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Relatório - Estágio Supervisionado III - Oficial 2.0

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Estágio Supervisionado III 
Gerenciamento em Exploração de Impacto Reduzido 
Parceria: 
DISCENTES: 
Dionízia Moura Amorim 
Loirena do Carmo Moura Sousa 
Nágilla Gabriella Barbosa Euzébio 
Nayra Glaís Pereira Trindade 
Thaynara Viana Cavalcante 
 
 
 
 
Altamira – Pará 
2013 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
2 
Dionízia Moura Amorim 
Loirena do Carmo Moura Sousa 
Nágilla Gabriella Barbosa Euzébio 
Nayra Glaís Pereira Trindade 
Thaynara Viana Cavalcante 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO III: 
GERENCIAMENTO DA EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO 
 
 
 
Relatório apresentado à disciplina de Estágio 
Supervisionado III, Faculdade de Engenharia 
Florestal, Universidade Federal do Pará – 
UFPA/Campus Altamira. 
 
Coordenadores: Alessandra Doce e Vinícius 
Paraense. 
 
 
 
 
 
 
Altamira – PA 
2013 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
3 
 
 
A Deus, por ter nos iluminado e abençoado. 
À Faculdade de Engenharia Florestal por nos proporcionar esse estágio, 
especialmente à diretoria da Faculdade, Dra. Sandra Silva e Dr. Alisson Reis, pelos 
esforços dispensados para que o estágio se tornasse possível. 
A família Instituto Floresta Tropical - IFT pela competência, atenção, paciência e 
dedicação dispensados para realização do estágio, nos dando mais confiança ao 
desempenhar as atividades aprendidas em nossa vida profissional. 
Nossos sinceros agradecimentos a todos os funcionários do IFT que nos 
acompanharam durante o período em que estivemos no Centro de Treinamentos 
Roberto Bauch e nos repassaram vossas experiências, e a todos que direto ou 
indiretamente colaboraram com a nossa formação acadêmica e não mediram esforços 
para o sucesso desse pequeno período de aprendizagem, que não seria possível sem a 
colaboração e empenho de todos. 
Em especial, aos cozinheiros José Roberto Carvalho e Sandoval Silva Cordeiro 
(Sam), pelas delícias preparadas com todo carinho; 
Ao coordenador operacional Eng. Florestal Paulo Bittencourt; 
Aos técnicos florestais e agrícolas João Adriano Lima, André Miranda (Dodô), 
Rone Parente, Marlei Nogueira e César Pinheiro; 
Ao motorista Afonso Antônio de Almeida Neto; 
Aos operadores instrutores Lindomar, Arivaldo Souza e Adalberto Ramos 
(Roxinho); 
Aos operadores de máquinas pesadas Janilson Barbosa (Mamoré), Manoel e 
Paulo Costa (Rincon) e 
Ao operador de skidder Laércio. 
A Luiza Petri, por nos acompanhar nessa missão e pela gentileza em repassar 
seus conhecimentos e esclarecer nossas dúvidas durante o período de realização do 
estágio. 
 
 
 
 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A natureza é o único livro que oferece um conteúdo 
valioso em todas as suas folhas.” 
 
Johann Goethe 
 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
5 
1. APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................... 11 
2. HISTÓRICO E ATUAÇÃO DO IFT ........................................................................................ 12 
3. MODELOS DE EXPLORAÇÃO ............................................................................................... 13 
4. EXPLORAÇÃO CONVENCIONAL.......................................................................................... 14 
5. EXPLORAÇÃO TRADICIONAL ............................................................................................. 17 
5.1. EXTRAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS ................................... 18 
5.2. EXTRAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS MADEIREIROS ............................................. 20 
5.2.1. Tipo de Transporte ............................................................................................................ 20 
5.2.2. Métodos de beneficiamento da madeira.................................................................... 22 
6. EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO ......................................................................... 24 
6.1. LEGISLAÇÃO FLORESTAL ........................................................................................................ 24 
6.2. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO ..................................................................................... 26 
6.3. MACROPLANEJAMENTO ............................................................................................................... 28 
6.4. MICROPLANEJAMENTO ................................................................................................................. 30 
6.5. ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS ......................................................................................... 30 
6.5.1. Delimitação da UPA ................................................................................................................. 30 
6.5.2. Inventário Florestal 100 % ................................................................................................... 31 
6.5.3. Corte de cipós ............................................................................................................................ 33 
6.5.4. Microzoneamento .................................................................................................................... 35 
6.5.5. Processamento de Dados (Arc View) ............................................................................... 35 
6.5.6. Instalação de Parcela Permanente .................................................................................... 36 
6.5.7. Construção de Infraestrutura .............................................................................................. 38 
6.5.7.1. Acampamento .................................................................................................................... 38 
6.5.7.1. Planejamento Viário ........................................................................................................ 41 
6.5.7.2. Estradas Permanentes ou Primárias ........................................................................ 42 
6.5.7.3. Estradas Secundárias ...................................................................................................... 42 
6.5.7.4. Número e Tamanho das Estradas .............................................................................. 42 
6.5.7.5. Metodologia Aplicada para a Construção ............................................................... 43 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
6 
6.5.7.6. Pátios de Estocagem ........................................................................................................ 44 
6.5.7.7. Bueiros ................................................................................................................................. 46 
6.5.7.8. Pontes ................................................................................................................................... 47 
6.5.8. Sinalização da AMF .................................................................................................................. 48 
6.6. ATIVIDADE EXPLORATÓRIA ........................................................................................................ 48 
6.6.1. Seleção das espécies ................................................................................................................ 48 
6.6.2. Exploração (corte e traçamento) ....................................................................................... 49 
6.6.3. Planejamento e Construção de Ramais de Arraste ..................................................... 54 
6.6.4. Romaneio ..................................................................................................................................... 56 
6.6.5. Carregamento, transporte e descarregamento............................................................. 57 
6.6.6. Procedimentos de controle da origem da madeira..................................................... 58 
6.7. ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS ......................................................................................... 60 
6.7.1. Tratamentos Silviculturais ................................................................................................... 60 
6.7.2. Enriquecimento Florestal ..................................................................................................... 60 
6.7.2.1. Enriquecimento em áreas de cipó ............................................................................. 60 
6.7.2.2. Enriquecimento em áreas de clareiras .................................................................... 61 
6.7.3. Desbaste ....................................................................................................................................... 62 
6.7.4. Anelamento................................................................................................................................. 64 
6.7.5. Medição de Parcelas Permanentes .................................................................................... 65 
6.7.6. Avaliação de Danos/Desperdício ....................................................................................... 67 
6.7.7. Manutenção da Infraestrutura ............................................................................................ 72 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 73 
8. LITERATURA CITADA ........................................................................................................... 73 
 
 
 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
7 
Figura 1 – Placa de identificação do Centro de Manejo Florestal Roberto Bauch. 12 
Figura 2 – Participantes do curso de Gerenciamento em Manejo Florestal de 
Impacto Reduzido............................................................................................................. ................. 
12 
Figura 3 - Abertura de clareiras pela Exploração Convencional.................................. 15 
Figura 4 - Madeiras abandonadas no sistema de Exploração Convencional........... 15 
Figura 5 - Madeiras abandonadas no sistema de Exploração Convencional........... 16 
Figura 6 - Corte tipo “mesa” realizada na Exploração Convencional.......................... 16 
Figura 7 – Método de extração do óleo da copaíba............................................................ 20 
Figura 8 – Trado utilizado para a extração do óleo da copaíba..................................... 20 
Figura 9 – Estivas de madeira...................................................................................................... 21 
Figura 10 – Colocação de óleo queimado no suporte que irá conduzir a tora........ 21 
Figura 11 – Colocação da tora sobre o suporte.................................................................... 21 
Figura 12 – Amarração da tora no suporte com cipós...................................................... 21 
Figura 13 – Deslocamento da tora sob as estivas................................................................ 22 
Figura 14 – Deslocamento da tora sob as estivas................................................................ 22 
Figura 15 – Utilização do serrotão para o beneficiamento da madeira..................... 23 
Figura 16 – Utilização do serrotão para o beneficiamento da madeira..................... 23 
Figura 17 – Utilização da faca para retirar cavacos de madeira................................... 23 
Figura 18 – Telhado feito com cavacos de madeira........................................................... 23 
Figura 19 – Georreferenciamento da área...................................................................................... 29 
Figura 20– Macroplanejamento da área de manejo florestal.................................................. 29 
Figura 21 – Utilização da bússola para abertura da trilha de orientação................................ 31 
Figura 22 – Demarcação da UPA............................................................................................................... 31 
Figura 23 – Esquema de materialização das faixas, e sentido do levantamento de 
campo.................................................................................................................................................................... 
33 
Figura 24 – Coleta de dados durante o Inventário Florestal......................................................... 33 
Figura 25 – (A) e (B) Microzoneamento da área................................................................................ 35 
Figura 26 – Modelo esquemático de demarcação de parcelas permanentes.......... 37 
Figura 27 - Esquema de uma parcela permanente de monitoramento............................ 38 
Figura 28 – (A) e (B) Estradas Florestais................................................................................ 41 
Figura 29 – Planejamento de estrada secundária............................................................... 44 
Figura 30 – Planejamento de um pátio no campo............................................................... 45 
Figura 31 – Quebra e raspagem do material vegetal para as extremidades do 
pátio.......................................................................................................................................................... 
46 
Figura 32 – Bueiro....................................................................................................................... .... 47 
Figura 33 – Ponte.............................................................................................................................. 47 
Figura 34 – (A) e (B) Análise das árvores selecionadas para corte............................. 49 
Figura 35 – (A) e (B) Teste do oco............................................................................................. 50 
Figura 36 – (A) e (B) Limpeza do tronco da árvore e abertura das rotas de fuga 51 
Figura 37 – (A) e (B) Corte direcional...................................................................................... 52 
 
