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Evolução Histórica do Direito Comercial: A agricultura e a pecuária eram a base da economia, enquanto o comércio ocupava o segundo plano. O Código de Hamurabi se tornou o costume internacional do comercio em toda a Ásia, chegando através dos mercadores até a Síria. Os Fenícios (povos da antiga Ásia), além de comerciantes eram também industriais, famosos pelas suas fábricas de tinta, seda e lãs. Eles controlavam a distribuição no Ocidente dos produtos advindos do Oriente, e assim, começaram a fundar colônias no litoral mediterrâneo, principalmente na Grécia, Itália, na Sardenha, na Espanha e na África. Porém foi na Ilha de Rodes que foi organizado leis marítimas (usos e costumes – leis consuetudinárias), transmitidas para os gregos, romanos e medievais. O comércio marítimo em Rodes desenvolveu e aprimorou institutos como o do Seguro do Penhor marítimo das Avarias, do estabelecimento comercial como uma universidade de fato e das Sociedades Comanditárias (tipo de sociedade que se constitui pela composição de um capital, parte formada pelas cotas dos sócios solidários e parte formada pelos sócios comanditários, cuja responsabilidade social se limita a essa mesma cota). É também dessa época o surgimento das instituições bancárias (bancos) e os títulos de créditos ao portador e a ordem. O aprendizado grego, através de suas normas e seus institutos, foi absorvido pelos romanos, que em um primeiro momento, não apresentavam situação econômica tão distinta daquela vivida pela sociedade grega. A evolução da sociedade romana provocou a ampliação de suas instituições mercantis. A circulação da moeda e do crédito difundiu-se de tal maneira que a moeda romana foi introduzida em todos os países do mediterrâneo. A sociedade romana era latifundiária, a classe dominante se contrapunha à plebe miserável e aos escravos, fato que determinou o desinteresse pelo desenvolvimento de regras jurídicas de cunho mercantil. Com a queda do império romano, veio a perturbação social e política. As classes pobres procuraram proteger-se das invasões nos latifúndios, permitindo assim aos senhores feudais imporem sua dominação. Em resposta, surgiram as associações, confrarias religiosas, associações comerciais, corporações de artes e ofícios, comunas etc. compostas por negociantes, banqueiros, industriais e artesãos rigorosamente organizados e disciplinados, motivos que as tornam fortes. Fase Subjetiva Primeiro Período da História: O direito comercial originou-se dos usos e costumes dos comerciantes (direito consuetudinário), em virtude da inexistência de um sistema jurídico típico para as transações comerciais, o que fez com que os mercadores (denominação da época), criassem organismos com jurisdição própria, as conhecidas corporações. Nas corporações, o sistema judicial era formado pelos próprios mercadores, mais especialmente pelos chefes, denominados cônsules. Os julgadores das corporações serviam para em um primeiro momento, dirimir conflitos que se estabeleciam entre os associados exclusivamente e, em uma fase posterior, entre associados e terceiros, caracterizando-se, portanto, como um sistema subjetivista e classista. No decorrer do tempo, os cônsules passaram a normatizar sobre o direito comercial, criando o registro dos comerciantes, tanto para pessoas físicas como para as jurídicas. A partir da segunda metade do século XII, teve início o período histórico do direito comercial, onde foram lançados institutos como: o seguro, a letra de câmbio, a atividade bancária, a força probatória dos livros comerciais pela escrita científica, o registro dos comerciantes, as primeiras linhas da falência. As feiras em que os mercados se instalavam acabaram por dar origem às cidades europeias, as respectivas normas ou ordenações jurídicas que as regulavam. As normas criadas pelos comerciantes “oriundas do comércio mercantil” eram normas de direito consuetudinário ou direito costumeiro (como citamos anteriormente, deve ser entendido como o conjunto de regras que se estabelecem através do costume ou pela tradição), de conteúdo abrangente, dispondo sobre matérias de direito administrativo, de direito processual, de direito penal e de direito privado, a tal ponto que o direito dos comerciantes era, ao mesmo tempo, o direito das cidades. Essas disposições foram consolidadas na forma escrita, em