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PRINCÍPIO DOS TRABALHOS VIRTUAIS Força Generalizada, Deformações e Deslocamentos • força generalizada: pode ser interna ou externa, e uma força externa pode ser ativa ou reativa. Admitindo-se que a viga anterior esteja em equilíbrio sob a ação das forças indicadas, secciona-se o trecho CB. Representamos o diagrama de corpo livre da viga abaixo: Atenção: Durante a fase de projeto, um dos objetivos fundamentais é a definição de dimensões suficientes para as seções transversais e a especificação de materiais com resistência adequada para que a estrutura suporte com segurança os carregamentos atuantes!!!! • Uma estrutura solicitada por um sistema de forças sofre mudança de forma: deformação. São grandezas adimensionais; caracterizam completamente a mudança de forma de um elemento infinitesimal em torno de um ponto. • Neste processo os pontos da estrutura sofrem mudanças de posição em relação às suas posições iniciais e em relação uns aos outros: deslocamento. Os deslocamentos decorrem do efeito acumulado das deformações nos pontos do corpo ou da estrutura. Resumindo: os pontos de uma estrutura submetida a um carregamento qualquer ficam sujeitos a estados de tensão e se deformam em maior ou menor grau, consequentemente se deslocam!!!! Atenção: Durante o projeto estrutural, outro objetivo fundamental a ser atingido é especificar as peças da estrutura com dimensões e materiais adequados, para que sejam evitados deslocamentos excessivos quando a estrutura estiver em funcionamento sob ação dos carregamentos!!! Δ = translação Θ = rotação • Um deslocamento deve ser entendido genericamente como uma translação ou rotação de algum ponto da estrutura. Condições de compatibilidade e deslocamentos • Na análise estrutural, além das condições de equilíbrio, devem ser satisfeitos todos os requisitos de compatibilidade de deslocamento. • As condições de compatibilidade dizem respeito à continuidade dos deslocamentos e dos requisitos de vinculação da estrutura nos apoios. • Assim, numa seção qualquer de uma barra da estrutura, sendo esta seção definida por um ponto sobre o eixo barra, tomando-se um ponto localizado um infinitésimo à esquerda e outro à direita, os deslocamentos destes pontos vizinhos devem ser iguais ao deslocamento do ponto da seção para que haja continuidade de deslocamentos. Atenção: As condições de compatibilidade são muito importantes na análise estrutural pois permitem complementar o número de equações de equilíbrio estático quando se analisa uma estrutura hiperestática pelo método da forças!!! Comportamentos Básicos dos Materiais: Linearidade, Não-linearidade, Elasticidade, Plasticidade • O comportamento físico de um material é definido pelas relações existentes entre as tensões atuantes e as correspondentes deformações por elas provocadas. • A linearidade física corresponde a uma relação diretamente proporcional entre tensões e deformações. • O que não ocorre na não-linearidade. • elasticidade é a propriedade que certos materiais idealizados possuem de se deformarem quando submetidos a tensões, e de voltarem à condição inicial indeformada, quando o estado de tensão que causou a deformação é removido. • No caso de não haver retorno à situação inicial, permanecendo deformações residuais, o material é dito elastoplástico. Atenção: A utilização de materiais do tipo elástico não-linear ou elastoplástico induz a estrutura a se comportar de forma não-linear, isto é, a relação entre as cargas e os deslocamentos não é neste caso diretamente proporcional!!! E ainda: Na maioria dos casos, nos projetos estruturais, os fatores de segurança aplicados sobre solicitações e resistências fazem com que os materiais quase sempre trabalhem em um nível de tensão abaixo de 40 % da sua tensão de escoamento. Por esta razão na maioria das vezes considera-se o material com comportamento elástico-linear para fins de análise estrutural!! Comportamento Geométrico das Estruturas: Linearidade e Não-linearidade Geométrica • O comportamento