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Aula 11 - Pontuação

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1
PONTUAÇÃO 
Na comunicação oral, o falante lança mão de certos recursos da linguagem, como a 
entoação da voz, os gestos e as expressões faciais para denotar dúvida, hesitação, 
surpresa, incerteza etc. 
Quando se constrói a comunicação por meio da escrita, quem passa a ter essa 
incumbência é a pontuação. Por isso, tanta gente associa indevidamente o emprego de 
vírgula a uma pausa da respiração. Isso não tem sentido. Se assim o fosse, tínhamos de 
colocar vírgula a cada palavra escrita. Ou você, por acaso, fica sem ar ao escrever uma 
oração sem vírgulas? Já pensou...rs... 
Afinal, qual é a utilidade de colocarmos sinais de pontuação no texto? 
Além de estabelecer na escrita aquelas denotações expostas acima, também se digna a 
eliminar ambigüidades que poderiam surgir em um texto sem pontuação ou a destacar 
certas palavras, expressões ou frases. 
O texto que reproduzimos abaixo, cuja autoria é desconhecida, já foi usado 
recentemente até por Ana Maria Braga (acredite!) e exemplifica bem as funções da 
pontuação. Para quem não assistiu ao programa (espero, pois deveria estar estudando), 
segue o material. 
“Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena. Escreveu assim: 
‘Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta 
do alfaiate nada aos pobres.’ 
Morreu antes de fazer a pontuação (até parece que isso seria possível...). 
A quem ele deixou a fortuna? 
Eram quatro concorrentes. 
 1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: 
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a 
conta do alfaiate. Nada aos pobres.’ 
 2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: 
‘Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a 
conta do alfaiate. Nada aos pobres.’ 
 3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele: 
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a 
conta do alfaiate. Nada aos pobres.’ 
 4) Chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta pontuação: 
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a 
conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.’ 
Cabe a nós, redatores, empregar a pontuação de modo que a mensagem por nós escrita 
chegue ao leitor no sentido exato que gostaríamos de transmitir. 
Para fazer isso com correção, devemos conhecer suas regras. 
A pontuação depende da estrutura sintática da oração. Para começar, é interessante 
notar que a ordem direta das orações é a seguinte: 
 
 
2
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS + ADJUNTOS 
Para colocar a oração nessa ordem direta, devemos partir do verbo (e não do sujeito, 
como alguns podem pensar), perguntando a ele quem o comanda, ou seja, quem é o seu 
sujeito. 
A partir daí, sabendo o sujeito e o verbo, identificaremos os complementos verbais 
(predicativos, objetos). 
Por “adjuntos”, entendem-se as condições em que a ação expressa pelo verbo se 
estabelece – tempo, lugar, modo, intensidade, dúvida, negação. Essas circunstâncias são 
apresentadas pelos advérbios. É lógico que, se uma dessas circunstâncias (como a de 
negação) estiver acompanhando um termo específico (como, por exemplo, um verbo), o 
advérbio irá se posicionar próximo ao esse termo, e não no fim da oração (Eu não sairei 
daqui). 
Os complementos, além de verbais, podem ser nominais, quando completam o sentido 
de um nome: necessidade de carinho. Também aos nomes ligam-se elementos para 
restringi-los ou designá-los (adjuntos adnominais). Esses termos regidos devem ficar 
próximos de seus termos regentes, onde quer que estejam (seja no sujeito, seja no 
predicado). 
Seu amor à pátria era imenso. 
O nome AMOR faz parte do sujeito (é o seu núcleo), bem como os complementos SEU 
(pronome possessivo) e À PÁTRIA (complemento nominal = idéia passiva = a pátria é 
amada). 
Não há necessidade de chorar. 
O nome DE CHORAR faz parte do predicado. 
Esses conceitos são fundamentais para compreendermos alguns casos de proibição. 
Os sinais de pontuação são: ponto, ponto-e-vírgula, vírgula, ponto de exclamação, ponto 
de interrogação, travessão, parênteses, aspas, reticências. 
Eles indicam entoação ou pausa. 
Nas palavras de Celso Cunha (Nova Gramática do Português Contemporâneo), “esta 
distinção, didaticamente cômoda, não é, porém, rigorosa. Em geral, os sinais de 
pontuação indicam, ao mesmo tempo, a pausa e a melodia.”. 
O sinal mais explorado em questões de prova é, sem dúvida, a vírgula. 
Por isso, começaremos por ela. Para fins didáticos, iremos estudar o assunto a partir das 
proibições e das situações especiais para o seu emprego. 
VÍRGULA 
CASOS PROIBIDOS: 
1 - Separar por vírgula elementos inseparáveis na ordem direta: 
1.1 – sujeito do verbo; 
1.2 – verbo do complemento verbal; 
1.3 – termo regente do termo regido (complemento nominal, adjunto adnominal); 
1.4 – verbos que compõem uma locução verbal; 
 
3
A maior parte dos erros de pontuação das provas envolve casos de proibição. Por isso, 
fique atento – apareceu uma vírgula separando elementos inseparáveis, “xis” nele!!! 
POLÊMICA: Alguns autores admitem, modernamente, a separação do sujeito do verbo 
em certas construções, como em adágios. 
Por exemplo, “Quem avisa, amigo é.” – o sujeito do verbo ser é a oração Quem 
avisa. Contudo, isso se justifica, segundo eles, somente em casos especiais, 
normalmente por questão de estilo, já que, na fala, costumamos pausar após o verbo 
(Quem avisa – pausa – amigo é.). Se observarmos a norma culta, iremos eliminar esse 
sinal de pontuação (Quem avisa amigo é.). 
Observe que, se a oração não estiver na ordem direta, o deslocamento dos 
complementos deverá ser indicado por vírgulas, sem que isso constitua erro: “Dos seus 
conselhos , não preciso mais”. 
Se surgir uma vírgula após um desses elementos “inseparáveis”, verifique se não se trata 
de alguma intercalação de elementos. Nesse caso, para a correção do período, deve 
haver duas vírgulas nessa intercalação, uma abrindo o período e outra, fechando, e não 
apenas uma. É o que se vê no próximo item. 
2 – Colocar apenas uma das duas vírgulas obrigatórias para isolar termos ou 
expressões deslocados de sua posição original na oração (exceto, obviamente, 
se estiver no início do período). 
Desse jeito, o período deslocado fica “capenga”, faltando uma das vírgulas. Se abriu, tem 
que fechar. Portanto, são necessárias duas vírgulas, mesmo que alguma delas esteja 
exercendo dupla função (por exemplo, no caso de DOIS ou mais termos deslocados e 
adjacentes). 
Hoje, às duas horas da tarde, próximo ao supermercado, houve um grave acidente. 
Temos, nesse exemplo, três elementos circunstanciais – dois de tempo (Hoje, às duas 
horas da tarde) e um de local (próximo ao supermercado). As duas primeiras ocorrências 
de vírgula separam elementos de mesma função sintática (adjuntos adverbiais). Já a 
vírgula após supermercado, serve tanto para encerrar essa enumeração, quanto para 
indicar o deslocamento desses elementos adverbiais. 
 
SITUAÇÕES ESPECIAIS 
- elipse de algum termo pode ser indicada por uma vírgula, como em : “Fui à festa 
levando muitos presentes; João, somente a boca.” 
- adjuntos adverbiais deslocados, desde que PEQUENOS E DE FÁCIL 
ENTENDIMENTO, dispensam a vírgula. Caso contrário, longos, em orações 
adverbiais extensas, ou, mesmo curtos, para dar ênfase ao adjunto, devem ser 
isolados por vírgula. 
Hoje (,) irei embora. 
Embora tenha me mantido distante das negociações, precisarei comparecer à reunião 
de acionistas. 
Infelizmente (,) não poderei aceitar o convite. 
- em relação a algumas conjunções, a vírgula tem tratamento especial: 
 
 
4
? conjunção coordenativa aditiva “e” – a regra é a dispensa da vírgula antes da 
conjunção aditiva e. Somente é admitida em situaçõesespeciais: 
 
