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AULA - 3 - CLÍNICA COM ADOLESCENTES

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Aula 4 - Clínica com adolescentes
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Sumário
O INSTINTO E A PULSÃO NOS TRÊS ENSAIOS DA SEXUALIDADE (1905)
A PERVERSÃO E O INCONSCIENTE
A SEXUALIDADE INFANTIL
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BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
GARCIA-ROZA, Freud e o Inconsciente. Cap. IV, O Discurso da Pulsão: Três ensaios sobre a sexualidade, p. 93-111. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.
FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Tradução de Jayme Salomão. Rio de Janeiro (RJ): Imago; 2006, v. 7.
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O DISCURSO DO DESEJO E O DISCURSO DA PULSÃO
Na obra “A Interpretação dos sonhos” (1900), Freud trabalhou a relação do sujeito com o DESEJO.
Na obra “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade” (1905), irá desenvolver o conceito de PULSÃO.
OBS.: ESSES DOIS TEXTOS FUNCIONAM PARALELAMENTE.
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A interpretação dos sonhos
Freud descobre o complexo de Édipo;
Define os sonhos como a via privilegiada de acesso ao inconsciente, ponto de articulação entre o normal e o patológico;
O que é interpretado não é o sonho mas o seu relato;
A pessoa que sonha sabe o significado do seu sonho, apenas não sabe que sabe, isso porque a censura a impede de saber.
O único meio de burlar a censura e chegar ao significado oculto é através das associações que o sonhador realiza.
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Os sonhos
A psicanálise é a ciência do desejo.
Os sonhos são realização de desejos;
Um desejo é uma ideia (Vorstellung), portanto, diferente da necessidade ou da demanda.
O desejo se dá ao nível da representação tendo como correlato as fantasias.
O desejo – tem que ser realizado como nos sonhos;
A pulsão – tem que ser satisfeita.
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Como Freud chegou a essa tese?
Partiu do Estudo sobre a histeria – trauma psíquico e seu conteúdo sexual.
1- Teoria do trauma – o neurótico, em sua infância, teria sido vítima de uma sedução REAL.
2- Superação da teoria do trauma – Freud não abandona a teoria da sedução mas sim a tentativa de chegar a uma cena originária, traumática, que teria feito desencadear a patologia neurótica.
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O papel da fantasia
Freud percebe que há dois momentos:
Primeiro momento- cena na qual a criança sofreria a sedução sexual;
Segundo momento – na adolescência, quando a sexualidade tivesse surgido, uma outra situação (que não precisaria ser sexual) seria associada a um traço dessa primeira situação de sedução ocorrida na infância. Ou seja, essas lembranças eram fantasias de sedução eram trazidas devido aos impulsos edipianos anormalmente intensos no neurótico. 
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A sedução da sedução materna
Freud diz que dessa sedução praticamente nenhum ser humano escapa.
“A relação de uma criança com quem quer que seja responsável por seu cuidado proporciona-lhe uma fonte infindável de excitação sexual e de satisfação de suas zonas erógenas. Isso é especialmente verdadeiro, já que a pessoa que cuida dela, que, afinal de contas, em geral é a mãe, olha-a com sentimentos que se originam de sua própria vida sexual: ela a acaricia, beija-a, embala-a e muito claramente a trata como um substituto de um objeto sexual completo” (Freud, v. VII).
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A pulsão
Freud nos “Três ensaios da sexualidade” fala da diferença entre o instinto e a pulsão dizendo que a pulsão “perverte” os padrões fixados pelo instinto, hereditariamente fixados.
Instinto – padrões fixos de conduta – um objetivo para alcançar um objeto específico.
Pulsão – os objetivos e os objetos serão determinados durante a história do indivíduo.
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Pulsão e instinto
Pulsão em alemão = Trieb ≠ instinct (instinto). 
Trieb significa impelir, impulsionar
Não, há, assim, experiência instintiva no ser humano, no sujeito, mas experiência do instinto fragmentado e remodelado pelo significante, que é a pulsão.
A pulsão se articula com a linguagem.
		A diferença fundamental entre a pulsão (Trieb) e o instinto (Insitink!)
	
		Instinto
		Pulsão
		Visa à reprodução da espécie
designar um comportamento hereditariamente fixado
possui um objeto específico
		Visa ao prazer
a pulsão não implica comportamento pré-formado
não tem um objeto específico
variedade nos objetivos
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Instinto
O instinto trata como perversa toda conduta sexual que não conduza à reprodução, já que ela colocaria em risco a preservação da espécie.
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Pulsão e Perversão
Assim, certas condutas que seriam consideras PERVERSAS se tomássemos como referencial o instinto deixam de sê-lo se tomamos como referencial a pulsão.
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A pulsão e os objetos de satisfação
A Interpretação dos Sonhos – apresenta os sonhos como REALIZAÇÃO de desejos inconscientes, em sua forma alucinada. 
Três ensaios da sexualidade – é a pulsão sexual que necessita SATISFAZER-SE, então vai em direção a objetos onde possa encontrar tal satisfação.
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Freud perverte o objetivo sexual
O objetivo sexual é caracterizado como a união dos órgãos genitais que conduz a um alívio da tensão sexual;
As perversões são definidas como atividades sexuais que se estendem para além das regiões genitais podendo qualquer parte do corpo trazer prazer e mais, as carícias prévias ao ato podem ser mais importantes do que o objeto sexual final.
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Importante!!!!
O grau de perversão permitido por cada pessoa está na dependência da maior ou menor resistência oferecida pelas “forças psíquicas”, sobretudo a vergonha e a repugnância. Essas forças psíquicas vão ser responsáveis pela transformação desses impulsos em sintomas neuróticos, de modo que podemos considerar:
 a neurose como o negativo das perversões;
 e os sintomas como a atividade sexual do indivíduo neurótico.
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A SEXUALIDADE INFANTIL
No segundo ensaio Freud lança novidades sobre o pensamento que a sociedade tinha sobre as crianças:
1- negava-se que as crianças tivessem sexualidade, o que Freud desmente;
2- os neuróticos produzem uma “amnésia” sobre a sexualidade dos primeiros anos na nossa infância. Esse esquecimento de saber sobre a sexualidade de nossa infância é uma forma de manifestar a recusa neurótica da própria perversão infantil. Foi Freud quem falou da criança como o “perverso-polimorfo”.
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O AUTO-EROTISMO
Há um estado original da sexualidade infantil anterior ao narcisismo, no qual a pulsão sexual, ligada a um órgão ou uma zona erógena, encontra satisfação sem recorrer a um objeto externo.
Anterior à fase auto-erótica, há uma fase a pulsão se satisfaz graças a um objeto: o seio materno.

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