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1- Além de eventos conjunturais que caracterizam uma crise de crescimento, a primeira metade do século XX apresenta importantes mudanças estruturais. Que mudanças foram essas? O período passou pelo experimento de solidez e articulação interna, através de duas guerras mundiais, dois períodos de reconstrução econômica, longa década de depressão econômica geral e ainda a diminuição de seu espaço geográfico devido a implantação de soluções econômicas alternativas. O mesmo período marca também o fim da hegemonia europeia sobre a economia –mundo, com sua substituição pelos Estados Unidos. 2- Que tendências vão ajudar o sistema a superar essa crise? O intervencionismo estatal e a concentração monopolista do capital. 3- Que motivos caracterizam a guerra de 14 como “uma guerra para redivisão de mercados”? A busca agressiva por mercados de investimento privilegiados e o enorme crescimento econômico da Alemanha que ameaçava transforma-la na potencia hegemônica europeia. 4- Qual o significado de economia de guerra e aponte alguns resultados econômicos dessa economia? Significa mobilizar todos os fatores de produção nacional e dirigi-los no sentido de maximizar sua produtividade. Nesse caso os países procuram se tornar autossuficientes, e produz-se uma notável aceleração na produção em massa, na mecanização industrial, na centralização das empresas, na emissão monetária e no controle do Estado sobre a economia como um todo. 5- Como a situação da indústria e da sua capacidade tecnológica afetam a Alemanha, a Inglaterra e a França? Antes da guerra, Inglaterra e França dependiam totalmente da Alemanha quanto aos produtos como anilinas, drogas sintéticas, e materiais para processamento fotográfico. E eram justamente as fábricas que produziam drogas que poderiam passar a produzir explosivos, assim a Inglaterra teve que criar, uma indústria química a partir de cada, com base em patentes alemãs apreendidas. Também com relação aos produtos mais sofisticados da segunda Revolução Industrial, como rolamentos, magnetos, ..., e aparelhos ópticos , Inglaterra e França eram parcialmente dependentes de importação alemã, enquanto suas indústrias de máquinas e ferramentas eram ainda de tipo artesanal, fabricando uma linha restrita de ferramentas em grande parte sob encomenda. 6- Liste os efeitos da I Guerra Mundial. * A Europa perde sua posição hegemônica para o EUA, que agora eram credores da incrível soma de mais de 4 bilhões de dólares, quantia que se referia a empréstimos feitos aos governos dos países aliados. Além da quantidade de mortos, inutilizados e feridos, a Europa também vem a sofrer com terríveis danos físicos. Até os países neutros a guerra acumularam prejuízos na Europa. * O Japão foi um dos grandes beneficiários do conflito, acumulando uma reserva de ouro no valor de 183 milhões de libras esterlinas. Apoderou-se de todas as colônias alemãs do pacifico, e sua produção industrial ocupou os mercados que os países europeus eram incapazes de suprir adequadamente: os da china, Indochina francesa, a demanda de material bélico da Rússia, os mercados do chile e peru, tradicionais clientes alemães, atingiu ate os mercados da costa oeste americana, a partir de 1917 * As enormes perdas das marinhas mercantes desorganizaram completamente o comercio internacional. Vários países periféricos foram obrigados a encetar uma incipiente industrialização substitutiva das importações que não mais se podia realizar no ritmo anterior a guerra. Passaram assim a desenvolver suas próprias marinhas mercantes para transportar produtos primários que tiveram seus preços elevados devido a Europa ter se concentrado numa economia de guerra. *A contribuição das colônias para o esforço de guerra aliado foi substancial, o que levou suas elites a convicção de que alguma forma de autogoverno seria nelas permitido. Acreditou-se que a pratica imperialista nos moldes do pré-guerra deveria sofrer alterações em seu rigor. *A Rússia estava sob um gov. bolchevique que declarou nula todas as obrigações contraídas pelos governos anteriores (empréstimos, financiamentos etc.). Esse governo havia chegado ao poder graças ao seu programa “paz e pão”, em razão do insuportável custo que a guerra causava. Sua economia com fraca base industrial obrigou o país a substituir maquinas e equipamentos por homens. *Convicção geral entre os aliados de que as potencias centrais – principalmente Alemanha- pagariam pelos colossais danos que a guerra causou, a fim de restaurar a antiga prosperidade europeia. 