Buscar

Casos 1 ao 15

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 1 - Com base nos estudos realizados sobre os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública responda, de forma objetiva e fundamentada, qual a correta tipificação das condutas perpetradas por Renata, Marcos e Valdomiro. (PGR - 2005 procurador - modificada)
Sugestão de gabarito: A questão versa sobre a caracterização do delito de peculato e a possibilidade de comunicação da figura típica a particular que concorra para a prática do delito. Com relação a Marcos, não resta dúvida de que sua conduta encontra-se incursa na figura típica de peculato-furto ou peculato impróprio, previsto no §1º, do art. 312, do Código Penal. Em relação à conduta de Renata, não há que se falar na incidência da figura típica prevista no art. 312, §1º, do Código Penal, pois ela desconhecia o fato de que Marcos era funcionário público. Desta forma, sua conduta restará caracterizada como incursa no delito de furto qualificado pelo concurso de pessoas (art.155,§4º, inciso IV, do Código Penal). Por fim, a conduta de Valdomiro será tipificada como receptação, prevista no art.180,§3º, do Código Penal.
Semana 02 Com base nos estudos realizados sobre os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública responda, de forma objetiva e fundamentada, qual a correta tipificação da conduta perpetrada por Josefina: (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Delegado de Polícia : MODIFICADO) Sugestão de gabarito: A questão versa sobre a distinção entre os delitos de prevaricação e condescendência criminosa, sendo a conduta de Josefina caracterizada como incursa no delito de prevaricação, previsto no art. 319, do Código Penal, pois o móvel de sua conduta fôra a compaixão por seu funcionário - especial fim de agir sentimento pessoal tendo, desta forma, colocado seu interesse acima do interesse público. Não há que se falar em condescendência criminosa, prevista no art. 320, do Código Penal, pois esta figura típica possui por elemento normativo a ?indulgência? para com a falta de subalterno e não o citado especial fim de agir do delito previsto no art.319, CP.
Semana 03 Ante o exposto, com base nos estudos realizados Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes praticados por particular contra Administração Pública em geral é possível o concurso de crimes entre os delitos previstos nos art. 329 e 331, ambos do Código Penal? Responda de forma objetiva e fundamentada a partir do confronto entre os delitos de desacato e resistência. Sugestão de gabarito: A questão em exame versa sobre a distinção entre os delitos de desacato e resistência, bem como acerca da possibilidade de concurso de crimes.    No que concerne à possibilidade de concurso de crimes entre os referidos delitos, doutrina e jurisprudência divergem acerca do tema. Fernando Capez sustenta que, caso o ocorra durante a resistência, configuraria conflito aparente de normas a ser solucionado pelo princípio da consunção, somente subsistindo o delito de resistência, por outro lado, se os crimes ocorrerem em contextos fáticos distintos, será aplicável o concurso de crimes. De forma oposta, sustenta Rogério Greco, ser aplicável verdadeiro concurso real entre as infrações penais, por não considerar o desacato crime-meio para a resistência do agente à execução do ato legal, haja vista serem perpetrados por motivações distintas (op.cit. p. 484).
SEMANA 04 Contudo, mesmo recebendo o dinheiro, Túlio, em sua auditoria, detecta e relata a fraude praticada por Mário. Com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda de forma objetiva e fundamentada, qual a correta tipificação das condutas de Carlos, Túlio e Mário. (FUNDEP - 2012 - Prefeitura de Belo Horizonte - MG - Auditor - Direito MODIFICADA)
 Sugestão de gabarito. Na questão em exame é possível a identificação da prática de diversas condutas delitivas praticadas por funcionários públicos e por particulares contra a Administração Pública de modo a confrontar os delitos de corrupção ativa e passiva, bem como o delito de tráfico de influência.
 Em relação à conduta de Mário, funcionário público, esta se encontra tipificada como incursa na figura de inserção de dados falsos em sistemas de informações, prevista no art. 313-A, CP, também conhecida como peculato eletrônico e que configura-se como delito de mera atividade. Túlio praticou o crime de corrupção passiva, previsto no art. 317, CP, tipo misto alternativo e que, neste caso, consumou o delito ao receber a vantagem indevida o que denota a bilateralidade de condutas ? corrupção passiva e ativa, esta última a ser praticada por Carlos.
