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3. Dos Contratos Mercantis

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DOS CONTRATOS MERCANTIS
 Para o incremento de qualquer atividade empresarial, seja ela exercida por um empresário individual ou por uma sociedade empresária, o gestor tem que celebrar vários contratos. Dessa forma, celebra entre outros, os seguintes contratos: de trabalho para a contratação de empregados, (regidos pela CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas); industriais para obtenção de licença ou cessão de patente, transferência de know-how; bancário abertura de contas, investimentos; locação aluguel de imóveis, galpões; leasing de equipamentos e veículos; contratos diversos para a aquisição de matéria-prima, mercadorias, para venda de bens que produz ou serviços, com consumidores e outros empresários, entre outros.
		legislação brasileira contempla 05 (cinco) Regimes Jurídicos (regras a que se subordina e que estão obrigados os empresários a obedecer), todas diferenciadas, como sejam: 1) Normas Trabalhista quando contratam seus empregados ou prestadores de serviços; 2) Normas Administrativa quando celebram contrato com o Poder Público; 3) Normas do Consumidor quando sua situação é diferente de empresário, celebra contrato como consumidor; 4) Normas Comercial quando a celebração desse contrato é feita com outro empresário; e, finalmente a 5) Normas Civil nas demais hipóteses, oportunidade em que fica sujeito as normas contidas na legislação civil - CC.
		É interessante observar que os contratos mercantis podem se sujeitar, dependendo das condições dos contratantes, ao Código Civil – CC ou ao Código de Defesa do Consumidor – CDC. Por exemplo: O contrato se subordinará as normas do CC quando é elaborado por advogados de empresas que se equivalem financeiramente, exemplo: o Banco BRADESCO contrata a Construtora OAS para construir sua filial-nordeste com sede em Recife, este contrato é mercantil, sujeito as regras e normas do CC, enquanto o contrato de concessão de empréstimo celebrado entre esse mesmo estabelecimento bancário (BRADESCO), e um microempresário, está sujeito as normas do direito consumerista, uma vez que o microempresário se encontra em situação semelhante à de um consumidor.
 1. - Dos Contratos e Obrigações
		Conforme ficou demonstrado, podemos entender que contrato é o acordo de vontades celebrado entre partes que espontaneamente se obrigam a cumprir, com o objetivo de adquirir, resguardar, transferir, modificar, conservar, ou extinguir direitos. 
		Já a obrigação deriva do direito gerado de um determinado fato. Quando por exemplo um profissional liberal aufere uma renda proveniente de um trabalho prestado, fica obrigado a recolher, a pagar o respectivo imposto sobre àquela renda auferida, quando com culpa, por exemplo, alguém causa um dano à outra pessoa, deve indenizá-la. 
		Pois bem, quando é a norma jurídica que determina a obrigação, estamos diante de uma obrigação legal, por exemplo: pagamento de uma indenização causada pela prática de um ato ilícito que provocou dano a um terceiro; pagamento de pensão alimentícia do pai a filho menor. Entretanto, quando essa obrigação não decorre de um disciplinamento legal, e sim de um contrato, nos deparamos com a chamada obrigação contratual, que é a obrigação dos contratantes diante das cláusulas e condições estipuladas no contrato. O contrato de constituição de uma sociedade é uma dessas formas, e finalmente, aquela denominada de obrigação institucional que é, por exemplo, o caso do casamento.
 2. - Da Constituição do Vínculo Contratual
		Naturalmente o contrato se materializa pela vontade manifestada pelas partes contratantes. Porém, o art. 807 do CC prevê os chamados contratos solenes que são aqueles em que o direito exige que sua constituição obedeça a determinadas formalidades.
		No caso dos contratos mercantis, de uma forma geral, são considerados perfeitos e acabados quando se observa a conclusão da vontade das partes, sendo que a parte que toma a iniciativa é chamada de proponente enquanto a outra parte, àquela a quem é destinada a proposta, é chamada de aceitante, e sua manifestação ao aceitar o contrato, é denominada de aceitação
 		Em razão do princípio da relatividade, o contrato gera efeitos tão somente entre as partes que nele se vinculam, assim, não criam direitos e deveres as pessoas estranhas a essa relação. Existe, entretanto exceções a essa regra, quando, por exemplo, se celebra a contratação de um seguro de vida, que é um contrato constitutivo de crédito em benefício de uma terceira pessoa que não participa do contrato.
