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Aula 8 Durante a década de 1980, ficou nítido o atraso econômico da União Soviética em relação aos países ocidentais. Nessa década, o modelo no qual toda a economia estava concentrada no estado mostrou-se insuficiente para atender às demandas sociais. A URSS fechada para os países não socialistas, não conseguiu se manter como grande potência e continuar no páreo contra os Estados Unidos. Com o governo de Gorbachev, a URSS começou a dar os primeiros sinais de abertura política e econômica. Porém, a política por ele aplicada não foi capaz de garantir a unidade do governo, causando descontentamento tanto no partido quanto na população. Enquanto o mundo assistia o ruir da União Soviética, a China, que já exercia políticas de abertura de mercado e que desde cedo já havia negociado, inclusive, com os Estados Unidos, firmava-se cada vez mais no comunismo e como potência mundial. Planos: Glasnost / Perestróica Os dois planos foram lançados juntos no novo governo que se iniciava em 1985, de Mikhail Gorbachev, aliando transparência (Glasnost) e restauração econômica (Perestróica). A Glasnost foi uma política que consistia em uma abertura nas discussões internas do país, um processo que acabou por intensificar a instabilidade, pois contribuiu com os conflitos étnicos e regionais já existentes. Dentre as medidas da Glasnost, encontramos a libertação de presos políticos, o afastamento de funcionários corruptos e a censura sobre jornais e livros foi suspensa. A Perestróica foi política de reestruturação econômica e, para tanto, foi decidido que as tropas enviadas ao Afeganistão deveriam ser retiradas, pois havia a necessidade de baixar os custos com a defesa. Outras medidas foram o fim do monopólio do Estado sobre alguns setores, a permissão para a abertura de empresas privadas no país, a permissão para as empresas estrangeiras atuarem na indústria de bens de consumo e no comércio varejista, o estímulo à renovação tecnológica e à competitividade entre as empresas. Queda do Muro de Berlim A conferência de Potsdam dividiu a Alemanha em quatro zonas de influência: britânica, francesa, norte-americana – capitalista e soviética - socialista. A divisão na Alemanha criou a República Democrática Alemã (RDA) e a República Federalista Alemã (RFA). Berlim ficava bem no centro a Alemanha Oriental e tambem foi dividida em quatro zonas de influência. Mesmo com a divisão, as pessoas podiam circular de Berlim ocidental para Berlim Oriental. Berlim ocidental era uma espécie de vitrine capitalista no meio no mundo socialista. Os EUA fizeram da capital alemã o símbolo do sucesso e da felicidade capitalista, enquanto o lado oriental, sem muito apoio soviético, padecia com prédios antigos, automóveis velhos e uma precária qualidade de vida. Essa diferença nos modelos de vida fez com que, em 1948, Stalin mandasse fechar todos os acessos terrestres de Berlim para a Alemanha ocidental. O Muro de Berlim foi construído em 13 de agosto de 1961 como medida tomada pela República Democrática Alemã (RDA) para separar o lado socialista do capitalista. Ele circundava toda a Alemanha Ocidental, uma barreira física de divisão entre o capitalismo e o socialismo. Além do muro de 2,40m, havia cercas, armadilhas e torres de guarda com soldados prontos a atirar em qualquer pessoa que tentasse passar para o outro lado. A queda do muro de Berlim, que se tornou um dos marcos do final da Guerra Fria, foi um acontecimento espontâneo, não dependeu de nenhuma ordem direta do governo. Após o anúncio do governo da Alemanha Oriental que dava permissão para visitar o lado ocidental, Em 9 de novembro de 1989, uma multidão de alemães saía para encontrar o outro lado do muro. Logo partes dele fora destruído abrindo espaço para, em menos de um ano, exatamente em 3 de outubro de 1990, a Alemanha celebrasse sua reunificação. Fim da URSS Desde a queda de Stálin, a União Soviética já passava por grandes mudanças que iniciaram a descentralização política. Os governos seguintes presenciaram a denúncia e a condenação de práticas stalinistas. Viram que o fechamento da URSS para as nações não socialistas provocavam um atraso na economia do país e os enormes gastos obtidos com a corrida armamentista da Guerra Fria. A diminuição do investimento interno, acabou contribuindo para que parte da sociedade começasse a perceber o início da ruína do sistema. Em 1985, Gorbachev assume e começa a dar sinais para o fim da Guerra Fria, porém suas ideias e práticas inovadoras (Perestróica e Glasnost) não impulsionam a economia conforme o esperado, além de gerar uma cisão dentro do Partido Comunista. Esse clima de instabilidade econômica e política abriu espaço para reclamações mais efetivas chegando ao golpe militar. O caso chinês Desde a instauração do modelo comunista em 1949, a China seguia uma linha diferente da defendida e aplicada na União Soviética. Optou pela coexistência pacífica em relação ao bloco capitalista, o que contribuiu para o corte nas relações diplomáticas com a URSS. Assim, a China ficou em patamar de igualdade e começava a se apresentar como uma potência em ascensão. A partir de 1971, inicia uma aproximação com os Estados Unidos. Com a morte de Mao Tse-Tung em 1976, os rumos da política chinesa caminharam para uma abertura ainda maior. A direita obteve vitória e iniciaram uma perseguição aos comunistas mais radicais. O secretário geral, Deng Xiao-ping se tornou o principal dirigente da China e seu governo vai de 1976 a 1997. Ele promoveu diversas reformas econômicas que ficaram conhecidas como a política das Quatro Modernizações, que alcançava o setor da indústria, da agricultura, da defesa e da cultura. Os dirigentes chineses dizem que é um socialismo de mercado. De fato, a China é hoje o país que mais cresce no mundo e seu setor privado já ultrapassa o público. Estima-se que dentro desse panorama a China, em alguns anos, se tornará a maior economia mundial. A China consegue manter sua unidade política dentro do comunismo e, ao mesmo tempo, articular sua economia nos moldes capitalista permitindo crescimento econômico, diretamente oposto à União Soviética que passa por sua maior crise, política e econômica. Apesar da abertura e do crescimento econômico, a China ainda mantém a censura e a repressão como forma de controle estatal. As barbaridades cometidas podem ser exemplificadas quando jovens chineses clamavam por liberdade em 1989 e foram massacrados pelos tanques militares. Esse episódio ficou conhecido como: “O massacre da praça da paz celestial”.
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