volumes, dando origem à legislação estatuária das cidades italianas, Gênova, Pisa e Milão. Da Grécia transplantaram-se para a ilha de Rodes. Segundo Período da História: Na última metade do século XVI, em decorrência do surgimento do mercantilismo (movimento que objetivava subordinar tudo ao comércio, ao interesse e ao lucro), ocorreu uma grande distinção entre o cammon law (direito aplicado na Inglaterra) e o direito continental. Na Inglaterra, os tribunais corporativos haviam sido absorvidos pelos tribunais do cammon law, sendo assim, não havia diferença entre as leis comerciais e as leis civis. O método para definir se determinada atividade era de natureza comercial ou civil decorria da figura do comerciante, independentemente do ato praticado. A definição do objeto do direito comercial era o sujeito, a pessoa que praticava a atividade, quando inscrito em alguma corporação, estava protegida pelas leis comerciais. Surgiram determinações expressas quanto às práticas do comércio publicadas no Digesto e às consolidações dessas práticas e julgamentos. A fixação dos usos e costumes pelos tratados de Stracca, de Turris e de Lucca, representava o que de mais próximo se apresentava à sistematização (reunião, organização de vários elementos de uma mesma espécie), o que ocorreu durante os séculos XVI e XVII. A passagem da Fase Subjetiva para a Fase Objetiva tem como motivo desencadeador, entre outros, a ampliação da competência jurisdicional dos juízes consulares, que passaram a julgar também os não-comerciantes quando a questão estava relacionada a um comerciante. Competência → no sentido jurídico, enseja a faculdade concedida por lei a um juiz ou tribunal para apreciar e julgar ações. Jurisdição → poder atribuído a uma autoridade, para fazer cumprir a lei e punir quem as descumpra, dentro de uma determinada área geográfica. Fase Objetiva Terceiro Período da História: O código comercial francês: O terceiro período da história do direito comercial, denominado de evolução histórica do direito mercantil, teve início com a codificação napoleônica, também conhecida como Código Mercantil Napoleônico, ou simplesmente Código Comercial Francês, datado de 1808. Antes da edição do Código Comercial Francês, as leis comerciais vigentes eram denominadas de Ordenanças de 1673 e de 1681, consideradas insuficientes para as necessidades da época. Impulsionado por Napoleão, o Conselho de Estado Francês revisou o projeto do Código Comercial, entre novembro de 1806 e agosto de 1807, sendo aprovado pelo Parlamento Francês, promulgado e convertido em lei em 15 de setembro de 1807, com vigência a partir de primeiro de janeiro de 1808. Com surgimento do Código Comercial Francês, “Code de Commerce”, iniciou-se a fase que marcou a passagem da caracterização do direito comercial da pessoa do comerciante para os atos jurídicos por qualquer pessoa praticados, o legislador identificou atos jurídicos e os relacionou como sendo atos de mercancia. A teoria dos atos de comércio: A teoria dos atos de comércio difundiu-se mundialmente por meio das codificações surgidas posteriormente – belga (1811), espanhola (1829), portuguesa (1833), italiana (1882), brasileira (1850). Ato de comércio é um ato jurídico que, como qualquer ato dessa natureza, requer um agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não-defesa em lei. O ato de comércio distingue-se do ato de natureza civil pelo seu caráter especial, pela mediação entre a produção e o consumo. Direito Empresarial: Empresa → “organização técnico-econômica que se propõe a produzir mediante a combinação dos diversos elementos, natureza, trabalho e capital, bens ou serviços destinados à troca (venda), com esperança de realizar lucros,correndo os riscos por conta do empresário, isto é, daquele que reúne, coordena e dirige esses elementos sob sua responsabilidade”. Prof. Carvalho de Mendonça. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilhar, entre si, os resultados. – Art. 981 CC. A sociedade adquire personalidade jurídica, com a inscrição, no Registro Público de Empresas Mercantis, que é realizado através das Juntas Comerciais. - Art.