 3. - Da Força Obrigatória do Contrato
		Ao referirmos que o contrato gera efeitos para as partes que nele se vinculam, queremos também expressar que as partes assumem obrigações, podendo exigir da outra parte a prestação prometida. Em outras palavras, ninguém pode de vontade própria se eximir das obrigações assumidas em razão da participação em um contrato. Assim, deve ficar compreendido, que aquele que expressa sua vontade de assumir uma obrigação perante outra pessoa, é responsável pelos termos dessa manifestação.
 4. - Da Desconstituição do Vínculo Contratual
		Como explicamos, o contrato gera vínculo obrigacional, e as causas que possam extinguir essa obrigação, provocam sua desconstituição. Dessa forma, a prescrição (a extinção de um direito, em decorrência do curso de um prazo, em que houve negligência para exercê-lo, e assim, o titular desse direito perde a oportunidade de fazer valer esse seu direito em decorrência de sua falta de ação); a confusão (no sentido figurado se apresenta como desordem, perturbação, entretanto, juridicamente compreende ser junção, adjunção ou mistura – Para o Direito Civil, é compreendido como reunião ou mistura – no primeiro caso, - reunião - a confusão decorre quando se reúnem, em uma só pessoa, as qualidades de
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	devedor e de credor, relativamente à mesma obrigação), a compensação (é a verificação das prestações devidas pelas partes, promovendo o balanceamento dos respectivos créditos havidos por cada um dos títulos, reciprocamente credores e devedores, e assim conhecer qual deles é realmente o devedor e o credor). 
		Além desses três aspectos – prescrição, confusão e compensação – a desconstituição do contrato também se dá em razão de sua invalidação (que decorre de causas anteriores a celebração do contrato, e são, por exemplo; incapacidade das partes, ilicitude do objeto, inidoneidade da forma ou vício de consentimento – erro, dolo, simulação, etc.) ou ainda, dissolução 
	do vínculo (que se apresenta através de causas posteriores a celebração do contrato e podem ser através da inexecução = resolução, que é fruto do não cumprimento das obrigações assumidas por uma das partes de forma voluntária ou culposa, podendo ainda decorrer de fatores externos que impossibilite a execução do contrato, como por exemplo, o caso fortuito, a força maior e a insolvência). 
		Ao se celebrar um contrato bilateral, deve ser observado à inclusão de cláusula resolutiva tácita (cláusula que tem a função de fazer cumprir o que
	ficou determinado no contrato de forma implícita, sem manifestação expressa por parte dos contratantes), onde o descumprimento de uma obrigação por qualquer dos contratantes autoriza a outra parte a requerer judicialmente a dissolução do vínculo. Outra forma de dissolução é através da resilição que no sentido jurídico é a mesma coisa que: rescindir – desfazer – distratar – resolver, motivada pela vontade das partes. De uma forma geral, só se dissolve o vínculo contratual mediante acordo bilateral. Entretanto, se admite juridicamente a resilição unilateral, também chamada de denúncia, quando o contrato contiver cláusula nesse sentido.
DA COMPRA E VENDA MERCANTIL
 1.- Quanto a Natureza:
		A compra e venda mercantil ocorre quando o comprador e o vendedor são empresários, assim, a atividade de comércio deve ser entendida como a repetição de contratos de compra e venda, por exemplo: O importador compra o produto do fabricante sediado no exterior que por sua vez revende ao atacadista
que o revende ao varejista.
		É comum a negociação entre empresários de atividades diferentes, objetivando a facilitação de sues negócios. Vejamos, por exemplo, os entendimentos e a contratação de um empresário, proprietário de um supermercado, com outro empresário, proprietário de um laticínio, para fornecimento de seus produtos,
	durante o período de um ano, fixando condições básicas para os demais contratos que serão celebrados ao longo desse período. Por exemplo: quantidade, preço, locais de entrega. Esse acerto entre os empresários é dado à denominação de contrato de fornecimento.
