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Direito de Familia

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1 
 
 
 
Direito Civil 
Direito de Família 
 
 
 
 
www.direitoesquematizado.com 
 
 
 2 
DIREITO CIVIL 
 
DIREITO DE FAMÍLIA 
 
INTRODUÇÃO 
“O Direito de Família, entre todos os ramos do Direito Civil, é aquele que mais de perto toca os nossos 
corações e as nossas vidas” P.S.G. 
O homem não é um ser isolado, viver é conviver, e a realização do homem só se consegue por meio do 
convívio com os outros, de maneira que a família é a primeira comunidade em que naturalmente se 
integra 
 
CONCEITO DE FAMÍLIA 
A família é o elemento propulsor de nossas maiores felicidades e, ao mesmo tempo, é na sua ambiência 
em que vivenciamos as nossas maiores angústias, frustações, traumas e medos. 
Nesse contexto, fica claro que o conceito de família reveste-se de alta significação psicológica, jurídica e 
social, impondo-os um cuidado redobrado em sua delimitação teórica. 
O vocábulo família abrange todas as pessoas ligadas por vínculo de sangue e que procedem, portanto, 
de um tronco ancestral comum, bem como as unidas pela afinidade e pela adoção. Compreende os cônjuges 
e companheiros, os parentes e os afins. 
O art. 226, caput da CF estabelece ser a família a base da sociedade, dispondo de especial proteção do 
Estado. Desta forma a família é a “celular mater” (célula mãe) da sociedade 
As normas protetivas do Direito de Família têm a sua NATUREZA JURÍDICA Jus cogens por ser a célula 
mãe da sociedade, sendo assim predominam as normas de ordem pública - Normas inderrogáveis pela 
vontade das partes, impondo antes deveres do que direitos 
O Direito de Família divide-se em QUATRO PARTES: 
 
DIREITO PESSOAL 
DIREITO PATRIMONIAL 
UNIÃO ESTÁVEL 
TUTELA E CURATELA 
 
 
 3 
Rege-se o Direito de Família pelos seguintes Princípios: 
 Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana 
 Princípio da igualdade jurídica dos cônjuges e dos companheiros 
 Princípio da igualdade jurídica de todos os filhos 
 Princípio da paternidade responsável e planejamento familiar 
 Princípio da comunhão plena de vida, baseada na afeição entre os cônjuges ou conviventes 
 Princípio da liberdade de constituir uma comunhão de vida familiar 
No Direito de Família não é possível que as partes voltem ao status quo (estado anterior), uma vez casado 
nunca mais será solteiro 
Outra característica dos direitos de família é a sua natureza personalíssima, que são direitos irrenunciáveis 
e intransmissíveis por herança 
Diante disso a forma que parece ser a mais juridicamente tutelada é o casamento, por isso se inicia os 
estudos do Direito de Família pelo casamento: 
CASAMENTO 
O casamento figura como Subtítulo I do Direito Pessoal 
Segundo Clóvis Beviláqua: “O casamento é um contrato bilateral e solene e, pelo qual um homem e uma 
mulher se unem indissoluvelmente, legalizando por ele suas relações sexuais, estabelecendo a mais estreita 
comunhão de vida e de interesses, e comprometendo-se a criar e a educar a prole, que de ambos nascer” 
As definições apresentam o casamento como união entre homem e mulher, ou seja, entre duas pessoas de 
sexo diferente. Tal requisito, todavia, foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu 
expressamente a inexistência de óbice relativo à igualdade de sexos (uniões homo afetivas) 
 
A NATUREZA JURÍDICA do Casamento é explicada por 3 TEORIAS: 
1) Teoria Contratualista ou Individualista – Entende que o casamento possui a natureza jurídica de um 
contrato, sendo um acordo de vontades com a finalidade de criar, modificar ou extinguir direitos 
 
2) Teoria Institucionalista ou Supraindividualista – No casamento as partes não podem escolher as 
cláusulas do “contrato matrimonial”, desta forma o casamento é uma instituição de direitos e não um 
contrato 
 
3) Teoria Eclética – O ato de se casar tem natureza contratual, mas as consequências jurídicas da 
vida é uma instituição. Essa Teoria é a mais aceita pelos Doutrinadores 
 
 
 4 
Os ELEMENTOS ESSENCIAIS para o matrimônio: 
A ausência de um desses elementos ocorre a inexistência do matrimônio (é um nada jurídico, uma 
encenação): 
Necessita ter: 
1) DUALIDADE DE PESSOAS (Anteriormente era dualidade de sexo, entretanto não é mais um 
elemento necessário, devido ao julgado do STJ sobre o casamento de sexo igual) 
2) MANIFESTAÇÃO DE VONTADE 
3) CELEBRAÇÃO 
 
PROCESSO DE HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO 
O processo de habilitação para o casamento é o procedimento preliminar para a celebração 
Primeiro analisa a capacidade para o casamento, posteriormente os documentos necessários, devendo 
observar o procedimento que deve ser seguido 
CAPACIDADE PARA O CASAMENTO 
Prevista nos art. 1517 a 1520 CC, os pressupostos da capacidade matrimonial são: 
Idade mínima 
A capacidade deve ser demonstrada no processo de habilitação, fixando em 16 anos a idade mínima, 
denominada idade núbil, tanto para o homem quanto para a mulher 
Se ocorrer o casamento sem ter a idade de 16 anos, pode ser promover a anulação, mediante iniciativa 
própria ou de seus representantes legais (art. 1550, I CC) 
Loucura 
É nulo o casamento contraído pelo enfermo mental sem o discernimento necessário para os atos da vida 
civil (art. 1548 CC) 
NÃO se admite os denominados intervalos lúcidos 
Existência de casamento anterior 
Diante de um fato destes impede a união conjugal com qualquer outra pessoa (art. 1521, VI CC). Isso 
ocorre para combater a bigamia 
Prazo de viuvez, para a mulher 
O decurso do prazo de dez meses de viuvez para novo casamento é requisito imposto somente à mulher, 
estabelecido no novo Código Civil como “causa suspensiva” (art. 1.523, II CC). O objetivo é evitar dúvida 
sobre a paternidade 
 
 
 5 
EXCEÇÃO DO SUPRIMENTO JUDICIAL DA IDADE – Será permitido o casamento de quem ainda não 
alcançou a idade núbil nos casos em que for para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou 
em caso de gravidez 
O homem e a mulher menor de 16 anos podem casar, desde que obtenham autorização de ambos os 
pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil (Art. 1517 CC) 
A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo Juiz 
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS 
O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho ou 
por procurador, devendo ser instruído com os seguintes documentos (art. 1525 CC): 
Certidão de nascimento 
Autorização por escrito de pessoas sob cuja dependência legal estiverem 
Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecer os nubentes e que 
afirmem não existir impedimentos 
Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem 
conhecidos 
Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, 
transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio 
 
PROCEDIMENTO PARA A HABILITAÇÃO 
O procedimento tem a finalidade de comprovar que os nubentes preencham os requisitos que a lei 
estabelece para o casamento 
Esta Medida Preventiva deve constatar: 
 A capacidade para a realização do ato 
 A inexistência de impedimentos matrimoniais ou de causa suspensiva 
 Dar publicidade, por meio de editais, à pretensão manifestada pelos noivos, convocando as 
pessoas que saibam de algum impedimento para que venham opô-lo 
A ORDEM DO PROCEDIMENTO se dá da seguinte maneira: 
1º - Os noivos devem requerer a instauração do referido processo no cartório de seu domicílio 
2º - Se domiciliados em municípios diversos, processar-se-á o pedido perante o cartório do registro civil de 
qualquer deles, mas o edital será publicado em ambos3º - O oficial afixará os proclamas em lugar ostensivo de seu cartório e fará publicá-los pela imprensa 
local, se houver. É necessária a audiência do MP. A habilitação só será submetida ao juiz se houver 
impugnação (Art. 1.525 CC). 
 