7- Porque o crescimento e a prosperidade dos anos 20 são considerados artificiais e que mecanismos artificiais se destacam? Os Estados Unidos tentaram manter sua produção industrial nos mesmos níveis do período bélico, se não, mesmo aumenta-lo, mesmo que para tal, tivessem que financiar seus consumos interno e externo com os capitais que acumularam em nível de se tornarem ociosos. O crescimento econômico apoiou-se em práticas imperialistas que apresentaram notável desgaste, além de privilegiar os componentes rivais em nível nacional. 8- Qual o problema da Europa no início do século 20? Porque o retorno ao padrão ouro era necessário? Como a política monetária deveria ser usada para estabilizar a economia e quais as críticas de Keynes? • Retornar ao padrão-ouro, abandonado durante o período de guerra; • Deveria retornar para a normalização das transações internacionais e para garantir a atuação livre dos mecanismos de mercado; • Reforma monetária daria origem a uma moeda forte, não provocasse, no entanto, uma deflação muito severa; Keynes defendia que as únicas soluções possíveis para as reparações era a ampliação da demanda dos países aliados por produtos alemães. 9 – Porque mesmo crescendo o volume de exportações o autor alega que isso não foi uma recuperação mas um retrocesso econômico? Qual a consequência das medidas protecionistas adotadas? Uma vez que o volume das exportações mundiais cresceu em 2/3 no mesmo período, enquanto o Canadá aumentou sua participação em 350%, o Japão em 300% e os Estados Unidos em 200%. Uma série de medidas protecionistas às indústrias nacionais elevou as tarifas de importação dos vários países europeus (18% na França, 41% na Espanha), o que dificultou a expansão dos mercados e acirrou sentimentos nacionalistas, enquanto a taxa de crescimento industrial dos seis principais países europeus não foi superior a 1,4%, o que a colocava abaixo do crescimento demográfico gerando uma situação de desemprego crônico (a Inglaterra, durante a década de 1920, teve anualmente uma m´pedia de 2 milhões de desempregado). 10- Que características marcam a prosperidade dos EUA de 22 a 29? A redução do controle estatal sobre a economia, que levou ao renascimento do liberalismo econômico outrora morto e enterrado na Europa. Nisso levou a uma enorme concentração de capital até o fim da década (50% dos capitais ficaram na mão de não mais que 200 sociedades anônimas) e os principais setores econômicos ficaram nas mãos de gigantescos trustes (como aço, produção de automóveis, indústria química e bancos). 11- Quais os problemas estruturais da economia norte-americana em nível mais profundo? Eram baixa taxa de lucros, alto grau de concentração de renda e razoável nível de desemprego, que quando maximizados vieram a desencadear uma enorme crise. 12- Qual o fundo comum das primeiras medidas eficazes contra a depressão? E que medidas foram elas? O fundo comum foi a fundamental intervenção do Estado para a solução dos problemas econômicos, com o reforço de seu papel onde ele já era tradicional –Alemanha e Japão- e sua instauração onde era liberal – EUA e Inglaterra -. As medidas foram de caráter comum: protecionismo alfandegário, desvalorização monetária, subvenções governamentais a empresas privadas e aumento dos gastos públicos. 13- Qual o uso dado ao termo neoliberalismo? Foi usado para designar a prática econômica que privilegia o intervencionismo estatal, para corrigir distorções impossíveis de serem superadas pelos mecanismosde mercado. 