1) quando apresenta sujeitos diferentes e seu emprego tem por objetivo a clareza 
textual; 
2) quando faz parte de uma figura de linguagem chamada polissíndeto (poli = 
vários + síndeto = elemento de ligação – vários elementos de ligação. O conceito 
de síndeto já foi objeto de comentário na aula sobre CONECTIVOS 
CONJUNÇÃO). O uso excessivo de vírgulas e de conjunções tem a função 
estilística de fazer supor um fim que nunca chega – com isso, enfatiza-se cada 
oração introduzida pela conjunção e: 
Soneto da Fidelidade – Vinícius de Moraes 
De tudo ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 
Também por clareza textual, é possível uma vírgula anteceder a conjunção e 
mesmo que as orações apresentem o mesmo sujeito. Verifica-se isso, por 
exemplo, quando a primeira oração do período for tão extensa que exija a 
retomada do sujeito. Isso é feito a partir da pausa, indicada com a vírgula. 
? conjunções coordenativas adversativas – a conjunção mas faculta a vírgula 
antes de si e não admite outra posição que não seja a de início da oração 
sindética: 
A vida é dura(,) mas nada me tira a vontade de viver. 
As demais conjunções (porém, entretanto, contudo, etc.) devem ser 
antecedidas por vírgula e, se deslocadas para o meio da oração, ficam, neste 
caso, isoladas por duas vírgulas ou, no fim do período, entre a vírgula e o ponto 
final: 
A vida é dura, nada me tira, porém, a vontade de viver. 
A vida é dura, nada me tira a vontade de viver, porém. 
(* veja observação acerca do ponto-e-vírgula) 
Caso tenha havido entre as duas orações uma ruptura do período (indicada pelo 
ponto), a vírgula pode vir após a conjunção: 
A vida é dura. Entretanto, nada me tira a vontade de viver. 
? conjunções coordenativas conclusivas – a conjunção pois deverá sempre vir 
posposta a um termo da oração sindética a que pertence e isolada por vírgulas: 
Ela não respeita ninguém. É, pois, uma rebelde. 
As demais conjunções conclusivas (logo, portanto, por conseguinte) podem 
iniciar a oração ou vir no meio dela. Do mesmo modo que as adversativas, são 
escritas, respectivamente, com uma vírgula anteposta ou entre vírgulas. 
Ela não respeita ninguém, é, portanto, uma rebelde. 
(* veja observação acerca do ponto-e-vírgula) 
 
 
5
Caso entre as duas orações tenha havido uma ruptura do período (ponto), a 
vírgula pode vir após a conjunção. 
Ela não respeita ninguém. Portanto, é uma rebelde. 
? conjunções coordenativas explicativas – a conjunção pois, quando 
explicativa, deve iniciar a oração sindética. As demais seguem a mesma regra das 
conjunções conclusivas e adversativas no que tange à colocação de vírgula de 
acordo com a posição na oração. É comum uma vírgula ser colocada antes da 
conjunção explicativa, para representar a pausa que normalmente se dá na fala. 
Essa é uma das características que diferenciam a conjunção coordenativa 
explicativa porque da subordinativa causal homônima. 
Consideram-na uma rebelde, pois não respeita ninguém. 
Veja uma questão de prova. 
 (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001) 
A alternativa correta quanto à pontuação é 
A. O aspirador, que não funciona, é este. 
B. Alice nossa amiga, parece feliz. 
C. Creio, porém, que estava adormecido. 
D. O livro, disse o autor é ilustrado. 
Está correto o emprego da conjunção “porém” entre vírgulas, já que está no meio da 
oração. 
Tanto na opção b quanto na d, a vírgula separa o sujeito (Alice / o livro, 
respectivamente) do verbo correspondente (parece / é) – CASO DE PROIBIÇÃO. 
Na opção a, a oração adjetiva “que não funciona” tem valor restritivo, e não explicativo. 
Não pode haver vírgulas. Essa explicação virá a seguir. 
 
- expressões denotativas ou de realce, como “ainda”, “mesmo assim”, “por 
exemplo”, “isto é”, que servem para introduzir argumentos, retificações ou 
desenvolvimento do assunto a ser explorado, ficam isoladas por vírgulas. 
- orações subordinadas adjetivas podem ser restritivas ou explicativas: 
? restritivas - como o nome sugere, restringem o conceito dos substantivos e, a 
exemplo do que ocorre com adjetivos simples, não poderão ser separadas dos 
substantivos a que se refiram. 
“Vou pintar meu quarto com a cor azul.” 
CASO 1.3 DAS PROIBIÇÕES - não se separa o termo regido (azul) do termo regente 
(cor), já que o valor do adjetivo é restritivo (não é qualquer cor, mas somente a cor 
azul). 
Por isso, se, em vez de um adjetivo simples, houver uma oração adjetiva 
restritiva, ela também não poderá ser separada do substantivo por vírgula: 
Vou pintar o meu quarto com a cor de que eu gosto. 
Então, em orações adjetivas restritivas, a vírgula é PROIBIDA! 
 
 
6
Os políticos que se envolveram no escândalo do mensalão deveriam ser expulsos 
da vida pública. 
Quem deveria ser expulso da vida pública: todos os políticos ou somente os que 
se envolveram no escândalo de corrupção (por favor, atenha-se ao texto...rs...)? 
Segundo a oração, somente aqueles envolvidos no escândalo. 
E, com base nesse último exemplo, se colocássemos a oração adjetiva entre 
vírgulas, o que aconteceria? Ela passaria a ser explicativa. 
? explicativas – sua função é somente explicar; por isso, como qualquer elemento 
de função meramente explicativa, deverão ser colocadas entre vírgulas. Se após a 
oração houver o encerramento do período, em vez de colocar a segunda vírgula, 
coloca-se o ponto final. 
“A vida do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que foi o responsável pela mudança 
da sede da capital para Brasília, foi contada na série JK.” 
Essa oração sublinhada tem valor explicativo e, por isso, foi colocada entre 
vírgulas. 
Então, em orações adjetivas explicativas, a vírgula é OBRIGATÓRIA! 
De volta àquele exemplo do mensalão, segundo a construção “Os políticos, que se 
envolveram no escândalo do mensalão, deveriam ser expulsos da vida pública.”, 
todos os políticos (provavelmente já enumerados anteriormente no texto) 
deveriam ser expulsos da vida pública, pois agora a oração adjetiva é explicativa. 
Mais um teste para fixação desse conceito: indique a pontuação adequada nas 
duas estruturas abaixo: 
“O presidente do BACEN ( ) Henrique Meirelles ( ) e o ministro do STF ( ) Sepúlveda 
Pertence ( ) compareceram à cerimônia.” 
Se a vírgula é obrigatória em termos e orações de valor explicativo e proibida 
em termos e orações de valor restritivo, primeiro vamos definir o que é 
explicativo e o que é restritivo. 
Quantos presidentes o BACEN possui? Somente um. Quando se diz “o presidente 
do BACEN”, uma pessoa informada já sabe quem é, pois só existe UM! Então, o 
termo tem valor explicativo – “O presidente do BACEN, Henrique Meirelles, 
e...”. Com vírgulas. 
Quantos ministros o STF possui? Onze! Então, o termo tem valor restritivo – “... e 
o ministro do STF Sepúlveda Pertence compareceu à cerimônia.”. Sem vírgulas. 
Agora você percebe por que não foram colocadas vírgulas em “ex-presidente 
Juscelino Kubitschek”? Porque são vários os ex-presidentes da República. 
E qual é o caso de vírgula facultativa em orações adjetivas? Resposta: 
NENHUM!!!!! 
Ou a vírgula é proibida (orações adjetivas restritivas), ou a vírgula é 
obrigatória (orações adjetivas explicativas). 
Veja, agora, uma questão de prova que abordou esse tema. 
(FUNDEC / TRT 2ª Região / 2003) 
 
 
7
A governadora eleita, Rosinha Matheus, que recebeu um voto de esperança 
nesses bolsões de carência e pobreza, pode iniciar por aí um programa de 
governo que recoloque nos trilhos os serviços essenciais à população. 
No último período do texto (acima transcrito), há duas orações subordinadas de 
idêntico valor sintático as quais receberam distinta forma de redação: a primeira está 
separada por vírgulas e a segunda não.Essa diferença na forma de redação justifica-
se por: 
A) ter a primeira sentido restritivo e a segunda, explicativo; 
B) ter a primeira um sentido explicativo e a segunda, restritivo; 
C) ser a primeira um aposto e a segunda, um adjunto adnominal; 
D) estar a primeira iniciada por pronome relativo e a segunda, por conjunção 
integrante; 
E) ter a primeira verbo no modo indicativo e a segunda, no modo subjuntivo. 
O gabarito é a opção b. As virgulas são obrigatórias em orações adjetivas explicativas, 
enquanto que nas orações adjetivas restritivas são proibidas. 
A primeira oração adjetiva está isolada por vírgulas dado seu caráter explicativo, ao 
passo que a seguinte, por ter função restritiva, ou seja, por definir o programa de 
governo (um programa de governo que coloque nos trilhos os serviços essenciais), 
não admite tal pontuação. 
 