 6 
OBS.: Decorrido o prazo de 15 DIAS, a contar da afixação do edital em cartório, o oficial, se não houver 
oposição de impedimentos matrimoniais, entregará aos nubentes certidão de que estão habilitados a se 
casar dentro de 90 DIAS, sob pena de perda de sua eficácia 
 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS 
Os impedimentos são circunstâncias ou situações de fato ou de direito, expressamente especificadas na 
lei, que vedam a realização do casamento 
Não deve se confundir IMPEDIMENTO com INCAPACIDADE: 
IMPEDIMENTO – O impedido apenas não está legitimado a casar com determinada pessoa 
INCAPACIDADE – O incapaz não pode casar-se com nenhuma pessoa, porque há um obstáculo 
intransponível 
 
ESPÉCIES DE IMPEDIMENTOS 
 Impedimento resultantes do parentesco 
 Impedimento resultante de casamento anterior 
 Impedimento decorrente de crime 
Os impedimentos visam preservar: a eugenia (pureza da raça) e a moral familiar, não sendo possível 
casamento entre parentes e consanguíneos, por afinidade e adoção (art. 1521, I a IV CC); visa preservar a 
monogamia, não sendo possível o casamento de pessoa já casada (art. 1521, VI CC); e por fim, evitar 
uniões que tenham raízes de crime (art. 1521, VIII CC) 
 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS do casamento se dão de duas maneiras: 
 
 IMPEDIMENTOS DIRIMENTES PÚBLICOS 
Diante desses impedimentos, ocorre a NULIDADE do casamento e NÃO produz efeitos jurídicos (Art. 1521 
CC): 
 
I. Não pode casar os ascendentes com os descendentes 
Relações sexuais entre parentes caracteriza o incesto. Descendentes são os filhos, netos, bisnetos 
até o último descendente, e ascendentes a mesma coisa; 
II. Não pode casar os afins em linha reta 
Parentesco por afinidade é o que liga um cônjuge ou companheiro aos parentes do outro. São os 
Sogros/sogras, enteados/enteadas 
III. Não pode casar o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi 
adotante 
O pai adotivo ou mãe adotiva não pode casar com a viúva/viúvo do filho(a) adotivo(a) 
 
 7 
IV. Não pode casar os irmãos. Não pode casar os unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o 
terceiro grau. 
OBS.: Tios com sobrinhos NÃO podem casar, excepcionalmente tem o Decreto Lei nº 3.200/41, 
sendo que caso queiram casar deverá ser nomeado 2 médicos para analisar geneticamente se 
podem, fazendo o exame pré-nupcial 
OBS.: Primo com primo pode se casar, pois são colaterais de quarto grau 
V. Não pode casar o adotado com o filho do adotante 
VI. Não pode casar as pessoas casadas 
VII. Não pode casar o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio 
com o seu consorte 
Para ser aplicado o art. 1521, VII exige sentença penal transitada em julgado 
 
 CAUSAS SUSPENSIVAS 
Causa suspensivas são determinadas circunstâncias ou situações capazes de suspender a realização do 
casamento 
Interessam mais diretamente aos nubentes e sendo ocorrida a infração terá uma penalidade (Art. 1523, I 
a IV, CC) - Regime de sanções 
OBS.: Se as causas de suspensão forem invocadas antes do casamento, não será possível celebrar o 
matrimônio enquanto não sanadas as causas. Se forem invocadas após a celebração do casamento, será 
válido o matrimônio, porem o regime será da separação de bens 
 
Art. 1523, incisos: 
 
NÃO DEVEM CASAR: 
I. Viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e 
der partilha aos herdeiros 
Objetivo: Evitar confusão de patrimônios 
Sanções: A não ser que prove inexistência de prejuízo aos herdeiros: art. 1641, I, CC (regimes da 
separação dos bens) e art. 1489, II CC (hipoteca legal) 
 
II. Viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois 
do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal 
Objetivo: Impedir a confusão de sangue e conflito de paternidade (art. 1598, CC) 
Sanção: Regime da Separação de bens (art. 1641, I CC) 
 
III. O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal 
Objetivo: Evitar confusão de patrimônio 
Sanção: Regime Obrigatório da Separação de bens (art. 1641, I CC) salvo se provar inexistência de 
prejuízo aos herdeiros (art. 1523, § único CC) 
 
 
 8 
IV. Tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a 
pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as 
respectivas contas 
Objetivo: Impedir matrimônio de alguém que se acha em poder de outem e que por isto poderia 
conseguir um consentimento não espontâneo 
Sanção: Regime obrigatório da separação de bens (art. 1641, I) salvo art. 1523, § único CC 
 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas 
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, 
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso 
do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do 
prazo. 
 
OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS e das CAUSAS SUSPENSIVAS 
A OPOSIÇÃO DE IMPEDIMENTO é a comunicação escrita feita por pessoa legitimada, antes da 
celebração do casamento, ao oficial do registro civil perante quem se processa a habilitação, ou ao juiz 
que preside a solenidade, sobre a existência de um dos empecilhos mencionados na lei 
As pessoas legitimadas que podem opor os impedimentos dirimentes públicos: 
a) O Oficial do Registro Civil (ex oficio) 
b) Pelo Juiz que presidir a celebração (art. 1522, § único CC) 
c) Qualquer pessoa maior e capaz até o momento da celebração (art. 1522 e 1529 CC) 
d) Ministério Público 
Posto isso, os impedimentos podem ser opostos ATÉ O MOMENTO DA CELEBRAÇÃO do casamento por 
qualquer pessoa capaz. Se o Oficial do Registro Civil ou o Juiz que preside a celebração saber de algum 
impedimento é obrigatório declarar de ofício 
Efeitos da oposição dos impedimentos: a) impossibilitar a obtenção do certificado de habilitação e b) adiar 
o casamento 
OBS.: Os impedimentos devem ser opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do 
fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas 
OBS².: Aos nubentes é assegurado o direito de requerer o prazo razoável para fazer prova contrária aos 
fatos alegados, para promover as ações cíveis/criminais contra o oponente de má fé 
 
A OPOSIÇÃO DAS CAUSAS SUSPENSIVAS se dá com as circunstâncias ou situações capazes de 
suspender a realização do casamento 
 
 9 
Podem opor as causas suspensivas da celebração: 
a) Os parentes em linha reta (ascendente ou descendentes) 
b) Os colaterais em segundo grau (irmãos e cunhados) (art. 1524 CC) 
As causas suspensivas devem ser articuladas no curso do processo de habilitação, até o decurso do 
prazo de 15 DIAS da publicação dos proclamas 
OBS.: Se o casamento se realizar com a possibilidade de alguma causa suspensiva, será válido, mas os 
nubentes sofreram as sanções 
OBS².: As causas de suspensão devem ser opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as 
provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas (igual a oposição de 
impedimento) 
 
CARACTERÍSTICAS COMUNS DA AÇÃO DE CONHECIMENTO que visa reconhecer vícios que tornem 
NULO OU ANULÁVEL O CASAMENTO (a ação não pode ser incidental): 
a) Tem por objeto direito indisponível– A pessoa não pode abrir mão do estado de casado, no caso 
de processo para anular o casamento, se o réu não contestar, não terá os efeitos da revelia, pois não 
há presunção de veracidade na petição inicial, devendo a autora provar muito bem para ocorrer a 
anulação 
b) Impõe-se a participação obrigatória do Ministério Público (como autor – art. 1549 CC) ou como 
“custos legis” (art. 82, II CPC) – Promotor pode entrar com a ação de anulabilidade, ex.: casamento 
de pai com filha 
c) Não se opera os efeitos da revelia (art. 320, II CPC), tampouco incide o ônus da impugnação 
específica dos fatos (art. 302, segunda parte, II CPC) 
d) Deve ser promovida no foro do domicílio da mulher (art. 100, I, CPC) 
e) Pode ser precedida de ação cautelar de separação de corpos com a fixação de alimentos 
provisionais (art. 1562, CC cc. Art. 852 CPC) 
 
