222 pág.

Pré-visualização | Página 26 de 50
• Éter: Deve ser usado apenas como um desengordurante da pele e não como um anti-séptico. DESINFETANTES / ESTERELIZANTES: I. DERIVADOS DO ALCATRÃO E SIMILARES: 1. FENÓIS SINTÉTICOS: a. DEFINIÇÃO: Compostos químicos bactericidas, viruscidas e esporocidas, capazes de promover desinfecção num intervalo de 30 minutos. Agem desnaturando proteínas do protoplasma do microrganismo. Podem ser usados isoladamente ou associados a soluções detergentes, promovendo limpeza e desinfecção simultâneas. Sua principal vantagem é a excelente atuação em áreas contaminadas por matéria orgânica. b. APLICAÇÃO: Desinfecção de áreas sujas de sangue, pus, urina, fezes e outros. Não são voláteis, depositando-se sobre superfícies e exercendo excelente efeito residual. A concentração utilizada varia entre 2 e 5%. Para um bom efeito, recomenda-se um contato mínimo de 30 minutos com a área a ser desinfetada. c. TOXICIDADE: Os fenóis sintéticos são muito tóxicos, devendo ser tomadas precauções no seu manuseio e aplicação (uso de luvas, etc.), pois podem ser absorvidos pela pele íntegra. Seus principais efeitos tóxicos no organismo são depressão do SNC e da circulação; os gatos, devido à incapacidade de metabolismo, são particularmente susceptíveis. O forte cheiro da droga obriga que a mesma seja completamente removida após a desinfecção e a área isolada por alguns dias. d. APRESENTAÇÕES COMERCIAIS: A melhor forma de se adquirir o fenol sintético é em lojas de produtos químicos, como um composto puro. Na linha veterinária, existem apresentações que associam fenóis, cresóis e xilenóis, tais como Benzocreol, Creolina e Cresol. 2. CRESOL: Semelhante ao fenol, mas menos tóxico e com maior poder bactericida, embora não atue bem contra esporos. Devido ao seu cheiro forte, não deve ser utilizado puro, mas nas associações acima citadas. II. ALDEÍDOS: 1. FORMALDEÍDO: a. DEFINIÇÃO: Apresentado normalmente em solução alcoólica a 8%, aquosa a 10% ou pastilhas (paraformaldeído), pode atuar como um desinfetante ou um esterilizante, de acordo com o tempo de exposição. Atua por ação tóxica direta sobre o microrganismo e, em altas concentrações, por desnaturação protéica. Age bem na presença de matéria orgânica e pode ser associado às amônias quaternárias. c. APLICAÇÕES: Esterilização de materiais em geral (exposição mínima de 18 horas) e desinfecção de instalações, solos, veículos e outros (30 minutos). É ainda utilizado na desinfecção de ovos e incubadoras, juntamente com o permanganato de potássio. O calor e a umidade aumentam a ação da droga. d. TOXICIDADE: É corrosivo quando em contato com a pele ou mucosas e desprende gases muito irritantes. Pode corroer alguns metais e suspeita-se que possa ser carcinogênico. 2. GLUTARALDEÍDO: a. DEFINIÇÃO: Desinfetante ou esterilizante, dependendo do tempo de exposição, é muito mais efetivo que o formaldeído, embora seja bem mais caro. O mecanismo de ação ainda é discutido, mas parece que a droga atua causando desordens nas proteínas e ácidos nucléicos dos microrganismos. É utilizado em soluções a 2% e, quando ativado, polimeriza-se rapidamente, perdendo a atividade em aproximadamente 15 (solução alcalina ou ativada) ou 28 dias (solução ácida ou potencializada). Recentemente, foi lançada no mercado uma apresentação com estabilidade de 12 meses. b. APLICAÇÕES: O glutaraldeído é um esterilizante de amplo espectro. Destrói formas vegetativas de bactérias em 1 minuto, a maioria dos vírus em 10 e esporos bacterianos em 3 horas. É principalmente utilizado em desinfecção ou esterilização de instrumentos cirúrgicos e aparelhos ópticos (não danifica as lentes). Os tempos mínimos para desinfecção e esterilização são 30 minutos e 10 horas respectivamente. c. TOXICIDADE: O glutaraldeído é uma substância pouco tóxica quando comparada ao formaldeído, mas pode