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Política Criminal
É a forma que o Estado se utiliza com a finalidade de combater o crime, sendo um dos meios mais eficazes, pois é empregada a estratégia para amenizar a criminalidade que assola o país. 
A doutrina, ainda, não tem uma definição acerca da Política Criminal, como veremos a seguir. Sendo necessário buscar diversos autores para se chegar a uma conclusão do que é Política Criminal, seu conceito e objetivo, para combater a criminalidade.
Nas palavras de Mireille Delmas-Marty Política Criminal depreende os “Conjuntos dos procedimentos através dos quais o corpo social organiza as repostas do fenômeno criminar” (Delmas-Marty, Mireille. Os grandes sistemas de política criminal. São Paulo: Manole, 2004), ou seja, é os acontecimentos da sociedade que se obtêm as formas para se chegar ao causador do crime. Quantificando os delitos para chegar a uma solução.
Nas lições de Lydio Machado Bandeira de Mello, conceitua como a “Determinação e o estudo dos meios ou remédios adotáveis pelo estado para prevenir eficazmente o maior número possível de crimes” (Lydio M. bandeira de melo, O criminoso, o crime e a pena; Belo Horizonte, 1970, p. 13).
Já para Heleno Claudio Fragoso define que é “Atividade que tem por fim a pesquisa dos meios mais adequados para o controle da criminalidade, valendo-se dos resultados que proporciona a criminologia, inclusive através da análise e crítica do sistema punitivo vigente” (Heleno Claudio Fragoso. Lições de direito penal, forense, 1993, p. 18)
Nilo Batista (2004, p. 34), discorre Política Criminal sendo: 
Do incessante processo de mudança social, dos resultados que apresentem novas ou antigas propostas do direito penal, das revelações empíricas propiciadas pelo desempenho das instituições que integram o sistema penal, dos avanços e descobertas da criminologia, surgem princípios e recomendações para a reforma ou transformação da legislação criminal e dos órgãos encarregados de sua aplicação. A esse conjunto de princípios e recomendações denomina-se política criminal. 
Para o criminalista Yure Gagarin Soares de Melo (2003, p. 20): 
Política Criminal é o conjunto dos procedimentos preventivos e repressivos através do qual o Estado reage ao crime. O Estado procura um modo, uma forma de atuar para prevenir e combater a criminalidade de forma que seja de propiciar a consecução dos fins almejados e que também se adaptem perfeitamente à realidade da sociedade a ser por ela regulada.
Política criminal consiste na critica do direito penal, fundada em argumentos jurídicos ou ideológicos - ou em ambos -, tendente a modificar, manter ou reformar os institutos do direito penal vigentes.
O estado busca por meio da Política Criminal falhas ou lacunas no sistema jurídico, para que assim possa agir, se aperfeiçoando através destas. Deste modo aperfeiçoando-se através dos acontecimentos, a fim de prevenir reiteradas modalidades criminosas, em outras palavras é o estudo do crime.
Tal estudo serve para definir o que é relevante penalmente, para que assim, criem-se estudos com a finalidade de combater a criminalidade. 
Miguel Reale Jr. (2002, p.72) leciona que “a Política Criminal nada mais é do que um parâmetro que oriente a escolha do legislador quanto aos fatos a incriminar, descriminalizar ou despenalizar.” Deste modo cabe ao Poder Legislativo alvitrar leis para desestimular crimes rotineiros ou, tornar uma conduta criminosa em atípica, ou seja, tal conduta não ser considerada crime.
À Carta Política de 1988, declara que compete ao Estado a responsabilidade pela segurança pública, realizando-a por meio do trabalho ostensivo ou preventivo, no segundo trabalho, emprega a estratégia da Política Criminal para reduzir a criminalidade.
Cleber Masson citando Franz Von Liszt traça o objetivo da Política Criminal:
Para Franz Von Liszt, compete à Política Criminal fornecer e avaliar os critérios para se apreciar o valor do Direito vigente e revelar qual deve vigorar. Cabe também a ela ensinar-nos a compreender o Direito à luz de considerações extraídas dos fins a que ele se dirige e a aplicá-los nos casos singulares em atenção a esses fins.
No mesmo sentido preleciona Gérson Pereira dos Santos (1981, p. 20):
Da mesma forma que os governos desenvolvem uma política econômica, social, de urbanização, ou sanitária como elementos de uma planificação global, feita a priori, de igual modo, uma política criminal deve ser planificada tendo em vista as necessidades práticas da comunidade nacional.
Nessa esteira o Brasil editou a Lei dos crimes hediondos (Lei nº 8.072/90), para reprimir alguns tipos de crimes, dando tratamento rigoroso a quem os pratica, pois a sociedade rogava por resposta. 
O objetivo da política criminal é inibir o crime da sociedade fazendo isso através dos meios e procedimentos do sistema penal em vigor. Estudando o que deve ser feito para reprimir determinadas praticas criminais, mostrando as imperfeições do Direito Penal, propondo o aperfeiçoamento deste.
Com o objetivo principal da Política Criminal, Luiz Flávio Gomes e Rogério Sanches Cunha (2010, p.135-136) engrandecem o “conceito funcionalista orientado aos fins da Política Criminal” de Claus Roxin, no qual o jurista:
[...] procurou romper todas as linhas divisórias entre Direito Penal e Política Criminal. O que mais importa não é a beleza estética do sistema, senão soluções justas para cada caso concreto.
O crime, para Roxin, é composto de três requisitos: (a) tipicidade; (b)
antijuridicidade e (c) responsabilidade. Mas cada uma dessas categorias foi totalmente reestruturada a partir da sua concepção político-criminal. Os princípios político-criminais devem estar presentes em cada momento do delito. Dentre eles, desde logo, o da intervenção mínima. A tipicidade já não pode ser entendida em sentido puramente formal (adequação do fato à letra da lei). Nem tudo que é formalmente típico o é materialmente. [...]. Da tipicidade normativa (que nós denominamos material) faz parte a imputação objetiva. A tipicidade, a partir de Roxin [...] passou a ter duas partes: formal e material ou normativa. Nos crimes dolosos ainda há uma terceira: a subjetiva.
[...] Não se pode usar o Direito Penal para coisas insignificantes. Não se mata um mosquito com um canhão. Lógico que o fato insignificante tem que sofrer algum tipo de sanção (civil, administrativa, trabalhista, moral etc.) para que não seja repetido, mas o que não se justifica é a incidência do Direito Penal. (grifos do autor)
Também há o auxílio de outras formas não jurídicas para objetivar a pacificação dos delitos, como assistência social, sociologia entre outras disciplinas e Políticas Públicas. 
Portanto, a Política Criminal tem seu objetivo principal a necessidade de se criar mecanismos para solucionar crimes, para aqueles que agem em desacordo com a legislação penal serem reprimidos a não infringirem a lei.
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