou sociedade que tiverinteresse em proteger seu nome empresarial em âmbito nacional deverá abrir filial em todas as unidades da federação ou realizar arquivamento de pedido específico nessas unidades instruído com certidão da Junta Comercial da sede da sociedade.
Da Extinção do Nome Empresarial
Ainda quanto ao registro do nome empresarial, devemos mencionar que a extinção do nome empresarial se dará com a extinção do registro, havendo a perda do registro por conseqüência há a perda da proteção ao nome empresarial, nesse sentido art. 60 §1° da Lei 8.934/94. Outro caso em que ocorrerá a extinção do nome empresarial será nos termos do art. 1.168 do diploma civil, que assim ora:
Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu.
Assim temos que qualquer interessado, empresário ou sócios da sociedade empresária poderão requerer o cancelamento do nome empresarial e por conseqüência sua extinção, da mesma forma a liquidação da sociedade também encerrará a proteção ao nome empresarial.
Importante ainda observar que por força do art. 1.164 do Código Civil, o nome empresarial não poderá sofrer alienação, nesse sentido vejamos:
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
Assim devemos observar que o adquirente de estabelecimento empresarial, poderá vir a utilizar o nome do alienante (vendedor do estabelecimento) se assim for pactuado no contrato, entretanto deverá fazer constar antes do nome empresarial adquirido junto com o Estabelecimento, seu próprio nome.
Exemplo: C. Silva sucessor de Magno Pereira Cosméticos.
Empresário (Firma Individual)
Segundo as regras de formação do nome empresarial temos que o Empresário irá constituir seu nome empresarial através de firma, conhecida como Firma Individual, a qual deverá ser constituída por seu nome, completo ou abreviado, podendo aditar a designação mais específica de sua pessoa, ou seja apelido, ou do gênero da atividade por ele exercida, assim pode incluir no nome empresarial o ramo de atividade (como cosméticos, mercearia, panificadora e outros).
A obrigatoriedade do uso de firma pelo Empresário decorre da leitura do art. 1.156 do CC:
Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.
Para um empresário que se chamasse Ricardo Andrade Silva e constituísse uma empresa no ramo de informática, salientando ainda que o mesmo fosse conhecido pelo apelido de Rico, assim temos os seguintes exemplos:
Ricardo Andrade Silva Informática
R. A. Silva Informática
R. A. Silva Rico Informática (nesse caso Rico seria um apelido de Ricardo).
R. A. Silva
Ricardo Andrade Silva
De acordo com a análise do artigo acima transcrito a inclusão do ramo de atividade no nome empresarial (firma individual) não é obrigatório, tratando-se de faculdade do empresário, da mesma foram é facultativa a inclusão de “apelido” do empresário. Sendo obrigatório apenas a inclusão do nome do empresário ainda que de forma abreviada.
Sociedades Empresárias: Regra Geral
Como regra geral para a designação do nome empresarial devemos analisar a responsabilidade dos sócios pelas obrigações societárias, assim surgem duas regras, as quais decorrem da interpretação do artigo:
Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura.
Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo.
Assim surgem as seguintes regras:
1a – em havendo sócio com responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais, somente o nome deles poderá constar no nome empresarial, assim, obrigatoriamente será Firma Social a forma de composição do nome empresarial, exceto a sociedade comandita por ações.
2a – quando todos os sócios tiverem responsabilidade limitada adotarão denominação, exceto as limitadas que poderão optar entre denominação ou firma.
A exceção prevista na primeira regra esta prevista no artigo 1.161, o qual possibilita que a sociedade em comandita por ações pode em lugar de firma adotar denominação mais a expressão em “comandita por ações”.
Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações".
Sociedade em Nome Coletivo
Para as sociedades empresárias as regras de formação para o nome empresarial são as seguintes: se os sócios possuírem responsabilidade ilimitada, deverá operar o nome empresarial sob firma, com a mesma regra acima mencionada, na qual deverá constar o nome dos sócios com responsabilidade ilimitada, sendo suficiente aditar o nome de um deles a expressão “e companhia” ou sua abreviatura. Exemplos:
Ricardo Andrade Silva e Companhia Informática 
Ricardo Andrade Silva, Pedro Andrade Silva Informática
R. A. Silva, P. A. Silva Informática
A responsabilidade das obrigações contraídas sob firma será solidária para aqueles que possuírem seus nomes inclusos na firma da sociedade. O mesmo se aplicará para as sociedades em comandita simples.
Sociedade Limitada
Nos casos de sociedade limitada poderá adotar como nome empresarial firma ou denominação, integradas pela palavra final limitada ou abreviatura. 
Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.
§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.
§ 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.
Exemplos:
Ricardo Andrade Silva e Pedro Andrade Silva Informática Ltda
Ricardo Andrade Silva e Pedro Andrade Silva Informática Limitada
R. A. Silva, P. A. Silva Informática Ltda
R. A. Silva, P. A. Silva Informática Limitada
Nos casos de denominação, deverá conter o objeto da sociedade, podendo figurar o nome de um ou mais sócios, exemplos:
Paraíso Informática Limitada
Paraíso Informática Ltda
Paraíso Informática R A Silva
Paraíso Informática Ricardo e Pedro Silva
Socidedade Cooperativa e Sociedade Anônima
Se tratando de sociedade cooperativa, o nome empresarial deverá se operar sob denominação integrada pelo vocábulo Cooperativa. Bem como a sociedade anônima se opera sob a denominação designativa do objeto social, mais as expressões sociedade anônima ou Companhia, por extenso ou abreviado.
Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo "cooperativa".
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente.
Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa.
Para as sociedades cooperativas temos os seguintes exemplos:
Paraíso Informática Cooperativa
Cooperativa Paraíso Informática
Para as sociedades anônimas, temos os seguintes exemplos:
Paraíso Informática Sociedade Anônima
Paraíso Informática S. A.
