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Resumo Gestão de Contratos - Anotações Aulas

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GESTÃO DE CONTRATOS (GST0220/1916315) 9011 
 
Aula 1: Conhecendo o Contrato 
 
É importante estudar os requisitos e pressupostos que integram o contrato, além de saber sobre suas 
implicações constitutivas e resolutórias, a fim de que todo negócio jurídico por ele regulado siga os 
princípios da clareza, transparência e boa-fé que devem constar de todo contrato. Sendo o contrato o 
principal instrumento jurídico e também a mais comum e mais importante fonte de obrigações, devido às 
suas múltiplas formas e repercussões no mundo jurídico, achamos importante conceituar o que seja o 
contrato. 
Contrato: Negócio jurídico bilateral, ou seja, realizado por duas ou mais pessoas e cujo objeto pode 
exprimir uma obrigação de dar, fazer ou não fazer e que altera, cria ou extingue um direito. 
Função Econômica: Instrumento para promover a circulação de riquezas, ou ainda, transmissão de bens 
ou de somas. 
Função Social dos Contratos: Segundo o seu artigo 421 do CC (Código Civil), “a liberdade de contratar 
será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. Liberdade contratual - Boa fé – 
Lealdade. 
 
A palavra contrato pode ser empregada em dois sentidos: - Amplo: Refere-se a todo negócio jurídico que 
se forma pelo concurso de vontades. - Restrito: Refere-se a todo negócio Jurídico que gera efeitos 
jurídicos, independente de manifestação de vontade das partes, pois encontram-se previstos em lei. Ex: 
Modificação, Extinção, etc. Contrato também pode se referir ao instrumento em que o negócio jurídico se 
formaliza, podendo ser uma escritura pública, um escrito particular ou ainda um recibo. Consideraremos 
contrato como sendo o negócio jurídico bilateral, ou plurilateral, de natureza patrimonial e eficácia 
obrigacional, que sujeita as partes nele envolvidas, denominadas proponente e oblato, à observância de 
conduta idônea à satisfação dos interesses que regulam. 
 
Quanto às concepções de contrato, em relação ao seu conteúdo, temos duas posições antagônicas: 
Concepção Subjetiva: Com relação ao conteúdo do contrato, diz que ele é fonte de relações jurídicas e 
seu conteúdo é composto pelos direitos e obrigações das partes. 
Concepção Objetiva: Considera o conteúdo do contrato como sendo composto por preceitos. Suas 
disposições têm substância normativa e visam vincular a conduta das partes. É fonte de norma jurídica, 
ao lado da lei e da sentença. 
 
Formação dos contratos 
Proposta ou oferta: Proponente realiza sua declaração de proposta (também chamada de oferta ou 
policitação), para o segundo contratante, também chamado de aceitante, que se manifesta mediante 
aceitação; poderá haver obrigação do proponente. 
Da Aceitação: manifestação de vontade do destinatário, concordando com a proposta realizada pelo 
proponente; prazo; forma expressa. 
Do contrato preliminar: Vinculação jurídica – as partes se obrigam a formar o futuro contrato; deve conter 
todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado; registro competente. 
Arras ou Sinal: Adiantamento de quantia em dinheiro ou outra coisa fungível (consumível) entregue por 
um a outro contraente, com o objetivo de assegurar o cumprimento da obrigação. 
 
Contrato visto como norma jurídica: de acordo com Orlando Gomes, quando as partes celebram um 
contrato, elas não estão se limitando a aplicar o direito abstrato que o rege, mas criam também normas 
individuais que geram obrigações e direitos concretos que não existiam antes de sua celebração. 
 
Declaração de vontade: A declaração de vontade das partes que integram o contrato. O contrato 
pressupõe declarações de vontade que têm de ser coincidentes. A vontade de uma das partes sempre 
precede a outra. Parte que propõe algo (proposta ou oferta) – Proponente ou Policitante. Parte que faz a 
aceitação daquilo que foi proposto – Aceitante ou Oblato. 
 
A proposta e a aceitação são atos pré-negociais, ou seja, ainda não são consideradas como negócio 
jurídico. Para haver a consolidação do contrato é preciso sucessividade entre a proposta e a aceitação, 
que devem ter seus conteúdos coincidentes. A aceitação da proposta para efetivar o contrato pode se dar 
de forma imediata ou pode haver um intervalo de tempo entre a proposta e a aceitação. 
 
O contrato escrito é composto por duas partes: - Preâmbulo: No preâmbulo mencionam-se a qualidade 
das partes, o objeto do contrato e as razões que determinaram a sua proposição ou o objetivo dos 
contratantes. - Contexto: No contexto encontramos as cláusulas contratuais. 
 
De acordo com Pothier existem três tipos de cláusulas: Essenciais - aquelas sem as quais o contrato não 
existiria; Naturais - que se referem a obrigações peculiares previstas em lei, mas que não são 
compulsórias; Acidentais - aquelas que são determinações acessórias para subordinar a eficácia do 
contrato a evento futuro. 
 
Função econômica do contrato: A ordem jurídica oferece a todos os sujeitos de direito uma grande 
variedade de contratos para que seus interesses sejam regulados com segurança. De acordo com alguns 
juristas, a função econômica é a real causa dos contratos, os quais podem ser classificados com a 
seguinte finalidade: Para promover a circulação da riqueza; De colaboração; Para prevenção de risco; De 
conservação ou acautelatórios; Para concessão de crédito; Para prevenir ou diminuir uma controvérsia. 
 
Pressupostos e requisitos do contrato: Pressupostos são elementos extrínsecos aos contratos e referem-se 
às condições sob as quais se desenvolve e pode se desenvolver o contrato. Já os requisitos se referem aos 
elementos intrínsecos do contrato. Os pressupostos podem ser de três categorias: a referente aos 
sujeitos; a referente ao objeto e a referente à situação dos sujeitos em relação ao objeto. 
 
Capacidade jurídica das partes: A capacidade jurídica corresponde à capacidade legal para agir, ou seja, a 
pessoa precisa ser apta a realizar o negócio jurídico regido pelo contrato. 
Idoneidade do Objeto: Quanto ao objeto, afirmamos que deve ser lícito, possível, determinado ou 
determinável. Precisa ele estar adequado ao fim visado pelos contratantes. Se tal idoneidade não existir o 
contrato é considerado nulo. 
Legitimação para que ele possa ser realizado: A legitimação da parte contratante refere-se à sua 
idoneidade para movimentar a relação processual, por ter interesse a ser protegido. 
 
Consentimento das partes contratantes para a feitura do contrato: O consentimento, entendido como 
sendo a declaração de vontade de cada parte do contrato, se refere a um dos requisitos típicos e 
constitutivos do contrato. É indispensável que cada parte leve sua vontade ao conhecimento da outra 
parte. A comunicação de declarações entre as partes é condição necessária para a formação do 
consentimento. Para que haja a efetivação do contrato, é preciso haver intercâmbio das duas declarações, 
o qual é precedido por negociações preliminares. Mas a simples troca de declarações não é suficiente para 
que haja o contrato. É necessário que as duas declarações se ajustem, integrando-se uma à outra. 
 
As manifestações de vontade e seus modos de consentir: As declarações podem se dar das seguintes 
formas: Verbal, escrita ou simbólica (declaração mímica e a declaração por sinais); Direta ou indireta; 
Expressa, tácita ou presumida. 
Declaração direta e indireta: É complexo distinguir a declaração direta da indireta. A declaração direta, 
segundo alguns juristas, corresponde àquela que é emitida para um determinado fim. Caso contrário, ela 
é indireta. 
 
Tipo de consentimento 
Consentimento expresso e tácito: No que diz respeito ao consentimento expresso e o tácito, há dois 
critérios usados para distingui-los: o objetivo e o subjetivo. 
Concepção Objetiva: De acordo com o critério objetivo, a declaração expressa é a que se emite por 
palavras, gestos ou sinais que exteriorizam, inequivocamente, a vontade. A declaração tácita é aquela 
que resultade circunstância indicativa da vontade. 
Concepção Subjetiva: Já para o critério subjetivo, a declaração é considerada expressa se há a intenção 
de emiti-la. Caso não haja essa intenção ela é considerada tácita. 
 
Resilição, rescisão e distrato de contratos 
Resilir um contrato: é tecnicamente, cortar o vínculo contratual entre as partes devido a várias causas 
específicas. É a dissolução do contrato por simples declaração de vontade de uma ou das duas partes 
contratantes. 
Rescindir um contrato: é dissolvê-lo, rompê-lo devido a uma lesão. 
O distrato: consiste de uma resilição bilateral, ou seja, as próprias partes contratantes deliberam dissolvê-
lo mediante negócio extintivo. Por meio do distrato as partes rompem o vínculo contratual, extinguindo a 
relação jurídica. 
 
Cessação de contratos e seus efeitos: Segundo Orlando Gomes, o caso em que há a morte de uma das 
partes contratantes impossibilita a execução do contrato, ou faz cessá-la definitivamente, mas não pode 
ser considerada como inexecução involuntária. Esse caso também não pode ser enquadrado no caso de 
resilição, pois esta depende da manifestação de vontade de uma ou das duas partes contratantes. A 
extinção do contrato pela morte de uma das partes contratantes dá-se ex nunc, ou seja, não tem efeito 
retroativo. 
 
Gestão de Contratos: Sistema que possa ser de auxílio para obter o controle desses contratos. Gestão do 
contrato voltada para cada fase do seu ciclo de vida, conhecido por CLM (Contract Lifecycle Management). 
 
Ciclo de vida dos contratos: O contrato possui basicamente duas fases, podendo ser classificada como 
fase formal e fase de execução. A fase formal compreende o período de sua requisição até a sua 
assinatura e a fase de execução que se inicia logo após a sua assinatura se estendendo até o seu 
encerramento (Freitas, 2009). 
 