 
 
 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 38 – (A) e (B) Corte em escada..................................................................................... 52 
Figura 39 – (A) e (B) Uso da cunha; (C) Corte do filete de abate; (D) Árvore 
explorada.................................................................................................................... ........................... 
53 
Figura 40 – (A) Recolocando a plaqueta de identificação; (B) Sinalização da 
direção da queda da árvore no mapa......................................................................................... 
54 
Figura 41 – (A) e (B) Sinalização do ramal de arraste no mapa................................... 55 
Figura 42 – (A) e (B) Sinalização com fitas coloridas do ramal de arraste.............. 55 
Figura 43 – (A) e (B) Arraste de torras com Skidder......................................................... 56 
Figura 44 – (A) Romaneio das toras; (B) Sinalização das toras.................................... 56 
Figura 45 – (A) e (B) Carregamento dos caminhões.......................................................... 57 
Figura 46 – Árvore identificada no IF 100%......................................................................... 58 
Figura 47 – Identificação da tora após o abate..................................................................... 58 
Figura 48 – Sinalização das toras após o romaneio........................................................... 59 
Figura 49 – (A) e (B) Enriquecimento em área de cipós.................................................. 61 
Figura 50 – Área de clareira em que foi realizado plantio de enriquecimento...... 62 
Figura 51 – Esquema de um desbaste sistemático.............................................................63 
Figura 52 – Esquema de um desbaste seletivo..................................................................... 63 
Figura 53 – (A) e (B) Anelamento realizado nas árvores................................................ 64 
Figura 54 – (A) e (B) Mediça o do DAP das a rvores em parcelas permanentes...... 66 
Figura 55 – Esquema de avaliação de danos na copa........................................................ 67 
Figura 56 – Esquema de avaliação de danos no fuste....................................................... 68 
Figura 57 – Esquema de avaliação da saúde da árvore.................................................... 68 
Figura 58 – Esquema de tipos de corte.................................................................................... 69 
Figura 59 – (A) Altura do toco; (B) Esquema de desperdícios durante o corte..... 69 
Figura 60 – Tipos de desperdícios na tora............................................................................. 70 
Figura 61 – Desperdícios na copa.............................................................................................. 70 
Figura 62 – Desperdícios nos galhos........................................................................................ 71 
Figura 63 – (A) e (B) Manutenção de Estradas.................................................................... 72 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
9 
 
AMF – Área de Manejo Florestal 
APP - Áreas de Preservação Permanente 
ARL - Área de Reserva Legal 
ART - Análise de Risco de Tarefa 
CAI - Comunicação de Acidentes e Incidentes 
CMFRB - Centro de Treinamento em Manejo Florestal Roberto Bauch 
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente 
DAP - Diâmetro a Altura do Peito 
DDS - Diálogo Diário de Segurança 
DMC - Diâmetro Mínimo de Corte 
DOF - Documento de Origem Florestal 
EIR - Exploração de Impacto Reduzido 
EPI - Equipamento de Proteção Individual 
FFT - Fundação Floresta Tropical 
GE - Curso de Gerenciamento em Exploração de Impacto Reduzido 
GF - Guia Florestal 
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IF - Inventário Florestal 
IFT - Instituto Floresta Tropical 
IN - Instrução Normativa 
IS - Inspeção de Segurança 
MMA - Ministério do Meio Ambiente 
MFC - Manejo Florestal Comunitário 
MFS - Manejo Florestal Sustentável 
NE - Norma de Execução 
NR - Norma Regulamentadora 
ONG - Organização não governamental 
OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público 
PFNM - Produtos Florestais Não Madeireiros 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
10 
PMFS - Plano de Manejo Florestal Sustentável 
PPRA - Programa de Prevenção e Riscos Ambientais 
RS - Reunião de Segurança 
SEMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais 
SST - Segurança e Saúde no Trabalho 
TFF - Tropical Forest Foundation 
TS - Treinamento de Segurança 
UPA - Unidade de Produção Anual 
UT - Unidade de Trabalho 
 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
11 
1. APRESENTAÇÃO 
 
Bioma Amazônia estende-se ao longo de nove países da América do Sul, por 
uma área de 6,4 milhões de quilômetros quadrados. Desse total, o Brasil abriga 
63%, ou seja, 4 milhões de quilômetros quadrados. No Brasil, há dois conceitos 
de Amazônia: Bioma Amazônia e Amazônia Legal. O Bioma Amazônia, caracterizado pela 
cobertura florestal, possui aproximadamente 4 milhões de quilômetros quadrados, o 
que corresponde a 49% do território brasileiro. Sua área compreende os Estados do 
Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e parte dos territórios do Maranhão, Mato 
Grosso, Rondônia e Tocantins (PEREIRA et al., 2010). 
A floresta Amazônica apresenta uma alta biodiversidade, sendo, portanto, um 
ecossistema extremamente complexo e delicado. Sendo necessário manejá-la de forma 
correta para que não haja a perda biodiversidade, por ações antrópicas como o 
desmatamento e destruição de sítios arqueológicos, entre outras intervenções que vem 
ocorrendo intensamente na Amazônia. Para realização do manejo mais adequado deve 
haver planejamento das atividades a serem realizadas, pensando nisso, a partir da 
década de 1990 começou-se a serem implantados os Planos de Manejo Florestal 
Sustentável na Amazônia. 
De acordo com a Resolução do CONAMA nº 406, de 02 de Fevereiro de 2009, 
entende-se como Manejo Florestal Sustentável (MFS): 
[...] administração da floresta para a obtenção de benefícios econômicos, 
sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do 
ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou 
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies. 
Portanto, uma floresta bem manejada continuará oferecendo suas riquezas para 
as gerações futuras, pois a madeira e seus outros produtos são recursos renováveis. 
Segundo Barroso et al. (2011), a exploração madeireira por meio do MFS tem sido 
sugerida como forma de conciliar a exploração e a conservação dos recursos naturais. 
Essa prática envolve basicamente o planejamento das atividades de corte, arraste e 
tratamentos silviculturais que causam diferentes tipos de impacto na floresta 
remanescente, no solo e na fauna, colocando em risco a sustentabilidade do processo. 
Nesse contexto, os discentes do curso de Engenharia Florestal da Universidade 
Federal do Pará, Campus Altamira, tiveram a oportunidade de realizar o curso de 
Gerenciamento em Exploração de Impacto Reduzido (GE), no período de 23 a 29 de 
O 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
12 
setembro 2012, realizado no Centro de Treinamento em Manejo Florestal Roberto 
Bauch (CMFRB), localizado na Fazenda Cauaxi, no município de Paragominas – PA. 
O curso teve duração de uma semana, incluindo a apresentação de palestras e 
práticas de campo em todas as etapas do Manejo Florestal, além de visitas a 
experimentos e áreas demonstrativas conduzidas pelo IFT desde 1996. Foram 
mostradas áreas sob exploração convencional, o modelo tradicional e as atividades do 
Manejo Florestal de Impacto Reduzido (Fase pré-Exploratória, Exploratória e Pós-
Exploratória). Assim, teve-se a oportunidade de acompanhar de perto o gerenciamento 
do Manejo Florestal Sustentável, cumprindo assim, o objetivo do Estágio Supervisionado 
III. 
 
 
2. HISTÓRICO E ATUAÇÃO DO IFT 
 
O Instituto Floresta Tropical (IFT) surgiu a partir do trabalho da Fundação 
Floresta Tropical (FFT), criada em 1994, como subsidiária da ONG estadunidense 
Tropical Forest Foundation (TFF) no Brasil, inicialmente tinha por objetivo idealizar 
áreas demonstrativas em Manejo Florestal Sustentável e Exploração de Impacto 
Reduzido (MFS – EIR) na Amazônia Brasileira, contudo, a FFT percebeu que era ainda 
insuficiente a mão-de-obra qualificada para a implementação dessas práticas. Foi então 
que, em 1995, buscou apoio da Fundação Caterpillar para montar um programa de 
capacitação e treinamento em Manejo Florestal. Em 2006, o IFT foi reconhecido como 
uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) brasileira que 
promove o manejo florestal das florestas amazônicas através da educação, pesquisa e 
Figura 1 – Placa de identificação do 
Centro de Manejo Florestal Roberto 
Bauch. 
Figura 2 – Participantes do curso de 
Gerenciamento em Manejo Florestal de 
Impacto Reduzido. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
13 
extensão. É considerado um centro de excelência na disseminação e aprimoramento do 
Manejo Florestal na Amazônia, sendo reconhecido internacionalmente por sua missão: 
“Promover a adoção de boas práticas de manejo florestal, contribuindo para a 
conservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida da população”. 
Dentre os vários programas que o IFT vem atuando, o Programa de Capacitação e 
Treinamento, é dinâmico, agradável, prático e adaptável. Em que, os cursos são 
formatados para acolher diferentes atores, desde trabalhadores da exploração florestal e 
operadoresde máquinas pesadas, até tomadores de decisão, agentes do governo, 
engenheiros, auditores, técnicos do nível médio e estudantes de Engenharia Florestal. 
Além disso, esse programa foi desenvolvido para incorporar as lições aprendidas, que 
incluem tanto as pesquisas aplicadas quanto os conhecimentos tradicionais e empíricos 
de instrutores e colaboradores, e foi adaptado a diferentes tipos de floresta e aspectos 
socioeconômicos. 
 
