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Apostila SEGURANÇA INDUSTRIAL UFPB 2012

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UFPB – UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA 
DEP – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
 
 
Profª Maria Christine Werba Saldanha 
 
Apostila disciplina Segurança Industrial 2012 
 
 
 
 
 
 
 
João Pessoa – PB 
2012.1
 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 
Profª Mª Christine Werba Saldanha 
 
 
 
 
_______________________________________________________________________________ 
DEP-UFPB 
Disciplina Segurança Industrial 2012.1 
 
2
 
PROGRAMA DA DISCIPLINA 
 
 
S1 
 
CONDIÇÕES DE TRABALHO 
Trabalho 
Processo de Produção e Segurança do Trabalho 
Trabalho, Condições de Trabalho e Situação de Trabalho 
 
 
03 
 
S2 
 
HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO - HST 
Definição 
Histórico 
Objetivos da HST 
A HST e outros Ramos Profissionais 
Limitações no estudo da HST no mundo Capitalista 
Entidades Nacionais que atuam no Âmbito da HST 
Aspectos Humanos, Sociais e Econômicos da HST 
 
 
09 
 
S3 
 
RISCOS DO TRABALHO 
Definição 
Classificação dos Riscos 
Agentes Causadores de Prejuízos à Saúde 
Atividades e Operações Insalubres 
Atividades e Operações Perigosas 
Penosidade 
Considerações a respeito dos Limites de Tolerância 
Medidas Gerais de Controle de Riscos 
 
 
25 
 
S4 
 
ACIDENTE DO TRABALHO: LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA E 
ABORDAGEM PREVENCIONISTA 
 
Acidente do Trabalho e a Legislação Previdenciária 
Comunicação Oficial do Acidente 
Classificação do AT quanto a Tipologia 
Classificação do AT quanto à Conseqüência 
Definição Técnica ou Prevencionista de AT 
Incidente-Crítico ou "Quase-Acidente” 
Micro-incidente 
 
 
 
39 
 
S5 
 
EVOLUÇÃO CONCEITUAL DA NOÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO 
A evolução conceitual da noção de acidente do Trabalho e suas 
implicações para a engenharia de segurança (Mario Vidal) 
A Etimologia do Termo Acidente 
Acidente do Trabalho e Doença Profissional 
As Diversas Abordagens da Causalidade dos Acidentes de Trabalho 
 
55 
 
 
 
ANEXOS 
 
84 
 
 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 
Profª Mª Christine Werba Saldanha 
 
 
 
 
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DEP-UFPB 
Disciplina Segurança Industrial 2012.1 
 
3
 
1. TRABALHO E CONDIÇÕES DE TRABALHO 
 
1.1 - TRABALHO 
 
A palavra trabalhar deriva do latim tripaliare, que significa “torturar por meio de tripalium” 
(instrumento formado por três paus, próprio para atar os condenados ou manter presos os animais 
difíceis de ferrar). Igualmente, a palavra labor é sinônimo de trabalho, mas também lembra sofrimento, 
dor, fadiga. 
O trabalho é uma atividade que altera o estado natural dos materiais da natureza para melhorar 
sua utilidade e melhor satisfazer as necessidades. Portanto, apoderar-se dos materiais da natureza tais 
como são não é trabalho. BRAVERMAN 
O trabalho humano, de acordo com BRAVERMAN, é consciente e proposital, enquanto o 
trabalho dos outros animais é instintivo. As atividades instintivas não inatas antes que aprendidas, e 
representam um padrão relativamente fixo para a liberação de energia ao receber estímulos 
específicos. O homem, por sua vez, não transforma apenas o material sobre o qual opera, ele imprime 
ao material o projeto que tinha conscientemente, tendo como mecanismo regulador o poder do 
pensamento conceptual. Assim, o trabalho em sua forma humana foi chamado de ação inteligente por 
Aristóteles. 
O significado do trabalho evoluiu ao longo do tempo e da História, diferenciando-se ainda entre 
as Culturas e as Geografias. Passou a ser considerado como a “realização de uma obra que expressa o 
produto do homem gerando reconhecimento social e que permanece além da vida”, apesar de 
permanecer muitas vezes relacionado ao esforço rotineiro, repetitivo, incômodo. 
Apesar de todas as alterações que o trabalho passou, (artesanal, manual, mecanizado, 
automatizado, individual, em grupo,...) e dos jargões “O Trabalho é algo necessário para a vida”. “O 
trabalho engrandece o homem”, muitas vezes concordamos com a conhecida frase do simpático (e 
preguiçoso) gato Garfield “Odeio segunda-feira”, representando o sentimento quase universal de 
desânimo diante do trabalho. De fato, enquanto o próximo e desejado final de semana não chega, a 
cada final de dia procura-se alento na happy hour, como se a hora feliz só pudesse existir no tempo-
após-trabalho. Este sentimento negativo diante do trabalho foi demonstrado nos resultados de uma 
pesquisa apresentada pelo Jornal da Globo (20/08/99), afirmando que 25% dos americanos tem raiva 
do trabalho e que as principais causas são: insegurança do emprego, jornada de trabalho, mudanças 
 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 
Profª Mª Christine Werba Saldanha 
 
 
 
 
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Disciplina Segurança Industrial 2012.1 
 
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tecnológicas gerando novas exigências no trabalho, tensões criadas pelos chefes, falta de feed-back, 
remuneração variada, remuneração individual e não pelo esforço coletivo. 
O trabalho é um fator determinante da produção, sendo, portanto, um determinante da eficiência. 
É também a expressão da atividade humana. Sendo assim, o trabalho põe em jogo as capacidades 
físicas, cognitivas, psicológicas, os reflexos sensoriomotores, as competências, a experiência. Portanto 
transformar o trabalho uma necessidade para evitar desperdícios de energia e inteligência e, para 
responder as exigências de qualidade, flexibilidade e redução de custos que a sociedade de competição 
econômica demanda.(PIERRE REMY, 1991) 
Portanto, se admitirmos que a vida humana depende do trabalho, e por maior desprazer que ele 
traga, maior sofrimento é não conseguir trabalhar (quando se procura emprego) e que, além disso, 
passamos grande parte das nossas vidas trabalhando, podemos concluir que estamos condenados a 
inevitável infelicidade? Ou, será que podemos fazer alguma coisa para transformar o trabalho, em fonte 
de prazer, ou pelo menos em algo que tenha resultados de desempenho e eficiência não apenas no que 
se refere à qualidade e produtividade, mas também e principalmente, em qualidade de vida - saúde do 
trabalhador e segurança do trabalho? 
Este é, e será sempre o nosso maior desafio. 
 
1.2 - PROCESSO DE PRODUÇÃO E A SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
O ser humano, para sobreviver, necessita de uma série de bens materiais. Para obtê-los, ele 
emprega sua energia mediante os meios de produção (máquinas, mobiliários, instalações) na 
transformação de elementos da natureza (matérias-primas) naqueles bens e/ou produtos necessários. 
Ou seja, a transformação das matérias-primas em produtos acabados através da atividade humana e 
mediante os meios de trabalho humano, é o que denominamos Processo de Trabalho. 
Considerando ainda, que os processos de trabalho ocorrem numa parte do mundo, segundo as 
leis e costumes de cada local, em função dos estilos gerências de uma dada firma, de acordo com os 
acordos profissionais estabelecidos, com a constituição do país etc. Ou seja, quando inserimos o 
processo de trabalho num contexto social e antropotecnológico formamos o esquema de um Processo 
de Produção (Figura 1). 
 