Saiba Mais 
Leia também os seguintes textos: Domine o Contrato. http://info.abril.com.br/corporate/aplicacoes-de-
gestao/domine-o-contrato.shtml 
 
Qual é a diferença entre a função social e econômica de um contrato? 
Função Econômica: Instrumento para promover a circulação de riquezas, ou ainda, transmissão de bens 
ou de somas. Função Social: Liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social 
do contrato. Liberdade contratual - Boa fé – Lealdade. 
 
OBS: Os contratos realizados verbalmente são válidos. 
- Validade dos contratos depende de três requisitos: Agente capaz; objeto lícito, possível e determinado e 
forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Aula 2: Gestão de Contratos (Parte 1) 
 
Uma boa gestão de contratos assegura, dentre outras coisas: O bom funcionamento da dinâmica da 
empresa; A redução de desperdícios e de tempo para realizar ações necessárias na empresa; A satisfação 
dos clientes; A boa organização de todos os processos que fazem com que a “engrenagem“ da empresa 
seja acionada sem grandes problemas. 
As empresas utilizam o contrato para fundamentar, consolidar suas relações comerciais, e por isso, 
precisam ter controle total de seu teor, assim como também de todas as ações que se achem por ele 
reguladas. Todos dentro da empresa devem estar envolvidos nesse processo organizacional, a fim de 
fazerem com que aquilo que regem esteja em conformidade com o que o cliente espera. 
A definição para CLM (Contract Lifecycle Management) é a de que tal termo se refere à gestão da criação 
do contrato, a execução e a análise do mesmo como sendo um processo sistemático e conectado, para o 
propósito de maximizar a performance operacional e financeira, além de também minimizar riscos para a 
empresa. As referências a melhores práticas na gestão de contratos em nível mundial acham-se elencadas 
no CMBOK (Contract Management Base of Knowledge). 
Mas por que é tão importante controlar os contratos? A resposta é simples: eles envolvem capital e risco, 
logo, seu controle diz respeito à vida financeira da empresa e também à sua visibilidade perante o 
mercado e seus clientes. A preocupação de alguns profissionais e empresas brasileiras com a melhoria da 
gestão de contratos fez surgir a Associação Nacional de Gestores de Contratações - ANGC 
(www.angc.org.br), em 2007. 
 
Principais razões para se desenvolver o gerenciamento de contratos: Gerenciar os contratos com clientes 
e fornecedores, seja qual for a modalidade do contrato (compra, venda, aluguel, manutenção, prestação 
de serviço e todos os documentos vinculados a esses contratos); Controlar a sua vigência, os seus 
reajustes, alertando o gestor sobre possíveis pendências e ocorrências; Controle de seus respectivos 
aditivos; Controle de sua renovação com fornecedores; controle quanto ao pagamento e cumprimento do 
contrato; Controle quanto ao cumprimento dos prazos e das cláusulas avençadas. 
Modelos de Gestão: Estudiosos da área assinalam cada vez mais a necessidade de se realizar uma gestão 
do contrato voltada para cada fase do seu ciclo de vida. De acordo com Walter Freitas, em seu livro 
Gestão de Contratos – melhores práticas voltadas aos contratos empresariais, tais processos são 
estruturados e compostos por sete itens, os quais explicam as atividades que cada um tem dentro da 
organização, que são: Atores: Regras necessárias para executar as atividades descritas no processo; 
Critérios de Entrada: Condições que precisam ser atendidas antes que as atividades do processo se 
iniciem; Entrada: Documentos ou produtos que precisam estar disponíveis ou referenciados antes que as 
atividades do processo possam ter início (incluem-se aqui os contratos); Passos: Sequência passo a passo 
do processo; Saídas: Documentos ou produtos que serão produzidos pelas atividades do processo; 
Critérios de Saída: Condições que existirão, tão logo o processo seja concluído; Medições: Qualquer 
medição que precisa ser coletada, uma vez que o processo seja completado. 
 
Frameworks de trabalho: Um processo de gestão deve ser retratado de forma objetiva e concreta. No 
entanto, ele deve ter uma certa flexibilidade, a fim de que a cultura e os valores corporativos sejam 
mantidos. Essas melhores práticas geram, dentro de cada área específica, o que chamamos de 
frameworks de trabalho. E por que devemos estudar esses frameworks quando falamos de gestão de 
contratos? A resposta é simples: em geral, todos esses frameworks abordam o tema de contratos, que 
está sempre relacionado às atividades empresariais. Como exemplos de framework podemos citar: 
PMBOK: Project Management Base of Knowledge, destinado à área de Gestão de Projetos; CMMI: 
Capability Maturity Model Integration, direcionado para fomentar o sucesso da gestão de Projetos no 
desenvolvimento de sistemas de informação; ITIL: Information Technology Infrastructure Library, 
desenhado para atender a requisição de melhores práticas para gestão de operações e serviços de TI; 
CMBOK: Contract Management Base of Knowledge, voltado especificamente para a gestão de contratos. 
O modelo de gestão a ser seguido dependerá da análise e necessidade real, específica e imediata da 
empresa. 
 
Ciclo de vida dos contratos 
CLM: Metodologia de gestão que trata do ciclo de vida dos contratos. É importante lembrar que, para 
melhorar o controle e o resultado de contratos de acordo com as novas dinâmicas empresariais, o gestor 
precisa repensar o modo como trabalha com tais documentos, desde o momento de sua criação, 
evoluindo para a fase de assinatura e culminando na fase de sua execução. O CLM envolve todo tipo de 
contrato, seja ele referente à aquisição, comercial, propriedade intelectual e outros. É claro que tal 
abrangência engloba os três tipos básicos de contratos mais usados em ambiente público ou privado, a 
saber: O contrato de preço fixo; O de custo reembolsável; O de tempo e material. 
Quantas e quais são as fases que compõem o ciclo de vida dos contratos? FASE FORMAL: Abrange o 
período de sua requisição até a sua assinatura. FASE DE EXECUÇÃO:Se dá após a assinatura do contrato 
até o seu encerramento. 
Quantas e quais as etapas envolvidas nessas duas fases de vida do contrato? Definição: Trata das 
políticas da contratação, documentos constitucionais, alçadas e demais elementos que influenciam a 
criação do contrato; Pré-contratação: Aqui são tratados os elementos preliminares ao contrato, tais como, 
requisição de produto/serviço, pesquisa de mercado, seleção do tipo de contrato e definição de estratégia 
de aquisição; Contratação: Abrange atividades voltadas para se chegar à assinatura do contrato 
(preparação de requisições, avaliação de propostas, negociação, escolha de fornecedor, etc.; Pré-
execução: Fase em que se dá a assinatura do contrato e aviso aos outros participantes sobre seu 
fechamento; Execução: Consiste das atividades de administração do contrato para garantir sua 
performance e conclusão bem sucedida. 
 
Saiba mais 
“Gestão de Contratos (CLM)” http://www.kaizen.com.br/index.php/clm.html 
“5 dicas para melhorar o controle dos SLAs” 
http://www.docmanagement.com.br/portal/blogs/blog.asp?cod=48arquivo=07/2008 
 
Quais são as fases do contrato que precisam ser gerenciadas? 
R: Todas, basicamente tem duas, podendo ser classificada como, FASE FORMAL: Abrange o período de 
sua requisição até a sua assinatura. FASE DE EXECUÇÃO: Se dá após a assinatura do contrato até o seu 
encerramento. 
 
Aula 3: Gestão de Contratos (Parte 2) 
 
Ferramentas de Gestão de Contratos: Gerenciamento eficaz dos contratos - 1) Ferramentas próprias; 2) 
Trabalho de equipe; 3) Integração de diversos setores; 4) Principalmente Setor de TI. Vantagens: 
Cumprir a legislação no que tange ao arquivamento de documentos (contratos, apólices e demais papéis) 
de forma segura, eficiente e para pronta consulta. Erros Comuns: Prática costumeira dos gestores é 
manter os contratos guardados em gavetas por longos períodos e, com essa prática, excluindo a 
possibilidade de ter um acompanhamento efetivo. 
Dentre as possíveis ferramentas ou recursos utilizados, destacamos três: A guarda física de documentos: 
objetiva manter contratos e outros documentos armazenados em conformidade com a legislação vigente e 
as políticas da empresa, além de permitir a utilização de recursos internos ou externos. O Sistema GED 
(Gerenciamento Eletrônico de Documentos): Permite acesso a documentos no formato digital e as 
empresas de guarda física de documentos costumam fornecer esse recurso. A Microsoft oferece um 
programa chamado SharePoint, o qual apresenta funcionalidades de workflow adicional. O Sistema SGC 
(Sistema de Gestão de Contratos): Permite controlá-los desde o momento de sua criação até o 
recebimento/pagamento, demanda integração entre os sistemas da empresa e utiliza recursos como 
catalogação, controle de atividades/eventos e controle de acessos autorizados para permitir a aplicação 
de melhores práticas de gestão. 
O Sistema de Gestão de Contratos (SGC) pode ser considerado como aquele que permite um maior 
controle de documentos, além de proporcionar fácil localização e acesso por pesquisa despersonalizada 
(independe de uma pessoa específica), assim como também oferece rápido acesso à trilhas de auditoria. 
 
Quatro Benefícios: I. Trabalho desenvolvido com maior segurança, acelerando o processo de assinatura e 
formação dos contratos. II. Expandir as operações empresariais na medida em que terá maiores 
condições de gerenciar seus contratos sem a necessidade de contratar novos colaboradores para 
desenvolverem essa matriz. III. Repercussão também junto aos fornecedores obtendo-se melhores 
prestações de serviços ou nos contratos de fornecimento – já que haverá um acompanhamento ágil e 
adequado. IV. Desdobramentos na área jurídica com redução dos riscos de violar dispositivos legais 
durante o ciclo de vida contratual, que repercutem na esfera econômica e financeira da sociedade 
empresarial ou da instituição. 
 
