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Circuitos de segunda ordem Estudo dos circuitos resistivos-indutivos-capacitivos (RLC) ou circuitos de segunda ordem. Apresentação das estruturas conectadas em série ou em paralelo. Resposta dos circuitos quanto à inserção de fontes (resposta ao degrau). Profa. Isabela Oliveira Guimarães 1. Itens iniciais Propósito Compreender os circuitos de segunda ordem e sua aplicação em diversos equipamentos e áreas, como: comunicação, controle, filtros e sistema de ignição de automóveis. Preparação Antes de iniciar, tenha em mãos caneta, papel e uma calculadora para executar os cálculos e tomar notas dos exercícios propostos. Objetivos Definir o circuito RLC em série e seu modelo matemático. Definir o circuito RLC em paralelo, matematicamente descrito. Circuitos elétricos 1, circuitos de segunda ordem Neste vídeo, conheça mais sobre circuitos de segunda ordem. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. • • 1. O circuito RLC em série e seu modelo matemático Conceitos iniciais Circuitos elétricos 1, circuitos RLC em série. Neste vídeo, conheça mais sobre circuitos de segunda ordem. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Antes de iniciar o estudo referente aos circuitos RLC, é necessário o conhecimento das características dos seus componentes, sendo eles: Resistor Os resistores são componentes do circuito que se opõem à passagem de corrente elétrica, podendo apresentar valores fixos ou variáveis. Os resistores em que o valor da resistência é variável são chamados de potenciômetros. Pela primeira Lei de Ohm, a relação entre tensão e corrente em um resistor possui característica linear, isto é, a tensão varia em proporção com a corrente ( ). Associação: - Resistores em Série: - Resistores em paralelo: Capacitor Os capacitores são elementos passivos caracterizados por armazenarem energia no campo elétrico. A corrente que atravessa o capacitor é definida por: sendo i a corrente, v a tensão sobre o capacitor e a capacitância. Associação: - Capacitores em Série: - Capacitores em paralelo: Indutor Os indutores são elementos passivos caracterizados por armazenarem energia no campo magnético. A tensão sobre esse elemento é modelada por: sendo i a corrente que atravessa o indutor, v a tensão sobre ele e a indutância. Associação: - Indutores em Série: - Indutores em paralelo: Funções de singularidade As funções de singularidade, também conhecidas por comutação, servem para exemplificar situações e fenômenos que ocorrem nos circuitos elétricos. As características dessas funções se dão pela descontinuidade que apresentam, ou, ainda, apresentam derivadas descontínuas. Dentre as funções de singularidade mais comuns, encontram-se: Degrau unitário, foco deste estudo; Impulso unitário; Rampa unitária. Atenção Nem sempre essa função é unitária, como será aplicado nos exemplos de estudo posteriores. A modelagem matemática da função degrau unitário pode ser descrita assim: Na qual nota-se que a mudança ocorre em . Leis de Kirchhoff As Leis de Kirchhoff são utilizadas para analisar os circuitos elétricos de primeira e segunda ordem, sendo subdivididas em duas: • • • Lei dos nós Ou lei das correntes, comumente conhecida por LKC, define que a soma das correntes que entram em um nó é igual à soma das correntes que saem do nó. Lei das malhas Ou lei das tensões, comumente conhecida por LKT, afirma que a soma algébrica das quedas de tensão em um caminho fechado em um circuito elétrico é nula. Circuitos de segunda ordem Nos circuitos cuja composição construtiva contém mais de um elemento armazenador de energia, como no exemplo proposto, o indutor e o capacitor são considerados circuitos de segunda ordem. O modelo matemático que descreve esse circuito é caracterizado por conter uma equação diferencial de segunda ordem. Apesar da distinção, a análise deste quando comparado aos de primeira ordem se mantém. Considerando um modelo descrito por equações diferenciais de ordem dois, é necessário que sejam determinadas as condições iniciais e finais das variáveis envolvidas no processo, bem como suas derivadas. Para isso, é importante destacar os seguintes pontos referentes ao circuito: 1. Observar atentamente a polaridade da tensão nos elementos capacitivos e o sentido da corrente que percorre os elementos indutivos. 