3. MODELOS DE EXPLORAÇÃO 
 
Segundo Cunha e Almeida (2001), nos últimos 40 anos a colonização da 
Amazônia tem sido marcada pela degradação de seus recursos naturais, sobretudo, com 
a derrubada de suas áreas de florestas e empobrecimento de seus solos. No entanto, 
atualmente essa região vem experimentando novas alternativas de desenvolvimento e 
novas estratégias de uso de recursos, que têm por objetivo permitir uma exploração 
sustentável dos recursos naturais, paralelo ao desenvolvimento social e econômico das 
populações nela residentes. 
Quanto à utilização dos recursos florestais, especificamente os madeireiros, 
podemos citar três métodos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exploração de Impacto Reduzido 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
14 
Exploração convencional - Geralmente praticada por madeireiros de forma 
ilegal e sem planejamento, não havendo preocupação com a sustentabilidade do meio 
ambiente, visando apenas o lucro imediato. 
Exploração tradicional - Realizada por comunidades extrativistas, através do 
uso de materiais e equipamentos rústicos, como por exemplo, o machado e o serrotão 
para processamento da madeira, e o rodado, estrutura rústica confeccionada pelos 
próprios extrativistas, movimentado por duas rodas, para o transporte da mesma. 
Sendo, considerada de baixo impacto por não causar tantos danos ao meio ambiente, na 
maioria das vezes consistindo apenas em uma atividade de subsistência. 
Exploração de Impacto Reduzido - Geralmente realizada por manejadores, 
embasada no planejamento prévio da atividade, através de técnicas sustentáveis, que 
visam a diminuição dos danos e impactos à floresta, e a melhoria da sustentabilidade 
econômica e social das práticas utilizadas. 
 
4. EXPLORAÇÃO CONVENCIONAL 
 
Durante o regime militar, a Amazônia com seu imenso estoque de recursos 
naturais e seus vastos “espaços vazios”, foi considerada pelos governos militares um 
meio para resolver rapidamente problemas de toda a ordem, ou seja, econômicos, 
sociais e geopolíticos. De tal modo que, políticas de desenvolvimento foram formuladas e 
implementadas com o objetivo de maximizar as imediatas vantagens econômicas, em 
que, a integração se tornou o princípio básico do governo militar por ser considerada 
uma condição essencial para a segurança nacional, simbolizada no slogan “integrar para 
não entregar”. Todavia, estas estratégias de desenvolvimento geraram impactos sociais e 
ambientais adversos nas áreas rurais e urbanas da Amazônia (SERRA E FERNÁNDEZ, 
2004). Acerca desse tema, Homma (1993), com base nas estimativas populacionais do 
IBGE, constata que houve influência do processo migratório sobre os desmatamentos 
ocorridos no Norte brasileiro, tendo como causa principal a abertura de áreas para 
lavouras temporárias, realizadas por pequenos agricultores, através da utilização dos 
recursos naturais de forma predatória, predominando o uso de queimadas e do 
desmatamento intensivo. 
Acredita-se ainda que, a abertura de estradas também foi um fator que provocou 
um grande aumento na exploração dos recursos, bem como, a grilagem de terras. Não se 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
15 
descartando a possibilidade de haver um maior número de estradas abertas por 
madeireiros do que estradas federais e estaduais na Amazônia. 
Em suma, o objetivo da Exploração Convencional não é a priori a madeira, e sim a 
abertura de grandes áreas de pastagens para a criação de gado ou para a implantação da 
agricultura. 
No que concerne ao cenário da exploração convencional na Amazônia, podemos 
citar dois tipos: Exploração Convencional Legal e a Exploração Convencional Ilegal. 
Exploração Convencional Legal - Atua sob Plano de Manejo Florestal aprovado 
pelo órgão ambiental responsável (SEMA ou IBAMA); possui um sistema de exploração 
sem planejamento; desrespeita as leis ambientais e sociais, objetivando apenas a 
obtenção de lucro em curto prazo (chegando a explorar até sessenta árvores por dia, 
com uma carga horária de dez horas); carga de trabalho excessiva; falta de técnica 
operacional; alto risco de acidentes; grandes desperdícios, estima-se que a cada 20m³ de 
madeira explorada 1m³ é desperdiçado, seja devido a altura do corte ou a falta de 
conhecimento técnico; e ausência de monitoramento especializado nas atividades 
florestais. 
Exploração Convencional Ilegal - Não possui Plano de Manejo Florestal; 
condiciona os trabalhadores a uma carga horária de trabalho excessiva; provoca a 
aceleração da depreciação das máquinas utilizadas; além de ser realizada sem 
planejamento, aumentando os danos e os desperdícios da atividade (ver Figura 3, 4, 5 e 
6). 
 
 
Figura 3 - Abertura de clareiras pela 
Exploração Convencional. 
Figura 4 - Madeiras abandonadas no 
sistema de Exploração Convencional. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
16 
 
 
Em suma, a partir do conhecimento obtido através das palestras ministradas 
durante o curso e pela visita em campo a uma área submetida à exploração 
convencional, podemos constatar que as principais características desse tipo de 
exploração são: 
 Pátios muito grandes: geralmente de 40 x 30 m, havendo uma grande 
movimentação de máquinas, em que, árvores são arrastadas inteiras, além de 
haver grandes danos laterais; 
 Dossel muito aberto: havendo a incidência de uma grande quantidade de 
espécies pioneiras; 
 Falta de planejamento: a exploração é realizada sem qualquer planejamento, 
geralmente até árvores ocadas são exploradas, por não haver o teste do oco, além 
disso, são deixados muitos resíduos nos pátios; 
 Danos às árvores adjacentes as árvores exploradas: na maioria dos casos, são 
causados danos irreversíveis a essas árvores, devido, sobretudo, a não adoção do 
corte direcional; 
 Estradas construídas sem planejamento: normalmente as estradas só são 
construídas após o início da exploração, possuem muitas curvas e são bastante 
profundas; 
 Infraestrutura construída sem planejamento: os ramais de arraste que 
deveriam ser temporários, acabam se tornando permanentes, além disso, as 
estradas são construídas sem a preocupação de manter as Áreas de Preservação 
Permanente (APP) como, rios, lagos, igarapés, olhos d’água, entre outros, as 
Figura 5 - Madeiras abandonadas no 
sistema de Exploração Convencional. 
Figura 6 - Corte tipo “mesa” realizada na 
Exploração Convencional. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
17 
árvores são empilhadas dos dois lados da estrada, oferecendo risco de acidentes 
aos trabalhadores; 
 Árvores abandonadas no pátio: causado, principalmente por não haver seleção 
das espécies que serão exploradas, ou até mesmo, pelo desconhecimento de quais 
espécies estão sendo exploradas, fazendo com que muitas vezes as árvores 
consideradas de baixo valor comercial sejam abandonadas nos pátios de 
estocagem, provocando-se ao final, muitos danos sem que haja qualquer 
aproveitamento; 
 Toco muito alto: geralmente a altura de corte é escolhida levando em 
consideração àquela que proporcionará melhor conforto ao operador, havendo 
um grande desperdício de madeira; 
 Não é realizado o corte de cipós: aumentando os danos à floresta, 
especialmente, as árvores remanescentes; e 
 Árvores exploradas em reboleiras: devido à falta de planejamento, as árvores 
são exploradas muito próximas umas as outras, visando também o deslocamento 
do operador a pequenas distâncias. 
 
5. EXPLORAÇÃO TRADICIONAL 
 
Sabe-se que, a extração de produtos florestaisé realizada há mais de três séculos 
por populações tradicionais da Amazônia Brasileira como fonte de subsistência e de 
renda. Entre estes produtos, destacam-se o látex (Hevea brasiliensis), a castanha 
(Bertholetia excelsa), o açaí e palmito (Euterpe orelacea), e produtos madeireiros 
beneficiados de forma artesanal como vigas, estacas, madeiras lavradas e telhas de 
madeira. As técnicas para a extração destes produtos foram desenvolvidas de forma 
empírica durante muitas gerações, e ainda hoje ocorrem de forma manual e em pequena 
intensidade. 
A exploração tradicional é definida como os métodos de retirada dos recursos da 
floresta, madeireiro ou não madeireiro, realizada por populações que vivem 
tradicionalmente da floresta. Sendo que, as principais características desse tipo de 
exploração são: adoção de conhecimento empírico, mão de obra familiar, execução da 
atividade sem assistência técnica, baixa produção, consequentemente, baixo custo e 
baixo impacto. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
18 
Segundo Berkes (1999), ao considerar as características das populações 
tradicionais e a produção dos seus conhecimentos, torna-se perceptível a relação de 
dependência entre ambos e a dependência dos mesmos com os recursos naturais. A 
partir de 1990, as questões ambientais contemporâneas influenciaram o 
desenvolvimento da análise dessa relação por meio de uma perspectiva mais 
abrangente, gerando a possibilidade da associação entre a conservação de alguns 
recursos naturais com os conhecimentos e práticas dessas populações. 
O manejo florestal tem conquistado cada vez mais espaço como alternativa para 
comunidades rurais na América Latina. Devido principalmente pela importância relativa 
da floresta para mais de 250 milhões de pessoas, bem como pela extensa área 
(aproximadamente 25 % da cobertura florestal) sob domínio de populações tradicionais 
e camponeses. Nesse sentido, tem-se presenciado um movimento de expansão do 
manejo florestal comunitário na Região. Este fenômeno vem sendo impulsionado por 
governos, doadores, ONG’s e organizações comunitárias e implementado sob diferentes 
arranjos técnicos, político, institucional e social (AMARAL e AMARAL NETO, 2005). 
De modo geral, é crescente a discussão sobre a importância das populações 
tradicionais para o manejo florestal sustentável, sendo que, um indício do 
reconhecimento de tal importância tem sido o surgimento de várias iniciativas de 
manejo florestal envolvendo comunidades. Pois, de fato inúmeras pesquisas concluem 
que o uso sustentável dos recursos naturais tem importante papel na conservação da 
floresta amazônica. De modo que, o conceito de sustentabilidade ecológica, que se refere 
a capacidade de uma população ocupar determinada área e explorar os recursos 
naturais sem ameaçar a integridade ecológica do seu ambiente, vem sendo consolidado 
como um novo referencial científico: a relação entre as populações humanas e o meio 
ambiente. Sendo que, uma estratégia bastante utilizada para apoiar as populações da 
floresta na conservação dos recursos naturais e a melhorar seus meios de vida é a 
promoção do Manejo Florestal Comunitário (MFC). 
 