As principais ferramentas utilizadas para uma melhor gestão de contratos são as seguintes: Interface 
não-transacional = Business Intelligence – BI, datawarehouse e Intranet; Interface transacional = ERP, 
BD Corporativo, Workflow, BD Eventos, BD Catálogo de Documentos e Gestão de Contratos. 
É importante lembrar que quando o modelo CLM é aplicado na empresa, esta precisa ter todos os seus 
processos de negócios documentados e os Sistemas de Gestão utilizados devem apresentar total 
aderência a esses processos. 
 
As fases de Planejamento e Preparação de Aquisição, são compostas por três itens: 
Fase de Planejamento: Entrada: Compreende a declaração de escopo, a descrição do produto, os recursos 
para a contratação, as condições de mercado, a saída de outros planejamentos e as restrições ou 
premissas. Técnica: Compreende a avaliação especializada e a especificação do tipo de contrato. Saída: 
Compreende o plano a ser seguido e a declaração de trabalho - SOW (Statement of Work). 
Fase de Preparação de Aquisição: Entrada: Compreende o plano de gerência da aquisição, a SOW e a 
saída de outros planejamentos. Técnica: Refere-se aos formulários. Saída: Compreende os editais, os 
critérios de avaliação e as atualizações do SOW. 
Toda essa organização sistematizada ocorre antes da assinatura do contrato e traz inúmeros benefícios 
para a empresa: Definição mais precisa acerca do produto/serviço a ser adquirido. Evitando desgastes 
internos e externos com vendedores envolvidos, além de evitar retrabalho, que atrasa o bom andamento 
do processo. Redução no tempo de aquisição e assinatura do contrato. Permitindo o cumprimento de 
cronogramas de trabalho. 
Planejamento – Execução – Monitoramento – Controle – Encerramento. 
 
Dicas práticas para uma boa gestão de contratos na empresa: Utilize cláusulas contratuais de avaliação de 
condições de preço no mercado para evitar que ocorram mudanças indesejáveis de preços em contratos 
de longa duração. Utilize contratos de curta duração (de 6 meses a um ano), pois eles motivam o 
aumento da performance contratual baseada em competição mais frequente. Assuma um compromisso 
com um Programa de Desenvolvimento Profissional para Gestão de Contratos, pois tal prática requer 
colaboradores treinados, experientes e profissionais. Crie uma Metodologia de Gestão de Contratos que 
descreva um processo lógico, organizado e flexível, pela qual a empresa compra ou vende 
produtos/serviços. Detalhe as etapas requisitadas, as regras e as responsabilidades de todos os 
envolvidos. Utilize um sistema de Gestão de Contratos. Simplifique os padrões de Termos e Condições 
Contratuais. Use textos menos longos, com linguagem clara, concisa e de fácil entendimento, para que as 
partes envolvidas no contrato o entendam sem problemas. Desenvolva e mantenha uma Central de 
Conhecimento de Gerenciamento de Contratos, que pode incluir uma base de dados que seja fácil de usar 
e que esteja ao alcance de todas as pessoas. 
 
Quais são os exemplos de ferramentas na gestão de contratos? E qual a sua utilidade? 
R: Sistema GED – Gerenciamento Eletrônico de Documento: disponibiliza seu acesso no formato digital. 
Sistema SGC – Sistema de Gestão de Contratos: possibilita o controle do contrato desde a sua fase de 
criação até o seu pagamento. 
 
Aula 4: Contratos na Administração Pública e sua Gestão 
 
A terceirização consiste de um modelo de gestão em que a Administração Pública contrata serviços de 
terceiros, os quais, para serem aceitos, contratados e executados, precisam, anteriormente, passar por 
um processo de licitação. Lei 8.666/93, Lei de Licitações: Contrato é “todo e qualquer ajuste entre órgãos 
ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a 
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. 
 
O contrato administrativo: é aquele firmado entre a Administração Pública e o particular, com a finalidade 
de regular a consecuçãode ações que apresentem objetivos de interesse público nas condições 
estabelecidas pela própria Administração. É importante destacar que, no contrato administrativo, a 
vontade do contratante está sempre condicionada ao atendimento de interesse público. 
Edital: é considerado a matriz do contrato administrativo, pois nele se encontram o objeto e todas as 
regras fundamentais do futuro acordo entre Administração e particular. 
 
Obrigatoriedade no contrato da Administração Pública, nos casos em que: Se observam a concorrência, a 
tomada de preços e as dispensas e inexigibilidades, tem a Administração Pública a obrigatoriedade de 
firmar contratos para serviços prestados por terceiros; O contrato passa a ser facultativo, podendo ser 
substituído por uma carta contrato, uma nota de empenho de despesa, uma autorização de compra ou 
uma ordem de execução de serviço; O contrato é dispensável: nos casos de compra com entrega imediata 
e integral em que não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica. Nesse caso, a 
Administração Pública é que decide qual dentre os documentos citados acima vai substituir o contrato. 
Os contratos administrativos têm como partes integrantes: O edital; O projeto ou termo de referência; 
Memórias/cálculos; Planilhas de custos; Cronogramas; Normas internas, que poderão ser expedidas pelos 
órgãos administrativos e publicadas na Imprensa Oficial. 
Cláusulas Necessárias: Também chamadas de essenciais, são aquelas que definem o objeto e 
estabelecem as condições para sua execução, enquanto as cláusulas acessórias, também chamadas de 
secundárias, são aquelas que podem ser omitidas do contrato sem invalidá-lo. 
Cláusulas Exorbitantes: São aquelas que, de acordo com a Lei 8.666/93, excedem do direito comum para 
consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração ou ao contratado. De acordo com Hely Lopes 
Meirelles, tal tipo de cláusula é absolutamente válida no contrato administrativo. Como exemplos 
podemos citar as cláusulas que possibilitam a alteração e a rescisão unilateral do contrato, dentre outras. 
 
Modificações de contratos 
Modificação Unilateral: Alteração unilateral do contrato administrativo é da essência do próprio acordo de 
que o Estado é parte na condição de representante do interesse público. Existem dois tipos de situações 
em que pode ocorrer a modificação unilateral. É importante ressaltar que tais acréscimos ou supressões 
só podem ocorrer após a assinatura do contrato ou instrumentos equivalentes. 
Modificação Qualitativa: Quando há modificação do projeto ou das especificações, com a finalidade de 
melhor adequação técnica de acordo com seus objetivos, ou seja, há uma modificação qualitativa, 
podendo também ocorrer variações de quantidade. 
Modificação Quantitativas: Quando há alteração de valor contratual decorrente de acréscimos ou 
diminuições quantitativas do objeto. 
 
As alterações contratuais por acordo das partes estão enumeradas no artigo 65, alíneas a – d do inciso II 
da Lei 8.666/93. As modificações no contrato elencadas na alínea d da lei supra-citada ensejam a 
fundamentação do restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, que é um direito do 
contratado. Tal recomposição de preços nos contratos administrativos segue alguns institutos distintos, 
que são: 
- Re-equilíbrio: O re-equilíbrio nos contratos tem como causas aquelas decorrentes de fatos previsíveis ou 
imprevisíveis, porém de consequências incalculáveis, que retardam ou impedem a execução do contrato 
ou ainda decorrentes de caso fortuito, força maior ou fato de príncipe. 
- Repactuação: A repactuação tem por objeto a prestação de serviços executados de forma contínua. Visa 
ela a adequação do contrato existente aos novos preços do mercado, e é sempre precedida de 
demonstração analítica do aumento dos custos, de acordo com a Planilha de Custos e Formação de 
Preços. A repactuação está fundamentada no artigo quinto do Decreto 2.271 / 1997. 
- Reajuste: O reajuste dos contratos administrativos está fundamentado no inciso XI do artigo 40, inciso 
III do artigo 55 e parágrafo 8º do artigo 65 da Lei 8.666/93. Toda e qualquer alteração no valor original 
do contrato deverá ter como pré-requisito uma motivação fundamentada, seja acréscimo no seu 
quantitativo inicial, seja um reajuste no valor original. 
 
Rescisão de contratos: A professora Maria Sylvia Di Pietro divide as hipóteses em que a Administração 
Pública pode rescindir unilateralmente o contrato em quatro grupos distintos. 1º GRUPO: Se refere às 
situações relacionadas, dentre outras, à inexecução do contrato, à lentidão do seu cumprimento, a 
atrasos injustificados e paralisações atribuídas ao contratado. 2º GRUPO: Refere-se às situações 
decorrentes de circunstâncias que afetam a pessoa do contratado, tais como: a decretação de falência ou 
a instauração de insolvência civil; a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; e a alteração 
social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato. 
3º GRUPO: Refere-se às razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, 
justificadas e determinadas pela máxima autoridade administrativa a que está subordinado o contratante. 
4º GRUPO: Advém da ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada e que 
impede a execução do contrato. 
 
Sanções Administrativas: Sanções somente são possíveis após a abertura de processo administrativo e 
depois de garantir prévia defesa à outra parte, e estão previstas nos artigos 86 a 88 da Lei 8.666/93, 
assim como também no artigo sétimo da Lei 10.520/02, no artigo 14, parágrafo único do Decreto 
3.555/00 e artigos 21, parágrafo terceiro, e artigo 28, parágrafo único do Decreto 5.450/05. As sanções 
são aplicáveis nos casos em que há a inexecução total ou parcial do contrato ou quando há atraso 
injustificado na execução do mesmo. Tais sanções compreendem: Advertência; Multa, na forma prevista 
no instrumento convocatório ou no contrato; Suspensão temporária de participação em licitação e 
impedimento de contratar com a Administração por prazo de até dois anos; Declaração de inidoneidade 
para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos da punição. 
 