PONTO 
É a pausa máxima. Representa a ruptura do período, seja ele composto ou simples 
(oração absoluta). Quando os períodos se sucedem nas idéias que expressam, o ponto 
simples é usado para separá-los. Quando a ruptura é maior, representando, inclusive, a 
mudança de um grupo de idéias a outro, marca-se essa transposição maior com o 
“ponto-parágrafo”. 
O ponto também é usado em abreviaturas (V.Sa./ Dr.Fulano/etc.). Quando o ponto 
abreviativo coincide com o fim de um período, emprega-se somente um, que passa a 
acumular as duas funções: 
Ele foi à feira e comprou verduras, frutas, legumes etc. 
Em relação à vírgula antes do “etc.”, encontramos divergências no tratamento. Há os que 
buscam na etimologia motivo para dispensá-la, uma vez estar presente, em seu 
significado, a conjunção e (etc. = et cetera = e as demais coisas.). Há os que a 
justificam como mais um elemento da enumeração, o que legitima essa pontuação. Por 
isso, dificilmente isso seria objeto de questão de prova. Se alguma banca vier a adotar 
um desses posicionamentos, deverá receber uma enxurrada de recursos com 
argumentação consistente para a anulação da questão. 
 
PONTO-E-VÍRGULA 
Dizer que é um sinal intermediário entre o ponto e a vírgula não ajuda muito, não é? Mas 
essa é a melhor definição para o ponto-e-vírgula. 
Trata-se de uma pausa de duração suficiente para denotar que o período não se encontra 
encerrado totalmente mas que, também, não pertence à oração anterior. 
 
 
8
Basicamente, usa-se o ponto e vírgula, a depender do contexto, para atribuir clareza ao 
texto. 
Por exemplo, quando, na oração, já existem elementos entre vírgulas, o ponto-e-vírgula 
é usado para subdividir os períodos: 
 
 
OBSERVAÇÃO: (*) Agora, compare com as formas apresentadas anteriormente 
e veja como estas ficaram bem mais claras. 
A vida é dura; nada me tira, porém, a vontade de viver. 
Ela não respeita ninguém; é, portanto, uma rebelde. 
Transcrevemos, a seguir, uma questão de prova (ótima!) em que foi exigido 
conhecimento acerca do emprego desse sinal de pontuação. Para isso, faz-se necessária 
a transcrição também do texto em que se baseia a questão. 
 (CESPE UNB / AGU / 2002) 
O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é a destruição 
de todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa ou positiva — a família, a 
propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; politicamente, é o 
servilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o enfraquecimento do 
amor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seu 
sistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica e 
socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, decadente e sempre 
renovada; a eliminação do capital produzido pela compra de escravos; a paralisação de 
cada energia individual para o trabalho na população nacional; o fechamento dos nossos 
portos aos imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro, 
qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os que, por 
escrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições materiais; a venda dos 
títulos de nobreza; a desmoralização da autoridade, desde a mais alta até à mais baixa. 
Observamos a impossibilidade de surgirem individualidades dignas de dirigir o país para 
melhores destinos, porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do 
trabalho honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-se 
honestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria vergonha”. 
A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e maiores esforços 
para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não tivermos sempre presente a idéia de 
que a escravidão é a causa principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e 
fraquezas nacionais, o prazo que ainda tem de duração legal — calculadas todas as 
influências que lhe estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomas 
crescentes de dissolução social. 
Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil, v. I. Nova Aguilar, 2000, p. 
148-51 (com adaptações). 
 
Julgue o item que se segue. 
O texto exemplifica que as estruturas sintáticas construídas a partir de 
enumeração exigem sinais de ponto-e-vírgula quando no interior de alguns 
itens existem vírgulas. 
 
 
9
Essa afirmação está correta. É a própria definição de um dos empregos do ponto-e-
vírgula. 
Quando já houver vírgulas no período, o sinal de ponto-e-vírgula deve ser usado 
principalmente para que haja clareza textual. 
Isso pode ser observado na passagem do texto a seguir reproduzida: nos segmentos, é 
apresentado o que a escravidão representa para o Brasil (primeira oração). 
 
1º segmento: 
Moralmente, é a destruição de todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa 
ou positiva — a família, a propriedade, a solidariedade social, a aspiração humanitária; 
No primeiro segmento, apresentam-se, a partir do travessão, os princípios e 
fundamentos que foram aviltados sob o aspecto moral pela escravidão. Como na 
seqüência serão apresentados outros aspectos, em continuidade à argumentação, optou-
se pelo ponto-e-vírgula, que emprega uma pausa maior que a vírgula (permitindo uma 
ruptura branda) e menor que o ponto (que encerraria o período desnecessariamente). 
2º segmento: 
politicamente, é o servilismo, a desagregação do povo, a doença do funcionalismo, o 
enfraquecimento do amor à pátria, a divisão do interior em feudos, cada um com seu 
regime penal, o seu sistema de provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; 
No segundo segmento, enfoca-se o problema sob enfoque político. 
Note que o autor irá prosseguir na argumentação, apresentando os aspectos econômicos 
e sociais (3º segmento). 
3º segmento: 
econômica e socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa, 
decadente e sempre renovada; 
Todos esses segmentos, por constituírem um só argumento, pertencem ao mesmo 
período, devendo ser separados por ponto-e-vírgula, para a clareza do texto. É essa a 
função desse sinal de pontuação bastante desprezado ou maltratado por aí, coitado. 
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 
Também é usado o ponto-e-vírgula para separar itens enunciativos de textos legislativos 
(leis, decretos, regulamentos) e acepções de uma palavra em dicionários: 
Art. 4° O interessado, pessoa física ou jurídica, somente poderá exercer atividades 
relacionadas com o despacho aduaneiro: 
I - por intermédio do despachante aduaneiro; 
II - pessoalmente, se pessoa física ou jurídica. 
Veja uma questão do NCE UFRJ, aplicada em 2002: 
“Polícia” 
Vigilância exercida pela autoridade competente para manter a ordem e o bem-estar 
públicos em todos os ramos dos serviços do Estado e em todas as partes ou 
localidades;corporação que engloba os órgãos e instituições incumbidos de fazer 
 
 
10
respeitar essas leis ou regras e de reprimir e perseguir o crime”. (Pequeno 
dicionário jurídico) 
No texto do dicionário acima há dois segmentos, separados por um ponto-e-
vírgula(;); em relação a esses dois segmentos podemos dizer que: 
a) o segundo explica o primeiro; 
b) apresentam dois sentidos diferentes do termo “polícia”; 
c) o primeiro é a causa do segundo; 
d) o segundo contradiz o primeiro; 
e) mostram que a polícia atua na prevenção do crime. 
A função do ponto-e-vírgula nessa construção é apresentar as diferentes acepções da 
palavra POLÍCIA, presentes no “Pequeno Dicionário Jurídico”. Por isso, a resposta foi 
opção b. 
 
DOIS PONTOS 
Esse sinal marca, na escrita, a suspensão de uma frase não concluída. Emprega-se, pois, 
para anunciar: 
- uma citação: 
Às margens do Ipiranga, gritou D.Pedro I: 
- Independência ou Morte! 
- uma enumeração: 
Após o levantamento do inventário, devemos tomar as seguintes providências: 
encerrar o balanço patrimonial, convocar uma reunião extraordinária, providenciar 
uma auditoria nas contas. 
(Esses elementos também poderiam estar separados por pontos-e-vírgulas, para 
maior clareza.) 
- um esclarecimento, um comentário, uma síntese ou uma conseqüência do que foi 
enunciado: 
A razão é clara: achava a sua conversa menos cansativa que a dos outros 
homens. 
Observe a questão de prova que abordou o assunto. 
(FUNDAÇÃO JOÃO GOULART/ SMF – ANALISTA PLANEJAMENTO / 2005) 
Texto 2 
Nunca as condições foram tão favoráveis para a adoção em grande escala do gás 
natural como propulsor dos ônibus que circulam pelas grandes cidades brasileiras. 
Do ponto de vista ambiental, já eram conhecidas as vantagens desse combustível em 
relação ao diesel, que predomina entre os veículos pesados. Esses benefícios 
motivaram diversas experiências anteriores de ônibus a gás, que desde os anos 80 
circulam em capitais brasileiras como São Paulo, Rio e Recife. 
No entanto, os ônibus a gás mostraram pouca competitividade econômica e 
operacional, quando comparados com os movidos a diesel. Agora, o cenário político e 
 