 
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO 
O casamento é um verdadeiro RITUAL, com incidência de normas de ordem pública 
A celebração do casamento sem o atendimento dos rigores da lei torna inexistente o ato, salvo casos 
excepcionais de dispensa, no casamento nuncupativo e na conversão da união estável em casamento 
Os nubentes, depois de cumpridas as formalidades preliminares e munidos da certidão de habilitação 
passada pelo oficial do registro, devem peticionar à autoridade que presidirá o ato, requerendo a 
designação do “dia, hora e local” de sua celebração (art. 1.533 CC) 
 
 10 
O LOCAL DA REALIZAÇÃO da cerimônia em geral é a sede do próprio cartório onde se processou a 
habilitação, mas pode ser escolhido outro, público ou particular, como clubes, salões de festas, templos 
religiosos, casa de um dos nubentes etc. 
A HORA DO CASAMENTO, pode ser realizada durante o dia ou à noite, e em qualquer dia, inclusive aos 
domingos e feriados, contanto que a celebração não ocorra de madrugada ou em altas horas noturnas — O 
que dificultaria a presença de pessoas que pretendessem oferecer impugnações 
A PRESENÇA DAS TESTEMUNHAS é IMPRESCINDÍVEL. O art. 1.534, caput, do Código Civil exige a 
presença de pelo menos duas, afirmando que podem ser parentes ou não dos contraentes 
A autoridade competente para celebrar o casamento é o Juiz de casamentos 
Dá para ser gratuita a celebração, desde que as partes declarem pobreza 
Momento da Celebração 
O comparecimento dos nubentes deve ser simultâneo, sendo necessário que a vontade de casar seja 
manifestada no ato da celebração 
Art. 1535 CC: 
“Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as 
testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de 
que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento nestes 
termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos 
receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados’” ♥ ♥ ♥ 
 
♥ ♥O momento da celebração ocorre quando no momento que o homem e a mulher manifestam, 
perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados ♥ ♥ 
 
Suspensão da Cerimônia 
A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes: 
 Recusar a solene afirmação da sua vontade 
 Declarar que esta não é livre e espontânea 
 Manifestar-se arrependido 
Diante disso se acontecer a suspensão, não será admitido a retratar-se no mesmo dia 
Então... não pode haver “brincadeiras” na hora de dizer se aceita ou não o casamento, pois a autoridade 
competente poderá suspender a cerimonia e não poderá ser feita mais no mesmo dia. 
 
 
 
 11 
Casamento por Procuração 
O casamento pode ser celebrado “mediante procuração, por instrumento público”, que outorgue “poderes 
especiais” ao mandatário para receber, em nome do outorgante, o outro contraente – Art. 1542 CC 
Esta procuração pode ser outorgada tanto a homem como a mulher para representar qualquer um dos 
nubentes 
Se ambos não puderem comparecer, deverão nomear procuradores diversos, pois irá gerar um conflito de 
interesses 
O Instrumento tem que ser público, feito para pessoa específica e a eficácia da procuração tem validade de 
90 DIAS. Se a pessoa não tinha mais poderes para manifestar a vontade o casamento será inexistente 
 O mandato pode ser revogado somente por instrumento público, entretanto se o representado vier a 
falecer ou venha a ficar louco, também ocorre a revogação do mandato 
Se a revogação foi feita antes do casamento e só depois é cessada a procuração, o casamento é 
inexistente e cabe ação de indenização 
A procuração NÃO precisa ser ad judicia (por advogado), entretanto geralmente é feita por advogado 
 
Casamento Religioso com Efeitos Civis 
O casamento religioso pode ser de 2 espécies: 
 Com Prévia Habilitação – Art. 1516, §1º  Com Habilitação posterior à celebração 
religiosa – Art. 1516, §2º 
Em ambas, portanto, exige-se o processo de habilitação. Somente a celebração é feita pela autoridade 
religiosa da religião professada pelos nubentes. 
Casamentos religiosos podem por todas aquelas religiões que são sociais e moralmente aceitas 
Todos os impedimentos e causas suspensivas deverão ser observados (art. 1521 a 1524 CC), bem 
como a capacidade matrimonial (art. 1516 CC) 
Para que surta efeitos civis, o casamento religioso deverá, a pedido do casal, ser registrado no registro 
público (art. 226, §2º CF) 
No atual sistema, há duas modalidades de casamento religioso com efeitos civis: 
a) O precedido de habilitação para casamento (art. 71, Lei 6.015/73 e art. 1516, §2º CC), que terá 
prazo de 90 dias de validade (art. 1532 CC) e deverá ser apresentado à autoridade eclesiástica que 
realizará o ato nupcial. Dentro do prazo decadencial de 30 dias, o ministro ou o interessado poderá 
requerer sua inscrição no Registro Civil (art. 73, § 1º, 2º e 3º, da Lei 6.015 c.c art. 1516, §1º CC) 
b) Casamento religioso não precedido de habilitação para matrimônio: O casamento religioso 
poderá ser registrado perante o oficial do registro civil desde que os nubentes, juntamente com o 
requerimento de registro apresentem a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo art. 1525 
CC, onde então será procedida a habilitação com a publicação de editais, etc. 
 
 12 
OBS.: Se um dos contraentes falecer antes da inscrição, tal fato não obstará o registro 
OBS².: Casamento religioso sem registro civil, pode servir apenas como prova de união estável 
 
EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO 
EFEITOS SOCIAIS 
 Criação de família legítima (art. 226, §1º e 2º CF, art. 1513, CC) 
 Estabelecimento de vínculo de afinidade entre cada cônjuge com os parentes do outro (art. 1595, 
§1º e 2º) 
 Emancipação do consorte menor de idade (art. 5º, §1º, II CC) – Emancipação é irreversível, a 
pessoa casa com 16 anos, se torna maior de idade, se com 17 anos divorciar, não será considerada 
menor de idade novamente. 
 Constituição do estado de casado 
 
EFEITOS PESSOAIS 
 Fidelidade mútua 
 Coabitação ou vida em comum no domicílio conjugal (art. 1566, II, 1511, 1797, I, todos do CC e 988, 
VI do CPC) 
 Mútua assistência (arts. 1566, III e 1573, III do CC) 
 Respeito e consideração mútuos (arts. 1566, V e 1573, III CC) 
 Exercício da direção da sociedade conjugal (arts. 1567 e 1570 CC) 
 Representação legal da família (arts. 1634, V e 1690 CC) 
 Fixar o domicílio da família (arts. 1569 e 1567, § único CC) 
 Colaboração nos encargos (arts. 1565, 1567 e 1568 CC) 
 Velar pela direção moral e material da família (art. 1568 CC) 
 Dirigir a comunidade doméstica (art. 1643, 1644, 1565 e 1568 CC) 
 Adotar, se quiser, o nome (vulgarmente conhecido como sobrenome) do consorte (art. 1565, §1º CC) 
 Litigar em juízo civil,salvo se a ação versar sobre direitos reais imobiliários (outorga uxória) (art. 10 
CPC e art. 1647, II CC), podendo contratar advogado, propor separação judicial e divórcio, requerer a 
interdição do consorte (art. 1768, II CC) 
 Sustentar, guardar e educar os filhos (arts. 1566, IV, 1568, 1634, I a VIII CC, art. 244, 245, 246 e 247 
CP) 
 Não perder, o genitor, que contrai novas núpcias, o direito ao poder familiar com relação aos filhos 
menores do leito anterior (arts. 1588 e 1636, § único CC) 
 Observar-se, na separação ou divórcio litigioso, o disposto nos arts. 1584, 1589, 1579 e 1703 CC) 
 Deliberarem na separação ou divórcio consensual, a respeito da guarda dos filhos (art. 1583 CC e 
1121, II e III CPC) 
 
 
 13 
EFEITOS PATRIMONIAIS 
Do Regime Matrimonial de Bens 
É o conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses econômicos resultantes do casamento 
Princípios fundamentais do regime de bens: 
 Princípios da VARIEDADE DE REGIME DE BENS: A norma NÃO impõe um só regime matrimonial 
de bens aos nubentes, pois oferece QUATRO modelos diferentes. 
 