		O CC através dos arts. 421 e seguintes – dita a maioria das normas a que os contratos de compra e venda mercantil se subordinam. Existe, entretanto, àqueles que obedecem às Leis Especiais. Exemplificando, quando um empresário-comprador faz negócio (celebra contrato de compra e venda) com um empresário-vendedor, que, é o consumidor final da mercadoria, este contrato fica sujeito às normas do CDC (Código de Defesa do Consumidor).
 2.- Quanto a Responsabilidade das Partes
		Quando da celebração um contrato de compra e venda mercantil, o comprador assume a obrigação de pagar o preço acordado, e o vendedor de entregar o objeto da venda no prazo que é estabelecido. Caso não haja cumprimento por parte do comprador, além do valor devido, responde pelas perdas e danos, multa, juros, além de outras sanções ou cominações legais. Na hipótese do vendedor deixar de cumprir com o avençado, ou seja, entregar o produto, o comprador poderá optar pelo direito à indenização por perdas e danos e o cumprimento do contrato, na forma do que dispõe o art. 475 do CC.
	Assim concluímos que o contrato de compra e venda mercantil se evidencia como o meio através do qual se explora a atividade comercial.
DOS CONTRATOS DE COLABORÇÃO
		Além dos contratos de compra e venda mercantil, existem outras formas contratuais para o fornecimento de bens ao mercado consumidor, que são: a) – Contrato de Comissão; b) – Contrato de Representação Comercial; c) – Contrato de Concessão Mercantil; d) – Contrato de Franquia e, e) – Contrato de Distribuição e/ou Contrato de Colaboração.
		Esses tipos de contratos possuem uma característica especial, que é a obrigação que um dos contratantes, no caso o colaborador assume em relação aos produtos ou serviços do outro empresário, no caso o fornecedor. Essas obrigações compreendem a divulgação, propaganda, manutenção de estoque, treinamento de pessoal, tudo para despertar no consumidor, o hábito em adquirir tais produtos. Isso é investimento na criação ou mesmo consolidação de mercado de um determinado produto. – Essa obrigação é própria dos contratos de colaboração empresarial.
		Ao se estabelecer um contrato dessa natureza, de logo se observa uma subordinação empresarial entre os contratantes. O empresário contratado para distribuir o produto junto ao mercado consumidor, deve atender a determinados padrões de exploração da atividade comercial. Essa subordinação, entretanto, não deve ser entendida como uma subordinação pessoal, mas sim uma subordinação empresarial. É importante referenciar esse aspecto, pois enquanto a subordinação pessoal tem um significado que é o vinculo empregatício, normatizado pelo direito do trabalho, a subordinação empresarial está ligada a organização própria da atividade de distribuição.
 Do Contrato de Comissão
		O contrato de comissão mercantil deve ser entendido como um vínculo que se estabelece entre um empresário (comissário), que se obriga a comercializar por conta de outro (comitente), todavia, em nome próprio, assumindo diante de terceiros a responsabilidade pelos atos praticados. Por esse princípio, vê-se que o comissário realiza transações comerciais de interesse do comitente sem que este participe dos negócios – nesses contratos normalmente o comprador ou vendedor prefere não ser conhecido.
		O comissário é remunerado pelos serviços realizados, sendo essa remuneração chamada de “comissão”, que varia de acordo com o valor e natureza do negócio realizado.
 Do Contrato de Representação Comercial
		Esse tipo de contrato é aquele em que o representante comercial autônomo, se obriga a obter pedidos de compra e venda de produtos fabricados ou mesmo comercializado pela outra parte chamado de representado. 
		Para essa atividade, não se estabelece qualquer vínculo empregatício entre o representado e o representante. A subordinação que se verifica nessa relação é puramente empresarial, já que o representante comercial autônomo é um empresário (pessoa física ou jurídica), sendo de sua inteira responsabilidade a estruturação e direção do negócio, que é próprio. É interessante referenciar que o representante recebe uma influência e ingerência do representado, mas tão
	somente no que diz respeito à exploração do negócio, jamais à pessoa do representante. Quando essa ingerência, essa influência se desloca para a pessoa do representante, deixa de existir contrato mercantil para se estabelecer um contrato de trabalho sujeito ao regime jurídico das Leis Trabalhistas.