causar irritação de pele e mucosas. d. APRESENTAÇÕES COMERCIAIS: Braundeide (H), Glutacide (H) e Glutaraldeído (H). III. CLORO: a. DEFINIÇÃO: Os compostos que liberam cloro ativo, quando diluídos em água, são excelentes germicidas, principalmente por sua notável capacidade viruscida. O mecanismo de ação exato é desconhecido, mas parece que o cloro interfere com a membrana celular e inibe certos sistemas enzimáticos vitais do microrganismo, determinando sua destruição. São agentes baratos, de rápida ação, pouco tóxicos se usados em concentrações adequadas e de fácil aquisição, sendo o hipoclorito de sódio o mais utilizado. b. ESPECTRO E APLICAÇÕES CLÍNICAS: Os compostos clorados têm uma excelente ação fungicida, algicida, protozoocida, viruscida e contra formas vegetativas de bactérias, mas tem ação muito irregular contra esporos. Devem ser utilizados em solução a 0,02% de cloro livre (=200 ppm) para desinfecção de alimentos e coleções de água ou recipientes que os contenham e a 1% (10.000 ppm) para desinfecção de superfícies fixas e artigos ou áreas contaminadas. c. CONSIDERAÇÕES FARMACOLÓGICAS: • Temperaturas mais elevadas, luz e pH alto reduzem o tempo requerido para a ação de compostos clorados. A dureza da água utilizada no preparo das soluções não interfere no poder desinfetante das mesmas; • A ação germicida do cloro é diminuída pela presença de matéria orgânica ou catalisadores. A amônia presente em dejetos reduz o poder germicida. • O cloro não deve ser utilizado sobre objetos metálicos e roupas, pois pode corroer os mesmos. d. APRESENTAÇÕES COMERCIAIS: Os principais produtos a base de hipoclorito de sódio são: • Cloro “líquido”: Apesar do cloro elementar ser um gás, freqüentemente ele é incorporado a soluções por compressão e aquecimento. A água sanitária (concentração aproximada de 10%) e o cloro para piscinas (concentração variável, geralmente em torno de 12%) são as apresentações comerciais disponíveis. Temperaturas altas, excesso de luz e estocagem por longos períodos (mais de 1 mês) reduzem a atividade do cloro nestas apresentações. A concentração mínima final de cloro deve ser de 2%; • Hipocloritos: Os hipocloritos constituem a melhor forma de utilização do cloro, pois permitem o preparo de uma solução mais estável. O produto mais utilizado é o hipoclorito de sódio, em concentração variável entre 2 e 15%, que libera 1-5% de cloro livre. Esta droga pode também ser usada como anti-séptico, em concentração de 0,5%, numa solução conhecida como Líquido de Dakin; • Dióxido de cloro (Bioclor, V): É um composto bastante indicado para a purificação da água, principalmente devido à sua capacidade de remover odores da mesma; • Cloramina-T (Cloramine PQ, V): Classificada como uma cloramina orgânica, esta droga tem uma atividade menor e mais lenta que o hipoclorito de sódio, sofrendo também grande interferência de fatores variados, como pH, concentração e temperatura. Liberam entre 25 e 29% de cloro. Sua principal aplicação é como sanitizante de utensílios usados na manipulação de água e leite; • Cal clorada: Consiste numa mistura de cloreto de cálcio e hipoclorito de cálcio, indicada para a destruição de microrganismos em matéria orgânica, principalmente carcaças. Deve ser utilizada em grandes quantidades, para se evitar a destruição pela matéria orgânica, e é muito irritante quando em contato com tecidos vivos. PRINCÍPIOS GERAIS DE ANTI-SEPSIA E DESINFECÇÃO: Atualmente, a exemplo dos antibióticos, começam a aparecer cepas de microrganismos resistentes aos anti- sépticos e desinfetantes. Assim, a escolha e o uso destas drogas deve ser feita de maneira criteriosa, para se evitar esta resistência; o rodízio dos produtos utilizados após algum tempo de uso pode ser uma boa opção. De acordo com o grau crescente de resistência natural aos anti-sépticos e desinfetantes, os microrganismos