 Princípios da LIBERDADE DOS PACTOS ANTENUPCIAIS: Decorre do primeiro princípio pois 
permite-se aos nubentes a livre escolha do regime a ser adotado, inclusive combinando-os para 
formar um regime misto ou estipular cláusulas, desde que respeitem os princípios de ordem pública, 
os fins e a natureza do matrimônio (art. 1639 CC). Necessita ser por escritura pública (art. 1653 CC) 
 
 
 Princípios da MUTABILIDADE JUSTIFICADA DO REGIME ADOTADO (art. 1639, §2º CC): Admite-
se a alteração de regime de bens desde que haja autorização judicial, atendendo a um pedido 
motivado de ambos os cônjuges, após a verificação da procedência das razões invocadas e da 
certeza de que tal alteração não causará qualquer gravame a interesses de terceiros 
 
 
REGIME DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES 
Os efeitos produzidos pelo casamento são numerosos e complexos. Irradiam-se os seus múltiplos efeitos e 
consequências no ambiente social, especialmente nas relações pessoais e econômicas dos cônjuges, e 
entre estes e seus filhos, gerando direitos e deveres que são disciplinados por normas jurídicas 
Regime de bens é o conjunto de regras que disciplina as relações econômicas dos cônjuges, quer entre si, 
quer no tocante a terceiros, durante o casamento. Regula especialmente o domínio e a administração de 
ambos ou de cada um sobre os bens anteriores e os adquiridos na constância da união conjugal 
O Código Civil disciplina 4 tipos de regimes de bens: 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS 
A ideia central desse regime é a de que os bens adquiridos após o casamento (aquestos) sejam tidos 
como patrimônio comum 
Dessa forma, cada nubente guarda para si seu próprio patrimônio adquirido antes de contrair núpcias (art. 
1598 CC) 
É o regime que impera na falta ou nulidade de pacto antenupcial (art. 1640 CC) 
 
Os bens que se INCLUEM mesmo sendo comunhão parcial de bens estão no art. 1660 CC: 
 Os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos 
cônjuges 
 Os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior 
 Os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges 
 As benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge 
 Os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do 
casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão 
 
Os bens EXCLUÍDOS da comunhão parcial são os do art. 1659 CC 
Quanto às dívidas anteriores ao casamento, NÃO se comunicam ainda que contraída para os aprestos 
(preparativos para o casamento). 
Também NÃO se comunicam os bens cuja aquisição tiver uma causa anterior ao casamento e os direitos 
patrimoniais do autor (Lei 960/98, art. 39) 
 Os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, 
por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar – Bens sub-rogados são os bens que ficam 
no lugar dos antigos bens 
 Os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos 
bens particulares 
 As obrigações anteriores ao casamento 
 As obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal 
 Os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão 
 Os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge 
 As pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes 
 
 
 
 
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REGIME DA COMUNHAO UNIVERSAL DE BENS 
Nesse regime, em princípio comunicam-se todos os bens do casal, presente e futuros, salvo algumas 
exceções legais (art. 1667, CC). 
Quanto à administração, o artigo 1670 CC, determina que se apliquem os princípios relativos à comunhão 
parcial, ou seja, os do artigo 1663 CC. 
BENS EXCLUÍDOS da Comunhão Universal 
Os bens excluídos são os do art. 1668, incisos de I a IV, CC 
Alguns destaques quanto aos incisos: 
I. “Os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar” 
OBS.: Arnaldo Rizzardo entende que também é incomunicável o bem doado com cláusula de 
reversão – Art. 1174 CC 
II. “Os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a 
condição suspensiva” 
OBS.: No 1951 do CC fala sobre o fideicomisso, a qual a herança que o fideicomitente receber será 
excluído da comunhão universal, para não afetar o fideicomissário, que receberá após a morte do 
fideicomitente. O fiduciário recebe o bem com o encargo de transferi-lo, sendo sua propriedade restrita 
e resolúvel – Art. 1951 CC 
III. “As dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou 
reverterem em proveito comum” 
OBS.: A ideia é que o casamento não se torne em forma de extinção de obrigações ou obtenção de 
vantagens 
IV. “As doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade” 
OBS.: Também não se comunicam os direitos patrimoniais do autor – Art. 39 da Lei 9.610/98 
 
REGIMES DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
A ideia básica é criar um sistema híbrido do regime da comunhão parcial com o da separação de bens 
Aquestos significa os bens adquiridos na constância do casamento 
Deve ter escritura de pacto antenupcial 
Nesse regime somente existe duas massas de bens, o do marido e o da mulher (art. 1673 CC), sendo que a 
administração também é independente e de cada um, como no regime da separação de bens. 
Contudo se mantém uma expectativa de meação ao final do casamento, quando então ocorrerá o 
fenômeno do art. 1674 CC 
Quanto aos bens imóveis, o pacto pode autorizar a alienação dos bens particulares de cada consorte – 
Art. 1656 CC 
 
 16 
Vê-se então que somente haverá meação quando do desfazimento do vínculo 
Artigo 1675 CC – Nessa situação, vê-se que apesar do cônjuge ser titular de seu próprio patrimônio, não 
pode fazer doações sem a autorização do outro. Se o fizer, quando da apuração dos aquestos, a final, o valor 
da doação não autorizada deve ser computado no monte partível e pode ser reivindicado pelo cônjuge 
prejudicado ou seus herdeiros 
Artigo 1676 CC – Trata-se de um dispositivo de difícil compreensão, uma vez que só se pode falar em 
meação à época da dissolução da sociedade conjugal 
Não obstante, esse artigo estabelece que o bem alienado em detrimento dessa “futura” meação incorpora ao 
monte para efeito de divisão. E mais, possibilita ao cônjuge prejudicado ou seus herdeiros reivindicar os bens 
Artigo 1677 CC - Trata-se de um dispositivo de difícil aplicação prática, pois cria uma presunção contrária ao 
espírito do casamento,onde deve-se presumir que as dívidas contraídas pelo cônjuge sejam em benefício do 
lar conjugal. Contudo, o dispositivo, diz exatamente o contrário. Assim quem paga o PITU da casa onde o 
casal reside, teria de provar o proveito do outro cônjuge? 
Artigo 1678 CC – Exige que seja feito um balanço contábil e financeiro na data de dissolução do casamento 
Quanto ao momento em que será apurado o montante dos aquestos, dispõe o art. 1683 CC que será na 
data em que cessou a convivência e não o que decretou a separação judicial ou divórcio 
 
