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Núcleo de Pesquisa e Extensão do Curso de Direito – NUPEDIR
VIII MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (MIC)
20 de novembro de 2015
ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
Nandiara Cechinatto[1: Acadêmico do 10º Semestre do Curso de Direito da SeiFai – Faculdades de Itapiranga – Santa Catarina. Email: nandiaracechinatto@hotmail.com.]
Isabel Maciel Mousquer[2: GRADUADA EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS - INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR (IESA). ESPECIALISTA EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL - Lato Sensu - INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR (IESA). ESPECIALISTA EM DOCÊNCIA PARA O ENSINO SUPERIOR Lato Sensu - INSTITUTO DEENSINO SUPERIOR (IESA). Mestre em Direito pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu - Mestrado em Direito da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões-URI Campus de Santo Ângelo/RS. Atua como Juíza Arbitral e Juíza Arbitral no Âmbito Trabalhista e Mediadora junto ao TMA/RS (TRIBUNAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO RIO GRANDE DO SUL) Seccional de Santo Ângelo/RS, onde é Vice-Presidente Institucional e de Formação, é professora do TMA/RS e do CEMARGS (CENTRO DE ESTUDOS EM MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO RIO GRANDE DO SUL). Ingressou no TMA/RS em 2010. É integrante do Projeto de Pesquisa Mediação de Conflitos e Justiça Restaurativa e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Métodos Alternativos de Resolução de Conflitos, do Curso de Capacitação& Formação de Mediadores de Conflitos e de Coordenadores de Círculos Restaurativos da Região das Missões do Rio Grande do Sul, ambos na URI - Campus Santo Ângelo/RS. É revisora de periódico da Revista Jurídica Quaestio Iuris do Curso de Direito da UERJ-RJ nas áreas de Filosofia do Direito, Sociologia e Antropologia. Palestrante e escritora de obras jurídicas e artigos acadêmicos. É professora do INTA/CE -Instituto Superior de Teologia Aplicada- Extensão Panambi e Três Passos/RS, na Pós-Graduação em Ciência da Religião, nas cadeiras de Estágio Supervisionado I; Pesquisa Social; Antropologia Social e Cultural e Política Educacional Social. É professora da FAI - Faculdades de Itapiranga SC, nas cadeiras de Direito do Trabalho I e Prática JurídicaTrabalhista. Email: isabel.mousquer@seifai.edu.br.]
SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO. 2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA. 3 O QUE É ASSÉDIO MORAL. 4 CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL. 5 CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS.
RESUMO: A presente pesquisa tem o objetivo de destacar como acontece o assédio moral no ambiente de trabalho e o que deve ser feito a respeito. O assédio moral existe em toda parte, e apesar de não ser um assunto novo é uma questão delicada e pouco discutida. O estudo baseia-se na pesquisa bibliográfica na área de direito do Trabalho, especificando o assunto que é discutido com ênfase na esfera do Direito do Trabalho e no Direito brasileiro. Portanto, é importante destacar as formas de assédio e também a posição de doutrinadores e especialistas na área..
Palavras-chave: Direito. Trabalho. Assédio Moral.
1 INTRODUÇÃO												
É sabido que a palavra “trabalhar” vem do latim vulgar tripaliare, que significa torturar, e é derivado do latim clássico tripalium, antigo instrumento de
tortura. Através dos tempos, o vocábulo “trabalho” veio sempre significando, fadiga, esforço, sofrimento, cuidado, encargo; em suma, valores negativos, dos[3: Revista Partes - Especial sobre Assédio Moral.“Assédio moral: contra a humilhação no local de trabalho”. Disponível em :<http://www.partes.com.br/assedio_moral.htm>. Acesso em: 14 /09/2015.]
quais se afastavam os mais afortunados.
A evocação dessa etimologia e desse passado se faz bastante prudente porque guarda consonância com o cenário em que se descortina o assunto deste trabalho, um cenário de violência no ambiente organizacional donde emerge um fenômeno, que apesar de invisível, vem merecendo especial atenção das organizações, dos funcionários e da sociedade como um todo devido aos danos que provoca. E este fenômeno tem nome: é o assédio moral. [4: CAIXETA, Sebastião Vieira. “O assédio moral nas relações de trabalho”. Disponível em:<http://www.esmpu.gov.br/boletins/pdf/boletim6.pdf>. Acesso em : 14/09/ 2015.]
O mercado de trabalho está em constante evolução, cada dia mais concorrido onde se destaca o melhor. As empresas procuram inovar e aperfeiçoar sua maneira de trabalhar, e várias vezes, na procura do destaque, “da perfeição”, da necessidade de superar limites, acabam prejudicando o trabalhador, exigindo o máximo de esforço físico e mental do mesmo, e por vezes também estimulando a inveja no ambiente de trabalho. Situações assim, geram conflitos, causando o assédio moral.
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
	O trabalho tem sua história estabelecida em concomitância com a própria existência humana. Considerado como instrumento de dignificação do homem, nem sempre o trabalho exerceu esse papel ao longo dos séculos. A começar pela escravidão que existiu de forma legítima, hoje extinta. Da época da escravidão, no feudalismo o servo (trabalhador) ainda não possuía status de pessoa. 