11
econômico é outro, bem mais favorável: as reservas brasileiras de gás simplesmente 
triplicaram em 2003 (hoje são 600 milhões de m3). Além disso, o Brasil firmou um 
acordo no qual se compromete a comprar parte da produção da Bolívia, aumentando 
ainda mais a oferta de gás no mercado interno. 
A disponibilidade do combustível, no entanto, não basta: a operação dos ônibus a 
diesel continua sendo mais econômica. Para contornar esse obstáculo, a Petrobras 
entrou em ação e, numa opção clara pelo meio ambiente, decidiu subsidiar o gás 
natural. “Nos próximos dez anos, as empresas de ônibus poderão adquirir o gás nas 
distribuidoras a um preço fixado em 55% do valor do diesel”, garante Paulo 
Barreiros, coordenador do Programa Tecnológico de Gás Natural (Progas) do Centro 
de Pesquisa da Petrobras (Cenpes). Conforme o uso desse combustível comece a 
crescer, a fabricação de ônibus a gás em grande escala deve tratar de diminuir a 
diferença de preço que existe na sua produção, operação e manutenção. Outro 
estímulo para as empresas de ônibus adotarem o gás natural é a melhoria da rede 
de distribuição desse combustível no Brasil. A infra-estrutura de abastecimento 
evoluiu muito em relação aos anos 80, e isso pode facilitar a revenda dos ônibus a 
gás para a renovação da frota, o que nem sempre era fácil no passado. 
Aproveitando o cenário favorável, a Petrobrás quer medir na ponta do lápis o 
desempenho de um ônibus movido a gás natural em comparação com ônibus a 
diesel, para melhor avaliar sua performance em condições reais de trânsito. 
(A hora e a vez do gás natural. Superinteressante. Abril de 2004, p. 10.) 
“A disponibilidade do combustível, no entanto, não basta: a operação dos 
ônibus a diesel continua sendo mais econômica.” 
Os dois-pontos empregados nesse trecho exercem a mesma função dos que estão 
presentes em: 
A) Tínhamos decerto três preocupações: produção, distribuição e eficiência. 
B) Dentre as vantagens desse produto, uma é inegável: o baixo custo de produção. 
C) Aumentar a produção era primordial: esta providência inibiria o aumento de 
preços. 
D) Nenhum teste adicional foi feito antes de pormos o produto no mercado: um erro 
indesculpável. 
O gabarito foi letra C. 
A oração que vem após o sinal de dois pontos tem caráter explicativo, da mesma forma 
que o trecho em destaque (função de aposto explicativo). Nesta, informa-se o motivo de 
não bastar somente a disponibilidade do gás – a economia que se obtém com o uso de 
diesel na frota de ônibus é maior. 
Já no segmento da opção c, informa-se por que o aumento da produção era principal: 
haveria inibição do aumento de preços. 
Nas opções a e c, os apostos têm função enumerativa (três preocupações: produção, 
distribuição e eficiência / Dentre as vantagens ..., uma é inegável: o baixo custo de 
produção). 
Já na opção e, faz-se um comentário acerca da informação da oração anterior. 
 
TRAVESSÃO 
 
 
12
Segundo o Formulário Ortográfico, “emprega-se o travessão, e não o hífen, para ligar 
palavras ou grupos de palavras que formam, por assim dizer, uma cadeia na frase: O 
trajeto Mauá–Cascadura”. 
A esse conceito, Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa) acrescentou que “o 
travessão pode substituir os parênteses para assinalar uma expressão intercalada”. 
 
Assim, uma expressão explicativa ou simplesmente acessória pode ser 
apresentada entre vírgulas, entre travessões ou entre parênteses. 
 
Veja como isso foi apresentado em prova. 
(UnB CESPE/Banco do Brasil/2002) 
Julgue o item que se segue 
A substituição de todos os travessões do texto por vírgulas respeitaria as regras dos 
sinais de pontuação da norma culta e manteria a função de isolar, em um contexto, 
palavras ou frases. 
Está correta a afirmação. Podemos substituir os travessões por vírgulas, pois ambos têm 
a função de isolar elementos de natureza explicativa. Contudo, a recíproca não é 
verdadeira. Nem sempre a vírgula pode ser substituída por travessão. Ela pode, na 
oração, indicar um deslocamento, caso em que não cabe outro sinal de pontuação. 
E se o período se encerrar com uma expressão explicativa iniciada por um travessão: 
posso fazer isso com um ponto final sem usar o segundo travessão? 
Sim, se o período se encerra juntamente com essa expressão explicativa (iniciada por 
vírgula ou travessão), o segundo travessão ou a segunda vírgula pode ser substituída 
pelo ponto final. 
No horário eleitoral, podemos ver inúmeros parlamentares denunciados por 
corrupção tentando a reeleição – o que só depende de você, eleitor. 
Se a expressão indicada entre os travessões estiver dentro de uma outra construção 
indicada entre vírgulas, não constitui erro a indicação do segundo travessão e, em 
seguida, a vírgula que encerra o deslocamento. 
Apesar de seu tamanho, que causava terror a todos os que não o conheciam, a 
sua índole era de uma criança inocente. 
Nesse exemplo, além do deslocamento de uma oração adverbial (Apesar de seu 
tamanho), elemento suficiente e necessário para o emprego de uma vírgula, ainda há 
uma oração de natureza explicativa (a respeito do tamanho), que poderia ser isolada 
por vírgulas, travessões ou parênteses (optou-se pelas vírgulas). A segunda vírgula, após 
“conheciam”, tem dupla função – encerrar a oração explicativa e indicar o fim do 
deslocamento da oração adverbial. 
E se a oração explicativa viesse isolada por travessões – como ficaria? 
Haveria duas possibilidades – a primeira, manter os dois sinais (o travessão encerra a 
oração explicativa, enquanto que a vírgula indica o fim do deslocamento): 
Apesar de seu tamanho – que causava terror a todosos que não o conheciam – , 
a sua índole era de uma criança inocente. 
 
 
13
Ou, a segunda, apenas a vírgula, que, nesse caso, continuaria em “dupla jornada de 
trabalho” – ao mesmo tempo, encerra a explicação e o deslocamento: 
Apesar de seu tamanho – que causava terror a todos os que não o conheciam, a 
sua índole era de uma criança inocente. 
Veja um bom exemplo do emprego dessa pontuação em uma questão de prova. 
 (FGV / Ministério da Cultura /2006) 
Sem saber ainda direito como vai sobreviver – "as reservas que acumulei 
em Nova York estão indo embora" –, ele planeja as próximas paradas pela 
América do Sul. 
O trecho entre travessões indica: 
(A) uma contradição. 
(B) uma exemplificação. 
(C) uma explicação. 
(D) uma explicitação. 
(E) um questionamento. 
Resposta: C 
O período isolado por travessões tem caráter explicativo. Reproduz literalmente (por isso, 
as aspas em: "as reservas que acumulei em Nova York estão indo embora") as palavras 
do sujeito em que se baseia a afirmação da oração anterior (Sem saber direito como vai 
sobreviver). 
Note como houve o emprego do segundo travessão, indicando o fim da explicação, para, 
após isso, ser empregada também a vírgula que finaliza o deslocamento da oração 
reduzida de infinitivo, formando [– ,]. 
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 
Finalmente, o travessão também pode ser usado no lugar dos dois pontos, quando 
representa a síntese do que se vinha dizendo, dando maior realce a essa conclusão 
(recurso estilístico): 
“Deixai-me chorar mais e beber mais 
Perseguir doidamente os meus ideais 
E ter fé e sonhar – encher a alma.” 
(C.Pessanha) 
 
PARÊNTESES 
São usados sempre em dupla e servem para intercalar qualquer informação acessória, 
como uma explicação, uma circunstância, uma reflexão, uma nota do autor. 
Em relação aos sinais de pontuação, indica o Formulário Ortográfico: 
“Quando uma pausa coincide com o início da construção parentética [entre parênteses], 
o respectivo sinal de pontuação deve ficar depois dos parênteses mas, estando a 
proposição ou a frase inteira encerrada pelos parênteses, dentro deles se põe a 
competente notação.”. 
 
 
14
“Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja, convosco, este 
suavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal, 
quanto se cuida.” (Rui Barbosa) 
O ponto-e-vírgula permaneceu após o fim da construção entre os parênteses, por 
pertencer à oração que se antecedia a construção parentética. 
“A imprensa (quem a contesta?) é o mais poderoso meio que se tem inventado 
para a divulgação do pensamento.” (Carlos Laet) 
O ponto de interrogação pertence à oração entre parênteses e lá deve ser empregado. 
Quer uma questão de prova? Então, aí está ela! 
 (CESPE UNB/DEFENSORIA DA UNIÃO/2002) 
Pensar o corpo apenas como máquina — ou, no limite, a sua substituição por “máquinas 
inteligentes'' — é o mesmo que ver sem perceber. A máquina funciona, o homem vive, 
isto é, estrutura seu mundo, seus valores e seu corpo. O que acontece quando se pensa 
que as máquinas são equivalentes a seres vivos? Um pensamento artificialista (segundo 
o qual é preciso tudo refazer pelo artifício humano) é levado até um ponto em que o 
próprio pensamento desaparece. Os cultores do artificialismo não distinguem, por 
exemplo, cérebro e mente. Ao desvendarem certos mecanismos do cérebro, pensam ter 
descoberto o segredo do pensamento. É certo que a vida mental é muito mais complexa. 
Adaulo Novaes. A máquina do homem e da ciência. In: 0 homem e a máquina - ciclo de 
conferências. Rio e Brasília: CCBB (com adaptações). 
Julgue o item que se segue. 
Por constituir uma explicação do termo anterior, a oração entre parênteses (l.5-
6) admite ter os parênteses substituídos por travessões ou por vírgulas. 
Essa questão serve como um reforço de tudo o que vimos sobre o emprego de vírgulas, 
travessões e parênteses. 
Podemos substituir parênteses por travessões ou por vírgulas. Também podemos 
substituir os travessóes por parênteses ou por vírgulas. Esse “troca-troca” é válido para 
isolar elementos de natureza explicativa. 
Contudo (já vimos), nem sempre a recíproca é verdadeira (trocar as vírgulas pelos 
demais). Este sinal (vírgula) possui outras funções além de isolar explicação – serve para 
isolar conjunções, indicar deslocamento etc. 
 