Paraíso Informática Companhia
Companhia Paraíso Informática
João da Silva Informática S. A. (nesse caso João da Silva pode ser fundador acionista ou um terceiro que ajudou a formar a empresa).Das Sociedades em Comanditas
As sociedades em Comanditas são dividas em sociedades comanditas simples e comanditas por ações, sendo que temos que nas primeiras a formação do nome empresarial será sempre por firma, onde deverá constar o nome de todos os sócios com responsabilidade ilimitada ou um dos sócios mais a expressão “e Cia.” ou “e Companhia”.
Sendo que nas sociedades em comandita por Ações pode adotar denominação com designação do objeto social mais a expressão “comandita por ações”.
Para as Sociedades em Comanditas Simples, temos os seguintes exemplos:
R. A. Silva e P. A. Silva Informática 
R. A. Silva Informática e Companhia
R. A. Silva Informática e Cia
E para as Sociedades em Comanditas por Ações, temos os seguintes exemplos:
Paraíso Informática Comandita por Ações	
R. A. Silva e P. A. Silva Informática Comandita por Ações.
Exemplos de nomes empresariais conhecidos:
	NOME EMPRESARIAL
	Título de Estabelecimento
	Arthur Lundgren Tecidos S/A,
	Casas Pernambucanas
	Companhia Brasileira de Distribuição
	Grupo Pão de Açúcar
	Casas Bahia Comercial Ltda
	Casas Bahia
	Usina Zanin Açúcar e Álcool Ltda
	Usina Zanin
	Panasonic do Brasil Ltda.
	Panasonic
	Usina Colombo S/A Acúcar e Álcool
	Usina Colombo
	Santa Cruz Açúcar e Álcool Ltda
	Usina Santa Cruz
	Julio Simões Transporte e Serviços Ltda
	Transportadora Julio Simões
	Nigro Alumínio Ltda
	Nigro
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
O Estabelecimento Empresarial é o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos organizados pelo empresário, para o fim do exercício da empresa. Também conhecido como Fundo de Comércio. Ou seja, para integrar o Estabelecimento Empresarial os bens que formam esse conjunto, devem possuir escopo produtivo, ou seja, finalidade produtiva.
Tal conceito advém da simples interpretação do art. 1.142 do Código Civil que assim dispõe:
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Nesse sentido é importante observarmos que o Estabelecimento Empresarial não pode ser confundido simplesmente com o patrimônio da Sociedade ou como o patrimônio destacado pelo empresário individual para a atividade empresarial, vez que integra o Estabelecimento Empresarial tão somente os bens corpóreos e incorpóreos que atuam no desenvolvimento da atividade empresarial.
No sentido de facilitarmos o entendimento do tema, é importante demonstramos o que são os bens corpóreos e incorpóreos e quais são esses bens. Os bens corpóreos são aqueles bens que possuem corpo, matéria, ou seja, são bens palpáveis por qualquer pessoa, exemplos: carros, estoque de mercadorias, balcões, mesas, escrivaninhas, equipamentos de produção e outros. E bens incorpóreos, ao contrário, são aqueles que não possuem corpo, não são formados por matéria, ou seja, impossíveis de serem apalpados pelas pessoas, exemplos desses bens: marcas, patentes, clientela, aviamento (capacidade de gerar lucro), dentre outros. Esses bens incorpóreos somente existirão por reconhecimento do próprio direito que os define e baliza as conseqüências da existência dos mesmos.
Existe ainda outros bens que podem ser corpóreos e incorpóreos e que pertencem a sociedade empresarial ou ao empresário individual que não integram o Estabelecimento Empresarial, pelo fato de tais bens não estarem ligados de forma direta a atividade empresarial. Como exemplo típico desses casos temos: imóveis destinados à locação (investimento em imóveis para que a sociedade empresarial perceba aluguéis), aplicações financeiras (em instituições financeiras ou em ações sem que essa atividade seja a finalidade da empresa investidora), dentre outros.
Após a conceituação do que é Estabelecimento Empresarial, é de grande importância estudarmos o Estabelecimento Empresarial e a atividade empresarial de uma forma dinâmica. Importante verificar-se assim a alienação do estabelecimento empresarial e suas conseqüências para o mundo jurídico. Nosso ordenamento jurídico trata da matéria de forma quase exaustiva, disciplinando todas as conseqüências conhecidas em razão da alienação do estabelecimento empresarial. Entretanto temos que nossa doutrina classifica a alienação do estabelecimento empresarial como o trespasse. Portanto a partir desse momento passamos a estudar o Trespasse e suas implicações no mundo jurídico.
Partimos assim para um conceito mais técnico do que é Trespasse, o qual é definido como: negócio jurídico por meio do qual o empresário ou a sociedade empresária aliena o Estabelecimento empresarial como um todo (uma universalidade) ao adquirente, transferindo-lhe a titularidade de todo o complexo de bens que integra o estabelecimento empresarial. Em poucas palavras podemos definir como a alienação (venda) do estabelecimento empresarial, de uma sociedade empresarial para outra sociedade; ou de um empresário para uma sociedade, assim por diante. O importante é que se aliene através do trespasse a universalidade dos bens que compõem o estabelecimento. 
É importante ainda não confundirmos o trespasse com a simples transferência de quotas de uma sociedade, entre um dos sócios com um terceiro, seja esse, pessoa física ou jurídica.
O instituto do trespasse não necessita de uma forma, prescrita em lei. Portanto a validade da alienação do estabelecimento empresarial não depende de forma específica prevista em lei. Entretanto para que essa alienação tenha efeitos contra terceiros, existe a necessidade de que as parte cumpram determinadas exigências.
Quanto aos efeitos do contrato de trespasse é válido destacarmos que a alienação somente terá efeito contra terceiros no caso da mesma estar averbada à margem da inscrição no Registro Público das Empresas Mercantis (Junta Comercial) e após a devida publicação na imprensa oficial. Essa necessidade advém da análise do art. 1.144 do Código Civil.