PARTICIPAÇÃO DA SEPARAÇÃO DE BENS 
Nesse regime, cada cônjuge conserva a plena propriedade, a integral administração e a fruição de seus 
próprios bens, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real livremente (CC, art. 1.687), sejam móveis ou 
imóveis (CC, art. 1.647) 
Em princípio, ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção 
dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial 
As hipóteses que é obrigatório o regime da separação de bens no casamento, estão descritas no art. 1641 
do CC 
É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
Das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento 
Da pessoa maior de setenta anos 
De todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial 
 
 
 
 
 17 
Espécies do Regime de Separação de Bens 
 Absoluta – Se os cônjuges estabelecerem, no 
pacto antenupcial, a incomunicabilidade de 
todos os bens adquiridos antes e depois do 
casamento, inclusive frutos e rendimentos 
 Relativa ou Limitada – Se estabelecerem a 
incomunicabilidade somente dos bens 
presentes, comunicando-se os futuros, os 
frutos e os rendimentos 
 
O regime da separação de bens pode ser legal ou convencional 
 CONVENCIONAL as partes escolhem o 
regime, pacto antenupcial 
 LEGAL se estabelece por força do art. 1641 
CC (ex.: mais de 70 anos), observar a súmula 
377 do STF, diz que: “No regime de separação 
legal de bens, comunicam-se os adquiridos na 
constância do casamento”, o que vem a dar 
uma confusão, pois a lei diz uma coisa e a 
jurisprudência outra. Pela súmula o cônjuge 
que sobreviver é meeiro, mas não herdeiro. 
Pela lei o cônjuge que sobreviver não será 
nem meeiro nem herdeiro 
 
DISSOLUÇÃO e SEPARAÇÃO JUDICIAL 
As causas terminativas da sociedade conjugal estão especificadas no art. 1.571 do Código Civil 
Art. 226, §6º CF – Antes da EC nº 66/10 – “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após previa 
separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por 
mais de dois anos” 
Art. 226, §6º CF – Com a EC nº 66/10 – “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio” 
Antes o casamento tinha que passar como que por um estágio de tentativa de recuperação do casal, o que 
era um processo de separação judicial, o que põe fim a sociedade judicial, mas não ao vínculo matrimonial 
Com a EC 66/10 o casamento é dissolvido diretamente pelo divórcio 
 
A DISSOLUÇÃO se dá de duas formas: 
a) Sociedade conjugal (separação judicial) 
 Litigiosa 
 Consensual 
b) Vínculo matrimonial (morte (real ou presumida), divórcio litigioso ou consensual 
A SEPARAÇÃO JUDICIAL: 
 Dissolve a sociedade conjugal 
 Conserva o vínculo matrimonial, sendo assim não é possível casar, só depois do divórcio 
 Persiste o dever de mútuo assistência, guarda e educação dos filhos 
 Extingue os deveres de vida em comum no domicílio conjugal, fidelidade e o regime de bens (art. 1576 
CC) 
 
 18 
Para ser Separação Litigiosa (separação sanção) deve ter uma imputação ao outro cônjuge de conduta 
desonrosa ou qualquer ato que importe em grave violação dos deveres do casamento e tornem 
insuportável a vida em comum. Arts. 1572 e 1573 CC 
Separação Falência – Prova da ruptura da vida em comum a mais de 1 ano e a impossibilidade de sua 
reconstituição (art. 1572, §1º CC) 
Separação Remédio – O cônjuge pode pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de 
doença mental grave, manifestada após o casamento que torne impossível a continuação da vida em comum, 
desde que, após dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável – Art. 1572, §2º 
OBS.: Possibilidade de reconvenção e reconhecimento da culpa recíproca; Os filhos ficarão com quem 
revelar melhores condições para exercer a guarda (art. 1584 CC); Se nenhum dos dois demostrarem 
condições, a guarda poderá ser deferida à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida 
levando em conta o grau de parentesco (art. 1584, § único CC) 
 
1º QUESTIONÁRIO 
1) Qual a natureza jurídica das normas de direito de família? 
2) As normas de direito de família podem ser revogadas ou renunciadas pelas partes? Explique 
3) Quais são os elementos essenciais do matrimonio? Qual a consequência jurídica da ausência de um 
desses elementos? 
4) Quais são os impedimentos dirimentes públicos? Explique e fundamente 
5) O poder público, pode interferir na comunhão de vida instituída pela família? Fundamente 
6) Em que momento se tem por realizado o casamento? Fundamente 
7) É correta a afirmação de que o casamento religioso com efeitos cíveis, submetem-se a normas distintas 
das do casamento civil? 
8) Qual a idade núbio? Fundamente. É possível o casamento de pessoa menor de 16 anos? Explique e 
fundamente 
9) Tio pode se casar com sobrinho? Explique 
10) Qual o momento oportuno para a posição dos impedimentos dirimentes públicos? Quem pode opor tais 
impedimentos? 
11) Com o fim do vínculo matrimonial pelo divórcio ou morte, desaparece o impedimento previsto no art. 
1521, II do CC? 
12) Quais são as causas suspensivas do matrimônio? 
13) Para a aplicação do inciso VII do art. 1521 do CC exige-se transito em julgado? 
14) Os crimes previstos no art. 235 à 239 do CP são crimes de ação pública condicionada, incondicionada ou 
privada? Explique 
15) Quais são os objetivos das normas do art. 1523 CC. Quais as consequências do casamento celebrado 
com infringência as causas suspensivas? 
16) Quem pode opor as causas suspensivas do matrimonio? Que momento é oportuno para tanto? 
17) Quais são as sanções para o oponente de má-fé dos impedimentos e/ou causas suspensivas? 
 
 19 
18) Quais são os requisitos necessários para o casamento por procuração? 
19) Quais são as causas de anulação do matrimônio contraído? 
20) Quais são as características da ação de conhecimento para reconhecer vícios que tornem nulo ou 
anulável o casamento? 
21) Qual o efetivo jurídico do casamento celebrado por procurador, cuja a procuração lhe foi outorgado a 
mais de 90 dias? Inexistente pois falta a vontade? 
22) Para que serve o edital de proclamas? 
23) Quais são as formalidades preliminares a celebração do matrimônio? 
24) Quais são as formalidades essenciais da cerimônia nupcial? 
25) Qual a validade da certidão de habilitação para matrimônio? Fundamente 
26) A recusa por parte de um dos nubentes no ato da cerimônia nupcial pode ser retratada? Explique e 
fundamente 
27) O que é casamento nuncupativo (enfermo) quais são seus requisitos? 
28) Como se processa o casamento religioso com efeitos civis? 
29) Quais são os efeitos pessoais do matrimônio? Explique 
30) Quais são os efeitos sociais do matrimônio? 
31) Quais são os efeitos patrimoniais do matrimônio? 
32) No que consiste o princípio da mutabilidade justificada do regime adotado? 
33) A quem pertence a administração do patrimônio conjugal no regime de participação final nos aquestos? 
34) Quais são os bens excluídos da comunhão no regime da comunhão parcial de bens? 
35) Quais são osbens excluídos da comunhão no regime universal de bens? 
36) Por que o regime parcial de bens é também chamado de regime legal de bens? 
37) Diferencie o regime da separação convencional de bens do regime legal de bens? 
38) Quais são as causas de dissolução do vínculo matrimonial? 
39) Tendo-se em vista a EC 66, pode-se dizer que foi instinto do nosso ordenamento jurídico a separação 
judicial? Desenvolva 
40) Quais são os requisitos necessários para a configuração de união estável? Qual o prazo mínimo de 
convivência para a caracterização de união estável? 
41) Qual o estado civil da pessoa que vive em união estável? 
42) Qual o regime de bens adotado em se caracterizando a união estável? 
43) A pessoa casada pode-se reconhecer união estável com pessoa diversa da de seu cônjuge? 
Fundamente (art. 1723, §1º CC) 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
PARENTESCO 
Previsto no art. 1591 CC 
O Parentesco pode se dar por: 
 NATURAL ou por CONSANGUINIDADE – É baseado nas relações de sangue, que decorre da 
genética. Pode ser em: 
o Linha Reta – Aquele que une os laços dos ascendentes e descendentes (Se conta 1 grau por 
geração) 
o Linha Colateral ou Transversal – Parentes que provem de um mesmo tronco ancestral sem 
descenderem um dos outros (Também se conta 1 grau por geração, porém sempre começa a 
contar do tronco em comum, ex.: irmãos tem o pai e a mãe como tronco comum). Desta forma 
não existe parentesco colateral de 1º grau, sendo o menor de 2º grau, que é são os irmãos. 
Tio-avô são parentes de 4º grau. 
 AFINIDADE – Decorre do casamento, o qual forma o vínculo de parentesco. Vincula os parentes de 
um cônjuge aos parentes do outro cônjuge. Entretanto liga somente aos ascendentes, descendentes 
e irmãos do outro cônjuge. Filhos do cunhado/cunhada não são parentes. O vínculo com o término 
do casamento (casos de falecimento do cônjuge ou divórcio) não desaparece em relação aos 
ascendentes e descendentes, porém em relação aos irmãos do cônjuge (que são da linha colateral) 
desaparecem 
 CIVIL – Vem do fruto da adoção 
 