 
 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 
Profª Mª Christine Werba Saldanha 
 
 
 
 
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Os objetivos existentes nesse processo variam com a forma pela qual está organizada a 
sociedade onde ele ocorre. Um objetivo, entretanto, é independente da ordenação social, que é o da 
economia voltada para o lucro: quanto maior for a quantidade de produtos obtidos com uma quantidade 
definida de insumos (ou, inversamente, quanto menos insumos forem necessários para uma quantidade 
definida de produtos) melhor. 
Isto significa que, os processos de produção, são avaliados quantoao seu desempenho e 
quando se fala em desempenho, os conceitos de eficiência1 e eficácia2 são normalmente lembrados, e 
neste caso, pensamos na “dupla”, tão exaltada nas empresas “Qualidade e Produtividade”. 
Por outro lado, as estatísticas oficiais de Acidentes do Trabalho (AT), são assustadoras, apesar 
de a realidade ser bem mais assustadora do que sua representação. 
A OIT-Organização Internacional do Trabalho estima que, em todo o mundo, vêm ocorrendo 
cerca de 250 milhões de acidentes de trabalho e 160 milhões de doenças \profissionais por ano. Com 
isso, as 1,1 milhão de mortes no trabalho ultrapassam a média de vítimas fatais em acidentes de 
trânsito (999.000), em guerras (502.000), por violência (563.000) e por HIV/AIDS (312.000), estes dados 
equivalem a três mil mortes por dia, duas por minuto. Atingem, também, 12 milhões de crianças 
 
 
 
 
 
1 medida normativa relacionada à utilização de recursos, relação técnica entre entradas e saídas, entre custos e 
benefícios. 
2 medida normativa relacionada ao alcance dos resultados. Refere-se a capacidade de uma empresa em 
satisfazer uma necessidade da sociedade através de seus produtos (bens ou serviços) 
 Matéria 
Prima 
Bens e/ou 
Serviços 
 Meios de trabalho 
Atividade de trabalho 
Transformação 
Contexto antropotecnológico
Jurídico, Geográfico, Cultural, Social, Econômico
Figura 1 - Processo de produção mecânico 
Fonte: VIDAL (1997) 
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Profª Mª Christine Werba Saldanha 
 
 
 
 
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trabalhadoras, dos quais, cerca de 12 mil são acidentes fatais. Cerca de um quarto dessas mortes 
resulta da exposição à substâncias perigosas, causadoras de doenças que incapacitam o ser humano 
para o trabalho, como câncer e distúrbios cardiovasculares, respiratórios e do sistema nervoso” (Jornal 
do XV Congresso Mundial sobre Segurança e Saúde no Trabalho, nº 01, 1999). 
As estimativas da OIT indicam que "deverá dobrar o número de doenças relacionadas com o 
trabalho, por volta do ano 2020, e que, na mesma época, as exposições atuais estarão matando muitas 
pessoas, se melhorias não forem introduzidas agora" (Jornal do XV Congresso Mundial sobre 
Segurança e Saúde no Trabalho, nº 01, 1999). 
Estes dados são bastante alarmantes e possuem uma forte contribuição dos países em vias de 
desenvolvimento, como o Brasil, cuja atividade econômica primária e de extração, caracterizada como 
das mais perigosas do mundo, concentra uma grande parcela de trabalhadores. A taxa de mortalidade 
na Europa Central e Oriente, China e Índia é cem por cento maior do que nas adiantadas economias 
industrializadas. Na América Latina e no Caribe, a taxa de mortalidade é ainda maior, e no Oriente 
Médio e na Ásia (com exceção da China e da Índia), essas taxas chegam a quatro vezes a dos países 
industrializados (Jornal do XV Congresso Mundial sobre Segurança e Saúde no Trabalho, nº 01, 1999). 
Os acidentes não acontecem apenas nas pequenas empresas, ou em algum setor em especial. 
Ocorrem em todos os locais em que existem pessoas trabalhando, e as conseqüências, muitas vezes, 
ultrapassam os muros das empresas, atingindo toda uma população local, como é o caso dos acidentes 
nucleares. 
As estatísticas oficiais brasileiras registram 723.452 acidentes do trabalho no ano de 2009, Dos 
acidentes dom CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho, 421.141 foram classificados como 
acidentes típicos, 89.445 acidentes de trajeto e 17.693 doenças do trabalho. 195.173 acidentes não 
tiveram registro através da CAT. Estes dados representam 1.756 acidentes por 100 mil trabalhadores. A 
região Sudeste concentra a maioria dos trabalhadores (21.098.135) e de acidentes – 240.191, sendo 
acidentes típicos (240.191), doenças ocupacionais (9.897) e acidentes de trajeto (52.393). A região 
Nordeste concentra 7.422.186 trabalhadores e registrou um total de 90.161 acidentes, sendo acidentes 
típicos (46.161), doenças ocupacionais (2.473), acidentes de trajeto (9.405), e 32.122 acidentes sem 
CAT registrada. A Paraíba, em 2009, registrou 543.375 trabalhadores e um total de 4.799 acidentes, 
883 acidentes/100 mil trabalhadores, sendo acidentes típicos (2.251), doenças ocupacionais (210), 
acidentes de trajeto (498), e 1.840 acidentes sem CAT registrada Convêm salientar, que esses dados 
estatísticos, processados e disponibilizados pelo INSS, dizem respeito aos 41.207.546 trabalhadores 
empregados pelo setor formal da economia, regidos pela CLT, com registro em carteira de trabalho em 
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Profª Mª Christine Werba Saldanha 
 
 
 
 
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2009 (FONTE: MTE/RAIS, MPS/AEPS). Não constam desses números os acidentes e doenças 
ocorridos com trabalhadores informais, servidores públicos, cooperados e a maior parte dos 
trabalhadores rurais. E que as estatísticas brasileiras sofrem do mal da subnotificação, já estimada pelo 
DIEESE em 300%. Enfim, a realidade é bem mais sombria do que a modelagem. 
Os acidentes do trabalho representam um Custo Brasil bastante significativo. Mas, muito mais 
que isso, os dados apresentados revelam um ambiente de trabalho violento, dentro e fora das empresas 
(acidente de trajeto e trabalho externo), característica de empresas e sociedade violentas. 
Isto mostra quão anti-econômicos são os acidentes do trabalho (AT). Explicitamente, estes falam 
de uma perda de matérias-primas, meios de trabalho ou produtos finais, além de colocar o evento 
acidente do trabalho como gerador de enormes despesas como hospitalizações, indenizações, 
pensões, etc.. E, o mais importante, tem atingido a integridade física dos trabalhadores e provocado 
sofrimentos para suas famílias. 
 
1.3 – TRABALHO, CONDIÇÕES DE TRABALHO e SITUAÇÃO DE TRABALHO 
 
Numa definição tradicional e ampla, as condições de trabalho englobam tudo o que influencia o 
próprio trabalho. Trata-se não apenas do posto de trabalho e seu ambiente como também das relações 
entre produção e salário; da duração da jornada, da semana, do ano (férias), da vida de trabalho 
(aposentadoria); dos horários de trabalho (trabalho em turnos, pausas, etc.); do repouso e alimentação 
(refeitórios, sala de repouso na empresa, eventualmente alojamento nos locais de trabalho); do serviço 
médico, social, escolar, cultural; das modalidades de transporte. WISNER (1987). 
De acordo com VIDAL (2002), a atividade humana em um processo de produção resulta de uma 
interação entre fatores externos ao operador como, por exemplo, as normas, os meios de trabalho, o 
mobiliário, entre outros, e fatores internos ao operador como seu estado orgânico, sua competência, 
sua personalidade. Definindo uma situação de trabalho como sendo uma combinação singular destes 
fatores internos e externos num dado contexto de produção. A partir disso, destaca que toda a atividade 
acontece numa situação a que se reporta e se referencia a todo instante. Não há, desta forma uma 
atividade abstrata, ideal, mas uma atividade que ocorre num lugar definido, efetivada por uma dada 
pessoa, numa organização estabelecida e assim por diante. 
Uma situação de trabalho, segundo SANTOS (1997) pode ser descrita como o confronto de um 
indivíduo, que tem suas próprias características e a objetivos e a meios de trabalhos socialmente e 
tecnologicamente determinados, conforme especificado na Figura 2. 
 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 
Profª Mª Christine Werba Saldanha 
 
 
 
 
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Figura 2 - Situaçãode Trabalho 
Fonte: SANTOS (1997, p. 96, apud, GUERIN et al, 1991) modificado 
 
Desta forma, SANTOS (1997) colocar em evidência que os mesmos objetivos e meios de 
trabalho, alocados a diferentes pessoas constituirão diferentes situações de trabalho, traduzindo-se, 
conseqüentemente, por diferentes desempenhos e por diferentes efeitos sobre os indivíduos. 
VIDAL (2003) chama a atenção de a situação de trabalho é socialmente determinada, sendo a 
atividade decorrente das características do operador, o que os leva à construção de modos operatórios 
que vão implicar em estratégias que se configuram como produção complexa da pessoa em atividade. 
O TRABALHADOR 
Dados Pessoais: 
 sexo 
 características físicas 
 idade 
Experiência, 
Formação Adquirida 
Estado Atual 
 fadiga 
 ritmos biológicos 
 vida fora do trabalho 
(alojamento e transportes) 
A EMPRESA 
Objetivos e Meios 
Tempo 
 duração 
 horários 
 cadências 
 normas de produção 
Organização do Trabalho 
 tipos de aprendizagem 
 procedimentos 
 repartição de tarefas 
 modos operativos 
 critérios de qualidade 
Ferramentas 
 natureza usura, regulagens 
 documentação (manual de 
utilização e funcionamento) 
 meios de comunicação 
 softwares 
Meio Ambiente 
 espaço de trabalho 
(dimensões e circulações) 
 ambientes físico (luminosos, 
térmico, sonoro, vibratório, 
tóxico) 
Relações Profissionais 
 hierarquia 
 relações com os colegas 
ATIVIDADES DE 
TRABALHO 
ACIDENTES 
SAÚDE 
PRODUÇÃO 
QUALIDADE 
EMPREGO 
TAREFAS A 
SEREM 
DESENVOLVIDAS 
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SEÇÃO 2. HIGIENE E SEGURANÇA DO 
TRABALHO 
 Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho 
Profª Mª Christine Werba Saldanha 
 
 
 
 
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Disciplina Segurança Industrial 2012.1 
 
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2. HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
2.1 - DEFINIÇÃO 
 
 
Engenharia de Segurança do Trabalho: é o conjunto de técnicas e métodos, inerentes de 
diversas habilitações da engenharia que tem como objetivo: 
 
 
 
 
 
Nem sempre é possível estabelecer uma separação entre a Higiene e a Segurança do 
Trabalho. No entanto, para efeito de melhor compreensão, podemos dizer que: 
 
Higiene do trabalho – antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos fatores ou riscos do 
ambiente de trabalho capazes de provocar doenças, desvios da saúde e 
do bem-estar ou desconforto e ineficiência entre os trabalhadores, também 
tendo em vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio 
ambiente em geral. 
Visa a prevenção das doenças ocupacionais, protegendo a saúde do 
trabalhador de conseqüências crônicas. 
 