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
Outro ponto de grande importância é observamos a eficácia da alienação empresarial, ou seja, do contrato de trespasse, sendo que essa eficácia dependerá da solvência do alienante. A sociedade empresarial ou empresário que vender seu estabelecimento empresarial terá a eficácia dessa venda condicionada a sua capacidade de pagar seus débitos. Portanto podemos afirmar que a eficácia da alienação empresarial, no caso de não restar bens ao alienante para solver o passivo dependerá do pagamento de todos os credores ou do consentimento desses credores de forma tácita ou expressa, em 30 dias a partir da notificação da realização do trespasse.
Apenas para reforçar a necessidade do consentimento dos credores para alienação do estabelecimento quando não restarem bens suficientes ao alienante para solver seu passivo, é que transcrevemos o artigo 1.145 do Código Civil:
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
É imprescindível destacarmos que o trespasse se caracteriza pela alienação do ativo e do passivo do estabelecimento empresarial. Portanto em regra, aquele que adquire o estabelecimento empresarial adquire também as suas dívidas. Entretanto existem algumas regras quanto a responsabilização pelo passivo, vez que devemos diferenciar dois tipos débitos: os contabilizados e os não contabilizados.
Com o fim de esclarecer, informamos que débitos contabilizados são aqueles que estão escriturados nos livros empresariais, ou seja, o adquirente do estabelecimento sabe da existência dos mesmos ou pelo menos poderia saber, caso analisasse os livros empresariais do estabelecimento empresarial que está sendo adquirido. Em razão dessa possibilidadede verificar os débitos contabilizados, existe a responsabilidade do adquirente.
Porém para evitar fraudes, contra os credores, é que mesmo no caso do débito contabilizado e da responsabilidade do adquirente é que nosso ordenamento jurídico prevê a responsabilidade solidária do alienante pelo prazo de 01 ano.
Conhecendo a diferença entre os débitos contabilizados e os não contabilizados, devemos aprender a regra sobre a responsabilização dos débitos. Nesse sentido, temos que os débitos contabilizados serão de responsabilidade do adquirente, sendo que o alienante terá responsabilidade solidária pelo prazo de 01 ano. É importante ainda destacarmos como se deve contar o início desse prazo. Devemos observar que a diferença no inicio da contagem, está relacionado diretamente ao vencimento ou não do débito. Os débitos vencidos terão como início do prazo a publicação na imprensa oficial (do contrato de trespasse) e os débitos não vencidos a data de seus respectivos vencimentos.
Quanto aos débitos não contabilizados, temos que somente o alienante responderá por esses débitos. Sendo que a irresponsabilidade do adquirente em razão dos débitos não inscritos, advém da impossibilidade do mesmo em saber da existência dessas dívidas no momento da aquisição do Estabelecimento Empresarial. Assim, portanto, não há como responsabilizar o adquirente pelos débitos não contabilizados de forma que somente responderá por esses, o alienante.
O entendimento acima exposto sobre a responsabilidade do passivo decorre da interpretação do artigo 1.146 do Código Civil:
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
Outra clausula muito importante no contrato de trespasse, é a clausula do não restabelecimento empresarial, a qual está implícita na alienação do estabelecimento empresarial. Portanto o alienante do estabelecimento empresarial não poderá iniciar outra atividade empresarial nos próximos cinco anos contados da alienação para não fazer concorrência com o adquirente. De forma que será lícito o ingresso do alienante em uma nova atividade empresarial que não faça concorrência com o adquirente.
A não concorrência entre o alienante e o adquirente advém da regra contida no artigo 1.147. Porém temos que a mesma regra contém uma exceção. A possibilidade de o adquirente concordar de forma expressa com que o alienante possa restabelecer-se mesmo que faça concorrência ao estabelecimento adquirido. Portanto será permitida a concorrência entre o adquirente e o alienante, caso haja concordância. Segue assim a transcrição do art. 1.147 do Código Civil:
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
Essa vedação em permitir que o alienante se restabeleça em concorrência ao adquirente possui explicação ao analisarmos o contrato de trespasse, vez que ao adquirir o Estabelecimento Empresarial, se adquire todos os bens corpóreos e incorpóreos, conforme amplamente exposto. Dentre esses bens incorpóreos, encontra-se bem conhecido como clientela. Assim caso o alienante vier a fazer concorrência este estará de certa forma disputando contra o adquirente algo que ele próprio vendera. Caso se permitisse a concorrência poderia ocorrer em alguns casos que o adquirente comprasse e pagasse pela clientela, mas que em razão dessa concorrência a clientela não fosse “entregue” ao adquirente. Caso ocorra a concordância expressa do adquirente, entende-se que o mesmo não tenha adquirido a clientela.
É importante observarmos que em se tratando de contrato de arrendamento ou usufruto do estabelecimento empresarial a mesma regra se aplicará tanto para o arrendador como para o nu-proprietário; não podendo os mesmos se restabelecer em concorrência enquanto perdurar o contrato. Proibição essa reconhecida pelo parágrafo único do artigo 1.147 do diploma civil:
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
Ainda, no estudo do contrato de trespasse devemos tratar sob o tema da sub-rogação dos contratos. Assim devemos observar que o adquirente assume também todos os contratos existentes no momento da alienação, desde que não se trate de contratos de natureza pessoal, que tenham sido firmados “intuitu personae”.
Conforme ensina o Professor Gladston Mamede, “Excetuam-se da regra os contratos que tenham caráter pessoal, ou seja, aqueles que tenham sido ajustados tendo por referência a pessoa do trespassante, por sua individualização personalíssima, ou de seus sócios, na hipótese de sociedade empresária.” 
Assim temos que a regra no contrato de trespasse é que a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa.
A não ser no caso da exceção de contrato pessoal, somente poderá efetuar a rescisão do contrato por justa causa, decorrente da alienação, no prazo de 90 dias, sendo que nesse caso estará excepcionada a responsabilidade do alienante, vez que o adquirente deu justa causa a esta rescisão. 
Assim como já mencionamos os contratos de natureza personalíssima não integram a presente regra.
A disciplina da sub-rogação está contida no art. 1.148 do Código Civil.