geométrico de uma estrutura é definido pelas relações entre forças e efeitos estruturais correspondentes. • A linearidade geométrica existe quando os efeitos são combinações lineares das causas. • Para se ter comportamento linear numa estrutura exige-se necessariamente o comportamento linear do material (linearidade física) e linearidade geométrica da estrutura. • Para a linearidade geométrica deve-se ter um arranjo adequado das barras e dos vínculos de forma que seja possível estabelecer as condições de equilíbrio estrutural na posição inicial da estrutura indeformada. Atenção: Para tanto a estrutura deve funcionar em regime de pequenos deslocamentos e pequenas deformações!!! Resumindo: Não é possível uma estrutura apresentar comportamento linear se o material tiver comportamento não-linear, bem como não há possibilidade da estrutura apresentar comportamento linear se apresentar alguma não-linearidade geométrica. • Para estrutura apresentada abaixo, não se consegue o equilíbrio no ponto C sem considerar a deformação das barras AC e BC e os consequentes deslocamentos: estrutura de comportamento não-linear geométrico. • Comportamento linear-geométrico: Atenção: Se a estrutura anterior for composta de barras muito delgadas e material muito deformável, de forma que os deslocamentos não possam ser considerados como pequenos ela é considerada não linear-geométrica. Princípio da Superposição dos Efeitos • Quando uma estrutura tem comportamento elástico-linear (linearidade física e geométrica) pode-se considerar que os efeitos produzidos por várias causas podem ser obtidos combinando-se os efeitos produzidos pelas causas atuando individualmente. • O princípio de superposição dos efeitos pode ser aplicado quando: O material segue a Lei de Hooke (comportamento elástico-linear); Deslocamentos e deformações nos pontos da estrutura são pequenos (linearidade geométrica); A disposição das barras e de vínculos é tal que se pode formular o equilíbrio na posição inicial da estrutura indeformada. • Exemplo: Correspondência entre Força e Deslocamento • Considera-se que força e deslocamento são correspondentes quando: São de mesma natureza: uma força corresponderá a um deslocamento linear, e um momento a um deslocamento angular (rotação); Estão localizados no mesmo ponto da estrutura; Têm mesma direção e mesmo sentido considerado como positivo. • Exemplo: Atenção: A relação de correspondência é diferente da relação de causa. No exemplo anterior, ∆ e θ são ambos causados pela ação conjunta de P e M. Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV) Um deslocamento virtual ou uma força virtual são, respectivamente, um deslocamento imaginário ou uma força imaginária, arbitrariamente impostos sobre um sistema estrutural. O trabalho virtual pode ser considerado como: Trabalho realizado por forças reais durante um deslocamento virtual; Trabalho realizado por forças virtuais durante um deslocamento real. *Pode-se considerar aqui como deslocamento virtual um deslocamento provocado por alguma outra ação que não o sistema de carregamento em questão atuante na estrutura. *Força virtual, da mesma forma, pode ser considerada uma outra força qualquer que não seja a que está provocando o deslocamento real. Princípiodos Trabalhos Virtuais para Corpos Rígidos • Seja um corpo rígido sujeito a um sistema de forças reais Pi constantes. Se ele é submetido a um deslocamento virtual δv, então δvi são as componentes do deslocamento virtual correspondentes aos Pi. • Mas e quando as forças são virtuais e os deslocamentos reais?? Como é calculado o trabalho virtual??? Princípio dos Deslocamentos Virtuais para Corpos Rígidos “Se é aplicado um deslocamento virtual a um corpo rígido sujeito a um sistema de forças em equilíbrio, o trabalho virtual total realizado pelas forças é igual a zero” A recíproca também é verdadeira: “Se o trabalho virtual total realizado por um sistema de forças reais atuando em um corpo rígido quando ele é submetido a um deslocamento virtual que é igual a zero, o sistema de forças