Duração de contratos administrativos: Corresponde à vigência dos respectivos créditos orçamentários, 
significando que terão vigência dentro do período de exercício financeiro, de 1º de janeiro a 31 de 
dezembro, obedecendo ao princípio da anualidade a que é submetido o orçamento público. É importante 
ressaltar que não é possível haver um contrato administrativo com prazo de vigência indeterminado. 
Prazo do contrato administrativo equivale ao prazo do crédito orçamentário - um ano. É possível haver 
prorrogação de contatos administrativos, de acordo com o que dispõe o artigo 57, inciso II da Lei 
8.66/93. A prorrogação do contrato administrativo só é possível de: 1) Houver previsão no contrato de 
que ele pode ser prorrogado. 2) Houver a indicação de existência orçamentária suficiente para a cobertura 
da despesa. 3) Existir a manifestação formal de interesse de prorrogação, tanto da parte da 
Administração Pública, com também da parte contratada. 4) Constar a comprovação de que tal 
prorrogação é vantajosa para a Administração, bem como a verificação da manutenção das condições 
habilitatórias. 5) Se todas as condições citadas acima forem efetivadas, a Administração faz uma minuta 
de termo aditivo, e esta é analisada pelo setor jurídico, que aprovará a prorrogação. 
O contrato de serviços continuados poderá, em caráter excepcional, ser prorrogado por até mais doze 
meses após uma primeira prorrogação de 60 meses, se devidamente justificado e mediante autorização 
superior. Exceções: Contratos referentes a projetos cujos produtos estejam incluídos no plano plurianual; 
Serviços de prestação contínua (como vigilância, limpezaetc.), cujos contratos podem ser prorrogados 
por iguais e sucessivos períodos, não se podendo ultrapassar o máximo de 60 meses, aumentado de mais 
um ano em casos excepcionais; Acordos referentes a aluguel de equipamentos e ao uso de programas de 
informática, que podem durar até 48 meses. 
 
Contrato Emergencial: Esse é um tipo de contrato administrativo que dispensa licitação, por se tratar de 
uma medida que tem de ser tomada rapidamente devido à falta de cobertura contratual dos serviços, de 
forma abrupta, serviços esse essencial para o órgão e que demandam continuidade. Tal situação decorre 
da falta de acompanhamento do gestor/fiscal ou por razões da empresa contratada. 
 
Alterando contratos: Dependendo do tipo de alteração contratual, esta poderá usar o termo: Aditivo e 
Apostilamento. É importante ressaltar que toda a prorrogação de prazo contratual tem que ser justificada 
por escrito, além de ser autorizada pela autoridade competente para celebrar tal documento. 
 
Gestão e fiscalização de contratos: De acordo com o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, de Aurélio 
Buarque de Holanda: Fiscalizar significa velar por, vigiar, examinar, observar, sindicar, censurar os atos 
de outrem. Já o verbo gerir tem o significado de gerenciar, administrar negócios. 
 
OBS: Remuneração do contratante, é chamada de cláusula: Econômica. 
 
Aula 5: Contrato de Compra e Venda 
 
O contrato de compra e venda tem importância social bastante significativa uma vez que se refere a um 
instrumento de circulação de bens e é um dos tipos de contrato mais frequentes em nossa sociedade. A 
finalidade específica de tal tipo de contrato é a alienação de um bem. A compra e venda pode ter como 
objeto: Uma Coisa ou um Direto, neste caso, o contrato recebe o nome de cessão. Segundo o artigo 481 
do Código Civil, pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de 
certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. 
Da Obrigação das partes: - Vendedor: transferir o domínio da coisa; arcar com as despesas de tradição 
(contrato); responder por vícios ocultos e evicção. - Comprador: pagar em dinheiro o preço contratado; 
arcar com as despesas de escritura e registro. 
Da Tradição: Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor e os do preço 
por conta do comprador. Conta e risco do comprador: quando o bem já foi colocado à sua disposição. 
 
Características do contrato de compra e venda 
Bilateral: porque nasce do acordo de vontades das partes que o integram e que têm, em consequência, 
obrigações específicas para o vendedor, a de entregar a coisa com o ânimo de transferir-lhe a 
propriedade, e para o comprador há a obrigação de pagar o preço pela coisa. 
Simplesmente Consensual: porque nele basta o acordo de vontades sobre a coisa e o preço para que se 
torne perfeito e acabado. Não é necessária a entrega da coisa para sua perfeição. De acordo com Orlando 
Gomes, desse tipo de contrato deriva apenas a obrigação de entregar a coisa a que se refere tal contrato. 
Oneroso: Diz-se que o contrato de compra e venda é oneroso pois ambas as partes que o integram visam 
obter uma vantagem patrimonial. O vendedor perde a coisa mas tem como proveito o recebimento do 
preço, e o comprador paga o preço estipulado mas recebe a coisa a que se refere tal contrato e por qual 
pagou. 
De execução Instantânea ou diferida: é contrato instantâneo, pois pode ter execução instantânea ou 
imediata, que é única, ocorrendo de uma só vez, com o cumprimento das obrigações se verificando 
imediatamente após sua perfeição ou pode ter execução diferida, quando as partes estipulam o 
parcelamento do valor da prestação ou adiem para momento futuro a execução do contrato. 
Comutativo: esse tipo de contrato pode ser comutativo porque, além da equivalência entre o sacrifício e o 
proveito que ambas as partes contratantes experimentam, há a necessidade de haver a certeza com 
relação à prestação a que se comprometem as partes. Uma (a do vendedor) corresponde à outra (a do 
comprador), sem que qualquer das duas possa falhar, não importando se tais prestações equivalham 
objetivamente. 
Aleatório: Pode, ainda, ser aleatório, quando admite-se que uma das prestações pode falhar, havendo, 
assim, a chance de ganho ou perda para cada uma das partes. São três as situações em que o contrato 
pode ser aleatório: quando se referir a coisas futuras, cujo risco de virem a não existir seja assumido pelo 
comprador (emptio spei); ou quando as coisas futuras têm risco de existir em qualquer quantidade, e tem 
a responsabilidade assumida pelo comprador (emptio rei speratae), ou ainda quando se referem a coisas 
existentes, mas que estejam expostas a riscos, os quais são assumidos pelo comprador. 
 
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de locação: Apesar de ter estrutura bem especificada, a 
venda pode ser confundida com a locação em duas hipóteses, a saber: No primeiro caso, apesar de a 
aparência ser de locação, temos contrato de venda, pois neste há a intenção de transferir a propriedade 
da coisa, o que não ocorre com a locação. No segundo caso, a distinção é mais difícil, principalmente 
quando o contrato concede o direito de perceber frutos. No entanto, se é assegurado o direito de extrair 
produtos, tem-se um caso de contrato de venda ou inominado, embora a utilização da coisa tenha sido 
concedida mediante locação. 
Distinção entre o contrato de venda e o de empreitada: Na empreitada, o empreiteiro fornece os 
materiais. Se o preço dos materiais é superior ao valor do trabalho, o contrato será de venda. Se inferior, 
será de empreitada. Por exemplo, se o proprietário de um terreno se obriga a transferir sua propriedade 
depois de nele haver construído como é o caso da incorporação de edifícios de apartamentos, ter-se-á 
contrato de venda. 
Distinções entre o contrato de venda e o contrato de doação: As doações modais que têm encargos 
excessivamente onerosos equivalem-se à venda. No entanto, se o encargo for estabelecido em favor de 
terceiro ter-se-á um contrato de doação. 
Distinção entre a compra e venda e a dação em pagamento: Apesar de a dação em pagamento ser regida 
pelas mesmas regras da compra e venda, com ela não se confundem, uma vez que ela supõe, 
necessariamente, uma obrigação preexistente, o que não ocorre na compra e venda. 
Distinção entre a permuta ou troca e a compra e venda: Na troca ou permuta a contraprestação é 
composta por um outro bem, e na compra e venda ela é composta por dinheiro (podendo ser composta 
também por dinheiro, em maior quantidade, e um outro bem). 
 
Eficácia do contrato de compra e venda: O direito brasileiro atribui ao contrato de compra e venda apenas 
efeitos obrigacionais. O Direito nacional não atribui ao contrato de compra e venda efeitos reais. No caso 
de bens imóveis, é necessário que haja a escritura e o registro de tal contrato. 
 
Capacidade e legitimação para firmar contratos de compra e venda: A capacidade para o vendedor refere-
se à sua capacidade, à sua possibilidade de alienar o bem, enquanto a capacidade do comprador refere-se 
à sua capacidade, possibilidade de se obrigar. (Artigo 104, I do Código Civil). A legitimação para ser parte 
de um contrato de compra e venda refere-se à idoneidade para movimentar a relação processual, por ter 
interesse a ser protegido. NÃO TÊM legitimidade para serem vendedores em um contrato de compra e 
venda, na venda de imóveis, sob pena de anulabilidade deste contrato: Ascendente; Falido; Condômino 
de coisa indivisível; Marido sem outorga uxória; A mulher sem autorização do marido. NÃO TÊM 
legitimidade para serem compradores, ainda que em hasta pública, em contrato de compra e venda, sob 
pena de nulidade do contrato: Os tutores, os curadores, os testamenteiros e os administradores, com 
referência aos bens confiados à sua guarda e administração; os juízes, os auxiliaresda Justiça, sobre 
bens litigados em juízo; os empregados públicos, com referência a bens que estejam sob sua 
administração direta ou indireta, e os leiloeiros e seus prepostos, com relação aos bens de cuja venda 
estejam eles encarregados. (Artigo 497 do Código Civil). NÃO TÊM legitimação para serem compradores 
ou vendedores: Os cônjuges, com relação aos bens incluídos na comunhão conjugal, assim como também 
os mandatários, ou, por qualquer título, os representantes, com relação a contrato celebrado consigo 
mesmo ou em conflito de interesses com o representado, exceto se a lei ou o representado assim o 
permitirem. 
 