–1.150 CC. Os dois principais tipos de sociedade no Brasil são as Sociedades Limitadas (Art. 1.052 CC) e as Sociedades Anônimas (Art. 1.088 CC e Lei n° 6.404/76). Conforme dados estatísticos, mais de 90% de todas as sociedades formadas legalmente no país são constituídas por Ltda. Ou por S.A. O Empresário → O Código Civil (Art. 966) caracteriza o empresário como aquele que “exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços”. Para se vender um bem imóvel qualquer pessoa tem que ter a outorga uxória (para pessoas casadas que queiram vender/alienar um bem imóvel como pessoa física, essas pessoas precisam acordar com o seu parceiro uma permissão para fazê-lo). Contudo, o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. O Código Civil de 2002 inovou ao legislar sobre as empresas. Antes, o assunto era tratado no Direito Comercial. O Código Civil passou também a disciplinar as atividades dos empresários e das empresas. O legislador brasileiro no que pese ter buscado prever todas as formas de sociedades possíveis (as chamadas sociedades personificadas), não proibiu a constituição de sociedades que não estejam previstas no CC (sociedades não personificadas). É habitual a união de pessoas para atingirem um objetivo comum, mas que não formalizam essa constituição societária fática (jurídica). É própria do mundo informal, não regularizada, na maioria das vezes em razão da alta carga tributária e pelo excesso de burocracia. As Sociedades de Fato (irregulares), não têm inscrição dos seus atos constitutivos*, podendo derivar também da existência de sociedades ilegais ou mesmo das legais que tiveram seus prazos terminados e não revigorados. Elas são reconhecidas, mas atribui a essas sociedades mais ônus do que benefícios, são portanto, as sociedades não personificadas. * Atos Constitutivos → Atos constitutivos podem ser considerados o mesmo que um Contrato Social ou Estatuto. Documento redigido de acordo com determinadas normas, susceptível de produzir consequências jurídicas. Ato de constituir, estabelecer, firmar estatuto. Sociedades: Sociedades não personificadas: Sociedade Comum Sociedade em Conta de Participação Sociedade Comum: (Arts. 986 a 990 do CC) A legislação é geralmente desfavorável aos sócios, e impõem alguns ônus que nos outros tipos de sociedade não existem. Por exemplo: os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer um dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer. Qualquer pessoa pode provar a existência da sociedade comum mediante os meios de prova admitidos em direito. Já os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade. Firma → nome criado por um comerciante ou por uma sociedade comercial para sob ela (firma) gerir todos os seus negócios. Vocabulário: Prevaricar → faltar com o dever por interesse ou má fé aos propósitos do seu cargo Peita → corrupto; pagamento com intuito de subornar. Concussão → desvio; extorsão praticada por funcionário público. Peculato → apropriação de dinheiro público ou particular. Sociedade em Conta de Participação: (Arts. 991 a 996 CC) A atividade constitutiva do objeto social nesse tipo de sociedade é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua exclusiva responsabilidade, participando os demais sócios dos resultados. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito (prova documental, prova pericial e prova testemunhal). A obrigação perante terceiro é tão-somente do sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social, o qual produz efeito tão somente entre os sócios. A inscrição desse contrato não produz personalidade jurídica à sociedade. Confere-se à sociedade em conta de participação, de maneira subsidiária (uma reserva, um reforço) e no que com ela for compatível, o que se aplica a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual. Sociedades Personificadas: O Código Civil prevê várias formas de sociedades empresariais personificadas, a saber: Sociedade Simples (art. 997/1.038 CC) Sociedade em Nome Coletivo (art. 1.039/1.044 CC) Sociedade em Comandita Simples (art. 1.045/1.051 CC) Sociedade Limitada (art. 1.052/1.087 CC) Sociedade Anônima (art. 1.088/1.089 CC e Lei n° 6.404/76) Sociedade em Comandita por Ações (art. 1.090/1.092 CC) Sociedade Cooperativa (art. 1.093/1.096 CC e Lei n° 5.764/71) Sociedades Coligadas (art. 1.097/1.112 CC) Sociedade Simples: (art. 997/1.038 CC) Sociedade Simples é a pessoa jurídica, constituída por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados, não tendo objeto o exercício de atividade própria de empresário. Exemplo: um grupo de dentistas que se reúnem para prestar serviços num consultório