2. A tensão no capacitor é contínua, bem como a corrente que percorre o indutor. Dessa forma, descreve-se a continuidade: Em que o instante representa o momento imediatamente anterior à comutação, e , o momento imediatamente após, considerando determinado evento ocorrido em . Com isso, pode-se entender que a continuidade representa a característica presente em cada um desses elementos de resistir à alteração de brusca de corrente e tensão. Curto-circuito Um indutor na condição estável em corrente contínua se comporta como um curto-circuito. Circuito aberto O capacitor na condição estável em corrente contínua se comporta como um circuito aberto. Circuito RLC em série Incialmente, definimos as seguintes nomenclaturas referentes aos componentes do circuito, sendo: R: a resistência C: a capacitância L: a indutância Para analisar um circuito de segunda ordem, pode-se considerar o comportamento sob duas condições: Utilizando as condições de carregamento dos elementos armazenadores de energia (indutor e capacitor). • • • Utilizando a excitação vinda da fonte do circuito. Sendo assim, explora-se as duas formas de avaliação de forma isolada, que fornecem respostas distintas para o problema. Circuito RLC em série sem fonte Primeiramente, avalia-se a resposta natural do circuito. Neste contexto, o circuito é excitado pela energia armazenada em seus componentes, que, por sua vez, é representada pela tensão inicial no capacitor e pela corrente inicial no indutor . A tensão em um capacitor em um instante ' ' qualquer é descrita pela seguinte equação 1: (1) Na qual se refere à capacitância do componente. Ao se tratar da energia inicial armazenada, considera-se o instante inicial em , assim: (2) Da mesma forma: (3) Para melhor entendimento e exemplificação, considera-se o circuito da Figura 1, a seguir, onde é possível observar a representação de um circuito RLC sem fonte: Circuito RLC sem fonte Sendo “R” o resistor, “L” o indutor e “C” o capacitor. Do mesmo modo como é feito em circuitos de primeira ordem, para avaliar os resultados promovidos por estes, aplica-se a Lei de Kirchhoff para Tensões (LKT), que define: “A soma das quedas de tensão calculadas em cada elemento do circuito resulta em zero.” Lei de Kirchhoff para Tensões (LKT) Assim, aplicando a LKT, tem-se: (4) (5) Para eliminar a integral, aplica-se a derivada em todos os componentes: (6) Em seguida, todos os termos são divididos por "L"e, após isso, são reorganizados. Com isso, obtém-se a equação de segunda ordem do problema, Equação 7, ao qual deseja-se solucionar: (7) Para tal equação, é necessário encontrar as soluções iniciais, sendo elas: Valor inicial ' ' e sua derivada, ou valores iniciais de " " e " ". Sabe-se que pela Equação 3: Substituindo a condição inicial na Equação 5 do circuito: (8) De posse das duas condições iniciais, a Equação 7 pode ser solucionada. Como este é um circuito oscilante, a solução pode ser dada sob a forma exponencial, ou seja: Utilizando a Transformada de Laplace para a transformação no domínio da frequência, tem-se: • Assim, após a reescrita no domínio da frequência: (9) Solucionando a Equação 9: (10) (11) Por simplificação, pode-se reescrever como segue: (12) (13) (14) (15) As raizes e são as frequências naturais do sistema, representada em nepers por segundo , enquanto é a frequência de ressonância ou frequência não amortecida, dada em radianos por segundo ( ). Por fim, representa o fator de amortecimento (ou fator de carga). Com isso, a equação que descreve o circuitopode ser reescrita, como mostra a Equação 16 : Dica Pode-se substituir na equação do circuito e a mesma solução é obtida;A existência de e