Elementos essenciais do contrato de compra e venda: São Três: O Bem, O Preço e O Consenso entre as 
partes contratantes. Em princípio, todas as coisas no comércio podem ser objeto de venda – os bens 
corpóreos e os incorpóreos, as coisas presentes e futuras, as próprias e as alheias. 
 
Riscos: Quando o vendedor não pode cumprir sua obrigação devido à força maior, fica-se na dúvida em 
saber se o comprador é obrigado ou não a pagar o preço. Os riscos a que nos referimos dizem respeito a 
determinar a parte que deve suportar as consequências de um caso fortuito. A regra geral é: os riscos 
correm por conta do vendedor quanto à coisa e por conta do comprador quanto ao preço. No entanto, tais 
disposições legais não são imperativas, podendo as partes adotarem outra regra. 
 
Modalidades especiais de venda 
Bens Imóveis: Destacam-se a venda ad corpus, a venda ad mensuram, a venda de coisa exclusiva e a 
venda de fração de condomínio. 
Bens Móveis: Destacam-se as que se realizam à vista de amostras, protótipos ou modelos e a de venda 
contra documentos. Destacam-se ainda as vendas puras, as condicionais, as a prazo, as que se dão às 
prestações, entre outras. 
Venda Ad Corpus: é a que se faz sem a determinação da área do imóvel, ou estipulação do preço por 
medida de extensão. O bem é vendido como corpo certo, individualizado por suas características e 
confrontações. O comprador não tem nenhuma pretensão se as dimensões do imóvel forem inferiores às 
que ele havia presumido. 
Venda Ad Mensuram: a determinação da área do imóvel é elemento determinante da fixação do preço, 
explícita ou implicitamente. A área é condição do preço quando este se estipula por medida de extensão. 
Deve haver exatidão com respeito às dimensões declaradas na escritura. 
 
Revisão - Aula 1 a 5 
 
Pergunta-se: 
Quais as fases de formação dos contratos? 
R: - Fase das tratativas: Minuta; Contrato preliminar: gera obrigação de fazer; efeito de um contrato 
definitivo. Arras ou sinal. - Fase da formação do contrato: oferta ou proposta. - Fase da aceitação. 
 
Os contratos possuem ciclos de vida? Quais são as suas fases? 
R: Sim. O contrato possui basicamente duas fases, podendo ser classificada como fase formal e fase de 
execução. Fase formal compreende o período de sua requisição até a sua assinatura. Fase de execução 
que se inicia logo após a sua assinatura se estendendo até o seu encerramento. 
 
Quais as ferramentas disponíveis para a gestão de contratos? 
R: Sistema GED – Gerenciamento Eletrônico de Documento disponibiliza seu acesso no formato digital. 
Sistema SGC – Sistema de Gestão de Contratos possibilita o controle do contrato desde a sua fase de 
criação até o seu pagamento. 
 
A Administração Pública pode modificar o contrato administrativo mantido com o particular? E o particular 
tem o mesmo direito? 
R: Alteração unilateral do contrato administrativo é da essência do próprio acordo de que o Estado é parte 
na condição de representante do interesse público. O particular não recebe o direito de imutabilidade do 
acordo. 
 
Qual é a diferença entre o contrato de compra e venda “ad corpus” e “ad mensuram”? 
R: Venda “Ad Corpus” e Venda “Ad Mensuram”. Venda ad mensuram: ocorre quando o negócio visa a 
aquisição de uma área determinada de terreno. O que prepondera é a dimensão da área. Venda ad 
corpus: a alienação envolve o imóvel como corpo certo e determinado. 
 
Aula 6: Contratos de Locação 
 
O Código Civil regula o contrato de locação de coisas, do artigo 565 ao 578, porém, determina em seu 
artigo 2.036, que a locação de prédio urbano continua a ser regida por lei especial que estiver em vigor. 
Tínhamos a Lei 8.245, de 18 de outubro de 1991, lei esta que foi substituída pela Lei 12.112, de 9 de 
dezembro de 2009 e que começou a vigorar em 25 de janeiro de 2010. O contrato nasce quando alguém 
cede a outra pessoa o uso e gozo de uma coisa infungível, por tempo determinado ou não, mediante uma 
retribuição. “Locação é o contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante contraprestação em 
dinheiro, a conceder à outra, temporariamente, o uso e gozo de coisa não-fungível”. 
Locator: A parte que concede o uso e gozo da coisa. – Locatário: A parte que recebe a coisa. – Aluguel: A 
retribuição pelo uso e gozo da coisa. 
O contrato de locação é sinalagmático, simplesmente consensual, oneroso, comutativo, impessoal e de 
duração. É sinalagmático porque, para o locatário, há o direito de uso e gozo da coisa e a obrigação de 
pagar o aluguel, da mesma forma que, para o locador, há o direito de receber o aluguel e a 
correspondente obrigação de proporcionar e assegurar o uso e gozo da coisa locada. O contrato de 
locação é consensual, pois resulta da vontade das partes. É oneroso porque ao uso e gozo da coisa deve 
corresponder, necessariamente, certa retribuição. Se a concessão da coisa fosse gratuita, ter-se-ia caso 
de comodato. É impessoal, e, assim sendo, a morte de qualquer dos contratantes não o extingue, logo, 
admite cessão. É contrato de duração, pois sua execução prolonga-se necessariamente no tempo, 
pertencendo, para alguns estudiosos, à subespécie dos contratos de trato sucessivo, e para outros, aos 
contratos de execução continuada. 
 
Objeto do contrato de locação: A coisa a ser locada deve ser infungível, isto é, não pode ser substituída 
por outra, mesmo que seja da mesma espécie, qualidade ou quantidade. A coisa deve ser fungível, pois o 
locatário é obrigado a devolver ao locador a coisa que recebeu para uso e gozo. Pode ser coisa móvel ou 
imóvel, podendo ser alugada no todo ou em partes, desde que seu uso assim o permita. Atenção: Não 
podem ser objeto de locação as coisas consumíveis, uma vez que estas não podem ser restituídas. 
 
Modalidades de contrato de locação: Quando a locação tem por objeto um bem imóvel, é importante 
distinguir a locação de prédios urbanos e prédios rústicos. Tal distinção não é pacífica e existem três 
critérios diferentes para ela: Localização; Estado do prédio; Destinação econômica do prédio. 
 
Obrigações do locador: Entregar ao locatário a coisa locada em estado de servir ao uso a que se destina - 
fazer reparos necessários, os reparos de urgência e os extraordinários e pagar pelas benfeitorias 
necessárias; Assegurar ao locatário o uso pacífico da coisa locada, dando-lhe garantia contra turbações de 
terceiros, quer de direito ou de fato; Na locação predial urbana, cabe-lhe pagar os impostos incidentes no 
imóvel, taxas e despesas de intermediação ou administração imobiliária - as taxas e impostos podem ser 
transferidos, contratualmente, para o locatário. 
Obrigações do locatário: Pagar pontualmente o aluguel; Usar a coisa como bom pai de família, como se 
sua fosse; Restituir a coisa, quando findo o contrato, no mesmo estado em que a recebeu; Pagar as 
despesas provenientes de limpeza, força, luz, água, saneamento e condomínio. 
 
Sanções: No caso de uma das partes contratantes não cumprir obrigação oriunda do contrato de locação, 
o credor pode optar por uma das sanções abaixo: Resolução do contrato; Execução compulsória; Perdas e 
danos; Suspensão do pagamento de aluguéis; Redução proporcional dos aluguéis; Despejo do locatário; 
Realização das garantias - caução, fiança ou seguro de fiança locatícia. 
 
Duração do tempo decontrato: Trata-se de contrato temporário. O uso da coisa pode ser por tempo 
determinado ou indeterminado. Na locação por tempo determinado, as partes fixam sua duração, 
estipulando termo final. Nesse caso, permite-se a renovação, que se for mediante aditamento ao 
contrato, será expressa. Caso não haja renovação decorrente do comportamento das partes, que 
continuam a cumprir suas obrigações como se o prazo não tenha se esgotado, há aí uma recondução 
tácita, cujo efeito principal é o de converter tal contrato em contrato por tempo indeterminado. Havendo 
prazo estipulado, nenhuma das partes pode desvincular-se antes que se esgote. Nesse caso, a resilição 
sujeita o autor da mesma ao pagamento de perdas e danos. 
 
Riscos: O locador suporta os riscos no caso de perecimento da coisa por força maior ou caso fortuito. A 
destruição da coisa pode ser: Total: Se for destruição total, o contrato se dissolve. Parcial: Se tiver 
ocorrido destruição parcial, a coisa, ainda que parcialmente destruída, pode interessar ao locatário, e, 
nesse caso, o locador pode vir a reduzir-lhe, proporcionalmente, o aluguel. No caso de incêndio do prédio, 
caso não seja provado que ele tenha sido originado por caso fortuito, vício de construção ou propagação 
de fogo originado em outro prédio, a responsabilidade recai sobre o locatário. A este cabe o ônus de 
provar que não teve culpa pelo incêndio. Se provada a não-culpa do locatário, o locador suporta tal 
prejuízo. Quando se trata de incêndio em prédio, caso provem que não têm culpa, a responsabilidade 
recai na figura dos inquilinos, na proporção da parte que cada um ocupa. Se provado que a culpa pelo 
mesmo é de um só morador, cabe a este total responsabilidade pelo mesmo. 
 