odontológico. As principais características das sociedades simples são: A integralização do capital social em dinheiro, podendo o sócio também fazê-lo através de contribuição em serviços. Os sócios respondem, ou não, subsidiariamente (isto é, o sócio assume a responsabilidade da sociedade, quando esta não tem haveres para cumprir com suas obrigações. Quando isso ocorre, subsidiariamente vêm os sócios cumpri-las com o produto dos seus bens particulares) pelas obrigações sociais, conforme previsão contratual. O capital social é expresso em moeda corrente ou outra espécie de bens, suscetíveis de avaliação. O registro da empresa no Cartório das Pessoas Jurídicas deve ser feito até 30 dias da sua constituição. A responsabilidade é ilimitada dos sócios. A responsabilidade solidária do sócio cedente das cotas para com o cessionário se estende até dois anos após alteração e averbação de sua saída. Os sócios respondem na proporção da participação das cotas, salvo se houver cláusula de responsabilidade solidária. Não é admissível a exclusão de sócio na participação dos lucros ou perdas. O credor de sócio de empresa pode, não havendo outros bens, requerer a execução nos lucros da empresa. Para que se proceda a retirada espontânea de sócio, é necessário que o mesmo ofereça aviso prévio de 60 dias. Sociedade em Nome Coletivo: (Arts. 1.039 a 1.044 do CC) Somente pessoas físicas podem tornar parte neste tipo de sociedade, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo da sociedade, ou por unanimidade, em reunião posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um. A administração da sociedade compete exclusivamente aos sócios. Sociedade em Comandita Simples: (arts. 1.045 a 1.051 do CC) Nesse tipo societário tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota. O contrato deve especificar quem são os sócios comanditados e os comanditários. O sócio comanditário não pode praticarnenhum ato de gestão na sociedade, nem ter seu nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às mesmas responsabilidades dos sócios comanditados. Sociedade Limitada – Ltda (arts. 1.052 ao 1.087 do CC) A principal característica de uma sociedade limitada é que a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas quotas, entretanto, todos respondem solidariamente pela integralização do capital social, que é o pagamento das quotas à sociedade, o qual constitui patrimônio da sociedade. O capital social é dividido em quotas. A sociedade limitada se rege pelo novo código civil (arts. 1.052 ao 1.087), e nas omissões, pelas normas da Sociedade Simples, ou pelas normas da Sociedade Anônima, conforme fique estabelecido no contrato social. De forma geral, o contrato social institui um Conselho Fiscal composto de três ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não. É assegurado aos sócios minoritários, que representem pelo menos 1/5 do capital social, o direito de eleger um dos membros do Conselho Fiscal e o respectivo suplente. Exemplos de Sociedades Limitadas: Cornélio Brennand Participação Ltda. Bompreço Supermercados do Nordeste Ltda. Ferreira Costa & Cia Ltda. Tida como uma sociedade contratualista (porque a regra da lei – art. 1.054 CC – determina que sua constituição se faça através de um contrato), este tipo societário se constitui no mínimo por duas pessoas, com o objetivo de alcançar lucro e seus sócios respondem diante da sociedade pelo total das quotas que subscreveu e perante terceiros de forma subsidiária e solidária, sempre, limitada ao capital da sociedade. O prazo de responsabilidade dos sócios neste tipo societário é de 5 anos contados a partir do seu registro (na Junta Comercial), de maneira solidária, pela totalidade do capital social, isso até mesmo para àqueles sócios que integralizaram suas quotas através de bens móveis ou imóveis (arts. 1.055, § 1° CC). Por ser uma sociedade que limita a responsabilidade dos sócios e exige solidariedade na integralização do capital social, quando da constituição da sociedade limitada é necessário que o sócio que contribui com dinheiro, coloque essa importância à disposição da sociedade no prazo fixado no contrato social. Não é permitido o ingresso de sócio com prestação de serviço (art. 1.055 § 2° CC). O contrato de constituição deve conter, no que for essencial, de forma obrigatória, cláusulas que contemplem as indicações do art. 997 do CC e ainda na instrução n° 98/2003 do Departamento Nacional de Registro do Comércio. Se a sociedade limitada for usar “firma ou razão social”, deverá conter o nome civil de um, de alguns ou de todos os sócios (pessoas naturais), seguida de “& Cia. Ltda.”