 Por fim, com relação às condutas praticadas por Carlos - tráfico de influência, previsto no art. 332, CP e corrupção ativa, art. 333, CP; em relação à conduta de tráfico de influência, cabe salientar que, Configura-se como tipo de ação múltipla (alternativo) podendo a conduta do agente comportar desde a solicitação até a exigência ou recebimento da vantagem indevida.
SEMANA 05 Sendo certo que, restou demonstrado no curso da ação penal que os agentes atuaram com unidade de desígnios acerca do delito de roubo mediante divisão de tarefas (fls. XX) responda de forma objetiva e fundamentada: deve o pleito defensivo ser provido? Ainda, diferencie o delito de favorecimento real e a(s) modalidade(s) de concurso de pessoas no delito antecedente.
Sugestão de gabarito: A questão em exame versa sobre a distinção entre o delito de favorecimento real e concurso de pessoas no delito antecedente. Acerca do tema assevera Fernando Capez: 
                        O tipo penal expressamente exige que o agente preste o auxílio ao criminoso fora dos casos de coautoria. Similarmente ao que ocorre no delito de favorecimento pessoal, é necessário que o agente não tenha sido coautor ou partícipe do crime. Faz-se também necessário que o auxílio ao criminoso tenha sido prestado após a consumação do delito. Se foi prestado ou prometido antes ou durante a execução do crime, o agente será considerado coparticipante do delito praticado. (op.cit. p. 703)
No mesmo sentido, já se proferiu decisão a Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em sede de apelação criminal, a qual se extrai trecho de acórdão in verbis:
                       Outrossim, restando plenamente demonstrado que a segunda Apelante concorreu para o crime de roubo, não se cogita na espécie do crime de favorecimento real, eis que este pune a conduta do agente que presta auxílio a criminoso, destinado a tornar seguro o proveito do crime, excetuados os casos de co-autoria ou de participação no delito antecedente. (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Apelação Criminal n. 0024164-49.2009.8.19.0021, Segunda Câmara Criminal, Rel. Des. J. C. Murta Ribeiro, julgado em 14/09/2010).
SEMANA 06 Como magistrado da VEP responsável pela referida decisão de que forma você solucionaria o conflito de leis penais no tempo? Responda de forma objetiva e fundamentada em consonância com os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais dominantes acerca do tema.
Sugestão de gabarito: Com a entrada em vigor da lei n.8072/1990, passou a ser vedada a progressão de regimes aos condenados pela prática de delitos hediondos. Em 1997, com o advento da Lei n.9455 foi concedida a progressão de regimes aos condenados pelos crimes de tortura e, segundo o verbete de súmula n. 698 do Supremo Tribunal Federal, por força do princípio da especialidade, somente a estes seria possível a progressão de regimes. A celeuma a respeito era tanta em decorrência dos princípios da dignidade da pessoa humana, individualização das penas, proporcionalidade, dentre outros, que a Lei de Crimes Hediondos foi alterada, vindo a permitir a referida progressão, desde que, preenchidos determinados requisitos específicos. Desta forma, o entendimento dominante é no sentido de que a lei n.11464/2007 configura novatio legis in mellius.
   Desta forma, pode-se auferir que a questão versa sobre o confronto entrea alteração legislativa ocorrida na Lei n. 8072/1990, segundo a qual, passou a ser permitida a progressão de regimes de cumprimento de pena para os condenados a crimes hediondos e equiparados, todavia, a nova redação estabeleceu prazo diverso daquele previsto na lei de execuções penais (1/6 de cumprimento de pena), a saber: cumprimento de, no mínimo 2/5 de pena se o apenado for primário e, 3/5, se reincidente. A controvérsia tem como ponto nodal a decisão proferida pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal, em sede de Habeas Corpus, na qual o art. 2º, § 1º da Lei 8.072/90, que vedava o cumprimento progressivo da pena, foi declarado inconstitucional, tendo recebido nova redação pela Lei 11.464/07, sendo estabelecidos novos critérios para a progressão que, segundo entendimento dos Tribunais Estaduais e Superiores, para os crimes praticados antes da vigência da Lei 11.464/07 a obtenção da progressão de regime ocorrerá na forma do art. 112 da L.E.P., mais benéfico, ou seja, a Lei 11.464/07, no que concerne à progressão de regimes, vem sendo considerada novatio legis in pejus de modo a não retroagir para atingir fatos praticados antes de sua vigência. 