5.1. EXTRAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS 
 
Segundo Balzon et al. (2004), o desenvolvimento florestal, antes limitado apenas 
pela utilização da madeira, vem sendo complementado pela utilização dos produtos 
florestais não madeireiros (PFNM), juntamente com o aumento de sua relevância 
econômica e seu potencial de mercado, criando oportunidades para gerar renda e 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
19 
trabalho aos extrativistas, e ao mesmo tempo, compatibilizando com o manejo 
sustentado da floresta. 
Os PFNM, como óleos fixos e essenciais, frutos, amêndoas, fibras, corantes, plantas 
fitoterapêuticas e outros, são de ocorrência abundante nas florestas tropicais e 
consistem em uma fonte de renda alternativa para milhares de famílias que vivem da 
agricultura familiar. 
Segundo Borges e Braz (1998 apud BALZON et al., 2004), a extração dos PFNM é 
uma prática que mantém a estrutura da floresta intacta e tem surgido como um meio 
capaz de harmonizar os papéis conflitantes das florestas tropicais. No entanto, para 
Figueiredo e Wadt (2000), a prática de manejo dos produtos florestais tem os cultivos 
domesticados como um fortíssimo concorrente, visto que muitas vezes apresentam 
condições de ofertar em escala de mercado os mesmos produtos, o que desestimula o 
pequeno extrativista. 
De acordo com Santos et al. (2003), os PFNM representam hoje um dos grupos 
mais desafiadores do ponto de vista mercadológico, graças a seu número, variedade de 
usos e diferenciação de outros produtos básicos. O mercado desses produtos florestais é 
ainda recente e tem muito que ser desenvolvido e explorado, apresentando-se de forma 
bastante instável, concentrando-se hora em alguns produtos, hora em outros. Nesse 
sentido, Gonçalo (2006) corrobora que, os estudos sobre os mercados para esses 
produtos são ainda insuficientes para atender a demanda crescente de informações que 
os produtores de base familiar necessitam para organizar a produção e melhorar a 
renda nas suas unidades produtivas. 
A copaíba é uma árvore muito importante na vida de ribeirinhos e de povos que 
vivem em áreas de floresta, pode estar ameaçada por práticas que não são as mais 
adequadas para a retirada de seu óleo (REGINA, 2008). Nesse sentido, durante o período 
do estágio foi demonstrado a forma correta de como extrair o óleo de copaíba, 
primeiramente, deve-se escolher as árvores com mais de trinta centímetros de diâmetro, 
posteriormente, é preciso fazer o furo com o trado, ajustar uma mangueira até o 
recipiente da coleta e depois fechar o furo para evitar contaminação por insetos e 
desperdício do óleo. Vale ressaltar que, para garantir a qualidade do óleo de copaíba o 
produto deve ser coado e acondicionado em recipiente limpo e seco e deve ficar 
guardado em um local seco e protegido da luz solar até ser levado ao ponto de venda. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
20 
 
 
5.2. EXTRAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS MADEIREIROS 
 
Segundo Souza (1992) o trabalho florestal no sistema tradicional é caracterizado 
pela sua grande exigência física, por ser pesado e geralmente com alto risco de 
acidentes, principalmente pelo meio ambiente rústico e pelas grandes dimensões do 
produto que é tratado, a árvore. É considerado como um dos trabalhos mais pesados e 
de mais alto risco de acidentes entre as atividades industriais brasileiras. 
 
5.2.1. Tipo de Transporte 
 
O transporte da madeira em tora no sistema tradicional depende das 
características do local, área de várzea, áreas influenciadas pela cheia dos rios, ou área 
de terra firme. 
Em casos de áreas de várzea, geralmente, o transporte de madeira em tora é em 
forma de jangada até as localidades vizinhas. Vale ressaltar que, nessa forma de 
transporte, devem-se alternar as espécies “mais leves”, utilizadas principalmente nas 
indústrias de lâminas, e as espécies “mais pesadas”, utilizadas nas serrarias. Outra 
alterativa para esse tipo de ambiente é a utilização do método tartaruga, que é uma 
embarcação adaptada com motor a diesel e guincho mecânico para arraste de toras, 
contudo, este método possui operação com alto grau de riscos de acidentes. 
Por outro lado, o transporte da madeira em tora em área de terra firme, pode ser 
manual ou com utilização de caminhão catraca. A respeito dos métodos manuais, 
podemos citar o método do calando e da madeira bolada: 
Figura 7 – Método de extração do óleo 
da copaíba. 
Figura 8 – Trado utilizado para a 
extração do óleo da copaíba. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
21 
Calango: sistema de transporte normalmente utilizado a curta distância, para 
conduzir a madeira em tora até as margens de um rio ou até as estradas principais. 
Consiste na construção de uma estivaem forma de trilho, feita com varas. Em que, a tora 
é colocada em um suporte, também confeccionado com varas. Sendo deslizada sobre as 
estivas até o destino final. Geralmente, é feito em forma de troca de dias trabalhado; e 
Madeira bolada: consiste na retirada de tora sobre estiva, em especial para 
espécie para laminado. Vale ressaltar que, esse tipo de transporte requer ramais largos, 
já que, deve ser feito em função da largura da tora a ser transportada. 
O método demonstrado durante o estágio foi o método calango, em que, todos os 
participantes do curso tiveram que atuar na execução do mesmo, conforme as fotos a 
seguir: 
 
 
Figura 9 – Estivas de madeira. Figura 10 – Colocação de óleo queimado 
no suporte que irá conduzir a tora. 
Figura 11 – Colocação da tora sobre o 
suporte. 
Figura 12 – Amarração da tora no 
suporte com cipós. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
22 
 
Quanto ao transporte com caminhão catraca, geralmente são utilizados 
caminhões velhos e, por isso, financeiramente mais acessíveis para as comunidades. Por 
seu tempo de uso, geralmente apresentam alto custo de manutenção e, em muitos casos, 
não têm documentos. 
Até o momento foi tratado apenas do método de transporte para a madeira em 
tora, contudo, tradicionalmente também há métodos para o transporte da madeira 
serrada (processada), como o método da zorra, que utiliza tração animal para 
transportar madeira desdobrada com motosserra: 
Zorra: é um sistema composto por uma carroça com rodas e um animal para a 
tração (gado ou búfalo). Em que, a madeira é embarcada na carroça que é puxada pelo 
animal até o local final. 
 
5.2.2. Métodos de beneficiamento da madeira 
 
Geralmente, a serragem e o beneficiamento da madeira são realizados no próprio 
local de queda da árvore, utilizando-se serrotão, machado e motosserra para desdobro, 
sendo que, dependendo das condições da comunidade, a serragem da madeira pode ser 
realizada através da utilização de uma serraria portátil. 
Serrotão: É um serrote grande manuseado por duas pessoas. Utilizado durante 
vários anos pelos serradores de madeira em prancha, contudo, atualmente é uma prática 
pouco utilizada. De acordo com Medina (2003) apesar da fabricação de prancha com 
serrotão ter representado uma importante fonte de renda para as populações 
tradicionais, serrar as pranchas no serrotão é um trabalho penoso, longo e exaustivo. 
Figura 13 – Deslocamento da tora sob 
as estivas. 
Figura 14 – Deslocamento da tora sob 
as estivas. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
23 
 
 
Machado: É uma ferramenta originária do martelo, devendo ter pelo menos uma 
das extremidades amoladas e própria para o corte, sendo, portanto um martelo 
concebido para o corte e derrubamento e beneficiamento de árvores, entre outras ações. 
Tradicionalmente é utilizado para retirar estacas, postes, caibros, pranchões, e etc. 
Faca para retirar cavacos: As ferramentas utilizadas para confeccionar o cavaco 
são o porrete de madeira, um facão e a faca de tirar cavaco. O método para a produção 
de cavaco deve seguir as seguintes etapas: Primeiramente, deve-se prender as secções 
de madeira em dois piquetes, para que a peça fique fixa, em seguida, deve-se apoiar a 
peça com a ponta de um dos pés, fixar a faca de cavaco na mesma e, com o auxílio de um 
porrete de madeira, bater na parte superior da faca (porção sem corte) até que o cavaco 
se desprenda da peça, após realizar esse procedimento, deve-se remover farpas e 
irregularidades no cavaco, realizada por um auxiliar equipado com um facão. 
 