. Se não individualizar todos os sócios, deverá conter pelo menos o nome de um deles, acrescido das palavras “e companhia” e “limitada” escritas por extenso ou abreviadamente, como foi o caso do exemplo oferecido anteriormente com a firma Ferreira Costa & Cia. Ltda. Cláusulas do contrato social que atendam aos interesses da sociedade poderão ser inseridas, como as que digam respeito a organização e o funcionamento social, exemplo: reuniões dos sócios (art. 1.072CC), autorização para que estranho administre a sociedade (art. 1.061CC), e à retirada de pro labore, entre outras. Na sociedade, sócio remisso é o sócio quotista que está em débito, aquele que não pagou, no tempo previsto no contrato, a importância correspondente ao capital social que estava obrigado. Nesse caso, deverá a sociedade notifica-lo para no prazo de 30 dias, pagar a obrigação sob pena de não o fazendo incorrer nas penalidades previstas no art. 1.058CC. O exercício do cargo de administrador de uma Ltda. Se conclui: Pela destituição de seu titular (a qualquer tempo) ou pelo término do prazo de sua gestão. Pela renúncia do administrador. Terminada uma administração, deverá haver obrigatoriamente a comunicação através de requerimento ao registro competente, no prazo de 10 dias, a partir do fato (art. 1.063 § 2° CC) São deveres do administrador, entre outros: Empreender todas as ações necessárias para alcançar o objetivo social da empresa. Respeitar funções reservadas aos outros órgãos da sociedade. Prestar contas de seus atos, justificando sua gestão aos sócios-quotistas. Seguir os limites da sociedade, na qualidade de seu representante. Exercer suas funções com ética moral e profissional, devendo empreender todos os esforços como na administração de seus próprios negócios. Atuar na defesa dos interesses da sociedade. Fornecer as informações solicitadas pelo Conselho Fiscal e pelos sócios, na forma prevista no contrato social. Convocar assembleia. Assumir, quando praticar culposa ou dolosamente, ato que contrarie a lei ou ao contrato social, abuso de poder ou desvio da finalidade social. Votar matéria que não envolva interesse próprio. Perseguir a obtenção de resultado positivo nas negociações e nas suas atividades, tudo com vistas ao patrimônio da sociedade. A lei (legislação), a assembleia de quotistas ou mesmo o contrato social, confere ao administrador, direitos para bem executar suas tarefas, como: Praticar atos administrativos com objetivo de alcançar os fins da sociedade. Buscar a execução de todos os atos necessários ao objeto social e as decisões tomadas em assembleia pelos sócios-quotistas. Usar de forma privativa, a firma ou denominação social quanto tiver os poderes necessários (art. 1.064CC). Receber remuneração, quando administrador não sócio, e esta for estipulada no contrato social em cláusula que trata da remuneração – pro labore. Representar a sociedade limitada, nos limites de sua competência prevista na lei ou no contrato social. Finalmente, a sociedade limitada dissolve-se: Pelo vencimento do prazo de sua duração. Pela vontade unânime dos sócios-quotistas. Deliberando os sócios por maioria absoluta, se por prazo indeterminado, por quórum qualificado de ¾ do capital social. Pela ausência de pluralidade de sócios, quando não reconstitui no prazo de 180 dias. Quando cassada a autorização de funcionamento da sociedade. Sociedade por Ações: (arts. 1.088 ao 1.089 e Lei n° 6.404/76) Pessoa jurídica de direito privado, tem capital social constituído por ações (com ou sem valor nominal), negociadas livremente, atribui responsabilidade ao acionista ou subscritor ao preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir (arts. 1.088CC, e 1° e 11 da Lei 6.404/76). Independente do objeto social, a S/A será sempre uma sociedade de capital empresária, com inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, na forma recomendada pelo art. 984 do CC. A S/A deve possuir uma denominação (nome empresarial, nome de fantasia ou o nome de seu fundador ou do seu benemérito) indicando em seguida a sigla S/A – art. 1.160 CC. Exemplo: Brennand Energia S/A ou Companhia Agro Industrial de