Cessação do contrato de locação: A locação cessa pelos modos e causas que extinguem os contratos em 
geral. No entanto, existem algumas particularidades, dentre as quais destacamos a presença do poder 
público através do obrigatório e geral poder de apreciação do juiz na resolução do contrato. 
- Denuncia: É quando a resolução do contrato de locação por iniciativa do locador só se consuma em 
execução da sentença proferida na ação de despejo que tem de propor se o inquilino infringe obrigação 
legal ou contratual, ou se o interesse do locador tem respaldo na lei, contemplado que se ache na 
enumeração taxativa dos casos de rescisão e retomada - artigos sétimo, oitavo, nono, 47 e 53 da Lei 
8.245/91. 
- Retomada do imóvel: É quando o direito do inquilino sucumbe diante da necessidade do locador, como 
no caso deste precisar do imóvel para morar ou para reconstruí-lo. 
- Rescisão: Ocorre quando o locatário infringe o contrato ou viola preceito legal atinente ao conteúdo ou à 
causa da relação locativa. 
- O contrato de locação também pode cessar através de: Distrato; Perecimento da coisa; Expiração do 
prazo contratual, quando a lei não impõe prorrogação. 
 
Locação para fins comerciais ou industriais: Quando o locatário que exerce atividade mercantil ou 
industrial e explora, a pelo menos três anos, o mesmo ramo de comércio ou indústria, e se contratou a 
locação pelo prazo mínimo de cinco anos, tem ele o direito de renovar, pelo mesmo prazo, tal contrato, 
sem que a renovação possa ser obstada pelo locador. A finalidade de tal garantia é tutelar o fundo de 
comércio criado pelo locatário. 
 
Cessão e sublocação: O contrato de locação pode ser totalmente cedido, mas necessita para tal, do 
consentimento escrito do locador. Se isso ocorre, o cessionário toma a posição contratual do cedente, que 
desaparece, saindo da relação contratual isento de toda a responsabilidade. Seus direitos e obrigações 
transmitem-se ao cessionário. A sublocação é contrato derivado, e não liberta o locatário, o qual continua 
responsável pela conservação do imóvel e pagamento do aluguel. A sublocação é permitida se não for 
expressamente proibida. A sublocação, total ou parcial, de prédio urbano é proibida, a menos que haja 
consentimento por escrito do locador. Na sublocação, o locatário transfere a terceiro a utilidade da 
locação, mas sem se fazer substituir em sua posição contratual. Ele continua responsável pela 
conservação da coisa e pagamento do aluguel. A sublocação não estabelece qualquer vínculo entre o 
locador e o sublocatário, desse jeito, não é possível, em princípio, que um proponha ação direta contra o 
outro. 
 
Despejo: O despejo se faz através de ação judicial, que é própria da locação, e tem eficácia executiva 
contemporânea à sentença. O despejo é um procedimento necessário para as seguintes situações: Para a 
rescisão do contrato ou retomada do imóvel locado; No caso de o locatário não restituir ao cessar a 
locação; No caso de o locatário infringir cláusula contratual ou prescrição legal. A sentença resolve o 
contrato, mas o despejo é necessário para se obter a desocupação do imóvel. A pessoa que alugou o 
imóvel, seu proprietário ou não, é quem tem legitimação ativa para intentar ação de despejo. Tem 
legitimação passiva o locatário ou quem esteja ocupando o prédio em seu lugar, tal como o cessionário ou 
o sublocatário. O despejo não se realiza se o locatário estiver gravemente enfermo ou se a sentença tiver 
reconhecido a retenção por benfeitorias, até que o locatário seja indenizado. 
 
Algumas novidades trazidas pela Lei 12.112/2009 Nova Lei do Inquilinato: - Prazo de contrato: Foi 
mantido o prazo de 30 meses, prazo esse que pode ser menor ou maior. - Renovação de contrato: 
Quando encerrado o prazo estipulado, as partes ficam livres para deixar ou pedir o imóvel, conforme 
disposto no Código Civil. O inquilino só pode permanecer no imóvel se cobrir a oferta. - Retomada do 
imóvel: Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não pode o locador reaver o imóvel 
alugado. - Rescisão contratual: É oneroso porque ao uso e gozo da coisa deve corresponder, 
necessariamente, certa retribuição. Se a concessão da coisa fosse gratuita, ter-se-ia caso de comodato. - 
Disputa judicial: O juíz fixará valor de aluguel provisório limitado a 80% do montante corrente. 
 
Atividade 
Caso eu tenha a propriedade de um imóvel locado para fins comerciais eu posso pedir a desocupação do 
imóvel após o vencimento do contrato? 
R: Locação Comercial (art. 51, Lei 8245/91): Ação Renovatória: direito do locatário ver renovado o 
contrato de locação por mais uma vez e por igual prazo embora essa não seja a vontade do locador. 
 
OBS: Sobre o contrato de locação, especificamente no que diz respeito à fixação do valor do aluguel, 
segundo a Lei: É livre a convenção entre as partes 
 
Aula 7: Contratos de Doação 
 
Contrato de Doação: Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do 
seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. (Art. 538, CC). A doação é contrato unilateral, 
simplesmente consensual e é gratuito. É simplesmente, um contrato translativo de domínio de um bem 
que esteja sendo doado. Sua feitura só é possível se vier a acontecer entre pessoas vivas, diferentemente 
do que ocorre no testamento. Outro ponto importante a lembrar acerca do contrato de doação é o fato de 
que para que ele seja efetivado é necessário o aceite do beneficiário, vindo tal aceitação só ser 
dispensada se aquele a quem se queira doar algo seja pessoa absolutamente incapaz. 
Existem três espécies de doações: Doação contemplativa: Explicação do motivo (merecimento). - Doação 
modal: Encargo, atribuição ao donatário. - Doação remuneratória: Retribuição a serviços prestados. 
 
A Natureza jurídica da doação: É indubitavelmente, para o Direito Moderno, um tipo de contrato, apesar 
de ter que observar algumas regras aplicadas aos testamentos. Em sua formulação é indispensável que 
haja o acordo de duas vontades, e só tem efeito se o donatário a aceita, de forma tácita ou expressa. No 
entanto, existem alguns atos jurídicos que se constituem de verdadeira doação, apesar de independerde 
consentimento do donatário. São eles: A liberação de um devedor resultante de prescrição que o credor 
deixa correr voluntariamente. Os gastos feitos por conta de outra pessoa, sem a intenção de os reclamar. 
A liberação de um devedor em consequência de pagamento, novação ou fiança, quando a exoneração se 
verifica com o objetivo de presentear o devedor. 
- Pura: A doação pura é a mais simples e comum. É aquela que se faz por espírito de liberalidade, sem 
subordinação a qualquer acontecimento futuro e incerto. Nela não há limitações ao direito do donatário. 
- Condicional: A doação condicional é a que depende de acontecimentos futuro e incerto para ser eficaz. 
- Modal: A doação modal impõe ao donatário encargos ou obrigações. 
- Remuneratória: A doação remuneratória é a que se faz para recompensar serviços prestados ao doador, 
que não podem ser cobrados. 
- Mista: A doação mista é uma venda a preço irrisório, mas na verdade, o doador quer, de fato, doar o 
bem. 
- Com Cláusula de reversão: Aquela doação que tem cláusulas de reversão estipula que o bem doado 
voltará ao patrimônio do doador se o donatário falecer antes dele. 
 
As condições para que o negócio jurídico seja uma doação são: Ele tem que se verificar entre pessoas 
vivas, o que o diferencia do testamento; Uma de suas partes enriquece (o donatário), enquanto a outra 
parte empobrece (o doador) elemento objetivo; O doador manifesta a vontade de querer enriquecer o 
donatário às suas expensas – elemento subjetivo. 
 
Pressupostos e requisitos: No que se refere à capacidade das partes, vemos que, como o contrato de 
doação é translativo de domínio: O doador precisa ter o poder de disposição para assumir a obrigação de 
alienar o bem doado. Com relação ao donatário, e como tal tipo de contrato está na categoria de benéfico, 
ele não precisa ter a capacidade de fato para aceitar a doação, embora se suponha necessário o 
consentimento de seu representante legal. Podem aceitar a doação os incapazes e até o nascituro, mas a 
aceitação deve ser declarada por aquele a quem incumbe curar de seus interesses (pais ou seus 
representantes legais). Não têm legitimação para doar os tutores e curadores a seus pupilos e curatelados 
e nem o cônjuge adúltero a seu cúmplice. Neste último caso, tal doação pode ser anulada pelo cônjuge 
prejudicado ou seus herdeiros necessários. Aos tutores e curadores não é permitida a doação dos bens 
que administram, nem aceitar doações de seus tutelados e curatelados. 
 
O objeto da doação pode consistir de coisas que estão presentes no comércio - bens móveis e imóveis, 
corpóreos e incorpóreos, presentes e futuros, direitos reais e pessoais e vantagens de qualquer espécie. 
 
- Doação inválida: O doador não tem capacidade para fazê-la. Quando há a ilegitimidade do donatário. 
Quando inexiste a aceitação. Na inobservância da forma prescrita por lei. Quando há inidoneidade do 
objeto. 
- Doação anulável: Ela tem causa ilícita; Existe fraude a credores, ou seja, quando o doador ao fazer a 
doação já era insolvente ou por ela for reduzido à insolvência. 
- Doações nulas: Engloba todos os bens, sem deixar reserva de parte ou renda suficiente para a 
subsistência do doador. Quanto à parte que excede a de que o doador, no momento da liberalidade, 
poderia dispor em testamento. As doações são consideradas nulas nos seguintes casos: O bem a ser 
doado deve pertencer ao doador no momento em que o doa. A doação de todos os bens, sem reserva da 
parte ou renda suficiente para a subsistência do doador. A doação da parte excedente do que poderia 
dispor o doador em testamento, no momento em que faz a doação. 
 
