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Doenças Renais
em cães e gatos
( DRC e IRA)
Prof. a Rafaela Pisani
Estácio de Sá 
2024
Introdução à fisiologia Renal FUNÇÃO DOS RINS 
Filtração do Sangue 
Excreção de dejetos metabólicos 
Retenção de Substâncias filtradas necessárias para o organismo
 (água, Glicose, eletrólitos e ptns de baixo peso molecular) 
Produção de Hormônios :
Produção de Eritrócitos (Eritropoietina)
Regulação da Pressão Arterial Sistêmica (Aldosterona)
Introdução à fisiologia Renal
1 2 3
4
NÉFRON – Unidade funcional dos rins
Quantidade de 
Néfrons por 
espécie 
Humano –
1.200.000
Cão – 500 mil
Gato 250 mil
• Glomérulos: Onde o sangue é filtrado 
Introdução à fisiologia Renal
▪ Retém components cels. Ptns Médio 
– alto peso
▪ Expele filtrado glomerular = Filtrado
• TFG = Taxa de Filtração Glomerular – 
medida útil da função renal
• Regulador da TFG = SRAA
GLOMERULOPATIAS: 
Destruição progressiva → diminuição da taxa de 
filtração glomerular, azotemia e insuficiência renal. 
Introdução à fisiologia Renal
Sistema Renina Angiotensina Aldosterona - SRAA 
Hipotensão Fígado
A. Aferente - Rim
URÉIA
• Síntese Hepática (aa)
• Excreção renal 
• [ureia] inversamente proporcional à TFG
• Recomendado jejum pois dieta rica em 
ptn aumenta a ureia 
Mensuração da F. Renal
CREATININA
• Origem degradação muscular 
• Não é metabolizada
• Excreção renal – totalidade por filtração 
renal 
• Aumento conforme progressão da DR
Aumento de Ureia e Creatinina 
Pelo menos 75% Néfrons não Funcionais 
Relação Ptn/ Creatinina Urinária 
(PCU)
• Proteinúria persistente
• Influência de vários fatores 
(dieta, hora da coleta, 
contaminação)
Mensuração da F. Renal
ANÁLISE DA URINA
• Aparência 
• DU (Densidade Urinária)
• pH 5,0-7,5 
• Glicose
• Cetonas 
• Sangue Oculto
• Bilirrubinas 
Mensuração da F. Renal
SEDIMENTOS
• Hemácias
• Leucócitos (piúria)
• Células Epiteliais 
• Cilindros 
(origem tubular)
• Microorganismos
• Cristais 
(Estruvita, fosfato 
amorfo, oxalate de 
cálcio)
• Urato ( Dalmatas)
Mensuração da F. Renal
Insuficiência Renal Aguda 
✓ Reversível 
✓Rins de Tamanho Normal
✓ Sem histórico de Pu/Pd
Insuficiência Renal Aguda e Crônica
Insuficiência Renal Crônica
✓ Irreverssível 
✓Comum Rins de Tamanho reduzidos e 
irregulars
✓Histórico de PU/PD 
✓ Comum Anemia arregenerativa
✓Perda de Peso, má qualidade pelo
✓ Glândulas Paratireóides Aumentadas 
Insuficiência Renal Aguda 
Insuficiência Renal Aguda 
Síndrome clínica caracterizada por aumentos abruptos 
nas concentrações séricas de creatinina e ureia 
(azotemia)
1. Pré- Renal (diminuição da perfusão renal e retenção dos 
produtos do catabolismo do nitrogênio)
2. Pós Renal (resulta da obstrução do trato urinário ou 
uroabdome)
Isquemia Renal → Lesão tubular → Degeneração ou Necrose tubular 
aguda (nefrose) 
Insuficiência excretória → Diminuição da TFG → Azotemia e Baixa 
Produção de Urina
IRA – FISIOPATOGENIA - Mecanismos que contribuem para a diminuição da TFG 
IRA - FISIOPATOGENIA
Mecanismos IRA