		A Lei nº 4.886, de 1965, com as alterações da Lei nº 8.420, de 1992, é a responsável pelo disciplinamento dessa atividade de representação comercial autônoma, devendo esse profissional promover seu registro junto ao Conselho Regional dos Representantes Comerciais, devendo no exercício de sua atividade, observar obediência ética e administrativa reguladores de sua profissão.
Obrigações:
a) Do Representante Comercial Autônomo;
	1)	obter, com diligência, pedidos de compra e venda 	em nome do representado, ajudando-o a expandir 	o seu negócio e promover os seus produtos;
	2)	observar, se prevista, a cota de produtividade, ou 	seja, um número mínimo de pedidos a cada mês;
	3) 	seguir as instruções fixadas pelo representado;
	4)	informar o representado sobre o andamento dos 	negócios, nas oportunidades definidas no contrato, 	ou quando solicitado e prestar-lhe contas;
	5)	observar as obrigações profissionais;
	6)	respeitar a cláusula de exclusividade de
		representação, se expressamente pactuada.
b) Do Representado:
	1)	pagar a retribuição devida ao representante, assim 	que o comprador efetuar o seu pagamento ou, 	antes, se não manifestar recusa por escrito no 	prazo de 15, 30, 60 ou 120 dias, conforme a 	localização do seu domicílio;
	2)	respeitar a cláusula de exclusividade de zona, pela 	qual lhe é obstado vender os seus produtos em sua 	determinada área delimitada em contrato, senão 	através do representante contratado para atuar 	naquela área – Caso o negócio se concretize sem 	essa condição, o representante tem direito à 	comissão correspondente à venda.
		A resolução do contrato pode ser feita pelo representado, quando o representante incorrer em práticas definidas por lei como, por exemplo, desídia (desleixo, desatenção, intolerância com que o empregado executa os serviços que lhe estão afetos, no cumprimento das obrigações contratuais, atos que importem em descrédito comercial do representado, condenação definitiva por crime infamante. Quando isso ocorrer, nenhuma indenização será devida ao representante, e este ainda poderá ser responsabilizado, com base no direito civil (art.475), pelos danos que causou ao representado. Pelo representante quando o representado der causa, incorrendo em certas práticas previstas em lei, como por exemplo, inobservância da cláusula de exclusividade, mora no pagamento da comissão, fixação abusiva de preços na zona do representante, entre outros.
 Do Contrato de Concessão Comercial
		Esse é mais um tipo de contrato mercantil, em que um empresário (chamado de concessionário), se obriga a comercializar produtos fabricados por outro empresário (chamado de concedente).
		Esse tipo de contrato é considerado atípico, uma vez que seu objeto pode ser a comercialização de diversos produtos. A exceção se opera diante da Lei nº 6.729, de 1979, com as alterações produzidas pela Lei nº 8.132, de 1990, que disciplina tão somente a concessão comercial para o comércio de
veículos automotores terrestres (automóveis, caminhões, ônibus, tratores, motocicletas e similares).
		Obrigações do concedente nos contratos para comercialização de veículos automotores terrestres:
	a)	permitir, de forma gratuita, o uso de suas marcas 	pelo concessionário;
	b)	vender ao concessionário os veículos de sua 	fabricação, na quantidade prevista em quota fixada 	de acordo com a estimativa de produção do 	mercado interno e a capacidade empresarial, 	desempenho e potencial de vendas do 	concessionário;
	c)	observar, na definição da área operacional de cada 	concessionária, distancias mínimas segundo o 	critério de potencial de mercado;
	d)	não vender, diretamente, os veículos de sua 	fabricação na área operacional de uma 	concessionária, salvo à administração pública, 
		Obrigações dos concessionários nos contratos para a comercialização de veículos automotores terrestres.
	a)	respeitar a cláusula de exclusividade, se houver, 	(o concessionário não pode comercializar 	nenhuma outra marca de veículo senão 	àquele fabricado pelo concedente);
	b)	observar o índice de fidelidade para a aquisição 	de componentes que vier a ser estabelecido, de 	comum acordo com os demais concessionários, 	na Convenção da Marca;
	c)	comprar do concedente os veículos de sua 	fabricação na quantidade prevista na cota 	respectiva, sendo-lhe facultado limitar o seu 	estoque;
	d)	organizar-se, empresarialmente, de forma a 	atender os padrões determinados pelo 	concedente, para a comercialização dos veículos 	e para a assistência técnica aos consumidores.