Figura 15 – Utilização do serrotão para 
o beneficiamento da madeira. 
Figura 16 – Utilização do serrotão para 
o beneficiamento da madeira. 
Figura 17 – Utilização da faca para 
retirar cavacos de madeira. 
Figura 18 – Telhado feito com cavacos 
de madeira. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
24 
Motosserra: Ainda é uma prática em larga escala para o desdobramento da 
madeira em prancha, caibros, ripas, tábuas, e etc. No processo de serragem da madeira 
com o uso da motosserra a árvore é serrada em tora de acordo com o comprimento 
desejado para as peças. Em seguida marca-se a tora com uma linha (barbante) envolvida 
em óleo queimado (óleo lubrificante já usado e com coloração escura). A primeira 
serragem divide a tora em duas partes (bandas) que são posicionadas com o lado da 
serragem para cima. Novamente a madeira é marcada com o barbante nas laterais para a 
primeira serragem de retirada do brancal (alburno) de ambos os lados da banda. A 
partir desse procedimento são retiradas as peças que sofrem um segundo corte na parte 
que fica para o lado de baixo da serragem. O corte para a retirada das peças é sinalizado 
com a utilização do “graminho” – instrumento feito de madeira em formato de “L” com 
um prego fixado de acordo com a espessura da peça, com a ponta saliente cerca de 1mm. 
De acordo com Rodrigues (2004) a motosserra é uma das máquinas que mais 
influenciaram a mecanização da colheita florestal, substituindo o machado e a serra 
manual (traçador) nas operações de derrubada, no desgalhamento, traçamento e 
destopamento de madeira. Apesar da evolução tecnológica no setor florestal, onde se 
utilizam sofisticadas máquinas, muitas das quais importadas, a motosserra continua 
sendo largamente utilizada. Na atividade madeireira, cerca de 60% das empresas 
florestais brasileiras utilizam a motosserra nas operações de corte florestal. 
Mecanizado ou equipamento adaptado: Para maior qualidade e produtividade, 
algumas comunidades utilizam Serrarias Portáteis (Lucas Mil) e Ecoserra Flex. São 
máquinas para desdobro de toras extremamente portáteis que oferecem facilidade de 
operação, manutenção e transporte e mesmo assim não deixam nada de desejar em 
termos de produtividade e qualidade. Não havendo a necessidade de abrir estradas de 
arraste, porque a máquina pode ser levada (ate carregada por homens) para dentro da 
floresta. No local onde a árvore foi derrubada monta-se então a serra em cima da tora. 
Assim a movimentação de toras pesadas é evitada. Os resíduos como pó de serra ficam 
na floresta servem como nutrientes para a renovação da vegetação remanescente. 
 
6. EXPLORAÇÃO DE IMPACTO REDUZIDO 
 
6.1. LEGISLAÇÃO FLORESTAL 
 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
25 
 O manejo florestal é regido por algumas principais legislações: IN/MMA 05 de 
2006, NE/IBAMA 01 de 2007 e Resolução do CONAMA nº 406/2009. O Art. 7º da 
IN/MMA 05 de 11 de Dezembro de 2006, estabelece que para o PMFS o diâmetro 
mínimo de corte (DMC) adotado seja de 50 cm (DAP ≥50 cm), bem como o Art. 6º da 
Resolução do CONAMA 406, de 2 de Fevereiro de 2009, que determina que o DMC deva 
ser 50 cm para todas as espécies comerciais que serão manejadas. 
A resolução do CONAMA nº 406, de 2 de Fevereiro de 2009, estabelece que todas 
as espécies a serem manejadas devem apresentar diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 50 
cm. Esta mesma legislação, também, estabelece que o PMFS deva atender as exigências 
quanto ao critério de raridade, portanto, devendo ser mantidas 10 % do total de 
indivíduos arbóreos das espécies selecionadas para exploração ou realizar a 
manutenção de todos os indivíduos arbóreos das espécies, cujo número de indivíduos 
com DAP ≥ 50 cm seja igual ou inferior a três indivíduos por 100 ha de área de efetiva 
exploração da UPA. A intensidade de corte prevista na resolução citada anteriormente, 
não poderá exceder 30 m3.ha-1, bem como o ciclo de corte não poderá exceder 35 anos. 
Há restrições à exploração de algumas espécies. A IN/MMA nº 06 de 23 de 
Setembro de 2008, prevê a proteção de algumas espécies da flora brasileira, visto que 
estão ameaçadas de em extinção (vulneráveis). Nesta lista, encontra-se a castanheira 
(Bertholletia excelsa Kunth) e o Roxinho (Peltogyne leicointei). E o Decreto Federal nº 
5.975 de 30 de Novembro de 2006, em seu Art. 29, diz que a seringueira(Hevea sp.) não 
é passível de exploração. 
As áreas de preservação permanentes de um PMFS devem está em consonância 
com a Resolução do CONAMA nº 303 de 20 de Março de 2002, que dispõe as definições, 
parâmetros e limites das APPs, estabelecendo que essas áreas devem ser preservadas. 
A IN/IBAMA nº 93 de 3 Março de 2006, dispõe sobre a necessidade da 
apresentação de mapas e informações georreferenciadas quanto a localização da área de 
reserva legal (ARL) da propriedade e áreas sob regime de manejo florestal e suas 
respectivas subdivisões. 
Para retirar e transportar madeira em toras das AMF é necessário a emissão de 
uma Guia Florestal (GF), assim como previsto na IN/IBAMA nº 112 de 21 de Agosto de 
2006 e IN/SEMA nº 12 de 30 de Novembro de 2006, a primeira define produtos 
florestais e como se deve proceder para transportar-los agindo em conformidade com a 
lei, através da emissão do Documento de Origem Florestal (DOF); a segunda estabelece 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
26 
normas e procedimentos para disciplinar o uso da GF para transporte de produtos e/ou 
subprodutos de origem florestal do estado do Pará. 
Para tanto, para a elaboração de um PMFS é necessário levar em consideração 
essas legislações, para que possa atender as exigências previstas em lei e para a boa 
execução do manejo florestal. 
 
6.2. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 
 
Para a exploração racional da floresta é imprescindível o planejamento das 
atividades, para avaliar a viabilidade da realização do manejo florestal e redução 
considerável dos riscos de acidentes e danos e desperdícios a floresta remanescente. 
Para (IFT, 2010), é necessário que a empresa adote um programa de treinamento 
voltado para a qualificação e conscientização dos funcionários, abordando as atividades 
do manejo florestal, especificando os riscos e suas respectivas medidas preventivas e 
listando os aspectos importantes para a manutenção da qualidade do plano de saúde e 
segurança. Desse modo, Nogueira, Lentini e Espada (2010), afirmam que os aspectos de 
segurança e saúde no trabalho (SST) no manejo florestal, tem sido um dos focos 
principais de disseminação e aprimoramento por parte do IFT e a definição e 
operacionalização de um programa eficiente de SST, envolve três aspectos chaves: 
treinamento, para que os trabalhadores incorporem técnicas e rotinas de forma 
participativa e democrática; identificação dos riscos e das particularidades existentes 
em cada empreendimento com o mapeamento das responsabilidades de cada membro 
da equipe; avaliação e monitoramento contínuo dos acidentes e incidentes ocorridos 
para aprimorar o próprio programa de SST. 
As principais causas de acidente no trabalho são: inadaptação para a função, 
fatores circunstanciais, desconhecimento dos riscos da função ou forma de evitá-los, 
desajustamento e personalidade (INAM, 2005 apud COSTA e ZANDONADI, s/d). E os 
principais fatores que levam a falta de segurança no ambiente de trabalho: falta de 
treinamento adequado, deficiência de planejamento de atividades, condições inseguras 
no trabalho, pouco envolvimento direto da alta administração, nos assuntos de 
segurança do trabalho. 
O manual técnico 1 do IFT (2010) classificou os riscos em diferentes tipos, sendo: 
 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
27 
Tabela 1 - Classificação de riscos. 
P Riscos para a saúde e integridade dos trabalhadores e profissionais florestais 
M Riscos para as máquinas e equipamentos florestais 
A Riscos para a integridade da floresta e do ambiente 
 
Na tabela 2, estão descritos os riscos gerais e situações de perigo mais comuns 
existentes em ambientes de florestas e em acampamentos florestais, bem como sua 
classificação, intensidade e medidas preventivas. 
 