As doações podem se dar de forma: Verbal (móveis de pequeno valor) - Por instrumento particular - Por 
meio de escritura pública. 
Conteúdo da doação: A obrigação fundamental que se origina do contrato de doação é a de que deve 
haver a efetiva entrega do bem ao donatário com o ânimo de lhe transferir a propriedade. O doador, 
depois de concluído o contrato, não pode desfazer o seu ato de liberalidade, a seu arbítrio. O doador tem 
a obrigação de entregar o bem ao donatário, e este tem o direito de exigir a entrega do bem. 
 
Revogação e extinção: A doação pura é revogável por ingratidão do donatário. O Código Civil, em seus 
artigos 555 a 561, enumera os casos em que se configura a ingratidão. São eles: Atentado à vida do 
doador intentado pelo donatário; Se o donatário comete homicídio doloso contra o doador; Se há ofensa 
física, injúria grave ou calúnia feita pelo donatário ao doador; Se o donatário se recusa a prestar 
alimentos ao doador, quando podia tê-lo feito. A revogação da doação precisa ser feita através de ação 
judicial, que deve ser ajuizada dentro de um ano, contado de quando lhe chegue ao conhecimento o fato 
que a autorize e a autoria do donatário. O direito de propor tal ação é personalíssimo, não se transmite 
aos herdeiros. No entanto, se o doador vier a falecer após ter iniciado tal ação, os herdeiros podem 
prosseguir com a ação até o final. 
O direito de revogar doação por ingratidão é irrenunciável. Se a doação for revogada, o donatário não é 
obrigado a restituir os frutos percebidos, mas, proposta a ação revocatória, não terá mais direito de 
percebê-los desde a contestação da lide, se vencido for. Se condenado, ele será obrigado a restituir tais 
frutos. Se não lhe for possível restituir em espécie a coisa doada, fica ele sujeito a indenizar pelo meio-
termo do valor do bem. Não são revogadas por ingratidão: As doações remuneratórias. As doações 
modais cujo encargo já tenha sido cumprido. As que se fizeram em cumprimento de obrigação natural. As 
feitas para determinado casamento. Exclui-se também a revogação se o doador tiver perdoado o 
donatário. 
 
Saiba mais 
GOMES, O. Contratos. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2009. (Páginas 253 a 264). HIRONAKA, G. M. F. 
NOVAES. Direito dos Contratos. Ed. Revista dos Tribunais. São Paulo, 2008(páginas 277 a 284). Código 
Civil – artigos 538 a 564. 
 
Atividade 
Uma doação pode ser revogada ou ela é irreversível? 
R: Da revogação da doação: Ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. Se o donatário 
atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele. Se cometeu contra ele 
ofensa física. Se o injuriou gravemente ou o caluniou. Se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os 
alimentos de que este necessitava. Prazo 1 ano (conhecimento do fato). Intransmissível. 
 
OBS: 
Antônio e Carla celebram contrato de doação de uma casa residencial localizada em Santarém avaliada 
em R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). A título de encargo, a donatária comprometeu-se a organizar, por 
5 (cinco) anos consecutivos, evento beneficente de Natal, fundada pelo genitor do doador. O contrato de 
doação, nesse caso em particular, é: R: Bilateral e depende de encargo 
 
Aula 8: Contratos de Troca ou Permuta 
 
A prática da troca, ou escambo, precede o uso comum da compra e venda. Ele é o mais antigo dos 
contratos por representar na história dos povos a possibilidade de acesso a outros bens e utilidades sem 
exigência da força física ou luta corporal. Na permuta, um dos contratantes promete uma coisa em troca 
de outra. Nela não há preço, e é irrelevante que as coisas permutadas tenham valores desiguais. As 
partes que participam da permuta são denominadas Permutantes. Por meio do contrato de troca, um dos 
sujeitos que dele participam se obriga a transferir a outrem a propriedade de uma coisa, recebendo, via 
de regra, não uma quantia em dinheiro, mas uma outra coisa, cuja propriedade este outro promete, por 
sua vez, transferir-lhe. Este contrato está disciplinado no artigo 533 do Código Civil. 
 
Qualificação do contrato de troca ou permuta: quando a prestação de um dos contratantes consiste parte 
em dinheiro e parte em outra coisa, surge dúvida quanto à qualificação de tal contrato, podendo ser de 
troca/permutaou de compra e venda. Há dois critérios que podem ser usados par resolver a situação: 
- Objetivo: De acordo com o critério objetivo, considera-se como compra e venda se a parte em dinheiro 
for superior à outra parte. Caso contrário, será qualificado como contrato de troca ou permuta. 
- Subjetivo: Já pelo critério subjetivo, de acordo com o que nos ensina Orlando Gomes, o que conta é a 
intenção das partes sobre o conteúdo objetivo do contrato, pouco importando a qualificação que lhe deem 
os contratantes. 
 
Caracterização do contrato de troca ou permuta: Trata-se de um contrato bilateral, oneroso, comutativo e 
simplesmente consensual. No Direito moderno há as legislações que admitem a transferência da 
propriedade por efeito direto e imediato dos contratos, as quais consideram a troca como contrato de 
efeitos reais, e há as que não atribuem ao contrato efeito translativo de domínio, tratando-o como 
contrato de efeitos obrigacionais. Quanto à forma, a troca é contrato solene. Se as coisas permutadas 
forem imóveis de valor superior ao estipulado na lei, o contrato deve ser celebrado por meio de escritura 
pública. Se os imóveis estiverem em circunscrições diferentes, a transcrição deve se realizar nos registros 
correspondentes à situação de cada um, logo, há dupla transcrição. 
 
Objeto do contrato de troca ou permuta: Coisas e direitos podem ser objetos de troca. Neste contrato, 
não é necessário que os bens sejam de igual espécie. A coisa a ser trocada também não precisa ser corpo 
certo, mas precisa ser determinável. Elas também não precisam ter valores iguais. A desigualdade 
somente desfigura a permuta quando o contratante que dá coisa de menor valor e completa sua 
prestação com dinheiro e o complemento é mais valioso. Aí passa-se a ter um caso de compra e venda. 
Objetos de troca devem ser dois bens. Se em vez de uma coisa, um dos contratantes presta um fato, 
como por exemplo, se contrai a obrigação de executar determinado serviço, aí não teremos um caso de 
troca ou permuta. 
 
Disposições comuns à troca e à compra e venda: Em virtude da analogia entre a troca e a compra e 
venda, as legislações prescrevem que à elas se apliquem as mesmas regras. Os permutantes, assim como 
o vendedor, têm as mesmas obrigações em relação à garantia de evicção. Cada um deles também 
responde pelo defeito oculto da coisa, e podem sofrer os efeitos da sentença proferida na ação 
estimatória. - Em relação aos riscos: Sabemos que, até o momento da tradição, os riscos da coisa correm 
por conta do vendedor, o que também se aplica aos permutantes, visto que cada qual se obriga a 
entregar determinada coisa. - Em relação às proibições: As proibições de compra e de venda também 
vigoram para a permuta, embora não se justifiquem, podendo haver troca de valores iguais entre 
ascendente e descendente. 
 
Disposições próprias da troca: Enquanto na compra e venda as despesas da escritura ficam a cargo do 
comprador, e na tradição, ficam a cargo do vendedor, na troca, cada um dos contratantes deve pagar por 
metade dessas despesas. Nada impede, portanto, que, na compra e venda, as despesas sejam divididas, 
e que, na troca, um dos permutantes se obrigue a satisfazê-la integralmente. Com relação ao pagamento 
do imposto de transmissão da propriedade, cada contratante paga metade do tributo devido. Se os 
valores são desiguais, o contratante que adquire a propriedade do bem de maior valor paga sobre a 
diferença. Nos contratos entre ascendente e descendente, pode haver permuta de bens, 
independentemente do consentimento dos outros descendentes. Nesse caso, exige-se apenas que a troca 
seja de bens do mesmo valor. Se forem valores desiguais, dependerá do consentimento expresso dos 
outros descendentes e do cônjuge do permutante. Se isso não ocorre, tal contrato é anulável. 
 
Contrato de Empréstimo: Pode ser Comodato ou Mútuo. Segundo o artigo 579 do Código Civil, comodato 
é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto. Segundo o artigo 
586 do Código Civil, o mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. Trata-se de um empréstimo para o 
consumo, pois, o mutuário não é obrigado a devolver o mesmo bem, do qual se torna dono, mas sim, 
coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
 
Contrato de Prestação de Serviço: Contrato que envolve obrigações recíprocas, onde uma das partes, 
denominada prestador, obriga-se a prestar serviços a outra, denominada dono do serviço, mediante 
remuneração. Prazo máximo: 4 anos. Responsabilidade do prestador de serviço segundo o CDC: Serviço 
defeituoso: não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração: 
(parágrafo 1º, art. 14, CDC) o modo de seu fornecimento; o resultado e os riscos que razoavelmente dele 
se esperam; a época em que foi fornecido. Responsabilidade Objetiva Excludente: tendo prestado o 
serviço, o defeito inexiste; a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros. Responsabilidade pelo vício 
do serviço: Segundo o artigo 20 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8078/90), o fornecedor de 
serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o 
valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou 
mensagem publicitária. Exigência do Consumidor: Reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando 
cabível; restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos; o abatimento proporcional do preço. 
 
Saiba mais 
GOMES, O. Contratos. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2009. (pág. 325 a 328). HIRONAKA, G. M. F. 
NOVAES. Direito dos Contratos. Ed. Revista dos Tribunais. São Paulo, 2008. Código Civil – artigos 533. 
 