indica que há duas possiveis soluções para o circuito, sendo a resposta do circuito dada pela combinação linear delas: Os valores de A são definidos partindo dos valores iniciais e de suas derivadas;Os fatores fundamentais que descrevem o comportamento do circuito RLC são e ;Se o circuito não possui resistor, ;Transformada de Laplace: A transformada de Laplace gera uma função no domínio da frequência, , a partir de uma função escrita no domínio do tempo, . É uma ferramenta útil para a solução de equações diferenciais como as descritas neste tema. Análise das soluções Em um circuito ressonante, existem três tipos de solução, que podem ser analisadas de acordo com o perfil do amortecimento (α) calculado. Por amortecimento, entende-se a perda gradual da energia armazenada nos componentes. Esse efeito ocorre devido à presença do resistor, por onde há dissipação da energia. Com isso, tem-se os seguintes casos: Amortecimento supercrítico ou superamortecido O resultado contém duas raizes reais, negativas e distintas. Logo, a resposta natural do circuito sem excitação é dada pela equação a seguir: Amortecimento Crítico Neste caso, as raízes são iguais e a resposta natural do circuito é representada desta forma: Amortecimento Crítico A figura mostra um esboço da resposta referente ao amortecimento crítico. Note que, com o passar do tempo (eixo x), a corrente tende ao decaimento. Subamortecido As raízes são imaginárias (raízes complexas), podendo ser representadas da seguinte forma: Na qual a frequência de amortecimento das oscilações, é dada por: Cada um dos casos leva a uma análise distinta das raízes do problema quanto à resposta (solução), como será apresentado a seguir. Resposta ao degrau O conceito de análise ao degrau trata-se da avaliação de uma mudança abrupta no estado do sistema. Exemplo Uma mudança com essa característica pode ocorrer em caso de fechamento de chaves em que o sistema transitará de um estado para o outro. Essa análise tem como intuito a verificação do comportamento do circuito sob condições transitórias. Assim, este tema aborda a resposta ao degrau do ponto de vista da aplicação de uma fonte CC em determinado período " " da análise, como pode ser visto na representação descrita a seguir: Circuito RLC com excitação Como já mencionado, para avaliar o circuito, é necessário aplicar a LKT: (17) À diferença do circuito sem excitação por fonte, observa-se agora que a variável referente à corrente pode ser calculada pela equação 18. Com isso, obtém-se a equação do circuito descrita a seguir: (18) (19) A solução da Equação 19 possui agora duas componentes: Como a resposta possui duas componentes, para obter a resposta completa ao degrau, basta somar a componente estável à resposta já encontrada para o circuito sem fonte. 1º exemplo comentado Para melhor compreensão do conteúdo, considere o circuito a seguir, onde serão pontuados os passos essenciais para calcular as variáveis necessárias para a análise. Aqui, deseja-se encontrar a tensão v sobre o capacitor. Circuito RLC com excitação Passo 1: Dica Para solucionar este problema, é necessário avaliar inicialmente a condição do circuito em que a chave se encontra fechada, . Componente transiente É a parcela que se extingue com o tempo, sendo a mesma apresentada para um circuito sem fonte, isto é, à medida que o tempo passa, há decaimento da energia armazenada. Componente estável Se trata do valor final, ou seja, considerando e analisando o circuito do exemplo, à medida que , o capacitor é carregado e a tensão sobre ele passa a ser . Nesta situação, o indutor comporta-se como um curto-circuito, e o capacitor como um circuito aberto, devido à alimentação, cc. O circuito pode ser redesenhado da seguinte forma: Circuito RLC com excitação, redesenhado A corrente inicial que passa no indutor é calculada aplicando a Lei de Ohm: A tensão no capacitor é a mesma que está sob o resistor de , segundo a lei dos nós: Passo 2: Avaliando o instante em que a chave é aberta, o