Tabela 2 - Riscos gerais enfrentados por trabalhadores em florestas. 
Riscos Gerais Tipo Intensidade Medidas Preventivas 
Acidentes por imperícia 
na execução de 
atividades e de uso de 
equipamentos 
P, M, A 3 
Treinar funcionários antes de 
exercerem a função 
Acidentes diversos 
devido a clima 
desfavorável 
(vendavais, chuva, 
lama, etc.) 
P, M 2 
Avaliar riscos e paralisar a operação, 
se necessário 
Treinar funcionários em primeiros 
socorros 
Acidentes causados 
pela sobreposição de 
operações (corte, 
planejamento de 
arraste, arraste, etc.) 
P, M 3 
Planejar intervalos de segurança 
entre operação e sinalização 
Definir limite de segurança 
(temporal, espacial) entre operações 
Acidentes devido a 
incêndios em máquinas 
P, M, A 2 
Máquinas equipadas com extintores 
dentro dos prazos de validade 
Manutenção diária, semanal e 
periódica, evitando o acúmulo de 
combustível durante operação 
Acidentes com 
produtos químicos 
usados no 
acampamento e na 
floresta 
P, M, A 2 
Permitir o manuseio apenas por 
pessoal especializado/treinado 
Não reaproveitar recipientes 
Acidentes do trânsito 
dentro da floresta 
P, M 3 
Máquinas equipadas com sirenes de 
ré 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
28 
(atropelamentos, 
colisões, etc.) 
Orientar os trabalhadores para 
conduzir com cautela e seguir 
recomendações técnicas das 
máquinas 
Usar cintos de segurança nos 
veículos 
Manter limite de distância segura da 
máquina 
Sinalizar local da operação com 
máquinas (cones, faixas, placas, etc.) 
Acidentes naturais do 
trabalho na floresta, 
entre os quais: a) 
Animais peçonhentos; 
b) Obstáculos (tocos, 
galhos, cipós); c) Queda 
de frutos 
P, M 3 
Orientação prévia dos trabalhadores 
acerca dos riscos da operação na 
floresta 
Uso de EPIs 
Manuseio de 
ferramentas cortantes 
(facões, foices e outros) 
P, M 3 
Cortar cipós fazendo movimento em 
sentido contrário ao do corpo 
Cuidados especiais ao amolar 
ferramentas cortantes 
Uso de bainhas nos facões 
Em trabalhos em grupos, definir uma 
distância segura entre os 
trabalhadores 
Perfuração por tocos P, M 3 
Corte da vegetação deve ser feito a 1 
m de altura 
 
Existem algumas ações preventivas e de sensibilização que podem ser 
exercitadas: Diálogo Diário de Segurança (DDS), Análise de Risco de Tarefa (ART), 
Comunicação de Acidentes e Incidentes (CAI), Inspeção de Segurança (IS), Reunião de 
Segurança (RS) e Treinamento de Segurança (TS). 
A segurança e saúde no trabalho são regulamentadas pela Norma 
Regulamentadora - NR 31/2005. 
 
6.3. MACROPLANEJAMENTO 
 
De modo geral, o macroplanejamento é a etapa inicial para a realização do 
manejo florestal. Nesta etapa serão selecionadas áreas aptas ao manejo, logo após deve-
se quantificar o potencial da floresta para o manejo; avaliar da viabilidade econômica do 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
29 
empreendimento; definir e dimensionar as infraestruturas gerais e definir estratégias de 
gerenciamento da floresta. 
No macroplanejamento deverão ser levantadas as informações espaciais da área, 
como a localização da Área de Manejo Florestal via imagens e/ou cartas topográficas e 
identificar e localizar as vias de acesso à área. Deverá ser quantificado o potencial da 
floresta para o manejo florestal (inventário amostral), levando em consideração: a área 
total do empreendimento, a área de reserva legal, as áreas com intervenções humanas, 
áreas de preservação permanente, áreas improdutivas, bem como analisar o histórico da 
área e região. 
 
 
 
 
 
 
 
Em seguida, deve-se avaliar a viabilidade econômica do empreendimento 
florestal, lembrando que é imprescindível analisar se existem unidades de conservação 
ou terras indígenas no entorno, vizinhanças, as vias de acesso, cidades vizinhas, 
mercados, mão de obra, autorizada para manutenção de equipamentos, assim será 
avaliado ser é viável ou não a realização do manejo florestal. 
Com os dados do inventário amostral é possível definir a intensidade da 
exploração e estimar o ciclo de corte da floresta, ou seja, estimar o tempo de utilização 
da área. Com todos esses dados citados anteriormente, jáé possível definir e 
dimensionar as infraestruturas gerais: estradas principais e secundárias; localização do 
acampamento (deve-se mapear recurso hídrico disponível e de qualidade, respeitando 
as áreas de preservação permanente). Posteriormente, devem-se definir as estratégias 
de gerenciamento da floresta. Neste momento, serão definidas e dimensionadas as áreas 
das unidades de produção anual, as estratégias de preservação da fauna, equilibrar as 
distâncias de acordo com os anos de exploração, definição e quantificação dos 
Figura 19 – Georreferenciamento da 
área. 
Figura 20 – Macroplanejamento da 
área de manejo florestal. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
30 
equipamentos e recursos humanos necessários e por ultimo deve-se elaborar o 
cronograma de atividades anuais. 
6.4. MICROPLANEJAMENTO 
 
 O microplanejamento é a etapa operacional executada na unidade de produção 
anual e na unidade de trabalho, de forma a viabilizar o planejamento anual das 
atividades mencionadas abaixo: 
 Pré-exploratórias: delimitação das unidades de trabalho; realização do 
inventário florestal 100%; tratos silviculturais; implantação e medição das 
parcelas permanentes; processamento dos dados do inventário; confecção dos 
mapas e infraestrutura. 
 Exploratórias: seleção e marcação de árvores; corte de árvores; arraste; 
operações de pátio (romaneio, empilhamento e carregamento); e transporte. 
 Pós-exploratórias: manutenção de infraestrutura; avaliação de anos e 
desperdícios; medição das parcelas permanentes; tratamentos silviculturais 
(desbastes, enriquecimento de clareiras) e medidas de proteção da floresta 
(medidas de prevenção e contenção de fogo, placas de proibição de caça e pesca, 
medidas contra invasões). 
 
6.5. ATIVIDADES PRÉ-EXPLORATÓRIAS 
 
 A fase pré-exploratória é realizada um ano antes da exploração. Nessa fase se 
define os talhões de trabalho a serem explorados, ou seja, as unidades de trabalho ou 
unidades de produção anual (UPA) para exploração. A abertura das trilhas é feita para 
uma equipe fazer o censo da área, onde todas as informações botânicas e topográficas 
relevantes são sistematicamente coletadas (Cariello, 2008). 
 
6.5.1. Delimitação da UPA 
 
 A delimitação da Unidade de Produção Anual (UPA) é realizada a partir da 
abertura de trilhas estabelecendo os seus limites (cabeceira ou linha base e as laterais), 
conforme previsto no macrozoneamento. Para a delimitação da UPA utiliza-se de uma 
equipe de 4 pessoas: 1 orientador (responsável pelo alinhamento da demarcação), 1 
balizador (orientação da abertura da trilha e fixação de balizas ao longo do perímetro da 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
31 
UPA) e 2 ajudantes (auxiliaram na abertura das picadas). Na linha base (cabeceira ou 
eixo “X”) são alocadas balizas, sendo a primeira estabelecida no marco zero e as demais 
de 50 em 50 metros, até um limite de 1000 metros. As distâncias ao longo da linha base 
são indicadas nas extremidades superiores de cada baliza com lápis de cera especial 
para madeira. São fixados 4 marcos referenciais nos vértices da UPA e coletadas as suas 
coordenadas geográficas. É recomendado fazer amarrações em intervalos de 200 e 300 
metros para corrigir possíveis erros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depois de demarcados os limites da UPA e definida a quantidade de Unidades de 
Trabalhos (UTs), procede-se a delimitação interna da UPA através da abertura de trilhas 
ou “picadas” de orientação (largura aproximada de 0,5 metros), estabelecidas no sentido 
perpendicular a linha base. Para a abertura das trilhas de orientação utiliza-se de uma 
equipe de 3 pessoas (orientador, balizador e ajudante). Nas trilhas de orientação (eixo 
“Y”) são alocadas balizas, sendo a primeira estabelecida no marco zero e as demais de 25 
em 25 metros, até um limite de 1000 metros. Ao final de cada trilha a equipe se desloca 
lateralmente 50 metros até a próxima baliza, de onde inicia-se a abertura de uma nova 
trilha no sentido inverso à anterior e com indicação decrescente das distâncias, quando 
se parte na direção da linha base. A delimitação da UPA e as orientações das trilhas são 
tomadas com auxílio de bússola. Com a abertura de todas as trilhas de orientação poder-
se-á materializar as faixas do censo florestal. 
 