Segurança do Trabalho - conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e 
psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando 
condições inseguras, quer instruindo ou convencendo pessoas na 
implantação de práticas preventivas. 
Visa a prevenção de acidentes do trabalho, protegendo o trabalhador de 
conseqüências agudas. 
Reconhecimento 
Avaliação 
Controle 
FONTES DE RISCOS 
DOS ACIDENTES DO 
TRABALHO 
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2. 2 - HISTÓRICO 
 
Nos escritos de Hipócrates (tido como o Pai da Medicina), datados do século IV Antes de 
Cristo, são feitas referências às propriedades básicas do chumbo, inclusive sobre sua influência na 
saúde humana. Outro médico, Plínio, o Velho, ainda iria publicar antes do advento da era cristã, uma 
obra em que ele descrevia algumas doenças às quais as pessoas que trabalhavam com enxofre e com 
zinco estavam sujeitas, chegando até a aconselhar o uso de máscaras para evitar estes riscos. No 
século II Depois de Cristo, Galeno descreve a patologia do envenenamento pelo chumbo. 
A existência de poucos registros históricos, relativos a seis séculos, se deve possivelmente: 
 
a) à destruição de material escrito, tanto pela ação do tempo, quanto do homem (o caso do 
incêndio culposo da biblioteca de Tiro é um exemplo), o que era facilitado pelas tiragens das 
obras e pelo fato da transmissão do saber ser usualmente feito através de discursos (o 
conhecimento da obra de Sócrates, por exemplo, deve-se a um de seus discípulos, que 
transcreveu os seus diálogos). 
b) o estágio relativamente embrionário em que se encontrava a ciência, o qual possui a 
característica de apresentar contribuições mais espaçadas no tempo. 
c) a escala de valores da época, que justificava esforços no âmbito da segurança dos 
trabalhadores, coisa que não tem sustentação teórica, ainda. 
 
Em 1473, Ulrich Ellenbog detecta a ação tóxica do monóxido de carbono, chumbo, mercúrio e 
ácido nítrico. Paracelso (1493/1541) descreve moléstias de operários de minas; George Bauer 
(1494/1555) descreve a fibrose pulmonar dos mineiros; Georgius Agrícola publica em 1556 De Re 
Metallica, onde são discutidos os acidentes do trabalho e as doenças mais comuns dos mineiros, a 
exemplo da “asma dos mineiros”, provocada por poeiras “corrosivas”. Ysbrand Diemerbrock 
(1608/1704), em 1685, comenta sobre as afecções dos trabalhadores de mármore . 
Os assuntos e publicações sobre esta temática vão se configurando até que, em 1700, o 
italiano Bernadino Ramazzini publica sua obra De Morbis Artificum Diatriba (As Doenças do 
Artesãos). Nesta obra estão relacionados 53 tipos de doenças profissionais, estudadas pelo autor, 
causadas pelo mercúrio, chumbo, silício e tabaco, com os respectivos quadros clínicos, sugestões 
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terapêuticas e medidas regulamentadoras do trabalho. Por esta obra Bernadino Ramazzini consagrou-
se como o Pai da Medicina do Trabalho. 
No que pese os estudos e sugestões destes autores nenhuma lei foi, até então, decretada com 
o intuito de proteger a saúde dos trabalhadores. É razoável supor que “...as estruturas sociais das 
comunidades não-escravistas introduziam a questão da segurança do trabalho a nível ético (por 
considerar o trabalho manual como uma coisa menos degradante do que nas sociedades escravistas), 
as estruturas econômicas destas mesmas comunidades não facilitavam a passagem para a prática dos 
estudos desenvolvidos sobre o assunto. 
“Em 1776 ... Watt faz uma demonstração pública de sua máquina a vapor, invenção que iria 
revolucionar o mundo. Ao obter trabalho útil de uma fonte de energia, este mecânico inglês deu um 
extraordinário impulso ao sistema fabril. Também em 1776, Adam Smith escreve “The Wealth of 
Nations”(A Riqueza das Nações), apontando as vantagens econômicas resultante da divisão do 
trabalho. 
Era o começo da Revolução Industrial (1760-1830) na Inglaterra, marco inicial da moderna 
industrialização (que teve sua origem com o aparecimento da primeira máquina de fiar), que iria elevar a 
capacidade de produção a níveis antes nem sonhados. E iria rebaixar as condições de vida de uma 
imensa massa de trabalhadores a níveis antes nem “pesadelados”, como demonstram os relatos de 
Thomas Heath e John Moss (Huberman, 1978). As condições nas fábricas pioneiras eram péssimas, 
tanto pela duração da jornada de trabalho, quanto pelas condições ambientais e pelo aviltamento do 
salário pago àqueles que nelas ganhavam o seu sustento(?)”. 
“Na Inglaterra, França e Alemanha a Revolução Industrial causou um verdadeiro massacrea 
inocentes e os que sobreviveram foram tirados da cama e arrastados a um torvelhinho de calor, gases, 
poeiras e outras condições adversas nas fábricas e nas minas...”, evidenciando-se numerosas mortes 
de trabalhadores, inclusive crianças. 
Em meio a tudo isto, os trabalhadores arregaçavam as mangas em buscas de melhores 
condições de trabalho, que, até então, não existiam na prática nem na legislação vigente. Somente em 
1802 o Parlamento Britânico decretou a primeira lei que pautava sobre proteção aos trabalhadores: a 
Lei da Saúde e Moral dos Aprendizes que estabelecia uma jornada de trabalho diária máxima de 12 
horas, o fim do trabalho noturno, obrigava os empregadores a efetuarem a lavagem das paredes das 
fábricas, pelo menos duas vezes ao ano, e a manterem a ventilação das mesmas de forma adequada. 
Esta lei, assim como outras que vieram a surgir em 1819 tiveram pouca eficiência, pois contavam com a 
forte oposição dos empregadores. 
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Em 1833, também na Inglaterra, é promulgada a Factory Act (Lei das Fábricas), que se 
voltava para todas as indústrias têxteis que utilizavam força hidráulica ou a vapor. Esta lei, além de 
reiterar as disposições da lei anterior, limitava a jornada de trabalho, semanal de 69 horas e diária de 12 
horas, para os menores, estipulava obrigatoriedade de escola para os trabalhadores menores de 13 
anos, estabelecia a idade mínima de 9 anos para o trabalho, desde que houvesse o acompanhamento 
do médico responsável. 
Esta lei veio a se ampliar em 1867, quando incorporou mais moléstias, tornou obrigatória a 
proteção de máquinas e proibiu refeições dentro do ambiente fabril. Em 1897 a inspeção médica deu 
início, com a adoção de leis de compensação. 
Com a expansão da Revolução Industrial no resto da Europa fez surgir diversos serviços de 
saúde ocupacional, a tal ponto que na Grã-Bretanha estes tornaram-se obrigatórios e, em algumas 
situações, aconteceu o mesmo na França, Espanha e Portugal. Nos Estados Unidos estes serviços só 
vieram aparecer no início do século passado, com o intuito de reduzir o custo das indenizações. 
Em 1958 a 42ª. Conferência Internacional do Trabalho aventa uma futura discussão sobre a 
organização dos serviços de saúde ocupacional nas empresas. O ano de 1959 deu lugar ao 
estabelecimento, por parte desta Conferência, da “Recomendação para os serviços de saúde 
ocupacional, 1959”. 
No Brasil, o Governo Federal, integrando o Plano de Valorização do Trabalhador tornou 
obrigatória, através da Portaria 3.237 de 17/07/1972, a existência de serviços de medicina do trabalho e 
engenharia de segurança do trabalho em todas as empresas com um ou mais trabalhadores. 
Vale lembrar que a primeira lei brasileira sobre condições de trabalho, e que não teve 
aplicabilidade, foi o Decreto 1.313 de 17/01/1891, no qual fixava a idade mínima de 12 anos para o 
trabalho, exceto na fabricação de tecidos onde se permitia crianças com mais de 8 anos. 
Em 1919, quando o Brasil assina o Tratado de Versailles, onde se compromete a regulamentar 
as condições de trabalho, a Teoria da Culpa dá lugar à Teoria do Risco Profissional. 
Em 01/05/1943 é assinado o Decreto-Lei n. 5.452 criando a CLT-Consolidação das Leis 
doTrabalho, pelo então Presidente da República Getúlio Vargas, que provoca algumas mudanças, na 
área da Segurança do Trabalho no Brasil, nas legislações anteriores. 
Alguns autores chegam a afirmar que, por causa da Lei 5.316 de 1967, que centraliza o seguro 
de acidentes na Previdência Social, o Brasil passou a adotar a Teoria do Risco Social. Nesta época, 
que coincide com a do “ Milagre Brasileiro”, o Brasil torna-se o campeão mundial de trabalhadores 
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acidentados. Por isso criou-se o Plano Nacional de Valorização do Trabalhador, buscando-se reverter o 
quadro. 
A FUNDACENTRO, que foi criada em 1966, recebe um destacado incentivo; aparece então 
uma enxurrada de normas, portarias e leis sobre segurança do trabalho, dentre as quais a Lei 6367/76, 
que regulamentava o pagamento do seguro-acidente. 
 