14- Como foi a relação, no pós-Guerra, entre a América Latina e o empresariado americano? No período do pós-guerra consolidou-se um casamento de conveniência entre as elites latino-americanas (grandes proprietários de terras) e o empresariado norte-americano. A grande demanda de matérias-primas e de alimentos nos Estados Unidos e Europa Ocidental, a busca de novos mercados para os industrializados, e a disponibilidade de capitais nos centros financeiros da economia mundo contribuíram para uma rápida expansão das relações econômicas entre a América Latina e os países industrializados vencedores da Primeira Guerra Mundial. 15- Como a crise de 29 afeta os países da América Latina? Em menos de um ano, as exportações latino-americanas caíram 40%, e continuaram a diminuir acentuadamente durante 1931 e 1932, enquanto o fluxo de capitais externos secou completamente. Pela primeira vez as elites do poder, sobrecarregadas pela enorme dívida e com os tesouros públicos vazios, enfrentaram a ira das populações urbanos. O resultado foi um período de constante violência durou toda a década de 193, com a substituição das tradicionais elites por homens fortes, que enfrentaram a difícil tarefa de superar suas economias nacionais em colapso. 16- Como o Japão e a Alemanha desenvolvem uma ideia de Estado forte, que desemboca no fascismo? Nesses países, Alemanha e Japão, associou-se as instituições democráticas com o liberalismo econômico (que desde a 1ª Guerra Mundial, pelo menos, só continuava a existir teoricamente). Isso equivalia a considerar a Grande Depressão como o reflexo da guerra tanto na democracia como do liberalismo, e colocar a solução para a crise econômica na existência de um Estado Forte. 17- Que razões particulares o autor lista para a adoção de regimes autoritários em diferentes países? Quais as 4 principais raízes? Existiram razões particulares para a adoção de regimes autoritários em diferentes países: - Alemanha e Japão – grande peso do Estado na atividade econômica; - Portugal e Hungria – permanecia de estruturas socioeconômicas arcaicas; - Itália, Japão e Alemanha – insatisfação pelos resultados da Primeira Guerra Mundial; - Países que se formaram após 1918 – fraca tradição democrática. -> São as 4 raízes: 1 – A crise de reconversão do pós-guerra, que gerou uma enorme massa de desempregados entre os trabalhadores – situação que se agravou sobremaneira após 1930 – fez com que as ideologias politicas radicais tivessem uma enorme difusão, culpando a democracia pela existência das crises; 2 – A proletarização das classes em dias, que passam a desejar um Estado forte de tendências militaristas-nacionalistas; 3 – A ascensão dos partidos de esquerda, principalmente após a revolução bolchevique de 1917 a União Soviética, e a fundação do Comintern em, 1919, o que punha em risco a própria existência do sistema capitalista e fazia com que a luta de classes atingisse um ponto insuportável, segundo a ótica da burguesia e das camadas médias; 4 – a redução dos lucros da burguesia financeiro-industrial, que quis se compensar aumentando a exploração dos trabalhadores. 18- Cite os principais efeitos econômicos da II Guerra. Considerando-se todos os setores da economia: A agricultura nunca conseguiu igualar os níveis de 1929, em que pese toda ação estatal a que o setor se viu sujeito. O comércio mundial também não se recupera, quer em volume, quer em valor, ficando em média 20% abaixo do que representara em 1929. A Europa, particularmente, sofrera um grave declínio em sua posição dentro da economia-mundo, com sua participação no comercio mundial caindo de 45% em 1929, para menos de 40% em 1938. Com agravante de que a redução maior ocorreu no volume de suas exportações, enquanto seu balanço de pagamento também registra uma notável queda. 19- O que serão os resultados do Plano Marshall e quais seus objetivos principais? O Plano Marshall permitirá a recuperação total da economia europeia, manterá o nível da produção norte-americana do tempo da guerra e fornecerá as bases para a emergência de uma Europa unificada, como centro da economia-mundo capitalista, três décadas mais tarde. Comportou quatro objetivos principais: - aumentar a produção industrial e agrícola, no mínimo até os níveis do pré-guerra - atingir a estabilidade financeira - estabelecer a cooperação econômica entre os países participantes - resolver o problema do déficit europeu de dólares através do aumento das exportações
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