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AULA 2: Direito e sociedade: a força do direito. BOURDIEU, Pierre. A força do direito. Elementos para uma sociologia do campo jurídico. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. 13ª.ed. – Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2010, pp. 209-254. A força do direito Ideologia da independência do direito e do corpo judicial X Ideologia da subserviência aos poderes dominantes A força do direito A DIVISÃO DO TRABALHO JURÍDICO A força do direito o campo jurídico é o lugar de concorrência pelo monopólio do direito de dizer o direito, quer dizer, a boa distribuição ou a boa ordem, na qual se defrontam agentes investidos de competência ao mesmo tempo social e técnica que consiste essencialmente na capacidade reconhecida de interpretar um corpus de textos que consagram a visão legítima, justa, do mundo social. A Igreja, a Escola e a Justiça. As diferentes categorias de intérpretes autorizados: Professores Magistrados A força do direito Força da interpretação posição na hierarquia interna do campo posição da sua clientela na hierarquia social A força do direito A INSTITUIÇÃO DO MONOPÓLIO A força do direito Visão vulgar do leigo X visão do perito Constitutivo de uma relação de poder, que fundamente dois sistemas diferentes de pressupostos, duas visões de mundo. O campo judicial é o espaço social organizado no qual e pelo qual se opera a transmutação de um conflito direto entre partes diretamente interessadas no debate juridicamente regulado entre profissionais que atuam por procuração e que têm em comum o conhecer e o reconhecer da regra do jogo jurídico. A força do direito A entrada no universo jurídico implica: A aceitação tácita da lei fundamental do campo jurídico; Redefinição completa da experiência corrente e da própria situação que está em jogo no litígio; Renúncia à violência física e simbólica; Reconhecimento das exigências específicas da construção jurídica do objeto. A força do direito Trabalho de construção da realidade social: Percepção e nomeação do agravo; “Descoberta” da injustiça e o sentimento de ter direitos; Poder de revelar os direitos e, simultaneamente, as injustiças; Identificação e construção de conflitos. A força do direito A constituição do campo jurídico é inseparável da instauração do monopólio dos profissionais sobre a produção e a comercialização desta categoria particular de produtos que são os serviços jurídicos. O corpo dos profissionais define-se pelo monopólio dos instrumentos necessários à construção jurídica e autorização à venda dos serviços jurídicos. Os esforços para limitar a oferta e os efeitos da intensificação da concorrência. Ex.: Exame da OAB. O aumento do formalismo jurídico dos procedimentos. O reforço circular. A força do direito O PODER DE NOMEAÇÃO A força do direito O veredito do juiz pertence à classe dos atos de nomeação ou de instituição: ele representa por excelência a palavra autorizada, palavra pública, oficial, enunciada em nome de todos e perante todos O direito consagra a ordem estabelecida ao consagrar uma visão desta ordem que é uma visão do Estado, garantida pelo Estado. Ele atribui aos agentes uma identidade garantida, um estado civil, e sobretudo poderes socialmente reconhecidos, mediante a distribuição dos direitos de utilizar esses poderes, títulos, certificados, etc. A força do direito O direito faz o mundo social, e também é feito por ele. Atos simbólicos de nomeação - correspondência com estruturas preexistentes – consagram a ordem estabelecida: possibilidade real de existência plena quer dizer, conhecida e reconhecida, oficial. Ex.: Nascimentos, casamentos. A força do direito A FORÇA DA NORMA A força do direito Campo jurídico X campo do poder Afinidade entre os agentes do direito e os detentores do poder temporal, político ou econômico. A pertença dos magistrados à classe dominante. Forma por excelência do discurso legítimo, o direito só pode exercer a sua eficácia específica na medida em que permanece desconhecida a arbitrariedade da origem de seu funcionamento Ideologia da neutralidade e da autonomia do direito e dos juristas. A força do direito O direito e a lógica da conservação e da manutenção da ordem simbólica. Selo da universalidade a um ponto de vista sobre o mundo social que em nada de decisivo se opõe ao ponto de vista dos dominantes. Transforma a regularidade em regra, a normalidade de fato e normalidade de direito, contribuindo assim para impor uma representação da normalidade em relação a qual todas as práticas diferentes tendem a aparecer como desviantes, anormais ou patológicas. A força do direito Imposição de uma representação oficial do mundo social que esteja em conformidade com a sua visão do mundo e seja favorável aos seus interesses. O direito é o instrumento de normalização por excelência.
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