 
2.3 - OBJETIVOS DA HST 
 
Os objetivos de uma disciplina, área temática, da ciência ou da tecnologia varia com o contexto 
social em que está inserido. Assim, os objetivos da HST variam com a forma pela qual está organizada 
a Sociedade. 
Numa sociedade capitalista como a nossa, os interesses da classe trabalhadora é conflitante 
com os interesses dos capitalistas. Os trabalhadores, de imediato, objetivam melhorias salariais e 
melhores condições de trabalho e de vida, a não ocorrência dos acidentes do trabalho e doenças 
ocupacionais (pelo que representam para sua integridade física e saúde). Os empresários capitalistas 
visam o constante aumento dos lucros, o barateamento da mão de obra, a diminuição dos custos da 
empresa, a não ocorrência dos acidentes e doenças ocupacionais pelo que estes representam em 
termos de custos para a empresa. 
De um modo geral, podemos dizer que o objetivo da Higiene e Segurança do Trabalho nos 
tempos atuais é a maximização dos lucros de uma empresa, através da redução das perdas 
decorrentes dos AT e do aumento da previsibilidade do comportamento da atividade produtiva na 
empresa. 
O objetivo técnico, por sua vez, é a preservação da saúde dos trabalhadores, através de um 
programa de prevenção de acidentes do trabalho e enfermidades ocupacionais. Isto só tem sentido com 
a atenção voltada para a saúde integral do trabalhador, que passa indubitavelmente pela melhoria da 
qualidade de vida e trabalho do mesmo. 
 
 
2.4 - A HST E OS OUTROS RAMOS PROFISSIONAIS 
 
A HST se relaciona direta e indiretamente com diversos ramos profissionais, dentre os quais 
podemos destacar: 
 
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Direito 
fornece subsídios técnicos para soluções de conflitos trabalhistas envolvendo 
insalubridade. No campo do direito previdenciário e civil, os dados de avaliação de 
exposição a riscos ambientais auxiliam na concessão de aposentadoria especial e 
indenizações por incapacidade e/ou doenças do trabalho. 
Engenharia 
a engenharia está presente em todas as etapas de um programa de HST: Deste 
modo, esta ciência é essencial no reconhecimento, avaliação e controle dos riscos 
presentes nos ambientes de trabalho 
Ergonomia 
a HST não visa apenas a detecção e controle das atividades que possam gerar 
acidentes de trabalho, mas também à melhoria do conforto e qualidade de vida do 
trabalhador no seu ambiente de trabalho. 
Saneamento 
e Meio 
Ambiente 
A importância da higiene do trabalho, ou seja a avaliação e o controle de riscos 
ocupacionais ultrapassa os limites do ambiente de trabalho; não só este é parte do 
meio ambiente em geral mas, através da prevenção adequada dos riscos 
ocupacionais, o impacto negativo da industrialização no meio ambiente pode ser 
apreciavelmente reduzido 
Psicologia e 
Sociologia 
tratam de harmonizar as relações entre o processo produtivo, o ambiente de 
trabalho e o homem. A HST, através de suas etapas, fornece dados essenciais para 
a melhor interpretação do universo do trabalho. 
Medicina do 
Trabalho 
o controle biológico, por meio de exames e dados médicos, é um dos parâmetros 
utilizados para verificar a eficiência e subsidiar um programa de riscos ambientais. 
Toxicologia 
a toxicologia fornecedados técnicos sobre os contaminantes ambientais, facilitando 
o reconhecimento dos riscos ambientais nos locais de trabalho. Pode-se então 
afirmar que a toxicologia, na maioria das vezes, antecede as etapas clássicas de 
um programa de higiene do trabalho. 
HIGIENE E 
SEGURANÇA 
DO 
TRABALHO 
SANEAMENTO E 
MEIO AMBIENTE 
PSICOLOGIA E 
SOCIOLOGIA 
MEDICINA DO 
TRABALHO 
TOXICOLOGIA DIREITO 
ENGENHARIA 
ERGONOMIA 
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Assim, a HST, por se tratar de uma ciência que tem como objetivo principal a relação entre o 
homem e o meio ambiente de trabalho, necessita para o bom desenvolvimento e prática de ações 
multidisciplinares de educação dos trabalhadores, no sentido de prevenir riscos ambientais, obtendo-se 
melhor organização do trabalho.. 
 
 
2.5 - LIMITAÇÕES NO ESTUDO DA HST NO MUNDO CAPITALISTA 
 
 Toda proposta de solução técnica deve passar, antes de ser implantada, por uma análise de 
custo-benefício. Isto implica dizer que, se o custo de implantação for superior ao benefício decorrente 
dela, como redução de custos, por exemplo, é muito provável que esta solução seja descartada. Em 
virtude disto é comum testemunharmos a falta de ações solucionadoras ou a adoção de soluções 
tecnicamente incorretas - a exemplo do uso indiscriminado de equipamentos de proteção individual 
(EPIs), muitas vezes financeiramente “mais em conta”-, o que corrobora para a manutenção de um 
sistema inseguro em menor ou maior grau. 
A atenção, investimentos e incentivos dados à pesquisa em HST são, por vezes, em assuntos 
que prometem uma redução de custos e não, necessariamente, naqueles de maior sentido humano. 
 
 
 
2.6 - ENTIDADES NACIONAIS QUE ATUAM NO ÂMBITO DA HST 
 
As entidades que apresentaremos a seguir atuam na área de higiene e segurança do trabalho, 
de acordo com suas características peculiares, o que não significa dizer que atuem separadamente. 
Hoje em dia se torna cada vez mais necessário e corrente que ações neste âmbito se dêem através de 
esforços conjuntos, em parcerias, o que torna os resultados mais eficientes, mais globais e com 
economia de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
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ESQUEMA BRASILEIRO DE ATUAÇÃO EM HST 
Entidades 
Normativas 
Entidades 
Fiscalizadoras 
Entidades de 
Mediação 
Entidades de 
Assistência 
Entidades 
Educacionais 
 Congresso 
Nacional 
 Presidência da 
República 
 Ministério do 
Trabalho 
 DRT 
Delegacia 
Regional do 
Trabalho 
 Justiça do 
Trabalho 
 INSS 
 INAMPS 
 Fundacentro 
 SENAI 
 Universidades 
 Institutos 
Federais de 
Ensino Técnico e 
Tecnológico 
 
 
 
 
 
 
 
CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
SESMT - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho 
 
 
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST: é o órgão de âmbito nacional competente 
para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e 
medicina do trabalho. Compete, ainda, à Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST 
conhecer, em última instância, dos recursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos 
Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e saúde no trabalho. (NR -1) 
Delegacia Regional do Trabalho – DRT: nos limites de sua jurisdição, é o órgão regional competente 
para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho. Compete, ainda, à 
Delegacia Regional do Trabalho - DRT ou à Delegacia do Trabalho Marítimo - DTM, nos limites de sua 
jurisdição: (NR-1) 
a) adotar medidas necessárias à fiel observância dos preceitos legais e regulamentares sobre 
segurança e medicina do trabalho; 
b) impor as penalidades cabíveis por descumprimento dos preceitos legais e regulamentares 
sobre segurança e medicina do trabalho; 
c) embargar obra, interditar estabelecimento, setor de serviço, canteiro de obra, frente de 
trabalho, locais de trabalho, máquinas e equipamentos; 
CIPA e SESMT 
(Empresas) 
Sindicatos 
Trabalhistas 
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d) notificar as empresas, estipulando prazos, para eliminação e/ou neutralização de 
insalubridade; 
e) atender requisições judiciais para realização de perícias sobre segurança e medicina do 
trabalho nas localidades onde não houver médico do trabalho ou engenheiro de segurança 
do trabalho registrado no MTb. 
 