ASPAS 
Usam-se aspas para indicar uma citação (em todas as nossas aulas, há exemplos desse 
emprego, inclusive aqui), para destacar uma expressão ou palavra a que se queira dar 
relevo na construção, ou realçar ironicamente alguma palavra ou expressão. 
A isso eu chamo de “hipocrisia burra”. 
Esse é o país do “jeitinho”. 
Celso Cunha alerta para o emprego da pontuação no emprego de aspas: 
“Quando a pausa coincide com o final da expressão ou sentença que se acha entre aspas, 
coloca-se o competente sinal de pontuação depois delas, se encerram apenas uma parte 
 
 
15
da proposição. Quando, porém, as aspas abrangem todo o período, sentença, frase ou 
expressão, a respectiva notação fica abrangida por elas.” 
Ou seja, o mesmo tratamento dispensado pelo Formulário Ortográfico aos parênteses. 
 
PONTO DE INTERROGAÇÃO 
 
O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta 
não exija resposta. 
 
 
 
PONTO DE EXCLAMAÇÃO 
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com 
entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, 
indignação etc. 
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas: 
Oh! 
Valha-me Deus! 
O ponto de exclamação, nesses casos, somente acompanha a interjeição, não valendo 
como o fim da frase. Por isso, ele acumula a função de vírgula: 
Ai! que saudade da Bahia. 
Perceba que a vírgula foi dispensada, porque a exclamação a substituiu. Note também 
que o sinal de pontuação não encerrou a frase; simplesmente acompanhou a interjeição. 
Se quiser usar inicial maiúscula após esse ponto, tudo bem. Mais erudito, porém, é não 
usá-lo. 
 
RETICÊNCIAS 
As reticências são empregadas para marcar a interrupção da frase: 
a) para assinalar interrupção do pensamento ou hesitação em enunciá-lo: 
- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu 
dever. Mas o mundo saberá... 
(Júlio Dinis) 
b) para indicar, numa narrativa, certas inflexões de natureza emocional (de alegria, de 
tristeza, de raiva): 
Mágoa de o ter perdido, amor ainda. Ódio por ele? Não... não vale a pena... 
(Florbela Espanca) 
c) como forma de realçar uma palavra ou expressão, colocando-se as reticências antes 
dela: 
E teve um fim trágico... pobrezinho...já tão novo com tanta responsabilidade! 
 
 
16
Como sinal melódico, indica uma pausa maior quando associado a outros sinais, como a 
vírgula, o ponto de interrogação ou de exclamação. 
Passai, ó vagas..., mas passai de manso! (C.Alves) 
Certas pessoas merecem punição severa! ... esbravejou a vítima. 
Muitos gramáticos recomendam o uso de reticências (inclusive entre parênteses), no 
início, no meio ou no fim de uma citação, para indicar supressão no trecho transcrito, em 
cada uma dessas partes. 
“Do mesmo modo que a frase não é uma simples seqüência de palavras, o texto não é 
uma simples sucessão de frases. São elos transfrásicos, (...), que fazem do texto um 
conjunto de informações.” (Elisa Guimarães, “A Articulação do Texto”) 
Celso Cunha, no entanto, faz distinção entre as reticências, como sinal melódico de 
pontuação, e os três pontos que marcam a supressão de palavras, expressões ou trechos 
de um texto. 
"Modernamente”, continua o professor, “para evitar qualquer dúvida,tende a 
generalizar-se o uso de quatro pontos para marcar tais supressões, ficando os três 
pontos como sinal exclusivo de reticências." 
 
É isso. Vamos praticar um pouco. 
 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO 
1 - (NCE UFRJ/ ANTT / 2005) 
Assinale a letra que corresponde à melhor redação, considerando correção, clareza e 
concisão. 
(A) Alguns sabem que certas coisas não têm preço; 
(B) Sabem alguns, que certas coisas não tem preço; 
(C) Certas coisas não têem preço, é o que sabem alguns; 
(D) Sabem alguns que certas coisas não têem preço; 
(E) Alguns sabem que, certas coisas não têm preço. 
 
2 - (FUNDAÇÃO JOÃO GOULART / ENGENHEIRO CIVIL / 2004) 
“Nos doentes mentais, as ilusões são devidas à perturbação da atenção, a 
influências emocionais e a alterações da consciência.” 
Reescreve-se essa frase do texto em cada alternativa abaixo. A que está mal construída 
no que diz respeito à pontuação é: 
A) As ilusões são devidas à perturbação da atenção, a influências emocionais e a 
alterações da consciência nos doentes mentais. 
B) As ilusões nos doentes mentais, são devidas à perturbação da atenção, a influências 
emocionais e a alterações da consciência. 
C) Perturbação da atenção, influências emocionais e alterações da consciência: a tais 
fatos são devidas as ilusões nos doentes mentais. 
 
 
17
D) Nos doentes mentais, as ilusões são devidas aos seguintes fatos: perturbação da 
atenção, influências emocionais e alterações da consciência. 
 
3 - (ESAF/AFC SFC/2000) Assinale a opção em que a afirmação a respeito da pontuação 
adequada para o texto está incorreta. 
Para medir o efeito de uma nova tecnologia é preciso avaliar em que medida ela dá mais 
eficiência aos processos de produção das empresas. A era do vapor deslocou a produção 
do lar para a fábrica(1) com a eletricidade(2) surge a linha de montagem. Agora(3) com 
computadores e Internet(4) a possibilidade de as empresas reformularem(5) seus 
processos é surpreendente(6) da aquisição de insumos à descentralização e à 
terceirização. 
a) É correto colocar um sinal de ponto e vírgula em (1). 
b) Em (2), (3) e (4) é correto colocar vírgulas. 
c) Pode-se optar por travessões, parênteses ou vírgulas em (3) e (4). 
d) Em (5) há exigência do uso de vírgula. 
e) Pode-se colocar vírgula ou travessão em (6). 
 
4 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006) 
“Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos, a Terra não será mais habitável”; o emprego 
da vírgula nesse caso se justifica porque se trata: 
(A) de um aposto; 
(B) de um vocativo; 
(C) de um termo em ordem inversa; 
(D) de uma necessidade de evitar-se ambigüidade; 
(E) de uma oração antecipada. 
 
5 - (BESC / ADVOGADO/ 2004) 
"Esse lapso, é óbvio, também será preenchido, esperam o governo e os próprios bancos, 
com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada." (L.19-21) 
Assinale a alternativa em que, alterando-se a pontuação, não se altere o sentido da frase 
acima. 
(A) Esse lapso é óbvio, também será preenchido, esperam o governo e os próprios 
bancos com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada. 
(B) Esse lapso - é óbvio - também será preenchido - esperam o governo e os próprios 
bancos, com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada. 
(C) Esse lapso, é óbvio, também será preenchido - esperam o governo e os próprios 
bancos - com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada. 
(D) Esse lapso, é óbvio - também será preenchido, esperam o governo e os próprios 
bancos - com a adoção de medidas que tornem essa travessia menos arriscada. 
 
18
(E) Esse lapso, é óbvio, também será preenchido, esperam o governo e os próprios 
bancos, com a adoção de medidas, que tornem essa travessia menos arriscada. 
 
6 - (FGV / ICMS MS - Fiscal de Rendas / 2006) 
O modo de produção capitalista não tem vocação suicida, e nada indica que ele esteja a 
ponto de morrer de morte natural. 
No trecho acima, utilizou-se corretamente a vírgula antes da conjunção e. Assinale a 
alternativa em que isso não tenha ocorrido. 
(A) Você deve sair antes de anoitecer, e antes de acenderem as luzes, e antes de 
fecharem o comércio. 
(B) Ele muito se esforçou para a realização daquele projeto, e acabou não sendo bem-
sucedido. 
(C) Os irmãos compreendiam-se mutuamente, e, portanto, respeitavam-se. 
(D) A expedição encontrou um grupo perdido, e todos voltaram juntos. 
(E) A maioria dos estudantes aprovou a proposta, e seus pais acataram a decisão. 
 
