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Análise de Mercado (Microeconomia I) Ana Lúcia Pinto da Silva lucinhaps@uol.com.br analucia.silva@mackenzie.br Aula 16 e 17- Teoria da Firma – Custos de produção Teoria dos Custos e Escolha ótima da firma Tópicos para discussão Medição de Custos: Quais Custos Considerar? Custos a Curto Prazo Custos a Longo Prazo Curvas de Custo a Longo versus a Curto Prazo Produção com Dois Produtos-Economias de Escopo 3 Custos de produção Introdução A tecnologia de produção representa a relação entre os insumos e a produção. Dada a tecnologia de produção, a empresa deve decidir como produzir. Para determinar os níveis ótimos de produção e combinações de insumos, é necessário transformar as medidas físicas inerentes à tecnologia de produção em unidades monetárias ou custos. 4 Medição de Custos: Quais Custos Considerar? Custo Contábil Despesas efetivas mais despesas com depreciação de equipamentos Custo Econômico Custos incorridos pela firma ao usar recursos econômicos na produção (inclusive custos de oportunidade) Custo Econômico versus Custo Contábil 6 Custo de Oportunidade Custos associados às oportunidades deixadas de lado, caso a firma não empregue seus recursos da maneira mais rentável. Medição de Custos: Quais Custos Considerar? 7 Exemplo Uma firma é proprietária do edifício onde opera e, portanto, não paga aluguel Isso significa que o custo do espaço ocupado pelos escritórios da firma é zero? Medição de Custos: Quais Custos Considerar? 7 Custos Irreversíveis São despesas que já ocorreram e não podem ser recuperadas Esses custos não deveriam afetar as decisões da firma. Medição de Custos: Quais Custos Considerar? 7 Exemplo Uma firma paga $500.000 por uma opção de compra de um edifício. O custo do edifício é $5 milhões; logo, o custo total é $5,5 milhões. A firma encontra um segundo edifício pelo preço de $5,25 milhões. Qual edifício a firma deveria comprar? Medição de Custos: Quais Custos Considerar? 7 A produção total é uma função de insumos variáveis e insumos fixos. Logo, o custo total de produção é igual ao custo fixo (custo dos insumos fixos) mais o custo variável (custo dos insumos variáveis): Medição de Custos: Quais Custos Considerar? Custos Fixos e Variáveis 11 Custo Fixo Não depende do nível de produção Custo incorrido por uma firma em atividade, independentemente do nível de produção Custo Variável Depende do nível de produção Custo Irreversível Custo incorrido por uma firma que não pode ser recuperado Medição de Custos: Quais Custos Considerar? Custos Fixos e Variáveis 12 Custos de uma firma a curto prazo ($) 0 50 0 50 --- --- --- --- 1 50 50 100 50 50 50 100 2 50 78 128 28 25 39 64 3 50 98 148 20 16,7 32,7 49,3 4 50 112 162 14 12.5 28 40,5 5 50 130 180 18 10 26 36 6 50 150 200 20 8,3 25 33,3 7 50 175 225 25 7,1 25 32,1 8 50 204 254 29 6,3 25,5 31,8 9 50 242 292 38 5,6 26,9 32,4 10 50 300 350 58 5 30 35 11 50 385 435 85 4,5 35 39,5 Nível de Custo Custo Custo Custo Custo Custo Custo Produção Fixo Variável Total Marginal Fixo Variável Total (CF) (CV) (CT) (CMg) Médio Médio Médio (CFMe) (CVMe) (CTMe) 13 Custos a Curto Prazo Custo marginal (CMg) é o custo de aumentar a produção em uma unidade. Dado que o custo fixo não afeta o custo marginal, este pode ser escrito da seguinte forma: 14 Custos a Curto Prazo Custo total médio (CTMe) é o custo por unidade de produção, ou a soma do custo fixo médio (CFMe) e do custo variável médio (CVMe): 15 Custos a Curto Prazo Custo total médio (CTMe) é o custo por unidade de produção, ou a soma do custo fixo médio (CFMe) e do custo variável médio (CVMe): 15 Custos a Curto Prazo Determinantes dos Custos a Curto Prazo A relação entre a produção e o custo pode ser exemplificada com os casos de rendimentos crescentes e decrescentes. 