De acordo com a NR-1, item 1,5, podem ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais e 
municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou 
orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre 
segurança e medicina do trabalho. 
Existem outras tantas entidades que atuam no Brasil, no campo educacional, como institutos, 
revistas e editoras, no campo profissional, como a Associação Nacional de Engenharia de Segurança-
ANEST, no campo da prevenção, intervenção e socorro, como o Corpo de Bombeiros e o IRB-Instituto 
de Resseguros do Brasil, no campo da normatização técnica, como a ABNT, no campo de atendimento 
aos acidentados do trabalho, como o SUS e demais serviços de saúde. 
Vale destacar, entretanto, a fragilidade dos órgãos estatais no cumprimento de suas 
obrigações, assim como a negligência das empresas nas ações de prevenção dos acidentes do 
trabalho e das doenças ocupacionais. Por outro lado, ainda são bastante tímidas as ações dos 
sindicatos no sentido de reivindicações e ações neste âmbito, pelo fato de priorizar em suas lutas no 
campo salarial e da garantia do emprego, em decorrência do arrocho e das demissões que vêm 
sofrendo ao longo dos anos. 
 
 
2.6.1 Normas Regulamentadoras 
 
As NR’s - Normas Regulamentadoras, do Capitulo V, Título II, da CLT – Consolidação das Leis 
do trabalho, aprovadas segundo a Portaria Nº 3.214, de 08/06/1978, são as seguintes: 
(http://portal.mte.gov.br) 
 
 
 
 
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NORMAS REGULAMENTADORAS SEGURANÇA DO TRABALHO 
Norma Regulamentadora Nº 01- 
Disposições Gerais 
Norma Regulamentadora Nº 02- 
Inspeção Prévia 
Norma Regulamentadora Nº 03 
Embargo ou Interdição 
Norma Regulamentadora Nº 04- 
Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho 
Norma Regulamentadora Nº 05- 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
Norma Regulamentadora Nº 06- 
Equipamentos de Proteção Individual - EPI 
Norma Regulamentadora Nº 07- 
Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
Norma Regulamentadora Nº 07 - Despacho SSST (Nota Técnica)- 
Norma Regulamentadora Nº 08 
Edificações 
Norma Regulamentadora Nº 09 
Programas de Prevenção de Riscos Ambientais 
Norma Regulamentadora Nº 10 
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade 
Norma Regulamentadora Nº 11 
Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais 
Norma Regulamentadora Nº 11 Anexo I, 
Regulamento Técnico de Procedimentos para Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Chapas de Mármore, Granito e 
outras Rochas 
Norma Regulamentadora Nº 12 
Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos 
Norma Regulamentadora Nº 13 
Caldeiras e Vasos de Pressão 
Norma Regulamentadora Nº 14 
FornosNorma Regulamentadora Nº 15 
Atividades e Operações Insalubres 
Norma Regulamentadora Nº 16 
Atividades e Operações Perigosas 
Norma Regulamentadora Nº 17 
Ergonomia 
Norma Regulamentadora Nº 17 Anexo I - Trabalho dos Operadores de Checkouts- 
Norma Regulamentadora Nº 17 Anexo II - Trabalho em Teleatendimento / Telemarketing 
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Norma Regulamentadora Nº 18 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
Norma Regulamentadora Nº 19 
Explosivos 
Norma Regulamentadora Nº 20 
Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis. 
Norma Regulamentadora Nº 21 
Trabalho a Céu Aberto 
Norma Regulamentadora Nº 22 
Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração 
Norma Regulamentadora Nº 23 
Proteção Contra Incêndios 
Norma Regulamentadora Nº 24 
Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho 
Norma Regulamentadora Nº 25 
Resíduos Industriais 
Norma Regulamentadora Nº 26 
Sinalização de Segurança 
Norma Regulamentadora Nº 27 
Revogada pela Portaria GM n.º 262, 29/05/2008 
Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB 
Norma Regulamentadora Nº 28 
Fiscalização e Penalidades 
Norma Regulamentadora Nº 29 
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário 
Norma Regulamentadora Nº 30 
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário 
Norma Regulamentadora Nº 30 - Anexo I - Pesca Comercial e Industrial 
Norma Regulamentadora Nº 30 - Anexo II - Plataformas e Instalações de Apoio 
Norma Regulamentadora Nº 31 
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e 
Aquicultura 
Norma Regulamentadora Nº 32 
Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde 
Norma Regulamentadora Nº 33 
Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 
Norma Regulamentadora Nº 34 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval. 
Norma Regulamentadora Nº 35 
Trabalho em Altura. 
 
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Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras – NR, considera-se: (NR-1, item 1.6): 
 empregador, a empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade 
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao 
empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações 
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como 
empregados; 
 empregado, a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob 
a dependência deste e mediante salário; 
 empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra, frente de 
trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o 
empregador para atingir seus objetivos; 
 estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, 
tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito, laboratório; 
 setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo 
estabelecimento; 
 canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de 
apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; 
 frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem operações 
de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; 
 local de trabalho, a área onde são executados os trabalhos. 
 Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica 
própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, 
comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para efeito de aplicação das Normas 
Regulamentadoras - NR, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das 
subordinadas. (NR -1, item 1.6.1) 
 Para efeito de aplicação das Normas Regulamentadoras - NR, a obra de engenharia, 
compreendendo ou não canteiro de obra ou frentes de trabalho, será considerada como um 
estabelecimento, a menos que se disponha, de forma diferente, em NR específica. (NR -1, item 
1.6.2) 
 
 
 
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2.7 RESPONSABILIDADES DA EMPRESA E DOS EMPREGADOS 
De acordo com a NR -1, item 1.7, cabe ao empregador: 
a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do 
trabalho; 
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados 
por comunicados, cartazes ou meio eletrônico 
c) informar aos trabalhadores: 
I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; 
II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; 
III - os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os 
próprios trabalhadores forem submetidos; 
IV - os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho. 
d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e 
regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. 
e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doenças relacionadas ao 
trabalho. 
 
De acordo com o DECRETO Nº 3.048 – DE 06 DE MAIO DE 1999: 
(HTTP:/www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/1999/3048.htm 
 
Art.338. A empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção à 
segurança e saúde do trabalhador sujeito aos riscos ocupacionais por ela gerados. 
 
§ 1º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a 
executar e do produto a manipular. 
§ 2º Os médicos peritos da previdência social terão acesso aos ambientes de trabalho e a 
outros locais onde se encontrem os documentos referentes ao controle médico de saúde 
ocupacional, e aqueles que digam respeito ao programa de prevenção de riscos ocupacionais, 
para verificar a eficácia das medidas adotadas pela empresa para a prevenção e controle das 
doenças ocupacionais. 
§ 3o O INSS auditará a regularidade e a conformidade das demonstrações ambientais, 
incluindo-se as de monitoramento biológico, e dos controles internos da empresa relativos ao 
gerenciamento dos riscos ocupacionais, de modo a assegurar a veracidade das informações 
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prestadas pela empresa e constantes do CNIS, bem como o cumprimento das obrigações 
relativas ao acidente de trabalho 
§ 4o Os médicos peritos da previdência social deverão, sempre que constatarem o 
descumprimento do disposto neste artigo, comunicar formalmente aos demais órgãos 
interessados na providência, inclusive para aplicação e cobrança da multa devida. 
Art.339. O Ministério do Trabalho e Emprego fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de 
classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos arts. 338 e 343. 
Art.340. Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sindicatos, associações de classe, Fundação 
Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, órgãos públicos e outros meios, serão 
promovidas regularmenteinstrução e formação com vistas a incrementar costumes e atitudes 
prevencionistas em matéria de acidentes, especialmente daquele referido no art. 336. 
 Art.341. Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho indicadas para 
a proteção individual e coletiva, a previdência social proporá ação regressiva contra os responsáveis. 
 Art.342. O pagamento pela previdência social das prestações decorrentes do acidente a que se refere 
o art. 336 não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros. 
 Art.343. Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de 
segurança e saúde do trabalho. 
 Art.344. Os litígios e medidas cautelares relativos aos acidentes de que trata o art. 336 serão 
apreciados: 
 I - na esfera administrativa, pelos órgãos da previdência social, segundo as regras e prazos 
aplicáveis às demais prestações, com prioridade para conclusão; e 
II - na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo, 
inclusive durante as férias forenses, mediante petição instruída pela prova de efetiva 
notificação do evento à previdência social, através da Comunicação de Acidente do Trabalho. 
 Parágrafo único. O procedimento judicial de que trata o inciso II é isento do pagamento de 
quaisquer custas e de verbas relativas à sucumbência. 
 