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
O ultimo instituto a ser estudado sobre o Estabelecimento Empresarial e sua alienação, se trata da Cessão de Créditos regulamentada pelo art. 1.149 do Código Civil, o qual está redigido no seguinte sentido:
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente.
Nesse caso específico temos que os créditos existentes em favor do estabelecimento empresarial serão transferidos ao adquirente, da mesma forma que o passivo.
A transferência dos créditos terá efeitos a partir da publicação da transferência do estabelecimento empresarial. Portanto, a regra é que após a publicação do trespasse, o devedor é quem deverá pagar os créditos ao adquirente e não ao alienante.
Entretanto, esta regra comporta exceção. No caso de ocorrência do pagamento feito de boa-fé pelo devedor ao antigo credor, chamado pela lei de cedente. Neste caso como o pagamento foi efetuado de boa-fé, o devedor estará dispensado de fazê-lo novamente.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL C.F. art. 5º, XXIX e Lei 9.279/96
O instituto da Propriedade Industrial, regulamentado pela Lei 9.279/96, também conhecida como Lei de Propriedade Industrial com base nas disposições constitucionais do inciso XIX do artigo 5º, é o regime jurídico que protege a frutos da propriedade intelectual, denominados propriedade industrial. A propriedade industrial, que não se confunde com o direito autoral (outro ramo da propriedade intelectual) se divide inicialmente em três grupos, das patentes, dos registros e das formas de repressão. Cada um desses grupos se desdobra em duas formas, de modo que ao final, a propriedade industrial se dividirá em 06 hipóteses que serão por nós estudadas: concessão de patente de invenção, concessão de patente de modelo de utilidade, concessão de registro de desenho industrial, concessão de registro de marca, repressão à falsa indicaçãogeográfica, repressão à concorrência desleal. São eles:
Resumindo:
Em que consiste a propriedade industrial em nosso ordenamento jurídico?
Concessão de Patente de Invenção – é quando se reconhecerá que determinada pessoa (física ou jurídica) inventou algum produto. Invenção tem que realmente ser algo novo, totalmente desconhecido. Neste caso o Estado concederá ao inventor o privilégio temporário de utilização exclusiva dos proveitos econômicos de tal invenção. Após o prazo estipulado a invenção cairá no domínio público podendo ser fabricado por qualquer interessado sem necessidade de pagar nenhuma importância ao inventor. 
Concessão de Patente de Modelo de Utilidade – também conhecida como pequena invenção. É quando se agregará nova utilidade totalmente desconhecida até então a produto já conhecido. O Estado também concederá o privilégio temporário de sua utilização exclusiva pelo titular. Após o prazo estipulado a pequena invenção cairá no domínio público podendo ser fabricado por qualquer interessado sem necessidade de pagar nenhuma importância ao inventor.
Concessão de Registro de Desenho Industrial – é o conhecido Design. Um desenho novo, original que venha a dar forma plástica diferenciada a um produto. O seu autor também receberá do Estado o privilégio temporário para sua utilização econômica. Após o prazo estipulado o desenho cairá no domínio público podendo ser fabricado por qualquer interessado sem necessidade de pagar nenhuma importância a quem idealizou e foi o portador dos direitos do design criado.
Concessão de Registro de Marca – a marca é a propriedade intelectual mais valorizada no mundo atual. É o signo de identificação de um produto ou de um serviço. Será utilizada com exclusividade por quem detém a propriedade de seus direitos. Essa utilização poderá não ser temporária se o titular assim o desejar. A marca como um signo que distingue um produto não deve cair em domínio público para não causar confusões especialmente ao consumidor. 
Repressão à falsa indicação geográfica – significa reconhecer a existência de especificidade intelectual da população ou setores econômicos ali residentes em determinada região geográfica de um país. Fruto de sua originalidade que pode inclusive apropriar-se de questões da natureza – solo, clima, etc – determinadas regiões são conhecidas por produzirem tais produtos que se tornam muito especiais. Assim, elas têm a proteção de que ninguém se aproprie desta indicação geográfica para enganar os consumidores. O caso mais famoso é o do champagne. 
Repressão a Concorrência Desleal – A lei traz dispositivos que visam coibir a concorrência desleal para que ninguém se aproprie economicamente de forma enganosa do talento alheio.
Sabendo quais são os desdobramentos da propriedade industrial protegidos no Brasil é necessário entendermos o que significa o instituto da propriedade industrial, para assim podermos conceituá-lo de forma correta. É fato que o nome de instituto está intimamente ligado a sua essência, portanto para conceituar de forma correta, devemos primeiramente separar os dois vocábulos que nomeiam o instituto, para depois analisá-lo de forma conjunta. Assim temos que propriedade, significa uma qualidade de que é próprio, particular, individual, diferente daquilo que é comum a todos, ou seja, a propriedade deve por sua natureza possuir um possuidor, titular, denominado Proprietário e o segundo vocábulo a ser analisado é o termo industrial. No presente caso entendemos que esse vocábulo, advém do emprego dessa propriedade junto ao setor econômico, não necessariamente ao setor industrial; entretanto é importante destacar que indústria, está para nós na criação de algo novo, ou seja, de inventar, fabricar, criar assim uma propriedade, que terá natureza econômica, fato esse que fará com que a mesma possua proteção jurídica, vez que o direito não protege bens que não possuem valores. É importante observarmos que apenas se conceituará como propriedade industrial, os bens intangíveis, imateriais, que surjam do intelecto de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, cuja finalidade seja, a produção industrial ou aquilo que se está a serviço da indústria e da atividade econômica em geral como por exemplo a proteção que se dá as Marcas.
Apenas para facilitar o entendimento da propriedade industrial, podemos classificá-la dentro do grupo da propriedade intelectual. Assim, podemos concluir de forma lógica que a propriedade industrial é uma espécie do gênero propriedade intelectual, da mesma forma que assim o é a propriedade autoral.
Resumindo:
Porque se chama Propriedade Industrial?