 
FILIAÇÃO 
Filiação é a relação de parentesco consanguíneo, em primeiro grau e em linha reta, que liga uma pessoa 
àquelas que a geraram, ou a receberam como se a tivessem gerado 
Todas as regras sobre parentesco consanguíneo estruturam-se a partir da noção de filiação, pois a mais 
próxima, a mais importante, a principal relação de parentesco é a que se estabelece entre pais e filhos 
Na vigência do código civil anterior e antes da CF/88 existiam várias designações a respeito da filiação, como 
a filiação espúria (que era fora do casamento), filiação adulterina, filiação incestuosa, sendo dividido os 
filhos em legítimos, ilegítimos ou por adoção. Diante do novo Código Civil e com a CF/88 várias designações 
de filiação foram extintas e a divisão de filiação legítima, ilegítima ou por adoção foi extinta, sendo 
considerado qualquer tipo de filiação filho legítimo 
Aspectos de suma importância da filiação são: 
 SITUAÇÃO DE IGUALDADE ABSOLUTA (art. 1596 CC) – A CF/88 estabeleceu absoluta igualdade 
entre todos os filhos. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os 
mesmo direitos e qualificações, sendo proibida qualquer discriminação relativas a filiação 
 
 
 21 
 PRESUNÇÃO DE FILIAÇÃO (art. 1597 CC) – Presume-se filhos concebidos na constância do casamento 
nos seguintes casos: 
 Nascido pelo menos 180 dias depois de estabelecida a convivência conjugal 
 Nascido nos 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação 
judicial, nulidade e anulação do casamento 
 Por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido 
 A qualquer tempo quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial 
homóloga 
 Por inseminação artificial heteróloga, desde que prévia autorização do marido (hoje em dia deve ter 
autorização de ambos os cônjuges) 
OBS.: Salvo prova em contrário, se, antes de 
decorrido o prazo de 180 dias a mulher contrair 
novas núpcias e nascer algum filho, será 
presumido filho do primeiro marido 
OBS².: A presunção de paternidade de 180 dias é 
jure tantum, sendo admitida prova em contrário 
Na inseminação artificial heteróloga a presunção é jure et jure, sendo absoluta, não admitindo prova em 
contrário 
Juris tantum é presunção relativa, admite prova 
em contrário 
Jure et jure é presunção absoluta, que não admite 
prova em contrário 
OBS³.: Fecundação artificial pode ser homóloga ou heteróloga. A fecundação homóloga é aquela que utiliza o 
óvulo da esposa e o espermatozóide do marido. A fecundação heteróloga um material genético é de um dos 
cônjuges e o outro material genético de uma terceira pessoa 
 
Reconhecimento de Filiação – Art. 1609 CC 
 VOLUNTÁRIO 
o No registro de nascimento 
o Por escritura pública ou documento 
particular a ser arquivado em cartório 
o Por testamento 
o Por manifestação expressa e direta perante 
o juiz ainda que em ação que tenha outro 
objeto 
 JUDICIAL: Ação de investigação de 
paternidade ou maternidade (ambas 
imprescritíveis) 
Legitimidade: Filho (o STJ já admitiu 
investigação de paternidade perpetrada por 
neto) 
OBS.: Enunciado 520 das Jornadas de Direito 
Civil 
 
OBSERVAÇÕES: 
 O reconhecimento de paternidade pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu 
falecimento, se ele deixar descendentes (art. 1609, § único CC) 
 O reconhecimento de filiação não pode ser revogado, nem quando for feito em testamento (art. 1610 
CC) 
 
 22 
 O filho havido fora do casamento, se reconhecido por um dos cônjuges não poderá residir no lar 
conjugal sem o consentimento do outro (art. 1611 CC) 
 O guarda do filho, ficará com o genitor que o reconheceu. Se for reconhecido por ambos e não houver 
acordo, ficará com quem revelar atender melhor os interesses do menor (art. 1612 CC) 
 Filho maior, só pode ser reconhecido com o seu consentimento. Se menor, pode impugnar o 
reconhecimento nos 4 anos seguintes à sua maioridade (art. 1614 CC) 
 Qualquer pessoa que tiver justo interesse pode contestar a ação de investigação de 
maternidade/paternidade (art. 1615 CC) 
 
ADOÇÃO 
Nesta parte da matéria iremos passar sobre a adoção somente no aspecto de filiação, pois posteriormente 
teremos essa matéria melhor analisada no Estatuto da Criança e do Adolescente 
Conceito de Maria Helena Diniz: “É o ato jurídico pelo qual, observados os requisitos legais, alguém 
estabelece, independentemente de qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo 
fictício de filiação, trazendo para a sua família, na condição de filho, pessoa que, geralmente lhe é 
estranha”. 
Trata-se de um instituto de caráter protetivo. Visa resolver o problema das crianças e adolescentes que 
não tem lar e não o problema dos casais que não podem ter filhos. 
 
Requisitos: 
a. Idade mínima de 18 anos para o adotante, independentemente do estado civil; Para adoção 
conjunta, os adotantes devem ser casados ou viverem em união estável (art. 42, Lei 8.069/90) 
b. Diferença de 16 anos de idade entre adotante e adotado (Art. 42, §3º, Lei 8.069/90) 
c. Consentimento do adotado, se for maior de 12 anos (Art. 45, §2º, Lei 8.069/90) 
d. Intervenção judicial na sua criação, pois somente se aperfeiçoa perante juiz em processo judicial, 
com intervenção do Ministério Público, mesmo se maior 
e. A adoção é irrevogável 
f. Estágio de convivência durante tempo suficiente para se averiguar a conveniência da constituição do 
vínculo filial 
 
OBS.: Na adoção internacional, o estágio de convivência será de, no mínimo 30 dias (§3º, art. 46, Lei 
8.069/90) 
 
OBS².:O casal divorciado ou separado judicialmente poderão adotar em conjunto se o estágio de 
convivência se iniciou na vigência do casamento, na forma do art. 42, §4º, Lei 8,069/90) 
 
