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Pluralismo Jurídico

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CASTRO, Marcus Faro de. Pluralismo jurídico: principais ideias e desafios. In: SILVA, Felipe Gonçalves; RODRIGUEZ, José Rodrigo. Manual de Sociologia Jurídica. São Paulo, Saraiva, 2013, pp. 157-177. 
SANTOS, Boaventura de Sousa. Notas sobre a História Jurídico-Social de Pasárgada. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/boaventura/boaventura_pasargada_passar.pdf 
WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo jurídico: novo paradigma de legitimação. Disponível em: http://www.mundojuridico.adv.br/sis_artigos/artigos.asp?codigo=646 
Pluralismo Jurídico
SANTOS, Boaventura de Sousa. Notas sobre a História Jurídico-Social de Pasárgada.
Introdução
Este estudo tem por objetivo analisar em profundidade uma situação de pluralismo jurídico com vista à elaboração de uma teoria sobre as relações entre Estado e direito nas sociedades capitalistas.
 Existe uma situação de pluralismo jurídico sempre que no mesmo espaço geopolítico vigoram (oficialmente ou não) mais de uma ordem jurídica. 
Esta pluralidade normativa pode ter uma fundamentação econômica, racial, profissional ou outra; pode corresponder a um período de ruptura social como, por exemplo, um período de transformação revolucionária; ou pode ainda resultar, como no caso de Pasárgada, da conformação específica do conflito de classes numa área determinada da reprodução social - neste caso, a habitação.
Introdução
A favela é um espaço territorial, cuja relativa autonomia decorre, entre outros fatores, da ilegalidade coletiva da habitação à luz do direito oficial brasileiro. 
Esta ilegalidade coletiva condiciona de modo estrutural o relacionamento da comunidade enquanto tal com o aparelho jurídico-político do Estado brasileiro. 
No caso específico de Pasárgada, pode detectar-se a vigência não-oficial e precária de um direito interno e informal, gerido, entre outros, pela associação de moradores, e aplicável à prevenção e resolução de conflitos no seio da comunidade decorrentes da luta pela habitação. Este direito não-oficial - o direito de Pasárgada como lhe poderei chamar - vigora em paralelo (ou em conflito) com o direito oficial brasileiro e é desta duplicidade jurídica que se alimenta estruturalmente a ordem jurídica de Pasárgada.
II
Entre os mecanismos oficiais de ordenação e controle social, serão referidos dois: a polícia e os tribunais. 
As tentativas empreendidas pela polícia para expulsar em massa os moradores.
Criminosos, suspeitos, vagabundos e em geral "maus elementos" eram considerados pela polícia como formando uma considerável proporção da população de Pasárgada. Por conseguinte, pelo que contam as testemunhas desse tempo (que não é, neste aspecto, muito diferente do tempo presente), a polícia fazia incursões repressivas, isto é, "dava batidas" na comunidade com muita frequência.
Por outro lado, o morador que chamasse a polícia seria considerado traidor ou informante (cagüete) pelos outros moradores e isso poderia fazer perigar a sua permanência na comunidade.
II
Apesar de ter agora delegacia em Pasárgada, a polícia continua a desempenhar um papel mínimo na prevenção e na resolução de conflitos. Não obstante os seus esforços no sentido de uma aceitação mais positiva por parte da comunidade, continua a ser vista por esta como uma força hostil investida de funções estritamente repressivas.
Para além da polícia (ou em complemento da ação desta), os tribunais constituem o outro mecanismo oficial de ordenação e controle social a que os habitantes de Pasárgada poderiam, em teoria, recorrer para prevenir ou resolver conflitos internos de natureza jurídica. 
Em primeiro lugar, juízes e advogados eram vistos como demasiado distanciados das classes baixas para poder entender as necessidades e as aspirações dos pobres.
Em segundo lugar, os serviços profissionais dos advogados eram muito caros.
Terceiro lugar, a ilegalidade da comunidade à luz do direito oficial.
II
É necessário reconhecer que tal inacessibilidade é geral em relação aos problemas jurídicos das classes baixas residindo ou não em favelas e constitui, por isso, uma das manifestações mais evidentes da natureza classista do aparelho jurídico do Estado numa sociedade capitalista.
Da discussão precedente conclui-se que, para além das razões diretamente econômicas, o estatuto de ilegalidade da comunidade favelada e o bloqueamento ideológico que lhe foi concomitante criaram uma situação de indisponibilidade ou inacessibilidade estrutural dos mecanismos oficiais de ordenação e controle social.
II
A indisponibilidade estrutural dos mecanismos oficiais de ordenação e controle social e a ausência de mecanismos não-oficiais comunitários criaram uma situação que designarei por privatização possessiva do direito. Esta situação caracteriza-se pela apropriação individual da criação e aplicação das normas que regem potencialmente a conduta social.
Cria-se, assim, uma situação de suspensão jurídica, ou melhor, de ajuridicidade cuja superação tende a ser determinada pela violência.