A propriedade industrial é um subgrupo da propriedade intelectual, que tem a característica de ser industrializável ou colocada à disposição do comércio e da atividade econômica em geral. Assim temos que a patente só merece proteção quando for industrializável; o registro do desenho industrial somente quando suscetível de fabricação; a marca somente quando efetivamente vier a ser utilizada pelo agente econômico para identificar um produto, um estabelecimento ou um serviço.
Feitas as considerações acima, sobre a propriedade industrial, devemos observar que nosso ordenamento jurídico prevê a existência de um órgão especializado para a proteção da propriedade industrial. A existência desse órgão diferenciado e especializado sobre o tema decorre de dois fatos cumulativamente importantes, a especificidade do tema a ser tratado, de forma que se obriga que os integrantes desses órgãos possuam grande conhecimento técnico sobre o assunto e o segundo fator importante para a existência de um órgão diferenciado para a proteção da propriedade industrial está ancorada na importância econômica que a propriedade industrial possui em todo mundo. Segundo nosso ordenamento jurídico o órgão que garante a propriedade industrial em nosso país é o Instituto Nacional de Propriedade Industrial, conhecido pela sigla INPI.
Resumindo:
Quem garante a propriedade industrial?
O Estado através do órgão denominado INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
Por simplesmente tratar de uma propriedade podemos afirmar que a propriedade industrial garante ao seu titular uma série de direitos, os quais são decorrentes das proteções conferidas pela Lei de Propriedade Industrial. Nesse sentido temos que o titular da propriedade industrial, poderá ter o direito de usar exclusivamente sua propriedade, enquanto a mesma existir, ou por um determinado tempo, conforme se verá em cada espécie. Lembrando desde já que a propriedade industrial, possui em regra a particularidade de sua existência a prazo certo, com exceção do registro da Marca e da indicação geográfica, que poderão ser criadas por prazo indeterminado. O principal direito inerente a propriedade industrial, é o mesmo que decorre de toda a propriedade, qual seja: a possibilidade de utilização econômica de forma exclusiva em favor de seu titular. Esse direito de explorar a propriedade industrial se justifica como sendo uma retribuição da sociedade pelo trabalho do inventor, pelos custos e tempo dedicados à produção daquele bem ou pelo talento no desenvolvimento de uma marca como um signo distintivo de um produto ou um serviço. Apesar desta disposição estar prevista na parte atinente as patentes, o direito de exclusividade se aplica a todos os titulares de propriedades industriais.
Resumindo:
Direitos decorrentes das Proteções conferidas pela Propriedade Industrial? (art. 42, da Lei 9279/96)
Utilização econômica com exclusividade por um período de tempo, com uma retribuição ao seu titular, pelos custos e tempo dedicado a produção daquele bem. Sendo que a Marca e a Indicação Geográfica, podem manter condições para sempre. Sigilo durante a tramitação do processo de patente.
Da Proteção Constitucional à Propriedade Industrial:
 	O artigo 5º da Constituição Federal que trata dos Direitos e Garantias individuais e coletivas dispõe em sue inciso XXIX:
	Art. 5º ...
	XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para suautilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. 
	É muito fácil assim identificar os pressupostos constitucionais de retribuição àquele que for detentor de inventos quer seja de produtos, de marcas, nomes, signos, e outros que sejam oriundos da criação do intelecto humano que busquem proteção e registro para deles poder usufruir benefícios econômicos temporários ou permanentes conforme o caso. 
	Inicialmente iremos tratar das proteções conferidas aos inventores de produtos. Utilizaremos as disposições da Lei 9.279/96. A segurança jurídica a ser concedida a um inventor é instrumentalizada em um documento denominado Patente. Vejamos:
Patente de Invenção e Modelo de Utilidade (art. 6º a 93 da Lei 9279/96)
Requisitos da Patente: Os requisitos das patentes de invenção e de modelo de utilidade estão dispostos no artigo 8° da Lei 9.279/96. Nosso ordenamento jurídico somente reconhecerá essas propriedades industriais caso as mesmas contenham os seguintes requisitos: (i) novidade, (ii) atividade inventiva (iii) aplicação industrial e (iv) não impedimento. Lembrando que a diferença entre a novidade para a invenção e para o modelo de utilidade ocorre que no primeiro caso a novidade deverá ser absoluta, no tocante a sua existência. No caso do modelo de utilidade a novidade decorrerá não da existência do produto, mas sim da nova utilidade dada àquele produto. Para melhor compreensão sobre o assunto, iremos expor de forma individualiza os requisitos das patentes:
Novidade: Como já vislumbramos acima a invenção e o modelo de utilidade para serem validados por nosso ordenamento jurídico precisam ser novos. Entretanto, o que significa dizer que um produto é novo ou que determinada utilidade do produto é nova? Para solucionar essa questão a legislação brasileira considera como novo o produto ou utilidade que não estejam “compreendidos no estado da técnica”. Tendo solucionada essa questão quanto a novidade, não podemos deixar de constatar que surge um novo problema, pois o que seria o estado da técnica? O legislador atento a essa possível indagação dos usuários do direito definiu o conceito de estado da técnica, sendo este constituído “por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data do depósito do pedido de patente”. Ou seja se não era ainda conhecido – o produto ou esta utilidade que se inventou – não se encontravam tais invenções no estado da técnica.
Atividade inventiva – o segundo requisito, atividade inventiva, se contrapõe ao evidente e ao óbvio para um especialista no assunto. Ou seja, o inventor deverá demonstrar qual o procedimento técnico utilizado para alcançar determinado resultado que o tenha levado a descobrir algo tão novo; desconhecido do estado da técnica. Esse requisito está previsto nos arts. 13 e 14 da legislação mencionada. 
Aplicação industrial – como último requisito previsto no artigo 8° temos a necessidade do produto ou da utilidade inventada possuir aplicação ao mundo empresarial. Ou seja, a invenção ou o modelo de utilidade somente serão reconhecidos como propriedade industrial caso possuam aplicação na indústria. Caso contrário, o Estado não fornecerá a aquele produto sua proteção. Tal previsão está disposta no art. 15 desta lei. Assim temos que aplicação industrial é capacidade de que um produto possa ser realmente utilizado, pois pode a invenção ser produzida na indústria destinando os mesmo aos consumidores.