 23 
Alguns EFEITOS da adoção: 
 Rompimento automático do vínculo de parentesco com a família de origem, salvo impedimentos 
matrimoniais 
 Estabelecimento de vínculo de parentesco civil entre adotante e adotado, abrangendo a família do 
adotante 
 Estabelecimento do poder familiar entre adotante e adotado, se menor 
 Responsabilidade civil do adotante pelos atos praticados pelo adotado menor (Art. 932, I, 933 e 934, 
todos do CC) 
 Possibilidade de alteração do sobrenome, nome e prenome do adotado (Art. 47, §1º, §5º e §6º, Lei 
8.069/90) 
 Inclusão do adotante entre os destinatários da proibição de serem testemunhas e aqueles com os quais o 
juiz em impedimentos 
 Rompimento de testamento (Art. 1973 CC) 
 Reciprocidade nos efeitos sucessórios (Art. 1829, I e II CC) 
 
PODER FAMILIAR 
Art. 1630 ao 1638 do CC 
É um conjunto de direitos e obrigações atribuídos aos pais (em igualdade de condições) sobre a pessoa 
e bens dos filhos menores não emancipados visando o interesse e a proteção dos mesmos 
Características 
a) Irrenunciabilidade – Os pais não podem renunciar de serem pais 
b) Inalienabilidade – Não pode ser transmitido para outro (adoção não é transferência, pois é uma 
causa de extinção do poder familiar) 
c) Indelegabilidade – Não pode delegar o poder para outra pessoa 
d) Imprescritibilidade – O poder familiar não prescreve 
e) É incompatível com a tutela – Só é nomeado tutor não sujeitos ao poder familiar 
 
Conteúdo em relação ao filho: 
 Criação e educação 
 Guarda e companhia 
 Poder de autorização para casamento 
 Poder de nomear tutor por testamento, se o outro genitor não sobreviver 
 Representação do filho até os 16 anos e assistência até os 18 anos 
 Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha (a ação é de busca e apreensão) 
 Exigir obediência, respeito e os serviços que são próprios de sua idade e condição 
Conteúdo na esfera patrimonial 
 
 24 
 Administração dos bens dos filhos menores não emancipados (Art. 1689, II CC) 
 Usufruto dos bens dos filhos menores que se acham sob o seu poder (Art. 1689, I CC) 
 
Exemplo do art. 1689 CC: Vamos imaginar que um menor herda uma casa de seu avô por testamento, 
entretanto a casa é alugada, desta forma quem é a pessoa legítima para entrar com o despejo do inquilino 
são os pais, pois são usufrutuários, sendo feito em nome próprio dos pais 
Suspensão do Poder Familiar 
Sanção que visa preservar o interesse do filho, privando o genitor (a) temporariamente do exercício do 
poder familiar por prejudica-lo. Retorna ao exercício uma vez desaparecida a causa que originou a 
suspensão 
Causas determinantes (Arts. 1637, CC, art. 888, CPC e art. 92 CP) 
Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os 
bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe 
pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando 
convenha. Ocorre nos seguintes casos: 
a) Abuso de poder; b) Falta aos deveres paternos/maternos; c) Dilapidação dos bens do filho; d) Condenação 
por sentença irrecorrível a crime cuja pena seja superior a 2 anos de prisão 
 
Destituição do Poder Familiar 
Trata-se de sanção mais grave que a suspensão, imposta por sentença judicial, em regra permanente e para 
toda a prole 
Causas determinantes da destituição do Poder Familiar (Art. 1638 CC) 
o Castigo imoderado 
o Deixar o filho em abandono 
o Praticar atos contrários à moral e aos bons costumes 
o Reiteração dos atos que levam à suspensão 
Extinção do poder familiar: Decorre de fenômeno naturais ou jurídicos arrolados em lei em caráter definitivo 
e independentemente de pronunciamento judicial 
Causas determinantes de extinção do Poder Familiar (Art. 1635 CC) 
o Morte dos pais ou do filho 
o Pela emancipação do filho 
o Pela maioridade do filho 
o Pela adoção 
 
 
 25 
ALIMENTOS 
Art. 1694 ao 1710 CC 
Lei de Alimentos – Nº 5.478/68 
Alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. 
Têm por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou companheiro o necessário à sua subsistência 
A natureza jurídica dos alimentos é mista, qualificando-o como um direito de conteúdo patrimonial e 
fidelidade pessoal 
Os alimentos podem ser: 
ALIMENTOS NATURAIS (Alimentos Côngruos) são os estritamente necessários a sobrevivência do 
alimentado (alimentação, remédios, vestuários e habitação). 
ALIMENTOS CIVIS incluem outras necessidades como a educação, instrução e recreação 
 
Classificação quanto à causa jurídica 
Quanto à causa jurídica, os alimentos dividem-se em legais ou legítimos, voluntários (obrigacionais e 
testamentários) e indenizatórios 
o Legítimos: São devidos em virtude de uma obrigação legal, que pode decorrer do parentesco (iure 
sanguinis), do casamento ou do companheirismo (CC, art. 1.694) 
 
o Voluntários: Emanam de uma declaração de vontade inter vivos, como na obrigação assumida 
contratualmente por quem não tinha a obrigação legal de pagar alimentos, ou causa mortis, 
manifestada em testamento, em geral sob a forma de legado de alimentos, e prevista no art. 1.920 
do Código Civil. Os primeiros pertencem ao direito das obrigações e são chamados também de 
obrigacionais; os que derivam de declaração causa mortis pertencem ao direito das sucessões e são 
também chamados de testamentários 
 
o Indenizatórios ou Ressarcitórios: resultam da prática de um ato ilícito e constituem forma de 
indenização do dano ex delicto. Pertencem também ao direito das obrigações e são previstos nos 
arts. 948, II, e 950 do Código Civil. 
 
Pressupostos – Art. 1695 CC 
 Existência de um vínculo de parentesco ou conjugal entre alimentando e alimentante 
 Necessidade do alimentando 
 Possibilidade econômica do alimentante 
 Proporcionalidade na sua fixação 
 
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Caracteres 
a. É um direito personalíssimo 
b. Transmissível por sucessão – Art. 1700 CC 
c. É incessível em reação ao credor – Art. 1707 CC 
d. É irrenunciável 
e. É imprescritível. OBS.: O “quantum” prescreve em 02 ANOS (Art. 206, §2º CC) 
f. É impenhorável 
g. É incompensável 
h. É intransacionável, porém o “quantum” é transacionável 
 
Características 
 Condicionalidade (Condição resolutiva, desaparecendo os pressupostos, desaparece a obrigação) 
 Metabilidade do “quantum” – Art. 1699 CC, arts. 108 e 471 CPC 
 Reciprocidade – Art. 229 CF 
 Impossibilidade de restituição 
 
Pessoas obrigadas a prestar alimentos (Art. 1694, §1º e §2º, 1696 e 1697 CC) 
o Cônjuge, companheiro 
o Pai e mãe 
o Demais ascendentes 
o Descendentes 
o Colaterais de 2º grau 
 
 
AÇÃO DE ALIMENTOS 
A Lei n. 5.478, conhecida como “Lei de Alimentos”, estabelece procedimento especial, concentrado e mais 
célere, para a ação de alimentos 
A ação de alimentos pode se processar de vários modos: 
 Execução por quantia certa (Art. 732 CPC) – O prazo prescricional da pensão são 02 ANOS 
 Execução sob pena de prisão civil (Art. 733 CPC) – Se o executado for preso, o cárcere não 
extingue a obrigação da dívida 
 Penhora de vencimentos (Art. 649, IV e § 2º CPC) 
 Desconto em folha de pagamento (Art. 734 CPC) 
 Reserva de aluguéis em prédio (Art. 17 da Lei 5.478/68) 
 