 
De acordo com a NR -1, item 1.7, cabe aos empregados (NR -1, item 1.8): 
a) cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as 
ordens de serviço expedidas pelo empregador; 
b) usar o EPI fornecido pelo empregador; 
c) submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras - NR; 
d) colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras - NR; 
 
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Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item 
anterior. (NR -1, item 1.8.1) 
O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do 
trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente (NR -
1, item 1.9). 
 
 
2.8 - ASPECTOS HUMANOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DA HST 
 
Sem dúvida são significativos os gastos relativos à ocorrência de acidentes do trabalho e 
doenças ocupacionais no Brasil. Estas ocorrências, tanto contribuem para a lentidão do 
desenvolvimento sócio-econômico do país, quanto afastam os trabalhadores da atividade laboral 
temporariamente ou definitivamente. 
Atinge a empresa, pois paralisa a produção, envolve terceiros no socorro e retrabalho e 
demanda, muitas vezes, custos. Atinge, também, as famílias que têm que assistir o acidentado e que, 
em certos casos, chegam a perder seu ente, ficando inclusive em dificuldades financeiras, quando o 
acidente tem a conseqüência de máxima gravidade - o óbito. 
É de se ressaltar, também, os recursos desembolsados pelo governo e, dessa forma pela 
população contribuinte, para o tratamento do acidentado e/ou pagamento dos benefícios 
previdenciários. Boa parte destes recursos, caso fossem evitados os acidentes, poderiam ser 
redirecionados para outras políticas públicas essenciais. 
Por fim, o acidente do trabalho e a doença ocupacional são algo indesejável ao próprio 
trabalhador, que tem sua integridade física e saúde ameaçada. Portanto, este é o que mais sofre com a 
ocorrência. 
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SEÇÃO 3. RISCOS DO TRABALHO 
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3. RISCOS DO TRABALHO 
 
 
 
3.1- DEFINIÇÃO 
 
Os riscos profissionais (do trabalho ou ocupacionais) são agentes presentes nos locais de 
trabalho, decorrentes de precárias condições, que afetam a saúde, a segurança e o bem estar do 
trabalhador. Cada agente tem o seu meio próprio de manifestar a sua nocividade através da geração de 
algum tipo de risco. 
 
 
3.2- CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS 
 
3.2.1- Riscos de Operação 
 
São os riscos relativos ao processo operacional, e se constituem causas diretas de acidentes. 
São falhas, defeitos e irregularidades técnicas que põem em risco a integridade física do trabalhador, 
tais como: 
 Falta de proteção em máquinas e equipamentos. 
 Proteções inadequadas ou defeituosas. 
 Deficiência em maquinaria e ferramental. 
 Escassez de espaço. 
 Passagens perigosas. 
 Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas. 
 
 
3.2.2- Riscos de Ambiente 
 
São relativos ao local de trabalho e determinados pelos agentes ambientais (físicos, químicos, 
biológicos e ergonômicos). Estes riscos são responsáveis pelas doenças ocupacionais, variando de 
acordo com a atividade profissional. 
 
 
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3.3 - AGENTES CAUSADORES DE PREJUÍZOS À SAÚDE HUMANA 
 
“O trabalho técnico de controle das condições de trabalho inicia-se a partir da identificação dos 
agentes causadores de prejuízos da saúde e da elaboração de técnicas que visem eliminá-los, ou, na 
pior das hipóteses, isolá-los, enclausurando as fontes destes agentes, do contato com os trabalhadores” 
(Simoni et all, 1986). 
“Para solucionar o problema é necessário, além do aspecto técnico, que os estudos, projetos e 
propostas de intervenção sejam desenvolvidos a partir de um ponto de vista mais científico, ou seja, que 
incluam em suas variáveis de análise os aspectos políticos e sociais envolvidos. Desse modo, os 
estudos, projetos e propostas de intervenção, além de apresentarem análises mais próximas da 
realidade, possibilitarão a elaboração de medidas preventivas eficazes. 
Vale lembrar que a adoção de tais medidas não depende somente da capacidade técnica, mas 
também, do poder e da capacidade reivindicatória dos trabalhadores. Uma solução técnica para um 
problema de condições de trabalho será implantada mais facilmente caso haja interesse de quem 
detenha o poder político e/ou econômico da situação onde tal solução será adotada” (Simoni et all, 
1986). 
Os agentes causadores de prejuízo à saúde das pessoas, segundo a sua fonte, podem ser: 
 
 Externos à unidade de produção 
 
Estes “...podem ser identificados através das condições de vida, tendo suas fontes caracterizadas 
segundo a forma de atendimento das necessidades básicas em habitação, transporte, alimentação, 
lazer, educação”. 
 
 Internos à unidade de produção 
 
Estes agentes “...podem ser identificados através das condições de trabalho. Suas fontes estão 
localizadas na unidade e se relacionam com o processo de trabalho e/ou com as relações de produção”. 
São estes os agentes “...de maior interesse para os profissionais dos SESMT e membros das CIPA “, e 
sobre os quais nos detemos aqui. 
 
 
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3.3.1.- CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES 
 
 
 Agentes 
Físicos: 
São os agentes que têm a capacidade de modificar as características físicas do 
meio ambiente. A ação independe da pessoa estar exercendo suaatividade e 
do contato direto com a fonte. Em geral, ocasionam lesões crônicas. 
Ex.: ruído, calor, frio, umidade, radiações. 
 Agentes 
Químicos: 
 
São os agentes que modificam a composição química do ar ambiental. Podem 
ser encontrados na forma sólida, líquida e gasosa, cuja ação pode ocasionar 
tanto lesão crônica quanto aguda. 
Tais agentes podem atuar segundo distintos estados e condições, isto é, em 
grosso (sólidos e líquidos), diluídos no ar (gases e vapores), suspensos no ar 
na forma sólida (poeiras e fumos) e na forma líquida (neblina e névoas). Os 
agentes diluídos suspensos no ar são chamados de aerodispersóides. 
 Agentes 
Biológicos:. 
São os seres vivos(micro ou macroorganismos), cuja ação pode provocar tanto 
lesão crônica quanto aguda. 
Ex.: vírus, bacilos, bactérias, fungos, insetos transmissores de doenças 
(barbeiros, mosca, mosquito, etc), ratos, cobras venenosas 
 Agentes 
Mecânicos: 
 
São os agentes cuja fonte tem ação em pontos específicos do ambiente. Sua 
ação, em geral, independe ou não da pessoa estar exercendo sua atividade e 
depende do contato direto com a fonte. Geralmente ocasionam lesões agudas. 
Ex.: choque elétrico, piso escorregadio, engrenagens desprotegidas, elementos 
de máquinas pressionantes sem proteção. 
 Agentes 
Ergonômicos:. 
 
São os agentes cuja fonte tem ação em pontos específicos do ambiente. Sua 
ação depende da pessoa estar exercendo a sua atividade e tem reflexos 
psicofisiológicos. Geralmente ocasionam lesões crônicas. 
Ex.: trabalho repetitivo, ritmo de trabalho, postura de trabalho, 
dimensionamento e arranjo inadequado das estações e seções de trabalho 
 
 
 
 “Vale salientar que as inovações tecnológicas mais recentes têm feito com que os riscos 
gerados nos ambientes industrias estejam ampliando os seus raios de alcance, em parte pela utilização 
cada vez mais intensiva de substâncias químicas e de formas energéticas mais concentradas, gerando 
problemas de poluição ambiental. Além disso, os sistemas produtivos se tornam cada vez mais 
integrados e interdependentes (além de numerosos e espalhados), o que, por um lado, eleva a 
possibilidade de que se tenha interferências destrutivas de uma empresa sobre outra e, por outro lado, 
aumenta a área potencialmente atingível por problemas criados pelas empresas. É possível, com isto, 
que no futuro tenhamos...” o risco “ecológico”(Rodrigues,1995). Ou, que já estejamos diante destes... 
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“O trabalho técnico de controle das condições de trabalho inicia-se a partir da identificação dos 
agentes causadores de prejuízos da saúde e da elaboração de técnicas que visem eliminá-los, ou, na 
pior das hipóteses, isolá-los, enclausurando as fontes destes agentes, do contato com os 
trabalhadores”(Simoni et all, 1986). 
“Para solucionar o é necessário além do aspecto técnico, que os estudos, projetos e propostas 
de intervenção sejam desenvolvidos a partir de um ponto de vista mais científico. Ou seja, que incluam 
em suas variáveis de análise os aspectos políticos e sociais envolvidos. Desse modo, os estudos, 
projetos e propostas de intervenção além de apresentarem análises mais próximas da realidade, 
possibilitarão a elaboração de medidas preventivas eficazes. 
Vale lembrar que a adoção de tais medidas não depende somente da capacidade técnica, mas 
também, do poder e da capacidade reivindicatória dos trabalhadores. Uma solução técnica para um 
problema de condições de trabalho será implantada mais facilmente caso haja interesse de quem 
detenha o poder político e/ou econômico da situação onde tal solução será adotada”(Simoni et all, 
1986). 
 