Causas Comuns - IRA
✓ Nefrotoxinas 
(Lírios – gatos; Uva – cão; Etilenoglicol, aminoglicosídeo, 
rodenticida)
✓Isquemia Renal 
 (Desidratação, Trauma, Sepse, Anestesia, AINE, Hemorragia)
✓Nefrite 
( Leptospirose; Borreliose)
✓Hiperfosfatemia Aguda 
 (Síndrome da lise tumoral)
IRA - CAUSAS
IRA - FISIOPATOGENIA
Normalização Creatinina
Uréia, creatinina
Creatinina
Manifestação Clínica 
IRA 
Anorexia Letargia 
Êmese Diarreia
Desidratação
Hálito urêmico 
e Ulcerações 
orais
• Anemias – Ulcerações gástricas 
- curso mais crônico
• Azotemia
• Ptns normais – aumentadas 
(Desidratação)
• DU: Isoestenúria (1,007-1,015)
• Proteinúria, hematúria, glicosúria
• Presença de cilindros 
IRA 
Alterações Laboratoriais 
Suporte 
emergencial até 
estabilização
Fluidoterapia- 
Aumentar Perfusão 
renal 
Suspensão de 
fármacos 
nefrotóxicos 
Sondagem urinária 
– Débito Urinário 
(normal 1 a 2 
mL/kg/h até 5ml)
Eletrocardiograma – 
Pacientes 
Hipercalêmicos 
Correção Distúrbios 
Ácido-Bases 
(Hemogasometria)
Hidróxido de 
Alumínio 30-
90mg/kg/dia 
(Hiperfosfatemia)
Diuréticos de Alça 
(furosemida) 1-
2mg/kg/IV – 
Conversão oliguria
Diálise 
IRA - Tratamento 
Tratamento 
• DIÁLISE
Remoção dos produtos do catabolismo urêmico e água retida de modo 
muito eficiente
Desvantagens: Pouco acessível, cara, e técnica requer prática
Vantagem: Aumento da sobrevida e reversão do quadro de IRA
A prescrição é feita de acordo com cada paciente ( Nefro que indica)
- Duração 2-3 dias 
IRA - Tratamento 
Tratamento 
É uma opção de tratamento através do qual o 
processo ocorre dentro do corpo do paciente, 
com auxílio de um filtro natural como substituto 
da função renal. 
Esse filtro é denominado peritônio. É uma 
membrana porosa e semipermeável, que reveste os 
principais órgãos abdominais.
Diálise Peritoneal
Insuficiência Renal Crônica 
Insuficiência Renal Crônica
Mecanismos compensatórios não são mais capazes de manter 
as principais funções excretórias, regulatórias e endócrinas 
▪ Curso Clínico >3 meses
▪ Consequências: 1- Desarranjos do balanço hídrico, acidobásico e 
eletrolítico, 
2-falha na produção de hormônios constituem a 
síndrome da IRC
Causas Hereditárias - IRC
Insuficiência Renal Crônica 
Estadiamento- DRC
Insuficiência Renal Crônica 
Características Fisiopatológicas da DRC
Intoxicação 
urêmica
Hiperfiltração Proteinúria 
Esclerose 
glomerular
Desenvolvimento de 
PU/PD e capacidade de 
concentração urinária 
prejudicada
Balanço Ca/Po 
prejudicada – 
Hiperparatireoidismo 
Renal 2º
Acidose 
Metabólica
Anemia 
arregenerativa
Disturbios 
Gastrointestinais 
Complicações 
cardiovasculares 
(hipertensão)
1
2
3 calcitriol
Balanço Ca/Po 
prejudicada – 
Hiperparatireoidismo 
Renal 2º
Hiperparatireoidismo Secundário Renal
Manifestação 
clínica do 
Hiperparatireoi
dismo 2º Renal
• Osteodistrofia fibrosa 
(Principalmente na 
mandíbula)
• Aumento de [Ca]
 → Calcificação de 
tecidos moles 
incluindo a deposição 
de cálcio nos rins, 
agravando a injúria 
renal 
Pq usar Dieta de Baixo 
Fósforo na DRC ?