7 - (FGV / ICMS MS – ATI / 2006) 
Os olhos empapuçados são os mesmos mas o cabelo se foi e a barriga só parou de 
crescer porque não havia mais lugar atrás do balcão. 
Assinale a alternativa que ofereça pontuação igualmente correta para o trecho acima. 
(A) Os olhos empapuçados são os mesmos, mas o cabelo se foi, e a barriga só parou de 
crescer porque não havia mais lugar atrás do balcão. 
(B) Os olhos empapuçados, são os mesmos mas o cabelo se foi e a barriga só parou de 
crescer, porque não havia mais lugar atrás do balcão. 
(C) Os olhos empapuçados são os mesmos, mas o cabelo, se foi, e a barriga só parou de 
crescer porque não havia mais lugar, atrás do balcão. 
(D) Os olhos empapuçados são os mesmos mas, o cabelo, se foi e a barriga, só parou de 
crescer, porque não havia mais lugar atrás do balcão. 
(E) Os olhos empapuçados são os mesmos, mas o cabelo se foi, e a barriga, só parou de 
crescer porque não havia mais lugar, atrás do balcão. 
 
8 - (CESGRANRIO / PREF.MANAUS / 2004) 
Assinale a opção em que a retirada da(s) vírgula(s) NÃO modifica o sentido da sentença. 
(A) João, desenha uma ave no caderno. 
(B) No dia 5 de outubro, comemora-se o Dia da Ave. 
(C) Chamei a menina, que estava sentada, e ela não se mexeu. 
(D) Ela falava sem parar – da festa, do fim de semana e das férias de verão. 
(E) A secretária, organizada, não deixa trabalho para o dia seguinte. 
 
 
19
9 - (UnB CESPE/Banco do Brasil/2002) 
A indústria armamentista movimenta anualmente cerca de 800 bilhões de dólares. É uma 
quantia equivalente a 2,5% do PIB mundial. Com um investimento de apenas 8 bilhões 
de dólares — menos do que quatro dias de gastos militares mundiais —, todas as 
crianças do planeta que hoje estão fora da escola poderiam freqüentar uma sala de aula. 
Aliás, a fabricação de um único tanque de guerra consome o equivalente à construção de 
520 salas de aula, e o custo de um avião de caça supersônico daria para equipar 40 mil 
consultórios médicos. 
“O desperdício da indústria da guerra”. In: Família Cristã, ano 68, n./ 795, mar./2002, p. 
12 (com adaptações). 
Julgue o item a seguir. 
♦ Na linha 4, a ausência de vírgulas para isolar a oração “que hoje estão fora da 
escola” indica que ela constitui restrição a “crianças do planeta”. 
 
10 - (FCC / INSS MEDICO / 2006) 
A fragmentação dos objetivos intelectuais em compartimentos cada vez mais estreitos 
provocou, na nossa época, uma verdadeira confusão de idiomas. 
Julgue a correção do item que se segue, em relação à pontuação. 
• No período acima, a elisão da vírgula aposta a provocou não prejudica a correção 
da frase, considerada a norma culta da língua. 
 
11 - (FCC / BANCO DO BRASIL / 2006) 
Está plenamente correta a pontuação do seguinte segmento: 
(A) Pode viver um homem sem acesso à civilização. Não pode: embora haja muitos que 
pensem o contrário. O que não é evidentemente, o caso do cronista. 
(B)) O poeta Álvares de Azevedo, no século XIX, parecia alimentar a mesma convicção 
do cronista. Embora fosse um romântico, o poeta ridicularizava os idealistas que, 
tendenciosamente, omitiam as agruras da vida natural. 
(C) O cronista é um dos maiores humoristas nossos, sem receio de ofender pontos de 
vista alheios, costuma atacar o senso comum; no que este tem devicioso e sobretudo, 
artificial. 
(D) Provavelmente se sentirão hostilizados, aqueles que defendem as delícias da vida 
natural. Em compensação: os que relutam em aceitá-la, muito se divertirão com essa 
crônica. 
(E) Não se privaria o cronista, do conforto que oferecem instalações sanitárias, em nome 
de uma vida mais pura e mais rústica. Por que haveríamos de renunciar aos ganhos da 
civilização, pergunta-se ele? 
 
12 - (ESAF/AFRF/2002.1) 
A revolução da informação, o fim da guerra fria – com a decorrente hegemonia de uma 
superpotência única – e a internacionalização da economia impuseram um novo equilíbrio 
de forças nas relações humanas e sociais que parece jogar por terra as antigas 
 
 
20
aspirações de solidariedade e justiça distributiva entre os homens, tão presentes nos 
sonhos, utopias e projetos políticos nos últimos dois séculos. Ao contrário: o novo 
modelo – cuja arrogância chegou ao extremo de considerar-se o ponto final, senão 
culminante, da história – promove uma brutal concentração de renda em âmbito 
mundial, multiplicando a desigualdade e banalizando de maneira assustadora a perversão 
social. 
Julgue se os itens a respeito do emprego dos sinais de pontuação no texto são falsos (F) 
ou verdadeiros (V) para, em seguida, assinalar a opção correta. 
( ) As duas ocorrências de duplo travessão demarcam intercalações e 
desempenham função análoga à dos parênteses. 
( ) As vírgulas que se seguem a “homens”(l.4) e “sonhos”(l.5) destacam uma 
explicativa restritiva e, por isso, seu emprego é opcional. 
( ) O emprego de dois-pontos após “contrário”(l.5) justifica-se por introduzir 
um esclarecimento sobre o que foi dito no período anterior. 
( ) A função das vírgulas que isolam a expressão “senão culminante”(l.6-7) é 
a de destacá-la sintaticamente e dar-lhe relevo estilístico. 
A ordem correta dos itens é 
a) V F V F 
b) F F V F 
c) V F F V 
d) V F V V 
e) F V V V 
 
13 - (ESAF/Fiscal do Trabalho/2003) 
A sociedade baseada na liberdade contratual será sempre, em grande parte, uma 
sociedade de classes, cuja estrutura é defendida em vantagem dos ricos. Cumpre 
associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o trabalhador no poder industrial. 
A exclusão de alguém de uma parcela do poder é, forçosamente, a exclusão daquele dos 
benefícios deste. Todos deviam e devem, portanto, ter direito a uma parte dos resultados 
da vida social. E as diferenças devem existir somente quando necessárias ao bem 
comum. Impõe-se, pois, uma igualdade econômica maior, porque os benefícios que um 
homem pode obter do processo social estão aproximadamente em função de seu poder 
de consumo, o que resulta do seu poder de propriedade. Assim os privilégios econômicos 
são contrários à verdadeira sociedade democrática. O próprio conceito de liberdade 
redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias históricas e o 
desenvolvimento das forças econômicas. E a liberdade, no mundo atual, só existirá de 
fato quando assentada na segurança e em função da igualdade. É que a verdadeira 
democracia, já o disse Turner, “é o direito do indivíduo de compartilhar as decisões que 
respeitam a sua vida e da ação necessária à execução de tais decisões”. Para que a 
liberdade realmente exista, é preciso que a sociedade se estruture sobre cooperação e 
não sobre a exploração. E assim os homens serão livres. 
(João Mangabeira, Oração do Paraninfo, proferida em Salvador, BA, em 8/12/1944, com 
adaptações) 
Analise as seguintes afirmações a respeito do uso dos sinais de pontuação no texto. 
 
 
21
I. O emprego da vírgula depois de “classes” (l.2) é opcional e, por isso, sua retirada não 
causa prejuízo gramatical ao texto. 
II. Devido ao valor explicativo do período iniciado por “A exclusão”(l.4), as regras 
gramaticais permitem trocar o ponto final que o antecede pelo sinal de dois pontos, 
desde que se empregue o artigo com letra minúscula. 
III. Apesar de não ser obrigatório o emprego da vírgula depois de “Assim”(l.9), o valor 
conclusivo do advérbio recomenda que aí seja inserida. 
IV. Por se tratar de uma citação, as regras gramaticais admitem que o período entre 
aspas (l.14-15) seja precedido do sinal de dois pontos, em lugar de vírgula; e, nesse 
caso, as aspas podem ser retiradas. 
a) todos os itens estão corretos. 
b) nenhum item está correto. 
c) apenas o item II está correto. 
d) apenas os itens II e III estão corretos. 
e) apenas os itens II, III e IV estão corretos. 
 
14 - (ESAF/Técnico ANEEL /2006) 
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados 
manifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, que 
soube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povo 
brasileiro, realizou-se em condições democráticas, com liberdade de imprensa e 
tolerância política. A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, 
elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimento 
econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo Monetário 
Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para o Brasil, 
e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional em 
cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit de 
transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960, o que 
ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da economia 
brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados 
que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas. 
(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações) 
Em relação ao texto, julgue a assertiva. 
• As vírgulas após “JK” (l.2) e após “brasileiro”(l.4) isolam oração de natureza 
restritiva. 
 