 
3.4 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES - (NR-15) 
 
A Salubridade de um ambiente de trabalho pode ser entendida como a característica de 
preservação da saúde dos trabalhadores pela ausência de fatores agressivos (acústicos, térmicos, 
atmosféricos). Esses fatores cuja geração pode estar ligada tanto à atividade de um dos indivíduos, de 
um conjunto de indivíduos ou mesmo à certas etapas puramente técnicas do processo, tem como 
implicação básica um efeito mediato sobre o trabalhador ou conjunto de trabalhadores a eles 
expostos. Grande parte dos agentes agressores identificados em várias situações de trabalho tem 
efeitos mediatos porém cumulativos que agravam o quadro clínico de um dado trabalhador até os 
limites de sua resistência clínica resultando assim em uma doença profissional. 
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, 
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos 
limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição 
aos seus efeitos.(Saliba) 
 
 
 
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3.4.1 - SÃO CONSIDERADAS ATIVIDADES OU OPERAÇÕES INSALUBRES AS QUE SE 
DESENVOLVEM (NR-15) : 
15.1.1 - Acima dos limites de tolerância previstos nos anexos: 
 
Anexo da NR 15 Agentes 
1 Ruído contínuo ou intermitente 
2 Ruído de impacto 
3 Exposição ao calor 
5 Radiações ionizantes 
11 Agentes químicos 
12 Poeiras minerais 
 
15.1.3 – Nas atividades mencionadas nos anexos: 
Anexo da NR 15 Agentes 
6 Trabalhos sob condições hiperbáricas 
13 Agentes químicos (arsênico, carvão, chumbo, cromo, fósforo, 
hidrocarbonetos e outros compostos de carbono, mercúrio, silicatos, 
substâncias cancerígenas. 
14 Agentes biológicos 
 
15.1.4 - Comprovadas através de laudos de inspeção do local de trabalho, constantes 
dos anexos: 
 
Anexo da NR 15 Agentes 
7 Radiações não ionizantes 
8 Vibrações 
9 Frio 
10 Umidade 
 
 
3.4.2 - LIMITES DE TOLEÂNCIA 
 
 “Entende-se por Limites de Tolerância, para os fins desta Norma, a concentração ou 
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que 
não causará dano à saúde do trabalhador durante sua vida laboral.” (NR-15.1.5) 
Os limites de tolerância (L.T.) são classificados pela ACGIH (American Conference of 
Governmental Industrial Hygienist) em três niveis (Nogueira,1982): 
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L.T. - Média Ponderada 
Concentração média ponderada para um trabalho normal de 8h/dia ou 
40h/semana, à qual praticamente todos os trabalhadores podem estar 
expostos, todos os dias, sem sofrer efeitos adversos. 
L.T. - Curta Duração 
Concentração máxima a que podem se expor os trabalhadores por um 
período de 15 minutos sem sofrer: 
a) irritação intolerável 
b) alteração crônica irreversível 
c) narcose em grau suficiente para aumentar a propensão a acidentes, 
impedir auto-salvamento ou materialmente reduzir a eficiência no 
trabalho 
L.T. - Valor Teto Concentração que não deve ser excedida em nenhum momento. 
 
 
A higiene do trabalho dedica-se basicamente à dimensão fisiológica da saúde, não 
considerando os agentes de risco e seus impactos para a saúde mental. 
A norma estabeleceu três critérios para a caracterização da insalubridade: 
 avaliação quantitativa, 
 qualitativa e 
 qualitativa dos riscos inerentes à atividade. 
 
3.4.3 - ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE (NR-15) 
 
15.2 - O exercício de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a percepção do 
adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 
15.2.1 – 40% para insalubridade de grau máximo 
15.2.2 – 20%para insalubridade de grau médio 
15.2.3 - 10% para insalubridade de grau mínimo 
15.3 - No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau 
mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa 
15.4 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do 
adicional respectivo. 
15.4.1- A eliminação ou a neutralização da insalubridade deverá ocorrer: 
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a) com a adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de trabalho 
dentro dos limites de tolerância; 
b) com a utilização de equipamentos de proteção individual. 
15.4.1.1 - Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do 
trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de 
segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional 
devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação 
ou neutralização. 
15.4.1.2 - A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de 
avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde 
do trabalhador. 
15.5 - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem 
ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a realização de perícia em estabelecimento ou 
setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade insalubre. 
15.5.1 - Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que comprovada a 
insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional devido. 
15.6 - O perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas. 
15.7 - O disposto no item 15.5. não prejudica a ação fiscalizadora do MTb nem a realização exofficio 
da perícia, quando solicitado pela Justiça, nas localidades onde não houver perito. 
 
 
3.5- ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS - NR 16 
 
“Periculosidade é a probabilidade de ocorrência de uma determinada classe de acidentes do 
trabalho, sendo o risco a dimensão individual da periculosidade”(Vidal, s/d, p-04) 
 
São consideradas atividades e operações perigosas as constantes dos Anexos números 1 e 2 
da Norma Regulamentadora-NR - 16. 
 
 
Anexo 1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos 
Anexo 2 Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis 
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Além destes, de acordo com a Lei Nº 7.369 de 20/09/1985, tem direito ao adicional de 
periculosidade, o empregado que exercem atividades no setor de energia elétrica, em condições de 
periculosidade, relacionadas no Quadro de Atividades/Áreas de Riscos, constantes no anexo do 
Decreto Nº 93.412 de 14/10/1986. 
Considerando ainda que qualquer exposição do trabalhador a radiações ionizantes ou 
substâncias radioativas é potencialmente prejudicial a saúde e que o presente estado da tecnologia 
nuclear não permite evitar ou eliminar o risco em potencial oriundo de tais atividades, as atividades 
constantes no “Quadro de Atividades e Operações Perigosas”, aprovado pela Comissão Nacional de 
Energia Nuclear – CNEN, asseguram ao empregado adicional de periculosidade. (Portaria Nº 518 de 
04/04/2003) 
 
3.5.1 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS (NR-16) 
 
16.5 - Para os fins da Norma Regulamentadora 16 são consideradas atividades ou operações perigosas 
as executadas com explosivos sujeitos a: 
 Degradação química ou autocatalítica 
 Ação de agentes exteriores, tais como calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, 
choque e atritos 
16.6. As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos, em quaisquer 
vasilhames e a granel, são consideradas em condições de periculosidade, exclusão para o 
transporte em pequenas quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis 
líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos liquefeitos. 
16.6.1. As quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio dos veículos, 
não serão consideradas para efeito desta Norma. 
16.7. Para efeito desta Norma Regulamentadora-NR considera-se líquido combustível todo aquele que 
possua ponto de fulgor igual ou superior a 70ºC (setenta graus centígrados) e inferior a 93,3ºC 
(noventa e três graus e três décimos de graus centígrados). 
16.8. Todas as áreas de risco previstas nesta NR devem ser delimitadas, sob responsabilidade do 
empregador. 
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3.5.2 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 
O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador percepção de 
adicional de 30%(trinta por cento), incidente sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa (NR-16, item 16.2). 
O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que por ventura lhe seja 
devido.(NR-16, item 16.2.1).Observa-se pelo artigo, que os adicionais de insalubridade e periculosidade 
também não podem ser cumulativos, devendo o empregado fazer a opção. 
 
 
3.6 - PENOSIDADE 
 
“...Trabalho penoso diz respeito aos contextos de trabalho geradores de incômodo, esforço e 
sofrimento físico e mental, sentido como demasiados, sobre os quais o trabalhador não tem 
controle”(Revista Proteção, n. 51, p. 56, 1996.). 
Não existe nas normas de segurança e medicina do trabalho dispositivo que garanta adicional 
de penosidade ao trabalhador. 
 