Aula 9: Contratos Bancários 
 
Contratos bancários: São negócios jurídicos que têm como uma das partes uma empresa autorizada a 
exercer atividades próprias dos bancos. Contrato que tem por escopo a intermediação do crédito através 
de operações que podemos denominá-las por típicas abrangendo aqueles que disponibilizam dinheiro 
(Banco) por meio de empréstimo ou financiamento, e aqueles que, por sua vez, o tomam emprestado 
(pessoa física ou jurídica). 
Operações Bancárias: Se tiverem função creditícia, os negócios realizados pelos bancos, durante o 
exercício de sua atividade mercantil. Elas podem ser principais, também chamadas de típicas, ou 
acessórias. Estas não dependem das outras. Existem sobre si mesmas, e recebem tal denominação 
porque não constituem a principal atividade dos bancos, sob o ponto de vista da função econômica que 
exercem. As operações típicas realizam-se para o cumprimento da função creditícia dos bancos. Elas 
dividem-se em: Típicas Passivas: o banco assume a posição de devedor. Típicas Ativas: o banco assume o 
papel de credor. 
 
Tipos de contratos bancários 
Depósito bancário: Trata-se de uma operação bancária típica. Representa, ao lado da conta corrente, os 
maiores lucros para tais instituições. Nele o correntista ou terceiro entrega certos valores monetários ao 
banco, que deverá restituir o equivalente ao favorecido. Características do contrato: Real, Unilateral, De 
execução Sucessiva, À vista, À prazo, De poupança. 
Abertura de Crédito: Através deste tipo de contrato, o banco se obriga a colocar à disposição do cliente 
determinada soma para ser utilizada, mediante saque único ou repetido. Esse tipo de contrato é também 
conhecido como contrato de outorga de crédito ou contrato de financiamento. As partes contratantes são: 
- Creditador: Bancos ou instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central. - Creditado: Cliente 
Bancário. Tal contrato subdivide-se em simples ou em conta corrente. A natureza jurídica deste contrato é 
figura autônoma, ou seja, ele é um contrato atípico. 
Contrato de Desconto: Este é o contrato pelo qual os bancos pagam a seu correntista um valor em título a 
vencer, deduzindodeste os juros e as despesas de tal operação. Características do contrato: Tem 
natureza creditícia; Através dele o banco adquire a propriedade do título; É um contrato real, sendo 
necessária, para seu aperfeiçoamento, a entrega do título e a contraprestação, que é a entrega do valor 
adiantado pelo banco; É um contrato bilateral, pois o banco obriga-se a adiantar o valor do título, e o 
descontário (cliente) obriga-se a restituir o valor adiantado em caso de não adimplemento pelo devedor 
do título (o banco não se responsabiliza pelo não pagamento do mesmo); É oneroso, pois sempre há 
cobrança de juros, comissões e outras despesas. 
Contrato de Conta Corrente: Este contrato é também chamado de conta corrente imprópria, conta de 
gestão ou conta corrente de correspondência. Trata-se de um contrato por meio do qual o correntista 
vincula o banco ao recebimento de valores remetidos pelo próprio correntista ou por terceiros, bem como 
ao cumprimento das ordens de pagamento do correntista até o limite de dinheiro depositado na conta ou 
até o limite do crédito convencionado. É operação bancária típica que, ora será passiva – quando o saldo 
do cliente for positivo, ora será ativa – quando tal saldo for negativo. É um contrato bilateral, consensual, 
de execução continuada e oneroso. Tais contratos podem variar segundo a provisão e a titularidade. 
Extinção de Contrato e Fechamento de Conta Corrente: O fechamento de uma conta, tem como efeito a 
liquidação do saldo, que pode ocorrer no curso do contrato sem acarretar a cessação do mesmo. De 
acordo com Orlando Gomes, tal contrato pode ser extinto por meio de distrato ou denúncia. A resilição 
unilateral ocorre mediante simples comunicação de uma parte à outra, de efeito imediato, ou consistente 
em aviso prévio, se o contrato é por tempo indeterminado, não importando a imediata exigibilidade do 
saldo. Ao devedor concede a lei prazo para liquidá-lo. A morte e a falência do correntista também 
determinam a extinção do contrato, mas, neste último, o banco tem direito a se habilitar ao recebimento 
do saldo. 
Crédito Confirmado: O banco obriga-se a pagar a determinada pessoa quantia sacada por um cliente nos 
limites do crédito que lhe abriu. Ao terceiro, a quem deve ser paga, declara o banco a existência do 
crédito, confirmando-o. Da confirmação nasce para o banco a obrigação de manter o crédito à disposição 
da pessoa a quem o confirmou. Tal crédito permanece bloqueado até sua utilização. A obrigação contraída 
pelo banco resulta, assim, de ordem irrevogável de pagamento. Por isso, o crédito confirmado pelo banco 
é irrevogável. 
Financiamento: Trata-se de operação bancária pela qual o banco adianta para o cliente recurso necessário 
a certo empreendimento, reservando-se a faculdade de receber de devedores do financiado os créditos 
que este lhe concedeu ou caucionou. Pelo fato de se substituir a este na relação com terceiro, não perde o 
banco as ações que contra ele pode propor para recebimento integral do que adiantou. Se terceiros 
devedores não pagam, o banco se voltará contra o financiado. 
Aceite Bancário: Este tipo de contrato é instrumento jurídico que favorece a mobilização de capitais, a 
importação de mercadorias e a movimentação do mercado de valores. Quando há abertura de crédito, 
pode o banco cobrar, além da comissão de crédito, uma comissão de aceite, a título de remuneração do 
risco a que se expõe. O aceite bancário permite: Obtenção de fundos em praça estrangeira; Facilita a 
produção; Facilita a distribuição de bens de consumo e de bens duráveis. Ele é considerado operação de 
abertura de crédito, mas, quando o banco o dá, não põe fundos à disposição do cliente. Obriga-se 
somente a pagar ao credor, como se avalista fosse, sendo indiferente que o devedor possua, ou não, no 
vencimento, a disponibilidade necessária ao pagamento. 
Contrato de Custódia ou Guarda de Valores: Tal contrato é também conhecido como contrato de cofres 
fortes, cofres de aluguel ou caixas-fortes. Por meio dele, o banco oferece a seu cliente compartimento 
vazio de seu caixa forte, para que possa guardar pertences de valor, mediante remuneração estipulada no 
contrato. Trata-se de uma função acessória do banco. Tal sistema se mostra bastante confiável, uma vez 
que tais cofres possuem mecanismos de proteção extremamente seguros. É contrato de tipo misto, uma 
vez que nele coexistem elementos de locação, prestação de serviços e depósito. É contrato bilateral e 
oneroso. 
 
Contrato de Aplicação Financeira: Consiste na autorização dada ao banco para que os recursos nele 
depositados sejam aplicados no mercado de capitais (compra de ações, de títulos da dívida pública, etc.). 
Contratos comuns de aplicação financeira são os feitos para a aquisição de CDB ou de RDB (certificados 
ou recibos de depósito bancário), com o direito de o aplicador receber do banco certa remuneração, pré 
ou pós-fixada. 
 
Contrato de Empréstimo Bancário: - Pessoal: Concedidos em função do crédito ao cliente, normalmente 
para fim de consumo. – Comercial: Concedidos para a atividade de intermediação da empresa e 
ordinariamente para a formação do seu capital de giro. – Industrial: para o fim de investimento ou 
aquisição de matéria-prima ou outras despesas próprias da atividade industrial. – Agrícola: para a 
atividade agropecuária. 
 
Aula 10: Contratos Eletrônicos 
 
Os contratos firmados por meio da Internet têm os mesmos efeitos e criam as mesmas obrigações dos 
contratos tradicionais. Para ser considerado eletrônico, o consentimento exercido nesse tipo de contrato 
deve ser feito de forma eletrônica. Uma das partes pode até ter conhecimento da oferta através de um 
meio escrito, como por exemplo, um folheto, mas sua manifestação de aceitação deve ser feita através de 
computador para que seja considerado eletrônico. Outra consideração importante a ser feita diz respeito 
aos elementos subjetivos de validade dos contratos: Consentimento Válido; Capacidade das partes; 
Legitimação; Principio da função social do contrato; Boa fé objetiva; Equilíbrio Contratual. 
 
Contratos Eletrônicos em sentido estrito: São aqueles que, de acordo com o que nos ensina Ruperto 
Pinochet Olave, são escritos em suporte eletrônico e que são firmados digitalmente pelas partes. Nos 
países onde já existe legislação específica para regulamentar o comércio eletrônico e as assinaturas 
eletrônicas, tais contratos se revestem da mesma força probatória dos contratos escritos e firmados em 
meio físico. 
 
Os contratos eletrônicos podem ser classificados: INTERSISTÊMICOS, INTERPESSOAIS, INTERATIVOS 
- Os contratos eletrônicos intersistêmicos: são aqueles utilizados entre empresas para as relações 
comerciais de atacado, caracterizando-se pelo fato de a comunicação entre as partes operar-se em redes 
fechadas de comunicação, através de sistemas aplicativos previamente programados. Nesse tipo de 
contratação há a utilização do sistema EDI – Electronic Data Interchange – que permite a comunicação 
entre os diferentes equipamentos de computação das empresas, por meio de protocolos, mediante os 
quais serão processadas e enviadas as informações. 
- Os contratos eletrônicos interpessoais: são aqueles em que a comunicação entre as partes contratantes, 
pessoas físicas ou jurídicas, se dá através de computador, tanto no momento da proposta, como também 
no momento da aceitação e instrumentalização do acordo. Tal contratação é feita por correio eletrônico, 
videoconferência ou salas de conversação (chats). Como as mensagens transitam na rede e percorrem 
diferentes caminhos até chegarem ao destinatário final, tais contratos são considerados como contratos a 
distância e equiparados a contratos por carta. As salas de conversação, ou chats, permitem a 
comunicação direta entre as partes, em tempo real, e por isso são comparáveis à contratação via. 
- Os contratos eletrônicos interativos: também conhecidos como contratos

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