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A República Velha - CF de 1891 - Código Penal de 1890 - Código Civil de 1916 - Organização Política - Estrutura Judicial

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A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1891
	A constituição de 1891 foi a primeira constituição da história republicana do Brasil. Essa constituição foi promulgada e trouxe no seu conteúdo fatores que mexeram na organização política e também religiosa do Brasil. A proclamação da república foi um evento histórico na história do pais, dentre os motivos que levaram à queda da monarquia e a proclamação da república destaca-se: um levante militar junto a articulação de grupos radicais e abolicionistas interessados na efetivação do regime republicano, o desgaste do governo monárquico em relação a igreja, a insatisfação da elite agrária pela abolição da escravatura, e o não pagamento de indenização do estado que foi prometido a aqueles que perderam seus escravos depois da aprovação da lei Áurea. 
Quando o Brasil retornou da guerra do Paraguai, na qual, no seu início contou com a ajuda do Uruguai e da Argentina formando a tríplice aliança que também recebeu a contribuição financeira da Inglaterra, os militares voltaram fortes e confiantes. Durante o império, os militares não podiam expor suas opiniões políticas, e por isso, passaram a reivindicar por participações no cenário político brasileiro. Porém, Dom Pedro II não deixava os generais militares participarem ou opinar na questão política do país, isso serviu para que fosse aquecido os ideais revolucionários dos militares contra o regime monárquico.
A notícia recebida pelo almirante Custódio José de Mello no navio Almirante Barroso por meio de um telegrama enviado do Rio de Janeiro no dia 17 de dezembro de 1889, dava conta de que o império havia caído. Após a derrubada da monarquia brasileira, que até então era comandada por Dom Pedro II, foi proclamada a república no dia 15 de novembro de 1889. Dom Pedro II vivia a partir daquele momento exilado na Europa.
Entre os anos de 1889 e 1891, o Brasil viveu sob o comando de um governo provisório, que era comandado pelo Marechal Manoel Deodoro da Fonseca que por sua vez já estava idoso e bastante doente. O governo provisório dedicou-se intensamente à atividade legislativa, pois era preciso suprimir as lacunas e substituir as leis feitas que beneficiavam a Monarquia por leis que atendessem as necessidades do novo regime republicano. 
	Dezoito dias após a Proclamação da República, foi nomeado uma comissão composta de cinco juristas para a elaboração de uma nova constituição Brasileira. Presidida por Joaquim Saldanha Marinho, a comissão elaborou alguns pareceres que depois de editados por Rui Barbosa, foi submetido à constituinte. Deodoro deu diversos palpites acerca do novo texto constitucional, porém, o marechal era um “analfabeto político”. Após algumas discussões na constituinte, Deodoro discordando de algumas decisões e propostas quis dissolver o congresso, mas com a intervenção da marinha do Brasil, não conseguiu. Deodoro discordava por exemplo da proposta do mandato de nove anos para senador, e achava estranho os parlamentares terem imunidade jurídica.
Para evitar conflitos internos, Deodoro da Fonseca renunciou ao cargo. Em 24 de fevereiro de 1891 finalmente foi promulgada a nova Constituição republicana que se chamava República Federativa dos Estados Unidos do Brasil. Dentre as várias mudanças no novo regime instalado, destacar-se-á a seguir as principais mudanças que a nova carta magna brasileira trazia.
A carta constitucional estabeleceu a República e o Federalismo como as principais bases do novo governo. A forma de governo republicana estabelecia um elo mais próximo com a população, que elegia seus representantes através do voto.
O modelo Federalista de governo foi inspirado no modelo republicano dos estados unidos da américa. Este modelo dava uma autonomia parcial aos estados em relação ao governo federal, descentralizava o poder que até então estava centralizado no mão do imperador no Brasil Império. Instituído o federalismo, os estados por sua vez podiam criar suas próprias forças policiais, assim que surgiu as policias militares. Os estados poderiam tomar empréstimos com bancos internacionais sem pedir autorização do governo federal.
A primeira constituição republicana estabeleceu que os governantes seriam eleitos pelo voto popular, porém, só os homens alfabetizados e maiores de 21 anos eram quem poderiam votar, as mulheres conseguiriam o direito de votar posteriormente, durante a Era Vargas. O voto era aberto, ou seja, todos que tivessem interesse poderia saber quem votou em quem. Em consequência disso, deu-se naquele período uma das eleições mais fraudulentas durante a fase da República Velha. O indivíduo que votava, em muitas vezes era observado no ato da votação pelos capangas do seus patrões. Chamava-se voto de cabresto, pois tal condição favorecia a elite agraria por exemplo, e os detentores do maior colégio eleitoral do país. 
Após a promulgação da constituição de 1891 o Estado passou a ser laico, ou seja, não seguia nenhuma orientação religiosa oficial, ao contrário do Brasil Império que tinha o catolicismo como religião. O Império brasileiro já passava por conflitos na questão religiosa. Dom Pedro II era maçom, o papa não se conformava com alguns ritos da maçonaria como reunir-se em grupos secretamente por exemplo. 
O casamento no âmbito religioso de nada valia durante o início da República Velha. Somente um casamento civil unia conjugalmente um homem e uma mulher.
Os cemitérios que eram administrados pela igreja católica tornou-se secular, quem controlava a partir da separação, era a autoridade municipal.
O Poder legislativo era exercido pelo senado federal e pelas câmaras dos deputados. Para candidatar-se a senador o indivíduo precisava ter mais de 35 anos e exercia o mandato de 9 anos. O Poder Executivo era exercido pelo Presidente da República, auxiliado por ministros que ele mesmo escolhia. O Poder Judiciário tinha por órgãos um Supremo Tribunal Federal que ficava na capital do país, tinha Juízes e Tribunais Federais que eram distribuídos no país. O STF era quem julgava o presidente nos crimes “commus”.
A constituição de 1891 foi a primeira a falar do mais conhecido remédio constitucional: habeas-corpus.
Art.72 - § 22. Dar-se-ha o habeas-corpus sempre que alguém soffrer ou se achar em imminente perigo de soffrer violencia por meio de prisão ou constrangimento illegal em sua liberdade de locomoção. (Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, 1891)
	Também foi abolida a pena de morte, conforme rege a constituição:
Art.72 - § 21. Fica igualmente abolida a pena de morte, reservadas as disposições da legislação militar em tempo de guerra. (Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, 1891)

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