3.7 - CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DOS LIMITES DE TOLERÂNCIA 
 
A definição de Limites de tolerância, segundo a Norma, entendida como: “a concentração ou 
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que 
não causará dano à saúde do trabalhador, durante sua vida laboral”, apesar de semelhante à adotada 
em vários países, com algumas alterações, induz a idéia de que exposições ocupacionais mantidas 
abaixo destes limites não implicarão o aparecimento de danos à saúde do trabalhador. ARCURI (1991, 
p. 99) 
No entanto, o histórico do desenvolvimento destes limites, as diversas influências ambientais a 
que os trabalhadores estão sujeitos, bem como suas características individuais, tornam a veracidade 
desta informação de Limites de Tolerância questionável. ARCURI (1991, p. 99) 
As conclusões do estudo realizado por ARCURI (1991, p. 104 - 105) 
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 Estima-se que existam de 5 a 7 milhões de substâncias químicas conhecidas, das quais 
70.000 a 80.000 são de uso mais comum. Cerca de 500 substâncias novas são 
introduzidas ao ano, no mercado (OIT,1989.) 
 Só se tem registro de limites de tolerância, a nível mundial, de cerca de 2.100 produtos, 
vários aceitos só por alguns países (OIT,1991). Exposições combinadas entre os vários 
produtos químicos e ainda com outros agentes presentes como o ruído, calor, umidade, 
efeitos estressantes, fatores como hábitos alimentares, fumo, consumo de álcool estado 
nutricional, exercem efeitos na saúde e sobre elas há pouca informação. 
 Uma boa parte destes limites de exposição foi determinada por diferentes critérios e 
métodos, em váriospaíses (OIT,1977). 
 Cerca de 99% dos limites não se baseiam em dados de exposição a longo prazo, nem 
para animais, nem tampouco para trabalhadores. 
 Não foram feitos levantamentos bibliográficos mais completos a respeito de sua fixação. 
 O “Food and Drug Administration” (FDA) tem no seu banco de dados uma lista de 
aproximadamente 2.000 medicamentos suspeitos de causar teratogênese, e que nunca 
foram estudados. A suspeita é por relato de casos. 
 Há uma forte influência de interesses econômicos na fixação dos valores dos limites. Para 
a Federação Internacional dos Sindicatos dos Trabalhadores de Química, Energia e 
Indústrias Diversas “na realidade os LT’s representam somente um compromisso 
negociado e comunicado por um conjunto de cientistas, empregado com o lucro em mente, 
governo e sindicatos”(1981). 
Por tudo isso, conclui-se que: 
 Devido a falhas na validade científica dos valores dos LT’s, a concentração ambiental de 
uma determinada substância nestes valores não deve ser indicada como nível seguro de 
exposição para os trabalhadores. 
 o termo Limite de Tolerância não tem realmente o significado que o nome indica, de ser um 
nível de exposição abaixo do qual não ocorrem danos à saúde. 
Estas afirmações são reafirmadas por outros estudiosos do assunto como, o higienista do 
trabalho, Baldomero de Oliveira (1996-), que em seu artigo, coloca : "O conceito de Limite de 
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Tolerância (LT), do modo que é definido até hoje, está ultrapassado e necessita ser revisto 
urgentemente, evitando, assim, erros de interpretação de relatórios sobre saúde do trabalhador." 
LIEBER(1991) salienta que o final desta década tem mostrado que o papel do higienista na 
avaliação dos ambientes de trabalho não pode ser reduzido a uma mera amostragem instrumental, 
seguida pela comparação com códigos e recomendações. A prática profissional exige ações de 
percepção, reflexo e intervenção que nenhum manual é capaz de descrever para todas as situações. 
Nunca antes as particularidades foram tão bem estudadas como nos tempos atuais. A ergonomia 
superou a ênfase postural e pôde mostrar a importância das relações e da inter-relação dos aspectos 
objetivos e subjetivos presentes nos ambientes de trabalho. Está hoje claramente demonstrado, por 
exemplo, que a percepção subjetiva soa riscos ambientais e os efeitos decorrentes das exposições 
dependem das relações organizacionais mantidas no trabalho. 
Ainda que alguns sustentem que a pior condição à saúde do trabalhador é deixar de ser 
trabalhador, há de se levar em conta que deve caber também este a decisão sobre os riscos a serem 
assumidos na garantia do seu pleno emprego. O exercício do direito à participação é a informação, 
além da justa distribuição dos riscos e benefícios as sociedade, constitui ainda um dos principais 
desafios nos países industrializados. LIEBER (1991) 
 
 
3.8 - MEDIDAS GERAIS DE CONTROLE DE RISCO 
 
 
3.8.1- ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE EM HST 
 
 
As estratégias de prevenção e controle em HST podem ser abordadas através das três linhas de 
defesa da saúde do trabalhador. 
As linhas de defesa têm funções e fases de aplicação diferentes, devendo-se sempre priorizar a 
utilização da 1ª linha, que deve ser aplicada na fase de concepção ou na correção dos sistemas e 
processos em usos, tendo como objetivo eliminar a possibilidade de geração do risco ou o próprio risco. 
A 2ª linha de defesa, deve ser utilizada para corrigir as falhas de concepção, ou seja, quando não foi 
possível eliminar os riscos na concepção ou através de correção. A 3ª linha, deve ser utilizada quando 
as linhas anteriores não foram adotadas ou se mostram insuficientes em proteger o trabalhador, tendo o 
objetivo de atenuar os efeitos da exposição do trabalhador ao risco. 
No quadro a seguir, serão apresentadas as linhas de defesa da saúde do trabalhador, suas 
funções, fases de aplicação e exemplos de medidas utilizadas por cada linha de defesa: 
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LINHAS DE DEFESA DA SAÚDE DO TRABALHADOR 
LINHA DE 
DEFESA 
FUNÇÃO FASES DE APLICAÇÃO EXEMPLOS 
 
 
 
 
 
1ª Linha 
de 
Defesa 
 Eliminar a 
possibilidade 
de geração do 
Risco ou o 
próprio 
 No momento da 
concepção ou projeto do 
sistema ou produto 
 Na correção de sistemas 
já em uso 
 Seleção de insumos inócuos; 
 Escolha de máquina de concepção 
segura; 
 Projeto das instalações Seguro; 
 Escolha adequada do sistema de 
transporte; Projeto ergonômico dos 
postos de trabalho e do ambiente 
coletivo; 
 Projeto do arranjo físico (lay-out) 
dentro dos princípios da satisfação e 
segurança, da menor distância, da 
integração, da obediência ao fluxo das 
operações e da flexibilidade; 
 Gerar dejetos recicláveis ou não 
poluentes. 
 
 
 
2ª Linha 
de 
Defesa 
 Controlar os 
Riscos do 
Trabalho 
 Corrigir falhas 
de concepção 
geradoras de 
riscos 
 Na fase de funcionamento 
do sistema ou produto 
 Enclausuramento total do processo 
 Segregação no tempo ou no espaço 
 Controle de contaminantes 
atmosféricos (ventilação) 
 Supressão da poeira 
 Ordem e limpeza do local do trabalho 
 Treinamento de pessoal 
 Monitoração do ambiente e da saúde 
dos trabalhadores 
 Sinalização 
 
 
 
3ª Linha 
de 
 Defesa 
 Proteger o 
trabalhador 
dos riscos 
 
 
 Quando as demais linhas 
não foram adotadas ou se 
mostram insuficientes em 
proteger o trabalhador. 
 Tem o poder de atenuar 
os efeitos da exposição 
do trabalhador ao risco. 
 Seleção Médica e profissional 
 Exames médicos periódicos; 
 Redução do tempo de exposição 
 Limpeza: higiene pessoal e roupas 
 Roupas adequadas à proteção do 
trabalhador 
 Barreiras de creme 
 Vacinação. 
 Equipamentos de Proteção Individual 
 
 
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MEDIDAS PREVENTIVAS RELATIVAS 
AO AMBIENTE DE TRABALHO 
 Controle na Fonte 
 
 Substituição de Materiais 
 Substituição/Modificação de Processos e Equipamentos 
 Métodos Úmidos 
 Manutenção de Processos e Equipamentos 
 Controle de Propagação do 
Agente 
 
 Ventilação Industrial 
 Ventilação Geral(Diluidora, “Displacement”) 
 Ventilação Local Exaustora 
 Isolamento 
 Da fonte(sistemas fechados, enclausuramento) 
 Além da fonte(barreiras, tempo e espaço) 
 Do trabalhador 
 Prevenção do Impacto Ambiental; 
Lixo Tóxico 
 
 Outras Medidas Relativas ao 
Ambiente de Trabalho 
 Lay-out e organização do trabalho 
 Limpeza 
 Armazenamento e rotulagem adequados 
 Sinais e avisos; áreas restritas 
 Vigilância ambiental: sistemas de alarme 
 
 
MEDIDAS PREVENTIVAS RELATIVAS AO TRABALHADOR 
 Práticas de trabalho adequadas 
 Educação, treinamento e comunicação de riscos 
 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) 
 Vigilância da saúde 
 Higiene pessoal e das roupas 
 Outras medidas(Limitação de exposição; rotação) 
 
 
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