Não impedimento – apesar de não estar compreendido dentre os requisitos exigidos no art. 8° da Lei 9.279/96, temos que os impedimentos também funcionam como requisito negativo para concessão da Carta de Patente. Portanto temos que as invenções ou os modelos de utilidade que apesar de preencherem os demais requisitos, se estiverem impedidos (nos casos enumerados pela lei) também não poderão ser patenteados. Tal fato não significa proibição a sua utilização, mas sim uma negativa do estado em proteger tais invenções. Considera-se impedida de ser patenteadas as invenções ou modelos de utilidade que atentem contra a moral, aos bons costumes, a segurança, a ordem pública e a saúde pública, ou que ainda possuam propósitos nucleares. E não se pode ainda, patentear seres vivos, exceto transgênicos, devido a expressa permissão legal. (art. 18)
Art. 18. Não são patenteáveis:
I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas;
II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e
III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.
Da prioridade do Pedido de Patente. (Art 16)
Conforme já mencionamos existem acordos internacionais entre alguns países no sentido de proteger a propriedade industrial, mesmo em outros países. Assim o país se obriga a reconhecer a propriedade industrial oriunda de outro país com a contrapartida desse outro país também reconhecer essa proteção às propriedades industriais em seu território.
Entretanto essa proteção recíproca de propriedade industrial necessita de algumas regras para o seu correto funcionamento. Com isso temos a questão da prioridade.
A prioridade será concedida àquele que efetuar o depósito no Brasil ou em qualquer país que mantenha acordo com o Brasil, ou ainda em organização internacional (que produza mesmo efeito do depósito nacional). Dessa forma temos o seguinte exemplo: Sabendo que Brasil e Chile mantêm acordo quanto a proteção da propriedade industrial e um inventor chileno deposita um pedido de invenção no Chile em abril de 2011, não poderá um inventor brasileiro, mesmo que sem copiar do chileno a invenção fazer o depósito desse mesmo produto no Brasil. O inventor chileno terá prioridade na titularidade dessa invenção no Brasil, pelo prazo estipulado no acordo entre os países, como se ele tivesse efetuado o pedido diretamente ao INPI brasileiro.
É fato que a reivindicação de prioridade deverá ser realizada na data do depósito, a qual poderá ser suplementada no prazo de 60 dias, em decorrência de outras prioridades anteriores a data do depósito brasileiro.
Da Vigência da Patente (art. 40)
A forma de extinção da patente por Excelência é pela expiração do prazo de vigência da Patente. Essa previsão está contida no artigo 40 da Lei 9.279/96, o qual trata da vigência da patente de invenção e do modelo de utilidade. Uma vez expirado tal prazo, a utilização dessa invenção ficará a disposição do público, não sendo necessário nesse caso o pagamento de royaltes pela fabricação e comercialização daquela invenção. 
Para verificarmos qual o verdadeiro prazo de vigência de uma Patente, devemos observar caso a caso. Primeiro temos que saber de qual tipo de Patente estamos tratando, ou seja, patente de invenção ou patente de modelo de utilidade. Verificado o tipo de patente, devemos observar qual foi o prazo transcorrido entre a data do depósito do pedido de patente e a data da concessão da patente.
Assim temos que no caso de patente de invenção, a mesma será em regra concedida pelo prazo 20 anos, contados da data do depósito. Entretanto, não poderá ser inferior a 10 anos contados da data da concessão da patente.
No caso de patente de modelo de utilidade a patente será em regra concedida pelo prazo de 15 anos contados da data do depósito. Entretanto,não poderá ser inferior a 07 anos contados da data da concessão da patente.
Isso visa garantir que mesmo que o INPI possa ter demorado muito na concessão de uma patente o seu inventor ou o titular de seus direitos terá ao menos 10 (na invenção) ou 07 (no modelo de utilidade) anos para usufruir de seus benefícios.
Do Usuário Anterior (art. 45):
O artigo 45 da Lei 9.279/96 prevê a possibilidade da existência de usuário anterior de determinada patente (que era totalmente desconhecida sua existência). A esse usuário ficará assegurado o direito de continuar a exploração do objeto da patente, sem qualquer ônus, na forma e condição anterior, ou seja, não poderá aumentar a exploração. É o denominado usuário anterior de boa-fé.
Para visualizarmos melhor essa possibilidade imagine que uma indústria farmacêutica brasileira, depois de 10 anos de pesquisa descobre um remédio feito com plantas da floresta contra determinada doença realizando o depósito junto ao INPI. Após concedida a patente descobre-se que em uma tribo na Floresta Amazônica já utilizava essa planta para o tratamento dessa doença, sendo que até já explorava comercialmente esse medicamento na própria região. Assim temos que no caso hipotético como a tribo já comercializava o medicamento poderá continuar a exercer a exploração daquele produto sem estar obrigada a pagar royalties ao titular da patente. Porém o usuário anterior não poderá aumentar sua exploração, ou seja não poderá aumentar sua área de venda.
DAS LICENÇAS DAS PATENTES – lei 9.279/96
Licenciar a patente de invenção ou de modelo de utilidade significa conceder o direito de explorar comercialmente o invento, que inicialmente seria exclusivo de seu titular a um terceiro, mediante uma contraprestação, a qual pode ser fixa ou variável ou mesmo mista. É incorreto utilizar o termo alienar ou vender a Patente, vez que, a Patente continua sendo de propriedade de seu titular. O contrato de licenciamento transfere ao terceiro licenciado, o direito de explorar determinada patente com exclusividade ou não, em determinada região.
Feita essa consideração inicial, sobre o contrato de licenciamento, temos que nossa legislação admite a licença de patentes de invenção ou modelo de utilidade das seguintes formas: (i) licença voluntária, (ii) oferta de licença e (iii) licença compulsória, esta ultima erroneamente conhecida como quebra de patente. 