está em equilíbrio”. Exemplos 1. Como nas estruturas isostáticas os deslocamentos de apoio não provocam deformações na estrutura nem esforços internos, pode-se considerar que as estruturas isostáticas funcionam como corpos rígidos. Utilizando este fato, as reações de apoio de uma estrutura podem ser calculadas, como a que se segue, usando o Princípio dos Trabalhos Virtuais aplicado aos corpos rígidos. Assim propõe-se calcular a reação vertical VB no apoio B. 2. Usando o Princípio dos Trabalhos Virtuais, propõe-se calcular o momento MA no apoio A. 3. Se o apoio B da viga em forma de L abaixo sobre um recalque de 1,2 pol, determine: a) o deslocamento vertical δc do ponto C; b) o deslocamento horizontal δd do ponto D e c) a inclinação θ𝐴 no ponto A. Princípio dos Trabalhos Virtuais para Corpos Deformáveis Nos corpos deformáveis, pontos do interior do corpo podem mover-se uns em relação aos outros sem violar as condições de restrição. Portanto, neste caso, tanto as forças externas quanto as internas (esforços solicitantes) realizam trabalho. Genericamente, uma estrutura como a mostrada abaixo pode sofrer deformações sem apresentar descontinuidades e respeitando-se a vinculação nos apoios. O elemento de barra dx estará sujeito a resultantes de tensão representadas aqui pelos esforços solicitantes: A deformação da estrutura provoca deslocamentos relativos entre as seções transversais externas do elemento: *extremidade esquerda do Elemento fixada • N ↔ dδ dδ = deslocamento relativo entre as seções extremas do elemento de barra na direção do eixo da barra) • M ↔ dθ dθ = rotação relativa entre as seções extremas do elemento de barra no plano da mesma • V ↔ dλ dλ = deslocamento relativo no plano da barra entre as seções extremas do elemento de barra na direção perpendicular ao eixo • T ↔ dφ dφ = rotação relativa entre as seções extremas do elemento em torno do eixo da barra • Portanto, existe um trabalho real interno produzido por estes esforços que, no caso de comportamento elástico linear é dado por pela integral do trabalho infinitesimal sobre cada elemento de barra dx. Princípio dos Deslocamentos Virtuais para Corpos Deformáveis “Quando em uma estrutura deformável, em equilíbrio sob a ação de um sistema de carregamento, é dada uma pequena deformação virtual compatível, o trabalho virtual realizado pelas forças externas é igual ao trabalho virtual realizado pelas forças internas”. Observação: Os deslocamentos ou deformações virtuais devem ser compatíveis com as condições de contorno geométricas (apoios) e não devem violar a continuidade das deformações da estrutura!!!! Considerando a seguinte estrutura: Onde: P e M: força e momento externos VC e θB: deslocamentos correspondentes a P e M, originados da deformação (real) causada pelo carregamento (P e M) δvC e δθB: deslocamentos virtuais correspondentes a P e M, impostos após a deformação real da estrutura . Não são provocados por P e M, mas sim da deformação virtual. No caso anterior, o trabalho virtual externo será: • A deformação virtual imposta provoca deslocamentos virtuais das seções transversais, correspondentes aos esforços solicitantes reais atuantes nestas seções. Portanto, o trabalho virtual das forças internas realizado ao longo de todo o comprimento da estrutura é: • Aplicando o PTV, no equilíbrio tem-se δWext = δWint, portanto: Princípio das Forças Virtuais para Corpos Deformáveis “Se a um corpo deformável sujeito a deslocamentos reais provocados por um sistema de forças em equilíbrio é aplicado um sistema equilibrado de forças virtuais, o trabalho virtual externo (produzido pelas forças virtuais externas quando ocorrem os deslocamentos reais) é igual ao trabalho virtual interno (produzido pelos esforços virtuais internos quando ocorrem as deformações reais das barras)”. Onde: • P e M: força e momento externos reais • δQ: força virtual • v1, v2, θ : deslocamentos reais correspondentes a δQ, P, M (provocados por P e M). Na viga anterior, tem-se Exemplos
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