resistor deixa de compor o circuito, restando o RLC série. Determina-se: sistema é superamortecido. Sendo vss a resposta estável, ou seja, o valor final da tensão no capacitor. Fazendo , ou seja, usando as condições iniciais: Fazendo : Considerando agora o mesmo circuito com os seguintes dados, determine as condições iniciais: A corrente inicial que passa no indutor é calculada aplicando a Lei de Ohm: A tensão no capacitor é a mesma que está sob o resistor de , segundo a lei dos nós: Pela regra da continuidade, a corrente no indutor não muda abruptamente, assim como a tensão no capacitor: Passo 3: Avaliando o instante em que a chave é aberta, o resistor deixa de compor o circuito, restando o RLC série. A corrente que passa pelo indutor é dada por: Sabe-se que: O que pode ser feito para o indutor. Assim, aplicando a LKT no circuito RLC, tem-se: 2º exemplo comentado Para esse circuito, pretende-se analisar o comportamento teórico ocorrido ao transitar com a chave da posição aberta para a posição fechada. Considerando, neste caso, que há um resistor de baixo valor. Ao avaliar o circuito, é possível verificar os seguintes pontos quanto ao seu comportamento: 3º exemplo comentado Considerando um circuito RLC série com e C= 1F, calcule as raizes características do circuito. A resposta natural é com amortecimento supercrítico, com subamortecimento ou com amortecimento crítico? Primeiro, aplicam-se as seguintes equações: Para a chave aberta: Considerando um resistor de valor baixo e como mostrado no circuito acima, o valor inicial do capacitor é igual a ; A chave desse circuito é caracterizada para fechar em , ou seja, inicialmente, a chave está aberta (para todo ), havendo uma tensão no capacitor, conforme descrito; A chave estando em condições abertas, não há corrente circulando no indutor, de modo que a corrente inicial do circuito é nula. Para a chave fechada: O fechamento da chave produz o que chamamos de resposta natural do circuito; O indutor inicialmente tem corrente e tensão iguais a zero. O mesmo ocorre com o resistor, o fechamento da chave permite circulação da carga armazenada no capacitor; A carga armazenada produz uma corrente no circuito, de forma que passa a haver queda de tensão e no resistor, que, por sua vez, é baixa, dado seu valor predefinido. O indutor, que agora passa a ser circulado por uma corrente, armazena energia; A tensão no capacitor decai até zero; O capacitor e o indutor passam a trocar energia armazenada. • Pode-se observar que e se conclui que o sistema é superamortecido, o que resulta em duas raizes reais distintas; Calculando as raízes, tem-se o seguinte resultado: Verificando o aprendizado Questão 1 (Sercomtel-PR ‒ 2015) Um circuito RLC (também conhecido como circuito ressonante ou circuito aceitador) é um circuito elétrico consistindo em um resistor (R), um indutor (L) e um capacitor (C), conectados em série ou em paralelo. O circuito RLC é chamado de circuito de segunda ordem, visto que qualquer tensão ou corrente podem ser descritas por uma equação diferencial de segunda ordem. Existem dois parâmetros fundamentais que descrevem o comportamento dos circuitos RLC. Assinale a alternativa que mostra quais são esses dois parâmetros: A Frequência de ressonância e Fator de carga. B Largura de banda e Qualidade Q. C Frequência de ressonância e Ressonância com carga. D Frequência de ressonância e Qualidade Q. E Qualidade e Fator de carga. • • A alternativa A está correta. Os fatores fundamentas que descrevem o comportamento do circuito RLC são e . Em que: e , sendo a frequência de ressonância ou frequência não amortecida, que é dada em radianos por segundo (rad/s), enquanto a representa o fator de amortecimento (ou fator de carga). Questão 2 Considerando o circuitoabaixo, determine e , a chave é aberta em . A 2A e 12V B 2A e -12V C 3A e 12V D -3A e 12V E 3A e -12V A alternativa C está correta. Em , o indutor comporta como curto-circuito e o capacitor como um circuito aberto, de modo que a corrente circula apenas em . Como por definição: 2. O circuito RLC em paralelo, matematicamente descrito Circuito RLC em paralelo sem fonte Circuitos elétricos 1, circuitos RLC em paralelo Neste vídeo, conheça mais sobre circuitos elétricos 1, circuitos RLC em paralelo. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Assim como no Módulo 1, a análise do circuito RLC paralelo é avaliada sob duas perspectivas, sendo a primeira sem fonte, fazendo uso da excitação dos próprios elementos armazenadores de energia, capacitor e indutor, e, em seguida, a análise do circuito sob excitação, ou seja, a resposta ao degrau. Para ilustrar o circuito paralelo e proporcionar melhor entendimento dele, considera-se a figura a seguir: Circuito RLC Paralelo sem excitação Neste caso, é desejável saber a corrente que percorre o indutor e a tensão sobre o capacitor, definindo assim que as condições iniciais destas são dadas pelas seguintes equações: (20) (21) Dica Para avaliar o circuito em paralelo, aplica-se a Lei de Kirchhoff para as correntes, que implica que a soma das correntes que entram em um nó é igual àquelas que saem do nó. Assim definido, o circuito pode ser modelado pela equação a seguir: (22) Tomando a Equação 22, aplica-se a derivada para extrair a integral e dividem-se todos os membros por . Após isso, aplica-se as regras de transformação do domínio do tempo para frequência , reescrevendo, então, a equação: (23) A solução da Equação 23 resulta nas raizes abaixo, dadas por e , em que: (24) (25) Sendo: Assim, como no sistema série tem-se três respostas diante da avaliação dos valores de e , são elas: Amortecimento supercrítico ou superamortecido, Contém duas raízes reais distintas. Amortecimento crítico Contém duas raízes iguais. Subamortecido Contém duas raízes complexas. A determinação das constantes e são obtidas das condiçőes iniciais, fazendo o tempo ser igual a zero. Resposta ao degrau Para analisar a resposta ao degrau, considere o circuito abaixo, onde aplica-se a LKC para determinação da corrente gerada pela aplicação da fonte de contínua inserida: Circuito RLC paralelo com excitação Avaliando o instante de tempo , em que a chave do circuito é fechada, a modelagem matemática que o descreve é dada pela equação a seguir: (26) Em um circuito em paralelo, sabe-se que as tensões são iguais para um mesmo nó e podem ser descritas pela equação de tensão do indutor: (27) (28) A solução da equação é composta de duas parcelas: Resposta transiente; Resposta de estado estável. Dito isso, basta somar a resposta de estado estável àquela já encontrada para o circuito sem a presença da fonte. • • Resposta natural Calculada com as fontes do circuito desligadas. Resposta forçada Calculada com as fontes ligadas. Resposta total ou completa É a resposta ao degrau, composta da resposta natural e da resposta forçada. Um degrau pode ser descrito das seguintes formas, cada representação indica quando o degrau atuará no sistema. Circuitos de segunda ordem gerais Os circuitos de segunda ordem não são somente compostos por RLC. Atenção Existem diversas configurações, como somente indutores ou capacitores, desde que sejam caracterizados por uma equação diferencial de ordem dois. Os RLC, contudo, são de maior interesse, pois consistem em uma fonte de alimentação e um conjunto que pode ser conhecido como ressonador (LC). As fontes de alimentação podem ser equivalentes de Thévenin ou Norton, resultando em quatro possíveis combinações para estes: Circuito RLC em série, com fonte Thévenin; Circuito RLC em série, com fonte Norton; Circuito RLC em paralelo, com fonte Thévenin; Circuito RLC em paralelo, com fonte Norton. Assim, para determinar a resposta de qualquer um dos circuitos citados, ou qualquer outro de ordem dois, basta seguir as etapas abaixo: u(t) 0 degrau será aplicado em todo ; nos valores inferiores, a fonte de tensão ou corrente é igual a zero. u(-t) Define que o degrau será aplicado para todo , enquanto para valores superiores a , a fonte será nula. 1. 