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Neurofibromatose tipo I

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A Neurofibromatose (NF) tipo 1 é um desordem genética multissistêmica associada a manifestações cutâneas, neurológicas e ortopédicas. O paciente apresenta manchas café com leite, sardas axilares e inguinais, neurofibromas cutâneos discretos, nódulos na íris e déficit de aprendizado. A NF é uma condição autossômica dominante causada por diminuição na produção da proteína neurofibromina, a qual possui função de supressor de tumor e que não atua corretamente nessa doença, resultando em um não controle do crescimento e da divisão celulares. Essa diminuição na produção de neurofibromina é devido mutações no gene NF1, localizado no braço longo do cromossomo 17. 
 resultam em disfunção de uma proteína supressora de tumores denominada neurofibromina. Sendo uma doença autossómica dominante, o risco de recorrência é de 50% em filhos das pessoas afectadas. No entanto, as mutações de novo são responsáveis por 50% dos novos casos. É importante referir que a expressão das manifestações clínicas pode ter grande variabilidade na mesma família.
Neurofibromatose tipo 1 (NF1): causada por mutações herdadas ou novas no cromossomo 17, que resultam em disfunção de uma proteína supressora de neoplasias, conhecida como neurofibromina. Suas manifestações clínicas mais comuns são manchas café-com-leite e neurofibromas cutâneos, que aparecem durante a infância e são acompanhadas de desordens cognitivas e esqueléticas. Também pode haver a formação de neurofibromas nos nervos dos olhos, podendo resultar em perda da visão, impotência permanente mesmo em indivíduos "saudáveis” nos casos de neurofribroma na região da virilha ou nos nervos dos órgãos sexuais. Outros problemas como deficiência de concentração e dificuldade de fala podem estar presentes. A NF1 pode desencadear diversas doenças ou até levar a morte caso surgem neurofibromas em regiões vitais, como coração ou o cérebro.
Neurofibromatose do Tipo 1 (NF1) A NF1 é resultante de um defeito no gene que produz uma proteína (neurofibromina), envolvida no controle do crescimento celular. Este gene fica localizado numa das metades do par de cromossomos de número 17. Para o diagnóstico da NF1 é necessário que a pessoa apresente dois ou mais dos critérios abaixo: 1. Um dos pais ou um dos irmãos ou um dos filhos já possui a doença NF1 2. Manchas cor de café-com-leite 3. Neurofibromas (cutâneos ou plexiformes) 4. Sardas axilares ou inguinais 5. Nódulos de Lisch 6. Tumor no nervo óptico 7. Deformidades esqueléticas congênitas A seguir, vamos dar exemplos de cada um destes critérios. 1. Um dos pais ou um dos irmãos com a doença Metade das pessoas com NF1 possuem a forma herdada de um dos pais. Aproximadamente metade das pessoas que têm NF1 não apresenta história de NF1 na família, por isso, a provável causa do aparecimento da doença é o que chamamos de mutação. Quando temos certeza de que um dos pais ou dos irmãos possui a doença, significa que um dos critérios para o diagnóstico da NF1 foi preenchido. Não há transmissão da doença por parte de avós, tios, primos ou outros parentes. 2. Manchas cor de café-com-leite Para preencher este critério de NF1 é necessário que a pessoa possua 6 ou mais manchas cor de café-com-leite no corpo. As manchas são planas, de limites bem definidos, não produzem dor e não há sinal de inflamação (ver Figura 1). Podem ser mais ou menos escuras, de acordo com a pigmentação da pele e nas pessoas negras é necessária uma lâmpada especial para se enxergar as manchas. Se for uma criança abaixo de 12 anos, as manchas devem ser maiores do que meio centímetro. Acima de 12 anos, as manchas devem ser maiores do que um centímetro e meio. Oitenta e nove por cento das pessoas com NF1 possuem manchas na pele cor de café-comleite desde o nascimento ou que aumentam na infância. Aproximadamente 90% dos pacientes com NF1 apresentam 6 ou mais manchas cor de café- com-leite, maiores do que meio centímetro, até completarem 1 ano de idade. E não é provável que elas apareçam após os 4 anos de idade. 