• O hiperparatireoidismo secundário renal pode ser 
prevenido ou revertido em cães com DRC induzida 
experimentalmente pela diminuição da ingestão 
dietética de fósforo em proporção ao decréscimo 
da TFG
• Na fase inicial do curso da DRC, a diminuição da 
ingestão de fósforo estimula a 1α-hidroxilase renal, 
o que resulta em aumento da produção de 
calcitriol
• Esse aumento no calcitriol resulta em aumento da 
absorção intestinal de cálcio, incremento da 
concentração sérica de cálcio ionizado e 
diminuição da secreção de PTH
Acidose 
Metabólica 
da DRC 
• A principal causa da acidose metabólica na DRC é 
a limitação da excreção renal de amônio
• Os rins doentes cronicamente mantêm o balanço 
de íon hidrogênio pelo aumento da 
amoniagênese renal 
• O tamponamento da acidose metabólica pela 
liberação de carbonato de cálcio dos ossos 
contribui para a desmineralização óssea, e o 
acúmulo de amônia nos rins pode elicitar a 
inflamação túbulo-intersticial.
• A terapia alcalinizante para correção da acidose 
metabólica pode retardar a progressão da DRC. 
Anemia no 
paciente com 
DRC
• EPO – Eritropoetina: Regula a produção de 
hemácias pela medula óssea
• Rins são principal fonte de produção de 
EPO no cão adulto 
• Comum desenvolverem Anemia 
Normocítica Normocrômica 
• O tempo de vida das hemácias em 
pacientes urêmicos é aproximadamente 
50% daquele de indivíduos sadios, 
sugerindo ser causado por uma toxina 
urêmica no plasma
• A disfunção plaquetária na DRC promove 
perda sanguínea insidiosa e contínua 
(p. ex., hemorragia gastrintestinal).
Disturbios Gastrointestinais na DRC 
Erosões e Úlceras na mucosa oral e língua
Necrose na ponta da língua ( cães)
Gastroenterite com hemorragia GI -> Disfunção plaquetária, produção de amônia a 
partir de ureia por bactérias no trato gastrintestinal,isquemia causada por lesões 
vasculares, e aumento das concentrações de gastrina por causa da diminuição da 
excreção renal
Êmese: Estímulo de toxinas na ZQG (Zona Quimioreceptora do gatilho)
Complicações 
cardiovasculares
• Hipertensão sistêmica 20-30% dos cães e gatos com DRC e 50-80% dos 
cães com glomerulopatias 
• Pressão normal cão e gato: 120 mmHg – até 150/180mmHg (stress)
• Causas: Isquemia renal associada à DRC 
 Ativação do SRAA → + S.N.Simpático 
• Manifestações Clínicas: - anormalidades oculares (descolamento de 
retina, hemorragias retinianas, tortuosidade vascular retiniana)
- anormalidades cardíacas
Manifestações 
Clínicas 
• Poliúria ( 1º noctúria) e Polidpsia 
Compensatória
• Sinais inespecíficos de Uremia: Anorexia, Perda 
de peso e letargia 
• Êmese (mais comum em cão do que em gatos) 
• Diarréia ( Sinal tardio de complicação urêmica)
• Má condição corporal e Pelame seco e opaco 
• Desidratação 
• Úlceras orais 
• Mucosas hipocoradas (anemia) 
• Osteodistrofia fibrosa ( + comum uremia de 
cães jovens) 
Alterações Laboratoriais
• Hemograma: Anemia arregenerativa
 Neutrofilia e linfopenia ( Estresse Crônico)
• Bioquímica: Azotemia (Aumento de Uréia e Creatinina) estará 
presente se 75% ou mais néfrons estiverem lesados 
Hiperfosfatemia ocorrerá quando 85% dos néfrons 
lesados
Calcio pode estar baixo a normal 
• EAS: Cães – Isostenúria (DU 1,007-1,015) ocorre quando 67% ou 
mais néfrons tornam-se não funcionais 
Proteinúria: hipertensão intraglomerular
Exames de Imagem
• Ultrassonografia: Aumento 
ou diminuição da ecogenicidade
do tecido renal e perda da 
distinção corticomedular quando 
a ecogenicidade medular aumenta 
e se torna similar à cortical, 
embora achados 
ultrassonográficos normais não 
excluam a DRC
Terapia Conservativa –
 Tratamento DRC
• Fluidoterapia para resolução da zotemia pré-
renal (dependendo da zotemia mínimo de 3 
dias para diminuição da uréia) 
• Investigar as causas da DRC ( Tratar )
• Tratar as causas reversíveis de complicações 
(infecção do trato urinário, distúrbios 
eletrolíticos ou acidobásicos, hipertensão)
• Suporte hídrico/ eletrolítico e calórico 
Manejo Alimentar
• Dietas renais prolongam a sobrevida 12-14m
• Possuem: diminuição dos níveis de proteína, 
fósforo, sódio e aumento de vitaminas B, fibras 
solúveis, PUFAs ômega-3 e antioxidantes. 