2. 3. 4. 1. Determinar as condições iniciais e o valor final. 2. Obter a resposta transiente sem a conexão das fontes. Para isso, é necessário aplicar a LKT e LKC. Neste passo, define-se a equação característica, na qual é possível analisar o circuito quanto à sua frequência, bem como determinar suas raízes. 3. Obter a resposta do estado estável, considerando o tempo infinito. 4. Fornecer a resposta completa por meio da soma das respostas transiente e de estado estável. 1º exemplo comentado Para melhor compreensão do conteúdo, considere o circuito a seguir, onde serão pontuados os passos essenciais para calcular as variáveis necessárias para a análise. Aqui, iremos encontrar as variáveis básicas para caracterizar o sistema. Circuito RLC paralelo com excitação Passo 1 Chave aberta, , pode-se observar dois circuitos, um com a fonte de corrente e outro com a fonte de tensão. Assim, a corrente que passa pelo indutor é dada por: Analisando a fonte de tensão, quando e 0 para . Assim, o capacitor opera como circuito aberto com a tensão do resistor sobre ele. Passo 2 Ao fechar a chave, , observa-se o circuito RLC em paralelo com uma fonte de corrente; Os dois resistores podem ser associados em paralelo; Assim, define-se: • • Como é , a resposta é superamortecida. Assim, têm-se duas raizes reais negativas, bastando aplicar na equação a seguir: 2º exemplo comentado Considerando o circuito abaixo, toma-se que os valores dos componentes são os seguintes: Tensão inicial no capacitor, ; Corrente inicial no indutor, ; . Para os valores de resistência: e , deseja-se saber o valor da tensão quanto . Para : Primeiro, calcula-se o valor do amortecimento dado pela equação a seguir: • • • • Em seguida, calcula-se: Avaliando os dois parâmetros da equação característica, vemos que , o que indica uma resposta cujo amortecimento é supercrítico. Assim, calcula-se as raizes da equação, descritas por: A resposta referente é dada por: Na qual: Em seguida, faz-se necessário o cálculo dos coeficientes e , que são obtidos por meio das condições iniciais do circuito. Para isso, aplicam-se essas condições, sendo elas: E ainda: Aplicando a derivada na equação a seguir: Obtém-se o seguinte resultado: Avaliando a condição inicial, em que , tem-se: Considerando a equação já encontrada: É possível obter os valores dos coeficientes, como apresentados a seguir: Substituindo na equação, resulta na resposta natural do sistema: Considerando agora : Primeiro, calcula-se o valor do amortecimento dado pela seguinte equação: Depois, calcula-se: Que permanece o mesmo, uma vez que houve mudanc̣a apenas em . Avaliando os dois parâmetros da equação característica, vemos que , o que indica uma resposta cujo amortecimento é crítico, isto é, duas raizes iguais. Assim, calcula-se as raízes da equação, descritas por: A resposta referente é dada por: Na qual: Em seguida, faz-se necessário o cálculo dos coeficientes e , que são obtidos por meio das condições iniciais do circuito. Para isso, aplicam-se essas condições, sendo elas: E ainda: Aplicando a derivada na equação a seguir: Obtém-se o seguinte resultado: Avaliando a condição inicial, em que , tem-se: Considerando a equação já encontrada: É possível obter os valores dos coeficientes, conforme apresentados a seguir: Substituindo na equação, resulta na resposta natural do sistema: Para o último caso, sendo : Primeiro, calcula-se o valor do amortecimento dado pela equação seguinte: Em seguida, calcula-se: Que permanece o mesmo, uma vez que houve mudança apenas em . Avaliando os dois parâmetrosda equação característica, vemos que , o que indica que uma resposta é subamortecida, isto é, duas raizes complexas. Assim, o cálculo das raízes da equação é descrito como: A resposta referente é dada por: Na qual: Em seguida, faz-se necessário o cálculo dos coeficientes e , que são obtidos por meio das condições iniciais do circuito. Para isso, aplicam-se essas condições, sendo elas: E ainda: Aplicando a derivada na