SEMANA 07 
Um homem de 28 anos foi morto durante um assalto no Jabaquara, zona sul da capital, na noite desse sábado, dia 4. A mulher da vítima, que presenciou o roubo, disse que o carteiro não reagiu. Os bandidos fugiram com a moto do casal. Ninguém foi preso. 
Ante o exposto, qual a correta tipificação a ser dada à conduta? Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: O caso foi registrado no 11º. DP (Santo Amaro) como latrocínio sendo, neste caso, consoante entendimento sumulado no Verbete n. 610, do Supremo Tribunal Federal, latrocínio consumado, face à consumação do resultado morte, independentemente da consumação da subtração da res (roubo).
Incidirão os institutos repressores da Lei n. 8072/1990? Responda de forma objetiva e fundamentada.
R: Neste caso, trata-se de delito hediondo consoante expressa previsão legal do art.1º, II da Lei n. 8072/1990.
Qual o juízo competente para fins de processo e julgamento do feito?
R: Consoante entendimento sumulado no Verbete n. 603, do Supremo Tribunal Federal, será competente para fins de processo e julgamento o juiz singular e não o juiz presidente ? Tribunal do Júri.
SEMANA 08 
Anacleto possui na varanda de um sítio em Teresópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, três vasos contendo “pés de maconha” (cannabis sativa) que não excedem à altura de 25 cm.
R: Neste caso, a quantidade e as condições nas quais a droga é cultivada, resta caracterizada a conduta prevista no art.28, §1º.
Situação 2: Foram encontrados, em uma lanchonete no centro da mesma  cidade,  dez exemplares vegetais de Cannabis Sativa e 241,0g (duzentos e quarenta e um gramas) de maconha prensada.
R: Nesta hipótese, a quantidade e diversidade de drogas, inclusive o cultivo do vegetal concomitante ao local no qual foram apreendidas - lanchonete de propriedade de Anacleto, demonstra  periculosidade na sua conduta indicativa da prática de delito, que não o descrito no art.28, da lei de drogas e, sim, no art.33,§1º da mesma lei.
Caso 09 
Ante o exposto, indaga-se: é possível a fixação do regime aberto para o cumprimento da pena e sua substituição por duas restritivas de direitos a serem definidas pelo juízo da execução, face à expressa vedação do art. 33 § 4º, da referida lei? Responda de forma objetiva e fundamentada de acordo com os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais dominantes. Resposta: Sim, uma vez que o STF declarou proibição a conversão de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direito em relação ao delito de tráfico no que tange a uma diminuição da esfera de atuação judicial na cominação da reprovação e não em relação a sua aplicação, deixando a cargo do juiz de execução criminais os requisitos necessários a conversão da pena.
10 - Fernando Paulo, foi denunciado e condenado como incurso nas sanções do artigo 1º, caput, II e § 4º, da Lei 9.455/97 à pena de 3 anos 1 mês de reclusão, a ser cumprida em regime fechado. 
Resposta: trata-se de crime de tortura uma vez que pode se observar a intenção do réu em fazer a vítima experimentar sofrimento físico e emocional, o que se exige para a caracterização do delito de tortura. Assim, não há como proceder a desclassificação postulada pela defesa. 
11 Jonas Arruda, policial militar que acompanhara Alessandro Antunes na viatura e a tudo assistira, narrou os fatos ao Comandante da Unidade a fim de que fossem tomadas as providências cabíveis para que a conduta de Alessandro Antunes não se repetisse. Cabe salientar que, a vítima não realizou exame de corpo de delito. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema, responda às questões formuladas:
a)    Qual a conduta típica praticada por Alessandro Antunes?
R: Trata-se de Crime de Abuso de Autoridade, uma vez que o policial militar, atentou contra a incolumidade física de Paulo Roberto Cruz, ao ameaçar e agredir sua face.
b)    Qual o Juízo competente para o processo e julgamento do feito?