Goiana – CAIG / Usina St. Tereza. Para a constituição de uma S/A, independentemente do tipo societário – aberta ou fechada – lhes são exigidos os seguintes requisitos: Subscrição de todas as ações em que se divide o capital social determinado no estatuto, por pelo menos 2 pessoas. Realizar um mínimo de 10% como entrada, do preço das ações subscritas em dinheiro (essa entrada só poderá haver se a integralização for a prazo, em sendo a vista toda a quantia correspondente deverá ser paga por ocasião da subscrição das ações). Parte do capital realizado deverá ser depositado de acordo com a autorização da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, no Banco do Brasil ou em outro estabelecimento bancário. Dentre os títulos de investimentos (também chamados de valores mobiliários) emitidos por uma S/A para a prática das atividades empresariais, temos: Ações (são parcelas ou frações ideais do capital social que se negocia). Essas por sua vez, conforme seja a espécie de direitos que confira a seu adquirente-portador, poderão ser: Ordinárias – confere ao titular participação nos lucros, voto na assembleia geral e de retirar-se da sociedade, art. 109 da Lei. Preferenciais – concede ou restringedireitos ao titular das ações, arts. 17 e 18 da Lei. De Fruição ou de Gozo – benefício concedido expressamente nos estatutos ou em assembleia geral extraordinária, para amortização de ações ordinárias ou preferenciais de forma antecipada aos acionistas, sem redução do capital social, do valor que teriam direito caso a sociedade fosse liquidada, art. 44 § 2° da Lei. Quanto a forma de circulação, as ações se apresentam: Nominativas – estas ações possuem o nome de seu titular que por sua vez o identifica no livro próprio de registro da sociedade. Caso haja venda dessas ações, esta será registrada no livro de “Transferência de Ações Nominativas” lavrando-se termo que será assinado pelo cedente (aquele que vende) e pelo cessionário (aquele que compra), ou por seus representantes, art. 31 da Lei. Escriturais – essas ações quando não são escrituradas em certificado emitido pela S/A, não são consideradas como título de crédito. Quanto ao conteúdo, as ações serão: Com valor nominal – quando no certificado estiver expresso em dinheiro, o seu valor, art. 11 § 2° da Lei. Sem valor nominal – quando o texto do certificado de ações não contenha um valor. O valor dessas ações ficará definido pelos fundadores por ocasião do ato de constituição da Cia (Companhia). Debêntures – títulos de crédito que representam empréstimo contraído pela Cia junto a investidores ou público em geral. As debêntures tem a seguinte classificação: Com garantia real – quando um bem é entregue à S/A como hipoteca (bens imóveis), e penhor (bens móveis). Com garantia flutuante – existindo falência da mutuária sobre os credores quirografários, recebendo os que tem direitos após o pagamento dos credores com privilégios especiais. Sem garantias ou quirografárias – os proprietários desses títulos (debenturistas) concorrem na massa falida com os demais credores sem garantia nem preferência. Subquirografárias ou subordinadas – por ocasião da falência da devedora, os debenturistas terão preferência sobre os acionistas somente no ativo remanescente. Com garantia fidejussória – quando a S/A oferece aos debenturistas fiança ou aval de seus acionistas, de instituições financeiras ou de terceiros, como garantia de emissão das debêntures ou de pagamento dos encargos constantes dos títulos emitidos. Sociedades que dependem de autorização: A Constituição Federal assegura a todos os brasileiros através de seu art. 170 o livre exercício da atividade econômica ao enunciar: “é assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização dos órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”. Dessa forma, ficam pendentes de autorização: Sociedades estrangeiras Bancos e instituições financeiras Empresas aéreas Sociedade de exploração de televisão a cabo Telefonia celular Operadoras de plano e seguro privado de assistência à saúde. Entre outras. A competência nos termos do art. 1.123 do CC para autorizar o funcionamento dessas empresas, é do Poder Executivo cuja lei ou ato administrativo fixará o prazo para entrar em funcionamento, podendo de igual maneira, cassar a autorização de funcionamento (art. 1.125 do CC).
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