16 Determinantes dos Custos a Curto Prazo Rendimentos crescentes e custos (decrescentes) Na presença de rendimentos crescentes, o nível de produção aumenta relativamente ao insumo; logo, o custo variável e o custo total caem relativamente à produção. Rendimentos decrescentes e custos (crescentes) Na presença de rendimentos decrescentes, o nível de produção aumenta menos que proporcional ao aumento do insumo; logo, o custo variável e o custo total aumentam relativamente à produção. Rendimentos constante e custos (constantes) O nível de produção varia na mesma proporção que o insumo; logo, o custo variável e o custo total aumentam na mesma proporção que a produção. 17 Custos a Curto Prazo Exemplo: Suponha que a taxa de salário (w) seja fixa relativamente ao número de trabalhadores contratados. Logo: 18 Custos a Curto Prazo Prosseguindo: 19 Custos a Curto Prazo Prosseguindo: 20 Custos a Curto Prazo Logo: …de modo que um produto marginal (PMg) baixo implica um custo marginal (CMg) elevado, e vice-versa. 21 Custos a Curto Prazo Consequentemente (a partir da tabela): CMg inicialmente diminui devido à ocorrência de rendimentos crescentes, entre 0 e 4 unidades de produto CMg aumenta devido à ocorrência de rendimentos decrescentes, eEntre 5 e 11 unidades de produto 22 Formatos das Curvas de Custo Produção Custo ($ por ano) 100 200 300 400 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 CV O custo variável aumenta com o nível de produção a uma taxa que varia, dependendo da ocorrência de rendimentos crescentes ou decrescentes. CT O custo total é a soma vertical de CF e CV. CF 50 O custo fixo não varia com o nível de produção 33 Formatos das Curvas de Custo Produção (unidades/ano) Custo ($ por ano) 25 50 75 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 CMg CTMe CVMe CFMe 38 Formatos das Curvas de Custo Custos unitários CFMe diminui continuamente Quando CMg CVMe ou CMg > CTMe, CVMe & CTMe aumentam Produção (units/ano.) Custo ($ por ano) 25 50 75 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 CMg CTMe CVMe CFMe 41 Formatos das Curvas de Custo Custos unitários CMg = CVMe,CTMe nos pontos de mínimo de CVMe e CTMe O CVMe mínimo ocorre num nível de produção mais baixo que o CTMe mínimo, devido ao CF Produção (units/ano.) Custo ($ por ano) 25 50 75 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 CMg CTMe CVMe CFMe 42 Custos a Longo Prazo Premissas Dois Insumos: trabalho (L) & capital (K) Preço do trabalho: salário (w) Preço do capital R = taxa de depreciação + taxa de juros Escolha de Insumos Minimizadora de Custos 43 Custos a Longo Prazo Linha de Isocusto C = wL + rK Isocusto: Linha que descreve todas as combinações de L & K que podem ser compradas pelo mesmo custo The User Custo of Capital Escolha de Insumos Minimizadora de Custos 44 Custos a Longo Prazo Reescrevendo C como uma equação linear que relaciona K e L: K = C/r - (w/r)L Inclinação da Isocusto: É a razão entre o salário e o custo do capital. Mostra a taxa à qual podemos substituir trabalho por capital sem alteração do custo. Linha de Isocusto 45 Escolha de Insumos Veremos agora como minimizar o custo de produzir determinado nível de produto. Isso será feito através da combinação de isocustos com isoquantas 46 Produção com Custo Mínimo Trabalho por ano Capital por ano A quantidade Q1 pode ser produzida com as combinações K2L2 ou K3L3. Entretanto, essas combinações implicam custo maior relativamente à combinação K1L1. Q1 Q1 é uma isoquanta para o nível de produção Q1.. A curva de isocusto C0 mostra todas as