equação a seguir: Obtém-se o seguinte resultado: Avaliando a condição inicial, em que , tem-se: Considerando a equação já encontrada: É possível obter os valores dos coeficientes, conforme apresentados a seguir: Substituindo na equação, resulta na resposta natural do sistema: Verificando o aprendizado Questão 1 Considerando o circuito da Figura A1, determine e , ou seja, a tensão no indutor e capacitor desse circuito: A e B e C D e E e A alternativa C está correta. Em , a fonte de corrente é nula, o indutor se comporta como curto-circuito e o capacitor, como um circuito aberto, assim: Em , aplicando a LKC, a corrente que entra no nó é igual à soma das correntes que saem do nó: Sabe-se que: Questão 2 Para o circuito abaixo, determine e . Considere que e . A B C D E A alternativa A está correta. Como o circuito está em paralelo, as tensões são iguais. Derivando a equação de : 3. Conclusão Considerações finais Este tema teve por objetivo a apresentação dos circuitos RLC em série e em paralelo, conhecidos como circuitos de segunda ordem. Neste âmbito, foram apresentadas técnicas de solução para eles. Assim, foram detalhados os aspectos básicos, bem como a modelagem matemática do circuito em série. Depois, os mesmos tópicos se repetem, contudo, com uma abordagem descritiva, enfatizando o circuito paralelo. Dito isso, é possível correlacionar os tópicos, sendo necessário o bom entendimento de cada um deles para melhor absorção do conteúdo seguinte. Podcast Para encerrar, ouça sobre circuitos de segunda ordem. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ouvir o áudio. Explore+ Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia: Circuitos elétricos: corrente contínua e corrente alternada ‒ teoria e exercícios, de Otávio Markus. Referências ALEXANDER, C. K; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Porto Alegre: Amgh, 2013. BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos elétricos. 10. ed. São Paulo: Pearson, 2004. JOHNSON, D. E. Fundamentos de análise de circuitos elétricos. 4. ed. Rio de Janeiro, LTC, 1994. • Circuitos de segunda ordem 1. Itens iniciais Propósito Preparação Objetivos Circuitos elétricos 1, circuitos de segunda ordem Conteúdo interativo 1. O circuito RLC em série e seu modelo matemático Conceitos iniciais Circuitos elétricos 1, circuitos RLC em série. Conteúdo interativo Resistor Capacitor Indutor Funções de singularidade Atenção Leis de Kirchhoff Lei dos nós Lei das malhas Circuitos de segunda ordem Curto-circuito Circuito aberto Circuito RLC em série Circuito RLC em série sem fonte Dica Análise das soluções Amortecimento supercrítico ou superamortecido Amortecimento Crítico Subamortecido Resposta ao degrau Exemplo 1º exemplo comentado Passo 1: Dica Passo 2: Passo 3: 2º exemplo comentado 3º exemplo comentado Verificando o aprendizado (Sercomtel-PR ‒ 2015) Um circuito RLC (também conhecido como circuito ressonante ou circuito aceitador) é um circuito elétrico consistindo em um resistor (R), um indutor (L) e um capacitor (C), conectados em série ou em paralelo. O circuito RLC é chamado de circuito de segunda ordem, visto que qualquer tensão ou corrente podem ser descritas por uma equação diferencial de segunda ordem. Existem dois parâmetros fundamentais que descrevem o comportamento dos circuitos RLC. Assinale a alternativa que mostra quais são esses dois parâmetros: Questão 2 2. O circuito RLC em paralelo, matematicamente descrito Circuito RLC em paralelo sem fonte Circuitos elétricos 1, circuitos RLC em paralelo Conteúdo interativo Dica Amortecimento supercrítico ou superamortecido, Amortecimento crítico Subamortecido Resposta ao degrau Resposta natural Resposta forçada Resposta total ou completa Circuitos de segunda ordem gerais Atenção 1º exemplo comentado Passo 1 Passo 2 2º exemplo comentado Para : Considerando agora : Para o último caso, sendo : Verificando o aprendizado Questão 1 Questão 2 3. Conclusão Considerações finais Podcast Conteúdo interativo Explore+ Referências