R: O delito de abuso de autoridade é configurado como crime comum, cuja competência é da Justiça Comum, ainda que praticado por militar, ainda que praticado em serviço, de acordo com Súmula do Superior Tribunal de Justiça.
12 - Inconformados, apelaram, por petição, o Ministério Público (fl. 220) e a Defesa (fl. 223). Sucintamente, seguem as teses defensiva e ministerial:
1.     A defesa impugna, preliminarmente, com a capitulação constante da denúncia, afirmando que os delitos de porte de arma de fogo e munição, no contexto fático do tráfico de entorpecentes, devem ser considerados absorvidos, ante os termos da Lei 11.343/06, sob pena de incidir bis is idem. 
R: De acordo com o caso em analise embora o acusado estivesse portando arma de fogo, tal fato não funcionou como fase de preparação ou de execução do delito de tráfico de entorpecentes. Não há que se falar, desta forma, em absorção. ocorreu bis in idem. 
2.     De outro lado, sustenta a tese ministerial em síntese, a aplicação da majorante do emprego de arma (art. 40, inc. IV, da Lei 11.343/06), o reconhecimento do concurso formal impróprio, aplicando-se, assim, o critério do cúmulo material?
Ante o exposto, analise o caso concreto apresentado e profira um parecer acerca das referidas teses.
 
R:  Quanto à majorante do emprego de arma (art. 40, inc. IV, da Lei 11.343/06), os Tribunais Superiores tem entendimento no sentido de que majorante só se justifica quando a arma servir ostensiva e efetivamente de instrumento de intimidação para a prática dos delitos previstos nos art. 33 a 37, do repressivo legal, não se configurando com o mero porte. 
Em relação ao concurso de crimes, cabe salientar que, de acordo com entendimento do STJ, o  porte ilegal de arma de fogo e o de tráfico de entorpecentes são delitos completamente autônomos, sendo que o primeiro, coloca em risco toda a paz social, bem jurídico a ser protegido pelo artigo de lei supracitado.
13 - Ante o exposto, com base nos estudos realizados, responda às questões propostas:
a) Sob qual fundamento o juiz em exercício no Juizado Especial Criminal, suscitou o referido conflito negativo de competência?
R: No que concerne ao conflito de competência, o juiz em exercício no Juizado Especial Criminal, teve por fundamento o disposto no art.41, da Lei n.11340/2006, que veda expressamente, a competência do JECrim para processo e julgamento das infrações penais perpetradas contra a mulher. 
b) O conflito de competência deve ser julgado procedente?
R: O conflito deve serjulgado procedente no sentido de declarar competente o Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a mulher, ora suscitado, com base no art. 33 da Lei n. 11.340/06.
14 Ante o exposto, analise sob o aspecto jurídico-penal a conduta de Anderson, bem como a tese defensiva apresentada para fins de exclusão da responsabilidadepenal, haja vista o fato de Roberto, no momento da colisão, pilotar a moto na contramão de direção.
Resposta: A conduta de Anderson encontra-se tipificada no art.302, da Lei n.9503/1997, pois, ao imprimir velocidade incompatível com o local e condições da estrada, ao constatar a falta de visibilidade decorrente da neblina, infringiu o dever objetivo de cuidado na direção de veículo automotor. No que concerne à prestação de socorro poderá o discente afastar a aplicação de prisão em flagrante delito consoante o disposto no art. 301, da referida lei. Por fim, cabe salientar que, as culpas não se compensam no âmbito do Direito Penal, razão pela qual o ofensor responde por sua conduta, sendo irrelevante o fato de Roberto, no momento da colisão, pilotar a moto na contramão de direção.
15 a) A tipificação da conduta apresentada está em consonância com os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais acerca do tema? Responda de forma justificada e exponha, objetivamente, o critério a ser adotado para fins de tipificação da conduta como incursa no delito de homicídio culposo, previsto no Código de Trânsito Brasileiro ou, no delito de homicídio doloso, previsto no Código Penal.
b) No caso relatado poderá o condutor do veículo ser beneficiado pelo perdão judicial? Responda de forma justificada e exponha, objetivamente, as controvérsias acerca da natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial.

Outros materiais