6.5.2. Inventário Florestal 100 % 
 
Figura 21 – Utilização da bússola para 
abertura da trilha de orientação. 
Figura 22 – Demarcação da UPA. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
32 
Após a delimitação e demarcação permanente da UPA, assim como a abertura das 
faixas de orientações, procede-se a execução do censo florestal. O censo consistirá no 
levantamento de todas as árvores com diâmetro a 1,30 m do solo maior ou igual a 40 cm 
(DAP ≥ 40 cm). Para a realização do inventário florestal, utiliza-se de uma equipe de 4 
pessoas: 2 ajudantes (laterais), 1 identificador botânico (mateiro) e 1 anotador. Segundo 
Cariello (2008), nesta fase também é realizado o levantamento das condições de relevo e 
localização dos cursos d água, possibilitando o planejamento da implantação da 
infraestrutura de estradas que viabilizará as operações de colheita e transporte da 
produção. 
Segundo Péllico Netto e Brena (1997), inventário florestal é uma atividade que 
visa obter informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais existentes em 
uma área pré-especificada, com o objetivo de bem administrá-los, através da sua 
utilização racional, ou mesmo, com fins de gerar informações para recuperação 
ambiental e formulação de políticas públicas. 
Para a realização do levantamento florístico utiliza-se os seguintes materiais: 
Prancheta, ficha de campo, lápis, fita diamétrica ou métrica, trenas de 30 e 50 metros, 
GPS, bússola, facão, plaquetas de alumínio para a identificação das árvores, punção 
numérico e de letras, pregos, martelo, além, é claro dos equipamentos de proteção 
individual (EPI), como capacete, bota com bico de aço, colete sinalizador e perneira, 
sendo necessário também levar à campo pelo menos um kit de primeiros socorros. 
Muitos autores afirmam que o inventário florestal é a base para o planejamento 
florestal de longo prazo da produção florestal, tanto em florestas naturais quanto em 
florestas plantadas. Pois, fornece informações fundamentais para a determinação dos 
níveis de produção, dando indicações da capacidade de suporte da floresta contida no 
plano de manejo. Antes de realizar qualquer outra atividade, deve-se realizar um 
inventário diagnóstico da área, visto que é indispensável conhecer as espécies existentes 
na área, a abundância, volume e características de fuste das mesmas. É com base no 
resultado desse inventário que se decidirá sobre a realização ou não do plano de manejo 
florestal sustentável, ou seja, se é vantajoso investir no manejo da floresta, visto que é a 
única forma de acessar o recurso florestal da reserva legal de uma propriedade. 
Para realização do inventário, geralmente, utilizar-se uma equipe com 4 (quatro) 
pessoas, composta por um identificador botânico, um anotador e os outros dois se 
posicionam nas linhas laterais. As duas pessoas que se posicionam nas laterais 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
33 
percorrem as trilhas, auxiliando o identificador e o anotador no mapeamento das 
árvores, sendo cada um responsável por uma faixa de 25 metros, enquanto o 
identificador botânico e o anotador se deslocam no meio da faixa. A equipe mapea todas 
as arvores até o final da faixa, voltando na faixa seguinte em sentido contrário, assim 
como mostra as imagens a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
Antes de iniciar o levantamento de campo, é necessário definir as variáveis que 
serão levantadas como: identificação das espécies, qualidade do fuste. Também são 
levantadas as coordenadas cartesianas X e Y das árvores selecionadas para auxiliar na 
elaboração dos mapas. 
Todas as árvores com DAP ≥ 40 cm são identificadaspelo nome comum e 
recebem plaquetas de alumínio com numeração sequencial de seis dígitos (nº da UT, nº 
da faixa; nº da árvore). As plaquetas são fixadas a uma altura média de 1,50 metros do 
solo, na casca da árvore com pregos comuns pequenos, com a face voltada sempre para a 
linha base. As plaquetas fixadas nas árvores inventariadas servirão de base para o 
controle de origem da madeira dentro da AMF, e facilitarão a identificação dos 
indivíduos a serem explorados durante a atividade de derruba. 
O IFT afirma que para a realização do inventário florestal é possível atingir uma 
produtividade de 5 faixas de 1.000 metros/dia. 
6.5.3. Corte de cipós 
 
A realização da atividade de corte de cipós possui como objetivo facilitar a 
operação de derruba das árvores comerciais selecionadas para exploração, de forma que 
Figura 23 – Esquema de materialização 
das faixas, e sentido do levantamento de 
campo. 
Figura 24 – Coleta de dados durante o 
Inventário Florestal. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
34 
não comprometa a queda direcional. Dessa forma, diminuindo os danos causados às 
árvores remanescentes (passíveis de exploração – colheita futura) e quaisquer outros 
riscos de acidentes durante realização da exploração florestal, aumentando a segurança 
dos funcionários responsáveis por essa atividade. 
Essa atividade deverá ser realizada um ano antes da exploração florestal, e 
deverá ser realizado o corte dos cipós sempre em dois locais, na base e a cerca de 2 
metros de altura para evitar a recuperação dos mesmos. Deve ser realizado o corte de 
cipós entrelaçados nas árvores inventariadas, bem como os que se encontram nas 
árvores vizinhas, visto que pode provocar a queda não prevista de árvores vizinhas na 
direção do operador e/ou à queda de galhos da árvore que está sendo derrubada ou 
mesmo das árvores vizinhas. 
É imprescindível a realização do corte de cipós um ano antes da exploração, para 
assegurar-se de que os cipós mais resistentes e com diâmetro elevado apodreçam e se 
desprendam das árvores. Essa atividade pode ser realizada tanto na fase pré-
exploratória, juntamente com o inventário florestal, bem como na fase pós-exploratória. 
O corte de cipós quando é realizado na fase pós-exploratório é utilizado como 
tratamento silvicultural, que tem por finalidade facilitar a regeneração natural e acelerar 
o crescimento das espécies. 
Segundo Pinho et al. (2004), o corte de cipós é uma técnica do manejo florestal 
que vem sendo empregada, não só como tratamento silvicultural, mas também como 
ferramenta de redução dos impactos causados pela colheita florestal. Embora seja 
considerado o tratamento silvicultural mais utilizado atualmente na Amazônia 
brasileira, na verdade, o corte de cipós é, primariamente, aplicado como ação mitigadora 
para reduzir o impacto da abertura do dossel, liberar as árvores para abate facilitando a 
derruba, para diminuir danos às árvores remanescentes e os riscos de acidentes na 
operação de derruba. Como consequência de sua aplicação, é considerado um 
tratamento silvicultural para promover a abertura do dossel, a liberação da competição 
por umidade, nutrientes e luz. Contudo, a sua utilização é muito discutida no meio 
científico, em consequência da importante função ecológica dos cipós no ecossistema. 
 Quando esta atividade é realizada juntamente com o inventário florestal a 
produtividade é a mesma da equipe de inventário, porém ser for realizada 
separadamente a produtividade aumenta significativamente. 
 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
35 
6.5.4. Microzoneamento 
 
 O microzoneamento pode ser feito durante a realização do inventário florestal 
100 % ou paralelo a este, onde serão levantados todos os dados da área, como áreas de 
preservação permanente, afloramentos rochosos, áreas com vegetações distintas, tipo 
de solo, relevo, áreas declivosas e alagáveis, entre outros. Durante essa atividade utiliza-
se de folha de papel quadriculado ou milimetrado, onde desenha-se os limites da UT, 
bem como suas faixas. Adota-se uma escala de 1:5000 (cada 1 cm representa 50 metros). 
Para auxiliar no planejamento das infraestruturas do manejo florestal. 
Para realização da atividade de microzoneamento pode-se utilizar uma equipe de 
4 (quatro) pessoas, sendo 1 (um) coordenador e 3 (três) ajudantes. Obtendo uma 
produtividade diária de 2.000 metros. 
 
 
6.5.5. Processamento de Dados (Arc View) 
 
Após a realização do inventário florestal 100%, ou censo, no qual constará em 
fichas de campo a localização, identificação e avaliação qualitativa de árvores de valor 
comercial, acima de um DAP (Diâmetro a Altura do Peito)  30 cm; bem como a coleta de 
variáveis variáveis como: nome vulgar, CAP (Circunferência a Altura do Peito), altura 
comercial (sendo estimada, representando a altura do fuste até a primeira bifurcação), 
qualidade do fuste (tipo 1- fuste reto, tipo 2 – fuste tortuoso e tipo 3 – fuste com oco), 
coordenadas X e Y; observações relevantes, tais como presença de podridão ou ninhos 
de aves; árvores com potencial para corte futuro; e também árvores matrizes ou portas-
semente (importantes para a regeneração da floresta). Essas fichas serão encaminhadas 
Figura 25 – (A) e (B) Microzoneamento da área. 
A 
B 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
36 
para o escritório, e a partir de então, iniciara-se o processamento dos dados relevantes à 
realização do manejo florestal. 
Neste momento, todos os dados constantes nas fichas de campo serão 
digitalizados e realizados todos os cálculos de volumetria, quantificação do número de 
indivíduos por espécie, classe de DAP, categoria, etc; possibilitando todo suporte para 
confecção de mapas e auxiliando no planejamento das infraestruturas. 
Para elaboração dos mapas, análise geográficas e gerenciamento de dados 
geográficos são utilizados softwares como o ArcView que está dividido 
entre ArcMap e ArcCatalog. 
O ArcView é um software GIS rico em funcionalidades para visualização, 
gerenciamento, elaboração e análises de dados geográficos. Com este software é possível 
entender o contexto geográfico dos dados, bem como relacionamentos e identificar 
padrões de distribuição espacial. 
 Na Engenharia Florestal sua aplicação é muito útil na elaboração de mapas de 
localização espacial das espécies inventariadas, bem como, auxilia na elaboração das 
infraestruturas florestais, croqui da AMF, além de facilitar na manipulação das 
informações obtidas, pois permite gerenciar todos os arquivos e fontes de dados a partir 
de uma única aplicação. 
 