• Restrição de proteínas → redução nos sinais 
clínicos associados à uremia, pela diminuição da 
produção de metabólitos tóxicos do 
metabolismo proteico e diminuição da 
hiperfiltração em néfrons remanescentes.
Manejo Alimentar
• A modificação dietética é recomendada quando azotemia moderada 
está presente em um paciente estável hidratado com DRC (p. ex., 
estágio 2 da IRIS em gatos, ou estágio 3 em cães
• Não é recomendada no início do curso da doença renal, pois o 
acúmulo sintomático de produtos catabólicos proteicos tornou-se um 
problema
• Transição gradual da dieta prévia à dieta prescrita em um período de 
2 a 4 semanas
• As concentrações séricas de creatinina, entretanto, não são 
influenciadas de modo substancial pela dieta.
Diferenças cão e gato 
• Cão: 
❑ 5% das calorias que 
sejam oriundas de ptns
Gato:
❑ 20% das calorias 
sejam oriundas de 
ptns
❑ Dieta mais gordurosa 
❑ Necessitam de fonte 
de taurina na dieta 
Uso de ômega 3 na 
dieta
Diminuição da produção da 
prostaglandina (PG) TXA2 pró-
inflamatória, vasoconstritora e 
indutora de agregação 
plaquetária
Diminuição da proteinúria, 
preservação da TFG e 
alterações morfológicas 
renais menos severas
Uma relação ômega-
6:ômega-3 de 2:1 pode ser 
razoável em uma dieta renal
Restrição de Sódio
• Amenizar ou reverter o hiperparatireoidismo secundário renal. 
• Redução de Lesões túbulo-intersticiais 
• Os agentes quelantes de fósforo podem ser administrados por via oral para 
aprisionar o fósforo no intestino e apressar sua excreção, já que dietas com 
restrição extrema de fósforo não são palatáveis
• Devem ser administrados com alimentos ou até 2 horas após a alimentação, 
para maximizar sua efetividade DOSE: 45 mg/kg a cada 12 horas 
Restrição de Fósforo
• É aconselhável em cães com DRC e hipertensão e naqueles com 
glomerulopatias que apresentam retenção de sódio e edema.
Uso de Inibidores 
da ECA
São renoprotetores e 
retardam a progressão da DRC
Diminuem a filtração de proteínas em direção ao 
espaço de Bowman pela diminuição da pressão 
hidrostática intraglomerular
Enalapril 0,5 mg/kg/SID
Benazepril ( Fortekor ®)
 0,25-0,5 mg/kg/SID ou BID
Uso da EPO - 
Eritropoetina
• Correção da anemia arregenerativa ( indicada 
quando Htde Imagem
	Slide 39: Terapia Conservativa – Tratamento DRC
	Slide 40: Manejo Alimentar
	Slide 41: Manejo Alimentar
	Slide 42: Diferenças cão e gato 
	Slide 43: Uso de ômega 3 na dieta
	Slide 44: Restrição de Sódio 
	Slide 45: Uso de Inibidores da ECA
	Slide 46: Uso da EPO - Eritropoetina
	Slide 47: Controle da Pressão Sistêmica 
	Slide 48

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