LICENÇA VOLUNTÁRIA (art. 61)
Na licença voluntária o titular da patente ou o depositante do pedido de patente, voluntariamente procura uma parceria para o desenvolvimento comercial e industrial de sua patente de invenção ou de modelo de utilidade. Note que incluímos também o depositante, vez que é possível se licenciar a patente, mesmo antes de sua concessão, ou seja, desde a data do depósito (industrialização e comercialização).
Nesse caso o inventor, titular da patente, contratará com o licenciado a exploração da invenção, sem intermediação de terceiros, havendo liberdade para essa contratação, tratando de um ato de vontade tanto do titular da patente quanto do licenciado.
No tocante a forma do Contrato de licença voluntária de patente de invenção ou modelo de utilidade, temos que não há a existência de uma forma única. É livre a formatação do contrato, salientando que existem requisitos comuns aos contratos que necessitam estar previstos nestes contratos, como qualificação das partes, objeto a ser licenciado com suas principais características, valor da contraprestação a ser paga, bem como sua forma de pagamento fixo ou variável (ou ainda uma forma mista de pagamento), previsão de multa por descumprimento contratual e cancelamento, assinatura das partes e testemunhas. Além desses requisitos comuns existem outros que devido a especificidade da matéria contratada, devem ser apontados nesses contratos como: previsão de exclusividade ou não da licença, o local ou território em que ocorrerá a exploração da patente licenciada, exigência de manutenção de uma qualidade mínima do produto licenciado, com o fim não denegrir a imagem da invenção, forma de controle dos produtos a serem produzidos, principalmente quando a remuneração incluir ao menos parte variável e ainda o prazo pelo qual se dará a licença. 
O contrato de licença de patente de modelo de utilidade bem como o de invenção deve ser averbado no INPI, para que produza efeitos perante terceiros, sendo que tais efeitos se iniciarão com a publicação. Entretanto para validade entre as partes essa averbação não se faz necessária, bastando a mera da assinatura do contrato.
Sendo assim, conclui-se “vulgarmente” que a Licença é uma espécie de comercialização da patente, transferindo ao licenciado todos os poderes para agir em defesa da patente, por determinado período e território os termos fixados no contrato, mas mantendo a titularidade da patente com inventor.
O valor pago pelo licenciado ao titular da patente de forma variável é conhecido como Royalties, e geralmente é calculado como uma forma de comissão sobre o valor da produção daquele produto. Assim quanto maior o sucesso do produto inventado, maior será a remuneração do inventor, em decorrência do contrato de licença.
É importante observar que quanto mais claro e detalhista for o contrato de licença, mais seguro será para as partes contratantes, vez que a função do advogado na elaboração desses contratos é prever os possíveis riscos que aquele contrato possa enfrentar em sua execução, de forma que minimize a chance de prejuízos para as partes no futuro.
OFERTA DE LICENÇA (art. 64)
A segunda forma de efetuar a licença de uma Patente de Invenção ou de Modelo de Utilidade é a Oferta Pública de Licença, a qual está prevista no artigo 64 da Lei 9.279/96, e ocorrerá por intermédio do INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. 
Essa forma de licença ocorre em decorrência da dificuldade ou impossibilidade do inventor (titular da patente) conseguir desenvolver sua patente comercialmente e também não conseguir licenciar voluntariamente a terceiros interessados, o que pode ocorrer pela dificuldade de contato de um inventor com uma empresa com possibilidade de produzir determinado produto.
Nesses casos o INPI, irá publicar junto ao Diário Oficial, a existência de uma patente a ser licenciada informando as especificidades do produto a ser licenciado, como o território, prazo e demais condições para exploração. Nessa publicação o INPI estimará um valor a ser pago ao inventor a titulo de Royalties, e ainda eventual remuneração fixa, e marcará um leilão com os interessados em adquirir a licença daquele produto.
Antes do leilão os interessados terão o direito de conhecer o produto a ser licenciado, inclusive para verificar a tecnologia a ser empregada no desenvolvimento daquele produto, possibilitando uma análise de mercado, para que seja constatada a viabilidade comercial do mesmo.
Determinada a data do leilão, o qual ocorrerá em local designado pelo órgão público INPI, sendo possível o leilão on line e havendo licitante vencedor, será concedido ao inventor antes da aceitação expressa da oferta a possibilidade de desistir da oferta de licença. Ou seja, o inventor pode desistir da licença mesmo posteriormente a realização do leilão. Porém uma vez aceita expressamente a oferta, não poderá o titular da patente, desistir da licença.
Havendo interessados em produzir determinado produto, mas não havendo um acordo quanto a remuneração do inventor para essa licença, as partes poderão atribuir ao INPI, a possibilidade de arbitramento do valor da remuneração, o qual analisará a invenção sobre aspectos técnicos e a possibilidade de retorno financeiro para o licenciado, fixando o valor da remuneração a ser paga ao inventor, a qual poderá ser revista no prazo de 01 ano. 
LICENÇA COMPULSÓRIA (ART 68)
Essa é a terceira forma de licenciamento de uma patente. E a mesma possui a característica da obrigatoriedade, ao contrário da voluntariedade existente nas outras formas de licença. É uma espécie de desapropriação dos direitos de exploração da patente, observandoque o titular não perde a titularidade da mesma, mas perde o direito de explorar determinada patente com exclusividade, em decorrência do interesse público ou emergência nacional, por exemplo.
 A realização desse ato de força do Poder Público se trata de uma exceção a regra da exploração da Propriedade Industrial, a qual pertence exclusivamente a seu titular. Porém em determinados casos previstos em lei, o direito de propriedade industrial é relativizado em decorrência de um interesse maior da coletividade (uma espécie de função social da propriedade também aplicada a Propriedade Industrial).