combinações de K e L que custam C0. C0 C1 C2 CO C1 C2 são três linhas de isocusto A K1 L1 K3 L3 K2 L2 52 Substituição de Insumos Quando o Preço de um Insumo Varia C2 Isso resulta numa nova combinação de K e L que minimiza o custo de produzir Q. A ccmbinação B é usada nolugar da combinação A. A nova combinação reflete o custo mais elevado do trabalho relativamente ao capital, de modo que ocorre substituição de trabalho por capital. K2 L2 B C1 K1 L1 A Q1 Quando o preço of trabalho aumenta, a curva de isocusto torna-se mais inclinada devido à mudança na inclinação -(w/L). Trabalho por ano Capital por ano 55 Custos a Longo Prazo Isoquantas, Isocustos e a Função de Produção 56 Custos a Longo Prazo A combinação de insumos que apresenta custo mínimo é dada pela condição: O custo de produzir determinada quantidade é minimizado quando cada dólar de insumo adicionado ao processo de produção gera uma quantidade equivalente de produto. 57 Aplicação Pergunta Se w = $10, r = $2, e PMgL = PMgK, qual insumo o produtor usaria em maior quantidade? Por quê? 58 Custo Médio no Longo Prazo (CMeLP) Retornos Constantes de Escala Se a quantidade de insumos dobra, a produção também dobra; o custo médio é constante para todos os níveis de produção. Curvas de Custo a Longo Prazo versus Curvas de Custo a Curto Prazo 78 Custo Médio no Longo Prazo (CMeLP) Retornos Crescentes de Escala Se a quantidade de insumos dobra, a produção mais do que dobra; o custo médio diminui com o aumento da produção. Curvas de Custo a Longo Prazo versus Curvas de Custo a Curto Prazo 78 Custo Médio no Longo Prazo (CMeLP) Retornos Decrescentes de Escala Se a quantidade de insumos dobra, a produção aumenta menos do que o dobro; o custo médio se eleva com o aumento da produção. Curvas de Custo a Longo Prazo versus Curvas de Custo a Curto Prazo 78 Custo Médio no Longo Prazo (CMeLP) No longo prazo: As empresas se caracterizam, inicialmente, por retornos crescentes de escala e, mais tarde, por retornos decrescentes, de modo que as curvas de custo apresentam formato de “U”. Curvas de Custo a Longo Prazo versus Curvas de Custo a Curto Prazo 78 Verificam-se economias de escopo quando a produção conjunta de dois produtos por parte de uma única empresa é maior do que a produção que seria obtida por duas empresas diferentes, cada uma produzindo um único produto. Quais são as vantagens da produção conjunta? Pense no caso de uma empresa automobilística que produz automóveis e tratores Produção com dois Produtos Economias de Escopo 78 Vantagens 1) Ambos os produtos usam capital e trabalho. 2) A fabricação dos dois produtos compartilha recursos administrativos. 3) A fabricação dos dois produtos requer o mesmo tipo de equipamento e mão de obra com qualificação semelhante. Produção com dois Produtos Economias de Escopo 78 Produção: As empresas devem escolher quanto produzir de cada produto. As possíveis combinações das quantidades produzidas de cada produto podem ser ilustradas através de curvas de transformação de produto. Produção com dois Produtos Economias de Escopo 78 Estruturas de Mercado Estrutura de Mercado Concorrência Perfeita Monopólio Oligopólio Concorrência Monopolística Características Número de vendedores Grande * Um único Pequeno número Potencialmente grande (há livre entrada de firmas). Número de compradores Grande Grande Grande Grande Interdependência entre as empresas Uma empresa não influencia as demais Não existe As políticas de uma empresa afetam as demais: cada empresa age levando em conta o comportamento das demais Cada empresa não leva em conta a reação das demais quando fixa o preço de seu produto. Acesso ao mercado Acesso livre (livre