15 - (FCC/TRE MG /2005) 
A supressão da(s) vírgula(s) implicará alteração de sentido na frase: 
(A) Ao longo das últimas décadas, as obras de Umberto Eco vêm ganhando mais e mais 
respeitabilidade. 
(B) Umberto Eco homenageia os cientistas, que combatem o obscurantismo 
fundamentalista. 
 
 
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(C) O grande pensador italiano, Umberto Eco, homenageia em seu texto a atitude de um 
grande cientista. 
(D) Na atitude de Stephen Hawking, há uma grandeza que todo cientista deveria imitar. 
(E) Não há como deixar de reconhecer, no texto de Humberto Eco, uma homenagem a 
Stephen Hawking. 
 
16 - (FCC/TRE MG/2005) Atente para as seguintes frases: 
I. A preocupação do autor é com os jornalistas, cuja liberdade de expressão se encontra 
ameaçada. 
II. Os jornalistas, que costumam cuidar de seus próprios interesses, não preservam sua 
independência. 
III. O direito à livre informação é dos jornalistas e, também, da sociedade como um todo. 
A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido APENAS do que está em 
(A) I. 
(B) II. 
(C) III. 
(D) I e II. 
(E) II e III. 
 
GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO 
1 – A 
Vimos que a vírgula não pode separar elementos inseparáveis, que são: sujeito do verbo, 
verbo do complemento, termo regido do termo regente, conjunção ou pronome relativo 
da oração correspondente. 
Se houver uma intercalação separando-os, deve haver DUAS VÍRGULAS e não apenas 
uma. 
A oração totalmente correta está na letra a. 
As demais apresentam os seguintes erros. 
b) O verbo saber está separado de seu complemento oracional (que certas coisas não 
têm preço) por uma vírgula após o termo que exerce a função de sujeito (alguns). 
Além disso, houve um erro de concordância verbal (“tem” no lugar de “têm”, que possui 
o substantivo “coisas” como núcleo do sujeito). 
c) Que coisa feia é essa de “têem”??? Cruzes! 
d) Olha essa feiúra aí de novo!!! Será que a banca imaginou que alguém ia marcaruma 
coisa dessas como CERTA?!?!?! SOCORRO! 
e) Nessa opção, a conjunção “que” está separada indevidamente do restante da oração a 
que pertence. 
 
2 – B 
 
 
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Busca-se a opção em que se verifica erro de pontuação. Vejamos a construção da opção 
b: 
As ilusões nos doentes mentais, são devidas à perturbação da atenção, a influências 
emocionais e a alterações da consciência. 
Houve uma indevida separação do sujeito (As ilusões) do verbo correspondente (são) por 
meio de uma vírgula isolada. Há duas formas de correção: elimina-se a vírgula (As 
ilusões nos doentes mentais são devidas...) ou coloca-se uma outra vírgula, isolando a 
expressão “nos doentes mentais” (As ilusões, nos doentes mentais, são devidas...). 
 
3 – D 
Em “a possibilidade de as empresas reformularem (5) seus processos”, a vírgula não 
pode ser colocada nesse ponto, pois estaria separando o verbo reformular de seu 
complemento verbal seus processos – um dos casos de proibição. 
 
Vamos analisar cada uma das demais propostas: 
a) Correta. Encerra-se a primeira passagem, mas o período seguinte segue a mesma 
linha argumentativa. Por isso, o melhor sinal é o ponto-e-vírgula: “A era do vapor 
deslocou a produção do lar para a fábrica; com a eletricidade [uma nova era]...”. 
b) Correta. Em (2), indica-se, com a vírgula, o deslocamento da expressão adverbial 
“com a eletricidade” para o início da oração. Por sua vez, a expressão “com 
computadores e Internet”, de valor adverbial, deve ser isolada por vírgulas em (3) e 
(4). 
c) Correta. Com o emprego de vírgulas, travessões ou parênteses, destaca-se o valor 
explicativo da expressão adverbial “com computadores e Internet”. 
e) Correta. Também de valor explicativo (justifica-se o fato de ser considerado 
surpreendente), é indicada a vírgula ou o travessão. Tendo em vista o fim do período 
com a expressão explicativa, no lugar do segundo sinal (que faria a “dobradinha” 
com o primeiro) é colocado o ponto que encerra todo o período. 
 
4 – C 
O deslocamento da expressão circunstancial “Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos” 
(adjunto adverbial de tempo), por não ser curto, exige o emprego de vírgula. É um termo 
deslocado ou, nas palavras do examinador, em ordem inversa. 
Na ordem direta, a construção seria “A Terra não será mais habitável daqui a mais ou 
menos 1 bilhão de anos.”. 
 
5 – C 
Expressões ou orações intercaladas, que apresentem comentários ou explicações, devem 
ser isoladas por vírgulas, de modo a não interferir no restante da estrutura oracional. 
Note que na opção a houve uma alteração de sentido da expressão “é óbvio”, somente 
com a retirada de uma das vírgulas que deveriam isolá-la. De acordo com a nova 
apresentação, o que “é óbvio” não é mais “o preenchimento do lapso” (“Esse lapso, é 
 
 
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óbvio, também será preenchido”), mas o próprio “lapso”: Esse lapso é óbvio, também 
será preenchido. 
Em outra construção igualmente errada (opção d), houve a separação do sujeito “lapso” 
da forma verbal passiva correspondente “será preenchido”, por meio de travessão. 
Outra expressão que deveria se manter isolada: esperam o governo e os próprios 
bancos. Contudo, isso não foi respeitado nas construções das opções a e d (abriu com 
travessão e fechou com vírgula – um “samba do crioulo doido”...rs...). 
O erro da opção e foi separar uma oração adjetiva restritiva de seu antecedente por 
vírgula (“medidas que tornem essa travessia menos arriscada”). 
 
6 – C 
Não está errado empregar uma vírgula antes da conjunção “e”. O problema é como fazer 
isso para não errar. O autor do texto fez com perfeição, já que os sujeitos das orações 
coordenadas são diferentes (o primeiro – “o modo de produção capitalista”, e o segundo, 
“nada”). 
Quando o sujeito das duas orações for o mesmo, isso não será possível, a não ser em 
casos muito especiais, por questões de clareza textual (quando, por exemplo, a primeira 
oração for muito longa e houver a necessidade de se retomar o sujeito distante). 
Muita gente deve ter achado estranha a primeira construção (opção a). Contudo, em 
aula, vimos os casos de polissíndeto, em que podemos repetir a conjunção para dar 
ênfase aos elementos (lembra do poema de Vinícius?). 
Então, estaria correta a construção. Reforça-se, com a repetição, a necessidade de se 
sair cedo – antes de anoitecer, antes de acenderem as luzes, antes de fecharem o 
comércio. 
Na opção b, a conjunção “e” tem valor adversativo. Vimos na aula sobre conectivos que 
só podemos afirmar o valor da conjunção no período, lembra? Então, há entre a primeira 
e a segunda oração idéias contrárias – muito esforço na realização do projeto ≠ 
projeto mal-sucedido. Por isso, está correta a pontuação. 
No período da opção d, os sujeitos são distintos, assim como o fez o autor do texto. Na 
primeira oração, o sujeito é “A expedição”, enquanto que, na segunda, é o pronome 
“todos”. 
Por fim, também são diferentes os sujeitos do último período: “a maioria dos estudantes” 
e “seus pais”. Assim, é possível o emprego de vírgula antes da conjunção aditiva “e”. 
 
7 – A 
Temos, nessa questão, vários dos casos de proibição. Vamos enumerar alguns deles. 
 
 
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b) vírgula separando sujeito do verbo: “Os olhos empapuçados(,) são os mesmos”; 
vírgula antes de conjunção causal (é possível antes de conjunção explicativa): 
“a barriga só parou de crescer (conseqüência)(,) porque (causa) não havia mais lugar...”. 
c) vírgula separando sujeito do verbo: “o cabelo (,) se foi”; a expressão “atrás do 
balcão” já está no fim do período, não havendo justificativa para uma pausa (indicada 
por vírgula). 
d) vírgula após a conjunção adversativa “mas” (seria possível ANTES e não 
DEPOIS) + vírgula separando sujeito do verbo: “mas(,) o cabelo, se foi” e “a 
barriga(,) só parou de crescer”; vírgula antes de conjunção causal (é possível antes 
de conjunção explicativa). 
e) vírgula separando sujeito do verbo: “a barriga(,) só parou de crescer”; vírgula 
desnecessária antes de “atrás do balcão”. 
 