3. Neurofibromas Neurofibromas simples Para preencher este critério de NF1 é necessário que a pessoa possua 2 ou mais neurofibromas no corpo. Neurofibromas são tumores na pele, debaixo da pele ou profundos que aparecem geralmente depois da adolescência e podem continuar a crescer ao longo da vida (ver Figura 2). Abaixo de 10 anos, uma em cada 4 crianças com NF1 apresenta neurofibromas. Entre os 11 e os 21 anos, a metade dos doentes já tem neurofibromas, mas depois dos 21 anos 90% das pessoas com NF1 sofrem com estes tumores. Na pele esses tumores geralmente não causam dor, não há sinal de inflamação e podem ser de aparência e tamanho bastante variáveis. Mas eles podem causar coceiras. Apesar de causarem problemas estéticos e deformidades importantes, o tecido destes tumores não é maligno. Eles podem acontecer em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns no tórax e abdome. Algumas vezes os tumores acompanham os nervos, causando dor, formigamento, dormências e atrapalham a função nervosa, podendo causar problemas de movimentação. Neurofibromas plexiformes Os neurofibromas chamados plexiformes são tumores superficiais ou profundos que estão presentes desde o nascimento. Os neurofibromas plexiformes são muito variados no aspecto e localização. Seu tamanho pode variar de alguns centímetros ou, por exemplo, atingir metade da face ou todo um braço (ver figura 5). Eles são formados pelo crescimento exagerados de diversos tecidos (geralmente pele, nervos e vasos sanguíneos) que pode atrapalhar o crescimento de outros órgãos próximos. Eles são geralmente únicos em 27% das pessoas com NF1 e não surgem novos tumores plexiformes ao longo da vida. De acordo com a sua localização podem causar dor, compressão de órgãos e grandes transtornos estéticos, como deformidades corporais. Esses tumores podem, algumas vezes, ser grandes e mudar a forma de uma parte do corpo ou afetar órgãos internos. 6 É importante saber que o neurofibroma plexiforme pode se tornar maligno, isto é, formar um câncer, e isto acontece em cerca de 15% das pessoas, o que exige intervenção rápida. 4. Sardas axilares ou região da virilha. Para ser um critério de NF1 é necessário que a pessoa possua 2 ou mais sardas especiais, chamadas de falsas efélides, porque aparecem geralmente em regiões do corpo que não recebem sol, especialmente nas axilas e na região da virilha (ver Figura 3). Elas geralmente são pequenas (de 10 a 30 milímetros), de limites bem definidos, não produzem dor e não há sinal de inflamação e não causam qualquer problema. 5. Nódulos de Lisch Para ser critério para o diagnóstico de NF1 é necessário que a pessoa possua 2 ou mais nódulos na íris, que os oftalmologistas podem ver no exame de rotina e que são chamados de Nódulos de Lisch (ver Figura 4). Estes nódulos somente são encontrados na Neurofibromatose Tipo 1 e são um sinal característico da doença, mas não causam qualquer problema na visão ou nos olhos. Eles já estão presentes em 38% das crianças com NF1 abaixo de 10 anos, em 77% dos jovens com NF1 dos 11 aos 21 anos e em 94% dos adultos com NF1. Saber da existência dos Nódulos de Lisch pode ser importante no diagnóstico de NF1, principalmente nos casos menos característicos da doença. 6. Tumor no nervo óptico Entre 15 e 30% das pessoas com NF1 possuem tumores no nervo óptico, chamados de gliomas (a imagem de um destes tumores está na parte dedicada aos profissionais). Somente metade destes pacientes apresenta algum sintoma. Os distúrbios visuais, por exemplo, são encontrados em apenas cerca de 10% dos portadores do tumor. Os problemas visuais que podem levar a criança ao médico geralmente são: estrabismo e/ou diminuição da visão e ao exame o oftalmologista pode encontrar outras anormalidades (ver adiante). É importante lembrar que os gliomas ópticos são relativamente mais benignos nos pacientes com NF1 do que nas pessoas que têm o tumor e não têm NF1. Um terço dos pacientes com NF1 apresenta puberdade precoce associada com o tumor do nervo óptico. Outro terço de pacientes apresenta crescimento doglobo ocular para fora das órbitas (chamado de proptose). Raramente os pacientes com tumor óptico e NF1 apresentam sinais de compressão neurológica. 7. Deformidades esqueléticas congênitas Existem dois problemas ósseos que são relativamente raros, mas que são típicos da NF1: a displasia do esfenóide e a displasia da tíbia. Displasia quer dizer deformidade e em cerca de 7% das crianças com NF1 acontece a deformação e afinamento do osso chamado esfenóide, situado na base do crânio e que faz parte da cavidade ocular. Quando isto acontece, pode 7 haver desnivelamento na posição dos olhos, deslocando-se o globo ocular para frente, o que traz problema estético e pode indicar a presença de um neurofibroma plexiforme naquela região. Mais raro, mas muito limitante, é o defeito chamado pseudoartrose, que atinge cerca de 3% das crianças e que consiste no defeito no crescimento com curvatura ou fratura de um osso longo, geralmente a tíbia (ver Figura 6). Outros problemas ósseos são mais comuns na NF1,como as assimetrias ósseas, a cifose e a escoliose, assim como o aumento do tamanho da cabeça em relação ao restante do corpo e a baixa estatura (ver mais informações na página 17).

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