entrada de novos vendedores) Impossível Acesso difícil (existem barreiras à entrada), mas não impossível Livre entrada de novos ofertantes no mercado Homogeneidade do produto Perfeita homogeneidade Produto único Não homogêneos: há diferenciação dos produtos pelos consumidores, influenciada pela propaganda. Não homogêneos: há diferenciação dos produtos pelos consumidores, influenciada pela propaganda. Controle de preços pelo ofertante Nenhum: há perfeita concorrência baseada em preços. Total Certo controle, mas há espaço para concorrência de preços: podem ocorrer guerras de preços ou, ao contrário, coalizões e cartéis **, embora concorrência pela diferenciação através da propaganda e guerra publicitária sejam mais comuns. Certo controle: cada ofertante age como um monopolista local de seu produto, embora seja um monopólio sujeito a contestação pela propaganda dos demais ofertantes, e pela entrada de novos ofertantes no mercado. Exemplos Banca de pastel de feira, pizzaria simples sem diferenciação (e demais comércios varejistas simples). Também ocorre em mercados atacadistas de produtos agrícolas. Distribuição de água em uma cidade (monopólio natural), produtos patenteados, vendedores que detêm com exclusividade um "ponto" de vendas. Bancos, empresas de transporte aéreo, montadoras de carros, grandes redes de supermercado, telefonia, internet, distribuição de combustível. Calças jeans, refrigerantes, comércio de varejo com alguma diferenciação, bares, restaurantes. 108 image2.wmf CV CF CT + = oleObject1.bin image3.wmf Q T Q V CMg D D = D D = C C oleObject2.bin image4.png image4.wmf Q CVT Q CFT CTMe + = oleObject3.bin image9.png image5.wmf Q CT CVMe CFMe CTMe = + = oleObject4.bin image6.wmf Q V CMg D D = C image7.wmf L CV w = image48.png image14.png oleObject5.bin oleObject6.bin image8.wmf L V D = D w C image9.wmf Q L CMg D D = w image49.png image17.png oleObject7.bin oleObject8.bin image10.wmf L Mg L D D = Q P image11.wmf L 1 Q L PMg = D D image50.png oleObject9.bin oleObject10.bin image12.wmf L PMg CMg w = image21.png oleObject11.bin image51.png image61.png image22.png image63.png image64.png image13.wmf ( ) r w L K - = D D image24.png oleObject12.bin image65.png image66.png image25.png image30.png image31.png image32.png image33.png image34.png image35.png image36.png image37.png image38.png image39.png image26.png image40.png image41.png image42.png image45.png image47.png image52.png image53.png image54.png image55.png image56.png image27.png image58.png image59.png image60.png image62.png image67.png image68.png image69.png image70.png image71.png image72.png image28.png image73.png image29.png image78.png image79.png image80.png image81.png image82.png image83.png image84.png image74.png image75.png image76.png image77.png image89.png image90.png image91.png image92.png image93.png image94.png image95.png image96.png image97.png image98.png image85.png image99.png image100.png image86.png image87.png image88.png image105.png image106.png image107.png image108.png image109.png image110.png image111.png image112.png image113.png image114.png image101.png image115.png image116.png image117.png image118.png image119.png image120.png image121.png image122.png image123.png image124.png image102.png image125.png image126.png image103.png image104.png image670.png image14.wmf K L PMg PMg - TMST = D D = L K image15.wmf r w L K - = D D = isocusto de linha da Inclinação image16.wmf r w PMg PMg K L = image130.png oleObject13.bin oleObject14.bin oleObject15.bin image17.wmf r w K L MP MP = image691.png image132.png oleObject16.bin image680.png image133.png image690.png image700.png image770.png image1.jpeg