8 – B 
Agora, a pontuação que envolve orações adjetivas. Lembre-se: não existe caso 
FACULTATIVO de vírgula com oração adjetiva. OU A VÍRGULA É PROIBIDA (ORAÇÃO 
ADJETIVA RESTRITIVA), OU A VÍRGULA É OBRIGATÓRIA (ORAÇÃO ADJETIVA 
EXPLICATIVA). 
Vejamos caso a caso: 
a) João, desenha uma ave no caderno. 
Com a vírgula, isola-se um vocativo (João). Sua retirada tornaria esta uma oração 
afirmativa (João desenha uma ave no caderno.). Ocorre, pois, alteração semântica. 
b) No dia 5 de outubro, comemora-se o Dia da Ave. 
A vírgula isola um elemento deslocado. Na ordem direta, seria: “Comemora-se o Dia da 
Ave no dia 5 de outubro.”. Como o elemento é curto e de fácil entendimento, não haveria 
prejuízo algum o deslocamento sem vírgula: No dia 5 de outubro comemora-se o Dia da 
Ave. Assim, com a retirada da vírgula, não ocorre nenhuma mudança de sentido da 
frase. Esta é a resposta correta. 
c) Chamei a menina, que estava sentada, e ela não se mexeu. 
A oração adjetiva, por estar isolada por vírgulas, tem valor explicativo. Com a retirada da 
vírgula, ela se tornaria uma oração adjetiva restritiva. Haveria, assim, mudança 
semântica na construção. 
d) Ela falava sem parar – da festa, do fim de semana e das férias de verão. 
Com a vírgula, pode-se entender que são três os temas de que ela falava: da festa, do 
fim de semana e das férias de verão. Com a ausência da vírgula, a expressão “do fim de 
semana” deixa de ser um complemento verbal (ela falava do fim de semana) e passa a 
ser um complemento nominal, em relação a “festa” (“a festa do fim de semana”). 
Também ocorre aí alteração de sentido. 
e) A secretária, organizada, não deixa trabalho para o dia seguinte. 
Da mesma forma que na construção da opção c, haveria a transformação de valor do 
termo isolado por vírgula: de explicativo(A secretária, por ser organizada, não deixa 
 
 
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trabalho para o dia seguinte.), passaria a ser restritivo (Aquela secretária que é 
organizada não deixa trabalho para o dia seguinte.). 
 
9 - Item CORRETO 
É exatamente essa a característica da oração subordinada restritiva – está ligada ao 
termo antecedente de forma direta, sem vírgula. 
 
10 – Item INCORRETO 
A retirada da vírgula após “provocou” provocaria uma separação entre esse verbo e seu 
complemento, representado por “uma verdadeira confusão de idiomas”, em virtude da 
manutenção da vírgula após a palavra “época”. 
 
11 - B 
As demais opções apresentam os seguintes erros. 
(A) O primeiro período, na verdade, deveria ser interrogativo (“Pode viver um homem 
sem acesso à civilização?”), apresentando-se a resposta no segundo período (“Não 
pode”). A partir daí, uma vírgula o separa da oração subordinada concessiva (“Não pode, 
embora haja muitos que pensem o contrário”). Os dois pontos estão empregados de 
forma incorreta. 
Ademais, o verbo “ser” foi separado indevidamente de seu complemento “o caso do 
cronista” por uma vírgula, e a expressão adverbial “evidentemente” deveria vir isolada 
por DUAS vírgulas ou sem nenhuma delas, por ser um termo curto e de fácil 
entendimento. Somente uma vírgula implica erro de pontuação para o período. 
(C) O primeiro período se encerra em “nossos”. Deve ser indicada essa interrupção por 
um ponto. A seguir, está indevidamente empregado o ponto-e-vírgula, que separa o 
verbo “atacar” de seu complemento (“atacar no que este tem ...”). Por fim, faltou a 
primeira vírgula da série que isola o vocábulo “sobretudo” (“e, sobretudo, artificial.”). 
(D) O sujeito do verbo “sentir” é “aqueles”. Na ordem direta, isso fica mais claro 
(Aqueles [que defendem as delícias da vida natural] se sentirão hostilizados 
provavelmente.). Uma vírgula separa o sujeito (aqueles) do verbo correspondente, 
devendo ser retirada. No período seguinte, a expressão introdutória “Em compensação” 
deve ser seguida por uma vírgula, e não pelo sinal de dois pontos. 
Em seguida, mais uma vez a vírgula separa o sujeito, representado pelo pronome 
demonstrativo “os” (em “os [que relutam em aceitá-la]”), do predicado “muito se 
divertirão”, incorrendo em um dos casos de proibição (separar sujeito do verbo). 
(E) O complemento indireto do verbo bitransitivo privar foi separado deste por uma 
indevida vírgula (“Não se [objeto direto] privaria o cronista [sujeito] do conforto 
[objeto indireto]”). 
 
12 – D 
A ordem é V/F/V/V. 
1º item) VERDADEIRO 
 
 
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Vimos que os travessões se prestam para, assim como os parênteses, apresentar 
expressões acessórias, como no caso das construções destacadas. 
2º item) FALSO 
Que doideira é essa “explicativa restritiva”?! As orações adjetivas podem ser explicativas 
(com vírgula obrigatória) ou restritivas (com vírgula proibida). Não existe caso de vírgula 
opcional em orações adjetivas. A primeira, antes de “tão presentes...”, introduz 
construção adjetiva em relação a “antigas aspirações”; a segunda separa itens de mesma 
função sintática em uma enumeração – “tão presentes em sonhos, utopias e projetos 
políticos”. Percebe-se, assim, que elas não têm relação entre si. 
3º item) VERDADEIRO 
É exatamente essa a função dos dois pontos, podendo também ser usada a vírgula, que 
estabelece uma pausa mais breve. Se a intenção for de maior destaque, usa-se o ponto 
(“Ao contrário. O novo modelo...”). 
4º item) VERDADEIRO 
Em lugar das vírgulas, poderiam também ser usados travessões ou parênteses. 
 
13 - E 
Está incorreto apenas o item I. 
Como já vimos, a vírgula em orações adjetivas ou é obrigatória (explicativa) ou proibida 
(restritiva). Não há caso de vírgula opcional. Essa vírgula tem a função de iniciar uma 
oração subordinada adjetiva explicativa, em relação a sociedade de classes. 
Estão corretos os itens: 
II - A associação proposta na oração anterior será apresentada na oração iniciada por “A 
exclusão”. Portanto, está correta a sugestão. 
III – Por ser curto o advérbio, houve a dispensa da vírgula. Contudo, devido ao seu 
valor conclusivo, melhor seria mantê-la após Assim. 
IV – As aspas servem para indicar que as palavras não pertencem ao autor do texto, 
mas àquela pessoa mencionada por ele. A partir da colocação do sinal de dois pontos, 
essa distinção fica clara, passando o emprego das aspas a ser facultativo. 
 
14 - Item INCORRETO. 
Como vimos no início do nosso estudo e ao longo dessa aula, as orações adjetivas 
restritivas NÃO PODEM SER ISOLADAS POR VÍRGULAS. O valor do segmento destacado é 
explicativo, o que justifica a pontuação empregada. 
 
15 - B 
Cuidado com o enunciado. O examinador não busca a opção em que haverá prejuízo 
gramatical com a retirada da vírgula, mas a em que haverá alteração semântica 
(“sentido na frase”). 
Observamos que essa alteração ocorre com a retirada da vírgula que inicia a oração 
subordinada adjetiva explicativa. Do modo com é apresentada na construção, a oração 
 
 
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“que combatem o obscurantismo fundamentalista” indica essa prática por todos os 
cientistas a quem Umberto Eco presta homenagem. 
A partir da retirada do sinal de pontuação, haveria mais de uma “espécie” de cientista, e 
só aos cientistas que combatem o obscurantismo fundamentalista o pensador 
italiano só renderia homenagens. 
 
16 - D 
Na oração I, com a vírgula, afirma-se que o autor se preocupa com todos os jornalistas, 
pois eles (todos eles!) têm sua liberdade de expressão ameaçada. Após a retirada do 
sinal, a oração deixa de ter valor explicativo e passa a ser restritiva. Assim, de todos os 
jornalistas existentes no planeta, a preocupação do autor é em relação àqueles cuja 
liberdade de expressão se encontra ameaçada. Há, portanto, alteração semântica com a 
retirada da vírgula. 
O mesmo acontece na oração II – após a retirada da vírgula, afirma-se que, do universo 
de jornalistas, aqueles que costumam cuidar de seus próprios interesses não preservam 
sua independência. 
Já na oração III, a retirada da vírgula não provoca nenhuma alteração no sentido da 
frase. A expressão “também” admite ser colocada diretamente na oração, sem pausas: 
“O direito à livre informação é dos jornalistas e também da sociedade como um todo”. 
Assim, houve alteração somente nas orações dos itens I e II. 
Bons estudos e até a próxima - última aula chegando aí, pessoal!

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