WOLKMER, Antonio Carlos. Pluralismo jurídico: novo paradigma de legitimação.
INTRODUÇÃO
O artigo em questão compreenderá algumas reflexões teóricas acerca da crise da cultura jurídica tradicional e das possibilidades de se redefinir uma proposta mais democrática do Direito.
Para além das formas jurídicas, positivas e dogmaticamente instituídas, herdadas do processo de colonização, torna-se imperioso reconhecer a existência de outras manifestações normativas informais, não derivadas dos canais estatais, mas emergentes de lutas, conflitos e das flutuações de um processo histórico-social participativo em constante reafirmação.
Isso transposto para o jurídico nos permite consignar que a estrutura normativista do moderno Direito positivo estatal é ineficaz e não atende mais ao universo complexo e dinâmico das atuais sociedades de massa que passam por novas formas de produção de capital, por profundas contradições sociais e por instabilidades que refletem crises de legitimidade e crises na produção e aplicação da justiça.
A percepção deste novo pluralismo - no âmbito da produção das normas e da resolução dos conflitos - passa, obrigatoriamente, pela redefinição das relações entre o poder de regulamentação do Estado e o esforço desafiador de auto-regulação dos movimentos sociais, grupos populares e associações profissionais.
Na singularidade da crise que atravessa o imaginário jurídico-político e que degenera as relações da vida cotidiana, a resposta para transcender a exclusão e as privações provêm da força contingente de sujeitos coletivos populares que, pela consciência de seus reais interesses, são capazes de criar e instituir novos direitos.
Ainda que os chamados direitos “novos” nem sempre sejam inteiramente “novos”, na verdade, por vezes, o “novo” é o modo de obtenção de direitos que não passam mais pelas vias tradicionais - legislativa e judicial -, mas provêm de um processo de lutas e conquistas das identidades coletivas para o reconhecimento pelo Estado.
CASTRO, Marcus Faro de. Pluralismo jurídico: principais ideias e desafios. In: SILVA, Felipe Gonçalves; RODRIGUEZ, José Rodrigo. Manual de Sociologia Jurídica. São Paulo, Saraiva, 2013, pp. 157-177. 
A ASCENSÃO DO MONISMO NO DIREITO OCIDENTAL E O SURGIMENTO DO PLURALISMO JURÍDICO
A expressão “pluralismo jurídico” designa a existência simultânea e em um mesmo ambiente de mais de um conjunto articulado de regras, princípios e instituições com base nos quais a ordem social é construída e transformada.
A expressão aparece na segunda metade do século XX como reação a uma visão “monista” do direito.
Um direito de origem europeia e base “monista” – também identificado com uma orientação “centralizadora” e “estatal”, por oposição a conjuntos de normas locais, “descentralizadas” e “não estatais”- tornou-se hegemônico na Europa e foi daí exportado para várias partes do mundo, entre os séculos XVIII e XX.
A elaboração de um direito “internacional”
A ASCENSÃO DO MONISMO NO DIREITO OCIDENTAL E O SURGIMENTO DO PLURALISMO JURÍDICONa Europa Ocidental, os outros direitos (os costumes locais), distintos do direito estatal, foram praticamente suprimidos, subsistindo apenas em versões fracas e subalternas, em algumas regiões.
O processo de colonização possibilitou a resistência de outros direitos locais e a formação de uma pluralidade de direitos.
Em resumo, na Europa Ocidental, ao longo do tempo, diversas identidades foram efetivamente destruídas ou marginalizadas, frequentemente mediante ações violentas (guerras), concomitantemente a afirmação de um direito de feição monista.
A evolução do debate acadêmico: principais ideias e dificuldades conceituais
Crime e costume na sociedade selvagem (1926), de Malinowski.
Até os anos 1970: incorporação ou reconhecimento de direitos locais descentralizados por direitos estatais e metropolitanos. Ex.: Reconhecimento do direito hindu e muçulmano nas colônias inglesas.
A partir dos anos 1980: o questionamento da posição de subordinação dos direitos locais ao direito oficial; a ênfase nas interações bidimensionais; o reconhecimento do pluralismo em contextos não coloniais e não rurais.
Rejeição da ideia de que apenas o direito “estatal” deve ser considerado “direito”.
O pluralismo jurídico no Brasil: Boaventura de Sousa Santos e Antonio Carlos Wolkmer.
Críticas: imprecisão conceitual e romantismo.
A dimensão global do pluralismo jurídico
Declínio de construções jurídicas do direito internacional clássico.
“Instituições de padrão global”
A fragmentação do direito internacional
Observações finais
Sensibilidades jurídicas
Fonte de inspiração para quem busca inovar sem destruir diferenças nos modos de perceber o mundo e interagir com ele, preservando, ao mesmo tempo, a pluralidade de maneiras de se organizar e dar significado à vida em sociedade.

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