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OBS.: Súmula nº 309 do STJ derivada de vários impedimentos sucessivos, consolidou o entendimento de 
que o débito alimentar que pode gerar a prisão civildo executado é aquele que compreende os três últimos 
meses vencidos mais os vencerem no curso do processo 
OBS².: Os alimentos se estendem até os 24 anos se a pessoa estiver cursando ensino superior na parte da 
manhã ou a tarde. Se estiver cursando no período da noite não terá direito aos alimentos 
Os dois principais ritos da ação de alimentos: 
a. Quando ausente prova pré-constituída da obrigação alimentar 
b. Quando presente prova pré-constituída da obrigação alimentar 
OBS.: Podem constituir prova pré-constituída da obrigação alimentar: 
 Certidão de casamento 
Sentença que reconheceu e dissolveu união estável por culpa do alimentante 
Certidão de nascimento (se filho) 
 
OBS².: Em regra o foro competente para julgar e processar uma ação é o domicílio do réu, porém a ação de 
alimentos tem foro privilegiado, art. 100, II do CPC, que será o DOMICÍLIO DO ALIMENTADO 
 
Se o pretendente à pensão não preencher os requisitos exigidos para dedução de sua reivindicação pelo 
rito especial, ou optar pela ação ordinária de alimentos, cumulada ou não com pedido de investigação de 
paternidade, poderá formular pedido cautelar, incidente ou antecedente, de alimentos provisionais, 
facultando-se lhe, ainda, alternativamente, o requerimento de tutela antecipada (Art. 852 CPC) 
O art. 1706 CC dispõe que os ALIMENTOS PROVISIONAIS serão fixados pelo Juiz, nos termos da lei 
processual. Desta forma é possível fixar alimentos provisórios ao despachar a inicial da ação no rito especial, 
devendo preencher os requisitos do “periculum in mora” (perigo da demora) e “fumus boni iuris” (fumaça 
do bom direito) 
Os alimentos provisórios são devidos desde a sua fixação, no despacho inicial, até a sentença final, 
quando serão substituídos pelos definitivos, que retroagem à data da citação 
Se for julgado IMPROCEDENTE os alimentos provisórios serão cobrados até o julgamento do recurso 
especial ou extraordinário 
 
A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO DE ALIMENTOS necessita estar presentes o autor e o 
réu, independentemente de intimação e de comparecimento de seus representantes (Art. 6º da Lei de 
Alimentos) 
A ausência do representante legal do menor na audiência faz ocorrer o arquivamento do processo, e não 
a sua extinção. Porém se o procurador aparecer na audiência não será arquivado o processo 
 
 28 
A realização da audiência de instrução e julgamento é imprescindível, pouco importando a revelia do 
demandado. Desse modo, a ausência do advogado de qualquer das partes não impede a produção das 
provas requeridas, se assim entender necessário o juiz, ou a requerimento do Ministério Público 
 
 
TUTELA 
Arts. 1728 CC e seguintes 
São postos em tutela, os menores cujos pais faleceram ou foram declarados ausentes, ou foram destituídos 
ou suspensos do poder familiar 
Natureza Jurídica: “munus público”, um encargo no interesse da coletividade e sob a fiscalização estatal (Lei 
8.069, arts. 32 e 170) 
Deveres do tutor: Guarda (Prestação de assistência material, moral e educacional), gestão da pessoa e dos 
bens do menor (arts. 1740 e 1747 CC) 
 
Espécies: 
 Testamentária – Quando o tutor for nomeado pelos pais em disposição de última vontade 
 Legítima – Quando recair sobre parentes consanguíneos do menor sendo a ordem de preferência 
estipulada no art. 1731 CC 
 Dativa – Quando recair à pessoa estranha à família do menor nomeado pelo juiz, normalmente à falta 
de tutor testamentário ou legítimo ou escusados da tutela, ou ainda, quando forem removidos por 
inidoneidade (Art. 1732 CC) 
 
Incapazes de exercer a tutela (Art. 1735 CC): Destaques: Incisos II e III; Motivo: Incompatibilidade de 
interesses que pode preexistir à nomeação ou lhe ser superveniente 
Da Causa dos Tutores: Art. 1736 CC 
Cessação da Tutela: Art. 1763 e 1764 CC 
Prazo da Tutela: Art. 1765 CC – 2 anos 
1738 CC 
 
 
 
 
 
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QUESTIONÁRIO 
1) “D” através de ação de investigação de paternidade, provou sua filiação e obteve o seu reconhecimento 
que constava na certidão de nascimento que tinha um irmão gêmeo “E”. Pergunta-se “E” poderá valer-se 
dessa sentença para requerer, no registro civil a inclusão do nome de seu pai em seu registro de 
nascimento? Explique e fundamente 
2) Falecido o suposto pai e estando aberto o processo de inventário, aquele que pretender o 
reconhecimento da filiação contra quem deverá ajuizar? Quem teria legitimidade para contesta-lo? 
3) O filho de pais casados, nos frutos da inseminação artificial, poderá investigar a paternidade? E o marido, 
poderá contesta-lo? Fundamente 
4) Quais são as formas de parentesco existentes? 
5) Como se conta os graus de parentesco? 
6) Até que grau se considera parente? Fundamente 
7) Qual o grau de parentesco existente entre tio e sobrinho? E Entre primos? E entre bisavô e bisneto? 
8) Como pode ocorrer o reconhecimento de filhos? 
9) Quem possui legitimidade ativa para propor ação de reconhecimento de filiação? 
10) Quais são as hipóteses de presunção de paternidade? Explique cada uma delas 
11) Quais são os requisitos para adoção? 
12) Quais são os ofícios pessoais e patrimoniais de adoção? 
13) O que é poder familiar? 
14) Quais são os direitos e deveres atinentes ao poder familiar? 
15) Quais são as causas de suspensão do poder familiar? 
16) Quais são as causas de extinção do poder familiar? 
17) Qual o conteúdo do poder familiar? 
18) Quais são as características do poder familiar? 
19) O que são alimentos no Direito Civil? 
20) Quais são os pressupostos da obrigação alimentar? 
21) Quais são as características da obrigação de alimentos? 
22) Explique a transmissibilidade da obrigação alimentar prevista no art. 1700 do CC 
23) Quais são as pessoas obrigadas a prestar alimentos? Fundamente 
24) O vínculo de afinidade gera obrigação alimentar? Explique 
25) Qual a posição do nascituro em relação aos alimentos? 
26) Quais são os modos de se garantir o recebimento da prestação alimentar? 
27) O que são alimentos provisórios? 
28) O que são alimentos provisionais? 
29) O que são alimentos naturais? 
30) O que são alimentos civis? 
31) A coabitação inviabiliza a pretensão alimentar? 
32) Qual o prazo de prescrição da pretensão alimentar? 
33) Qual o prazo de prescrição para a cobrança de alimentos atrasados? Fundamente 
34) Mediante sentença transitada em julgado, foi fixado o valor alimentar devido. Esse valor pode ser 
alterado? Tendo em vista a disposição constitucional de que a lei não prejudicará a coisa julgada 
 
 30 
35) Qual o foro competente para processar e julgar para a ação de alimentos? Fundamente 
36) O que é bem de família? Quais são as suas espécies 
37) Como se constitui o bem de família? Fundamente 
38) Pode o filho ajuizar ação negatória de maternidade contra a mulher que é casada com o seu pai? 
Explique e desenvolva 
39) O poder familiar pode conviver com a guarda, quando essa é atribuída a pessoa que não é o pai ou a 
mãe? Explique 
40) Cabe reparação por dano moral, ao filho, por haver seu pai consanguíneo consentido na sua adoção? 
Desenvolva 
41) O filho de pais casados, mas fruto da inseminação artificial poderá investigar a paternidade? 
42) Em vista do que dispõe o art. 5, caput do CC, ao se analisar o seu aspecto processual, como se deve agir 
com relação ao alimentando que completa 18 anos de idade? É automática a extinção do alimentante ou 
o alimentado deverá ser ouvido?

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