		Como a legislação só disciplina a fidelidade pelo concessionário para a venda de componentes, os acessórios podem ser comercializados livremente, por outro lado, o preço final de venda dos veículos ao consumidor, é fixado pelo concessionário e não mais pelo concedente.
 Do Contrato de Franquia ou Franchising
		Esse contrato se evidencia quando um empresário – franquiador – licencia o uso de sua marca a outro empresário – franquiado – e presta-lhe serviços de organização empresarial, com ou sem venda de produtos.
		Assim, o empresário pode estabelecer-se comercialmente, superando algumas etapas importantes na realização do empreendimento, tais como: treinamento de funcionários, técnicas de marketing, entre outras, já que, o titular da marca (franquiador) fornece todos os subsídios indispensáveis a estruturação do negócio.
		Através da franquia, o franquiado adquire do franquiador os serviços de organização empresarial e mantém com seus recursos, observando as diretrizes estabelecidas pelo franquiador.
		Nesse negócio, franquiador e franquiado têm vantagens, enquanto o franquiador vê ampliado à oferta de seus produtos ou serviços no mercado, sem aportes de capital, o franquiado por sua vez, já se estabelece negociando – produtos ou serviços – que foram trabalhados junto ao público consumidor, através de técnicas de marketing, desenvolvidas e aplicadas no mercado pelo franquiador.
		Considerado como um contrato atípico, atribui ao franquiado os seguintes encargos: 
	1)	pagamento de uma taxa de adesão e de um 	percentual sobre o faturamento;
	2)	pagamento pelos serviços de organização 	empresarial fornecidos pelo franquiador;
	3)	obrigação de oferecer aos consumidores apenas 	os produtos ou serviços na marca franquiada;
	4)	observar, estritamente, as instruções e o preço 	de venda ao consumidor estabelecidos pelo 	franquiador;
		E aos franquiador as seguintes obrigações:
	1)	permitir ao franquiado o uso de sua marca;
	2)	prestar os serviços de organização empresarial.
	
		É da Lei nº 8.955, de 1994, o disciplinamento de determinados aspectos da franquia. Como referimos anteriormente, essa modalidade de contrato é atípica, pois as relações entre franquiador e franquiado, regem-se pelas cláusulas contratualmente pactuadas entre as partes.
 Do Contrato de Faturização – “factoring”
		Fomento mercantil, Faturização ou Factoring – é o contrato através do qual uma instituição financeira (faturizadora) se obriga a cobrar os devedores de um empréstimo (faturizado), prestando a este os serviços de administração de crédito.
		Ao estabelecer a venda a crédito de seus produtos ou serviços aos consumidores, o empresário passa a ter algumas outras preocupações atinentes a sua atividade empresarial, como por exemplo: administrar a concessão do crédito. Essa administração, dentre outras atribuições, compreende:
	controle dos vencimentos, acompanhamento da flutuação das taxas de juros, os contatos com os inadimplentes, a adoção de medidas assecuratórias do direito creditício, a cobrança judicial quando necessária, dentre outras, além, é claro, de assumir a insolvência do comprador.
		Aí surge o contrato de faturização que poupa ao empresário toda essas atribuições antes elencadas, transferindo para a instituição financeira (banco), o serviço de administração do crédito, que garante o pagamento das faturas emitidas pela empresa. Assim, a instituição financeira faturizadora assume as seguintes obrigações:
 a) gerir os créditos do faturizado, procedendo ao controle dos vencimentos, providenciando os avisos e protestos assecuratórios do direito creditício, bem como cobrando os devedores das faturas; b) assume os riscos do inadimplemento dos devedores do faturizado; c) garante o pagamento das faturas objeto da faturização.