Nosso país tem adotado essa prática de Licença Compulsória principalmente em casos de Patentes de Medicamentos de altíssimo custo e necessário à vida das pessoas. Essa prática tem sido denominada “vulgarmente’” como “quebra de patente”, casos previstos no art. 71 dessa Lei. Porém essa denominação é errada, pois transfere a idéia da extinção da patente, quando na verdade a patente continua a existir. Apenas ocorrerá um licenciamento obrigatório em favor de terceiros, mesmo sem o consentimento de seu titular. Porém, em decorrência de sua titularidade irá receber uma remuneração por essa licença, sendo que o valor dessa remuneração será determinado pelo Poder Público que realizou a licença compulsória. 
O artigo 68 da Lei 9.279/96 prevê as condições em que se permite a Licença Compulsória, sendo que para essa forma de licença, terá o inventor titular da patente que agir de forma abusiva, ou por meio da patente praticar abuso de poder econômico. O que deverá ser comprovado por processo administrativo ou judicial. Também são causas da licença compulsória a não exploração da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou se a comercialização não satisfizer as necessidades do mercado. Nesses casos a licença compulsória somente poderá ser requerida quando decorridos 03 anos da concessão de patente. A licença concedida compulsoriamente deverá ser explorada de forma a visar predominantemente o mercado interno.
Será caso ainda de se conceder a licença compulsória nos casos em que para a concessão de uma patente o depositante necessite da utilização de uma patente anterior. Nesse caso, o titular da patente anterior caso não licencie o uso de sua patente ao novo inventor, poderá ter sua patente licenciada compulsoriamente, na forma estipulada no art. 70 da Lei.
Em todas as hipóteses de licença compulsória, o titular da licença terá seus direitos assegurados de receber Royalties “justos”, fixados pelo INPI ou pelo Governo. Frisando que as licenças compulsórias serão sempre concedidas sem o direito de exclusividade e sem a possibilidade de sublicenciar.
O artigo 71 prevê ainda que em casos de Emergência Nacional ou Interesse Público, declarados em ato do Poder Público, mesmo que não ocorra o uso da patente de forma abusiva ou que caracterize o abuso do poder econômico, sendo necessário apenas que o titular da patente não atenda a necessidade pública, a mesma também poderá sofrer licenciamento compulsório. Essas decisões brasileiras nos casos de medicamentos para controle da Aids estão tendo respaldo internacional. Frise que mesmo nesses casos deverá haver pagamento dos direitos do titular da patente. Nesse sentido transcrevemos o artigo 71:
Art. 71. Nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular.
Ao titular da patente, existem defesas ou justificativas que impossibilitam a concessão da Licença Compulsória. Principalmente nos casos de licença compulsória por não fabricação e comercialização do produto no território nacional, sendo que as justificativas do titular devem ser no seguinte sentido:
I - justificar o desuso por razões legítimas;
II - comprovar a realização de sérios e efetivos preparativos para a exploração;
III - justificar a falta de fabricação ou comercialização por obstáculo de ordem legal.
Em se tratando dos casos previstos no artigo 71, havendo necessidade, não há justificava hábil a impossibilitar a Licença Compulsória.
DA RETRIBUIÇÃO ANUAL (art. 84)
Em decorrência de toda essa proteção concedida ao titular da patente de modelo de utilidade ou invenção, o titular se obriga a retribuir ao Estado por essa proteção. Assim antes mesmo da concessão da patente o inventor está obrigado a pagar uma retribuição anual, nos termos do artigo 84 da Lei 9.279/96, a partir do terceiro ano da data do depósito.
DA EXTINÇÃO DA PATENTE
Quando ocorrer qualquer um dos eventos que provoque a extinção da patente, a mesma cairá em domínio público, ou seja, todos passam a ter acesso a patente, dessa forma ocorrerá a perda da exclusividade de uso do inventor, portanto não há impedimento para que o inventor continue a utilizar sua invenção após a extinção da patente, entretanto o Estado não mais garantirá o direito de uso com exclusividade. Segue abaixo o rol, de hipóteses em que ocorrerá a extinção da patente:
1ª hipótese: pela superação do prazo de vigência, este é o caso clássico de extinção de patente, ou seja, quando terminar o prazo de vigência. Para lembrar: para as invenções (20 anos do depósito e no mínimo 10 da concessão) e para os Modelos de utilidade (15 anos do depósito e no mínimo 07 da concessão).
2ª hipótese – pela renuncia de seu titular, ressalvado direitos de terceiros. Por exemplo, o fato de haver sido a mesma licenciada. Será preciso resguardar os direitos dos terceiros detentores da licença, portanto uma eventual renúncia, que prejudique os direitos de terceiros não será válida. Portanto resta demonstrada a importância de ser realizada a averbação de eventual licença de patente, junto ao INPI, para dar validade do contrato perante terceiros.
3ª hipótese – pela caducidade, por meio de requerimento de parte interessada ou de ofício, no prazo 02 anos após a concessão da primeira licença compulsória, caso em que esse prazo não tiver sido o suficiente para evitar o abuso ou o desuso da patente, salvo as justificativas legais. A caducidade decorre do abuso da patente ou do desuso da mesma, exemplo: não fabricação ou comercialização do produto patenteado. Nos termos do art. 80 da Lei 9.279/96:
Art. 80. Caducará a patente, de ofício ou a requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse, se, decorridos 2 (dois) anos da concessão da primeira licença compulsória, esse prazo não tiver sido suficiente para prevenir ou sanar o abuso ou desuso, salvo motivos justificáveis.
§ 1º A patente caducará quando, na data do requerimento da caducidade ou da instauração de ofício do respectivo processo, não tiver sido iniciada a exploração.
§ 2º No processo de caducidade instaurado a requerimento, o INPI poderá prosseguir se houver desistência do requerente.
4ª hipótese – Pela falta de pagamento da retribuição anual (art. 86). Observando que anualmente o inventor detentor da patente deverá pagar uma retribuição ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, sendo que a falta desse pagamento, acarreta a Extinção da Patente.
5ª hipótese – Inobservância do art. 217 (quando o titular da patente, estabelecer-se no exterior, essa pessoa deverá constituir um procurador no Brasil, com poderes para receber intimação e citação. Se não tiver representante no país ocorrerá a extinção da patente.
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