6.5.6. Instalação de Parcela Permanente 
 
As Parcelas Permanentes serão implantas no intuito de analisar o 
comportamento da floresta manejada (dinâmica florestal) considerando a sua 
composição, crescimento, ingresso de novas plantas e mortalidade (Silva et al., 2005). 
As parcelas podem ser lançadas em campo de forma aleatória e devem ser 
estabelecidas em áreas onde não seja executada nenhuma intervenção silvicultural, para 
o acompanhamento do desenvolvimento da floresta natural, como também em áreas 
produtivas da floresta, evitando áreas não produtivas como áreas cipoálicas, estradas, 
pátios e áreas de preservação permanente definidas pela legislação vigente. 
Para a demarcação na floresta, as picadas de orientação do inventário florestal a 
100% são aproveitadas. No qual são colocados e balizados seis piquetes, a cada 10 
metros, para demarcar um dos lados da parcela. Em seguida, partindo do sexto piquete, 
no sentido perpendicular, colocar-se-á outros cinco piquetes a cada 10 metros, para 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
37 
demarcar o outro lado da parcela. Para isso é necessário utilizar uma bússola, para que 
os dois lados formem um ângulo de 90°. Após a colocação dos piquetes dos dois lados do 
quadrado, que devem formar um “L”, estará preparada a base para a subdivisão da 
parcela. 
Para o piqueteamento internoda parcela não se faz necessário abrir picadas. 
Cortam-se apenas cipós e pequenos ramos que dificultem o balizamento. Partindo do 
segundo piquete da linha perpendicular, colocam-se piquetes a cada 10 metros, 
formando uma linha paralela à linha que foi estabelecida no pico de orientação do 
inventário e faz-se a checagem das distâncias entre as duas linhas, a qual deve ser 
sempre igual a 10 metros. A demarcação deverá formar subparcelas de 100m². Repete-
se este procedimento nas outras linhas até que se conclua o estabelecimento da parcela. 
A demarcação de todas as demais linhas de subdivisão deve sempre começar da linha 
perpendicular (eixo y), conforme figura 26. 
 
 
Fonte: Diretrizes para instalação e medição de parcelas permanentes em florestas naturais da Amazônia 
Brasileira. (SILVA et al., 2005). 
 
As parcelas permanentes deverão representar 0,5 há da área da UPA e serão 
subdivididas em unidades menores, de modo a facilitar a localização e o controle de cada 
indivíduo monitorado, de acordo com sua classe de tamanho. 
A subdivisão resultará em 25 subparcelas de 10 x 10 m que serão numeradas de 1 
a 25, iniciando, de preferência, pelo canto sudoeste. Nessas subparcelas serão medidas 
as árvores de diâmetro >10 cm). E dentre essas 25 subparcelas, 5 serão sorteadas para 
realizar o levantamento das arvoretas (5 cm < diâmetro < 10 cm). E dentro de cada uma 
Figura 26 – Modelo esquemático de demarcação 
de parcelas permanentes. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
38 
dessas 5subparcelas onde serão medidas as arvoretas, será sorteado um canto com 
dimensões de 5 x 5 m, para medição das varas (2,5 cm < diâmetro < 5 cm); e dentro 
desse canto será sorteada uma faixa de 5 m x 1 m para realizar o levantamento das 
mudas (altura > 30 cm e diâmetro < 2,5 cm), conforme a figura abaixo. 
 
 
 
As PP devem ser devidamente identificadas em campo nos seus quatro vértices, 
com placas de PVC, medindo 10 cm x 10 cm, que terão escritas as palavras “parcela 
permanente” e o número da parcela. As extremidades superiores dos piquetes deverão 
ser pintados com cores bem contrastantes com a vegetação, preferencialmente com tinta 
resistente à água (tinta óleo) na cor vermelha, para facilitar sua localização. 
 
6.5.7. Construção de Infraestrutura 
 
6.5.7.1. Acampamento 
 
A construção do acampamento deve obedecer a Normas Regulamentadoras em 
vigor. Deverá ser instalado em um local de vegetação mais rala e mais fina evitando 
assim a derrubada desnecessária de árvores para a instalação mesmo. Deve-se ainda 
respeitar as áreas de preservação permanente (margens de Rios ou Igarapés). Deverá 
ter uma infraestrutura composta por alojamento, cozinha, banheiros, oficina, 
almoxarifado, escritório, poço, fossa séptica com sumidouro etc., tudo de acordo com a 
Figura 27 - Esquema de uma parcela permanente de monitoramento. 
Fonte: Adaptado de Silva et al. (2005). 
 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
39 
NR-31, NR-10 e demais normas regulamentadoras e o Programa de Prevenção e Riscos 
Ambientais – PPRA. 
 
TABELA 03 – Infraestruturas a serem implantadas no Acampamento. 
DISCRIMINAÇÃO OBSERVAÇÕES 
REFEITÓRIO 
O REFEITÓRIO DEVE TER: 
 Boas condições de higiene e conforto; 
 Capacidade para atender a todos os 
trabalhadores; 
 Protegidas da ação de insetos; 
 Água limpa para higienização; 
 Mesas com tampos lisos e laváveis 
 Assentos em número suficiente; 
 Água potável, em condições higiênicas; 
 Depósitos de lixo, com tampas. 
 
Em caso de alimentação na frente de trabalho, os 
alimentos deverão ser transportados em recipientes 
adequados (caixas térmicas ou similares). 
COZINHA 
 
Os locais para preparo de refeições devem ser dotados 
de lavatórios, sistema de coleta de lixo e instalações 
sanitárias exclusivas para o pessoal que manipula 
alimentos; 
 
DISPENSA PARA 
ARMAZENAR ALIMENTOS E 
MATERIAL DE LIMPEZA 
 
Deve ser limpa e arejada e os alimentos protegidos da 
ação de insetos, roedores e similares; 
 
 
SALA DE RECREAÇÃO 
 
 
Deve ser espaçosa, ventilada e protegida da ação de 
insetos; 
 
 
SANITÁRIOS 
 
 Vaso sanitário na proporção de uma unidade 
para cada grupo de vinte trabalhadores ou 
fração; 
 Ser separados por sexo; 
 Dispor de água limpa e papel higiênico; 
 Estar ligadas a sistema de esgoto, fossa séptica 
ou sistema equivalente; 
 Possuir recipiente para coleta de lixo; 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
40 
 Ser distanciado da área de alimentação; 
 Ser distanciado de pelo menos 20,0 metros da 
rede de captação de água (poço). 
 
CHUVEIROS 
 
 Chuveiro na proporção de uma unidade para 
cada grupo de dez trabalhadores ou fração; 
 Ser separados por sexo; 
 Estar ligadas a sistema de esgoto, fossa séptica 
ou sistema equivalente; 
 Dispor de água limpa; 
 
LAVATÓRIO 
 
 Lavatório na proporção de uma unidade para 
cada grupo de vinte trabalhadores ou fração; 
 Dispor de água limpa; 
 Estar ligados a sistema de esgoto, fossa séptica 
ou sistema equivalente; 
 
LAVANDERIA 
 
 As lavanderias devem ser instaladas em local 
coberto, ventilado e adequado para que os 
trabalhadores alojados possam cuidar das 
roupas de uso pessoal; 
 As lavanderias devem ser dotadas de tanques 
individuais ou coletivos e água limpa; 
 
DORMITÓRIOS 
OS DORMITÓRIOS DEVEM TER: 
 Ter ganchos para redes ou camas com colchão, 
separadas por no mínimo um metro, sendo 
permitido o uso de beliches, limitados a duas 
camas na mesma vertical, com espaço livre 
mínimo de cento e dez centímetros acima do 
colchão; 
 Ter armários individuais para guarda de objetos 
pessoais; 
 Ter portas e janelas capazes de oferecer boas 
condições de vedação e segurança; 
 Ter recipientes para coleta de lixo; 
 Ser separados por sexo. 
 
ESCRITÓRIO 
 Local arejado; 
 Dispor de materiais e equipamentos necessários 
para o desempenho das atividades neste 
ambiente. 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
41 
POÇO  Ser construído a uma distancia mínima de 20,0 
metros da fossa séptica; 
FOSSA SÉPTICA  Deve ser construída a uma distancia mínima de 
20 metros do poço; 
 
6.5.7.1. Planejamento Viário 
 
O planejamento viário tem como objetivo determinar como as vias de acesso 
serão dispostas nas UT a serem manejadas. Devem minimizar os impactos negativos e 
diminuir os custos de extração. Para tal, o macrozoneamento (áreas protegidas, grotas, 
topografia do terreno, APP, hidrografia e etc.), deverá ser levado em consideração no 
planejamento da rede viária da UMF. Dentro das UPA o planejamento das redes viárias, 
deverá ser planejado com base no mapa do microzoneamento, sobreposto ao mapa de 
exploração. No qual deverá evitar que a rede viária corte igarapés, derrube ou danifique 
árvores remanescentes de valor comercial e protegidas por lei, adotando-se uma 
distância mínima de 3,0 metros a fim de não danificar o sistema radicular destas e que 
não passe por áreas com grandes densidades de árvores, desta forma, e conveniente que 
as estradas permanentes e secundárias, passem por caminhos mais planos e com curvas 
pouco acentuadas. 
 
 
 
 
Figura 28 – (A) e (B) Estradas Florestais. 
 
A B 
Relatório – Estágio Supervisionado III 
 
42 
6.5.7.2. Estradas Permanentes ou Primárias 
 
As estradas primárias são definidas como as mais importantes vias de acesso às 
áreas de manejo, tendo caráter de utilização permanente. Devem ser construídas no 
sentido Leste-Oeste, de modo a possibilitar a penetração dos raios solares durante todo 
o ano. Deverá ser aberta uma faixa de aproximadamente 10,0 metros de largura e seu 
leito carroçável não deverá ultrapassar os 6,0 metros de largura e devem estar mais alta 
que o terreno lateral. Para serem usadas durante a estação de chuvas deverão ser 
revestidas com piçarra ou cascalho. 
 
6.5.7.3. Estradas Secundárias 
 
São infraestruturas permanentes dentro das limitações da área a ser manejada 
(UT),

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