		Temos 02 (duas) modalidades de faturização: 1ª) Quando a instituição financeira garante o pagamento das faturas, antecipando o seu valor ao faturizado, tem-se o conventional factoring, que compreende três elementos: a) serviço de administração do crédito, b) seguro, e c) financiamento.
	2ª) Quando a instituição faturizadora paga os valores das faturas ao faturizado apenas por ocasião do seu vencimento, neste caso, estamos diante de maturity factoring, modalidade em que se acha presente apenas a prestação de serviços de administração do crédito e o seguro, ausente no financiamento.
		A natureza bancária do conventional factoring é indiscutível com relação a antecipação pela faturizadora do crédito concedido pelo faturizado a terceiro, característica própria da intermediação do crédito. Por outro lado, com relação a maturity factoring, por não existir financiamento, mas como a entidade faturizadora assume os riscos pelo inadimplemento das faturas objeto do contrato, onde também se observa a natureza bancária.
		A legislação tributária (Direito Financeiro e Tributário) conceitua o factoring como sendo “a prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços”.
		Por seu turno, é da responsabilidade do Banco Central do Brasil, a fiscalização e o controle sobre essas instituições.
 Do Contrato de Arrendamento Mercantil – “leasing”
		Doutrinariamente (na terminologia jurídica, compreende ser o conjunto de princípios constantes dos livros de Direito, em que se firmam teorias ou se fazem interpretações sobre a ciência jurídica), pois bem, nesse sentido doutrinário, o Contrato de Arrendamento Mercantil ou “leasing”, compreende ser a locação de um produto, sendo facultado ao locatário, ao término desse contrato, optar pela compra do bem. 
	
		O Profº Fran Martins, interpreta Contrato Mercantil, como sendo o contrato segundo o qual uma pessoa jurídica arrenda para uma pessoa física ou jurídica, por tempo determinado, um bem comprado pela 1ª pessoa,com as indicações da 2ª, cabendo ao arrendatário a opção de adquirir o bem arrendado findo o contrato, mediante um preço residual previamente fixado.
		Em razão da inexistência de uma tipificação legal para o negócio, o arrendamento mercantil rege-se pelas cláusulas pactuadas pelos contratantes.
		A repercussão tributária decorrente desse negócio trouxe ao legislador a definição de um negócio realizado entre uma pessoa jurídica (arrendadora) e uma pessoa física ou jurídica (arrendatária) cujo objeto
é a locação de bens adquiridos pela primeira de acordo com as especificações fornecidas pela segunda e para uso desta.
		A Lei nº 6.099/1974 cuida do ordenamento sobre a matéria, onde trata que bem imóvel ou móvel pode ser objeto desse contrato de arrendamento mercantil, e ainda aqueles produzidos no estrangeiro, desde que autorizados pelo Conselho Monetário Nacional, enquanto a Lei nº 11.882/2008, autoriza a emissão da LAM (LETRA DE ARRANDAMENTO MERCANTIL) e altera a Lei nº 6.099/74.
		Observamos duas modalidades para o contrato de leasing: o leasing financeiro e o leasing operacional.
		O Contrato é de Leasing Financeiro, quando o arrendatário paga prestações, devendo a soma dessas prestações, correspondente à locação do bem, ser suficiente para a recuperação do custo do produto e o retorno do investimento a arrendadora.
		O Contrato é de Leasing Operacional, quando a soma das prestações não pode ultrapassar a 75% do custo do bem arrendado, o resíduo a ser pago pela arrendatária, no momento da opção de compra, tende a ser expressivo. Esse resíduo pode ser pago antecipadamente, obrigando-se a arrendatária a restituí-lo, caso o arrendatário não faça opção pela aquisição do bem. Portanto, enquanto o Contrato de Leasing Financeiro não tem resíduos financeiros, o Contrato de Leasing Operacional tem.
 Do Contrato Bancário
		A Lei nº 4.595/64 – LRB – Lei da Reforma Bancária – traz em seu art. 17, uma definição legal sobre o que seja instituições financeiras, desse modo, exprime o referido artigo: Por atividade bancária entende-se, juridicamente falando, a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros em moeda nacional ou estrangeira.

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