Os primeiros assalariados foram àqueles escravos libertos por seus donos, seja por gratidão ou por vontade de seus amos, ou ainda, em função de datas festivas. Em paralelo, existiam os homens livres, camponeses, artesões e operários, que vivam em Estado de precariedade, sujeitando-se muitas vezes, a vender seus próprios filhos como escravos, para sobrevivência. Dando continuidade, no final da Idade Média, surge um novo modelo de relação de trabalho, qual seja, as corporações, nascidas da reação dos servos ao poder abusivo de seus senhores feudais. Tinham por objetivo a defesa da profissão e a regulamentação desse tipo de trabalho. Estruturavam-se de forma hierárquica, tendo os mestres, como grau máximo, os oficiais em nível intermediário e os aprendizes, como base menor.						Com a Revolução Francesa, em 1879, as corporações foram sucumbidas, substituindo-se o interesse até então coletivo pela liberdade individual, não se admitindo a supressão dos interesses individuais pelos grupais.			.							Partindo desse prisma, houve a dispersão dos trabalhadores, que desarticulados do plano coletivo, ficaram a mercê dos interesses do capital. Imperioso afirmar que a relação de trabalho advinda com a Revolução Industrial criou-se um modelo de trabalho muito semelhante com a estrutura existente hoje. Nesse sentido, Silva escreve:[5: CAMINO, Carmem. Direito Individual do Trabalho. 4ª ed. Porto Alegre: Síntese, 2004. P. 28,29 e 30.]
Ao novo modo de produção vai corresponder uma ideologia político-jurídica, uma superestrutura, em termos marxianos, propriamente capitalista, o liberalismo. As relações de produção passam a se firmar entre as mesmas forças econômicas atuais, quais sejam a classe capitalista e a classe proletária. No âmbito do Estado liberal burguês dos séculos XVIII e XIX, as relações de trabalho se firmam com base em um contrato de locação de serviços (locatio operarum), onde os pactuantes são o capitalista e o proletário. A liberdade econômica se erige sobre o princípio da autonomia da vontade (pacta sunt servanta). O capital é livre para comprar não só o produto do trabalho, mas o próprio trabalho, ou a força de trabalho daqueles que são livres para vendê-la. Não há escravidão: o trabalho é assalariado.[6: SILVA, Thiago Mota Fontenele. Relação de trabalho e relação de emprego. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n°. 567, 25 jan. 2005. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6215 . Acesso em: 15/09/2015. P.01.]
Por último, o regime do salariato, não constituiu a forma definitiva das relações de trabalho. Houve ainda, uma grande transformação no que diz respeito às características de trabalho, preconizando-se unicamente a produtividade, o que fez com que as relações de trabalho se tornassem mais amenas em relação ao trabalhador e não menos lucrativas para os capitalistas. Silva, citando os ensinamentos de Vianna, transcreve:
Reconhecia-se que o dever da prestação do salário não podia se resumir ao pagamento de algumas moedas que, apenas permitissem não morrer rapidamente defome; que o trabalho excessivo depauperava a saúde do operário e que isso impediria a existência de um povo fisicamente forte; compreendia-se que a velhice, a invalidez e a família do trabalhador deviam ser amparadas, porque ele poderia melhor empregar sua capacidade produtora, tendo a certeza de que, à hora amarga da decrepitude, do infortúnio ou da morte, velava por ele e pelos seus o Estado, através duma legislação protetora.[7: SILVA, Thiago Mota Fontenele. Relação de trabalho e relação de emprego. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n°. 567, 25 jan. 2005. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6215 . Acesso em: 15/09/2015. P.01.]
Assim, surge o direito do trabalho como um ramo autônomo da ciência jurídica. Foi através desses fenômenos sociais que o Estado foi obrigado a voltar-se para as questões sociais, adotando uma nova postura, com normas voltadas à pessoa do trabalhador.
O fato social que propiciou o nascimento do novo direito é de natureza coletiva, com ênfase à autorregulamentação, donde se afirmar que “surgiu, primeiro, um direito coletivo impulsionado pela consciência de classe e, a seguir, um direito individual do trabalho”.[8: CAMINO, Carmem. Direito Individual do Trabalho. 4ª ed. Porto Alegre: Síntese, 2004. p.33.]
Essas normas protetoras foram exigência a partir do capitalismo exacerbado, assunto a ser abordado em seguida, produto da exigência da produção ocasionada pelo aumento de capital. Pensava-se que o trabalhador satisfeito, bem remunerado, saudável, despreocupado com a família e o futuro, produzia em maior quantidade e em melhor qualidade.
Partindo desse prisma, as primeiras leis trabalhistas surgiram em meados do século XIX, nascendo o direito do trabalho no século XX. No início do século XX, alcançou-se o apogeu na produtividade, o que chamaram, na época de uma crise de superprodução, concentrando as riquezas, deixando o mercado estagnado, sem condições de consumir.
Mais uma vez, o trabalhador bem remunerado podia se tornar mercado consumidor. Ademais, há desde meados do século XIX, uma disseminação, uma difusão do poder político nos mais diversos segmentos sociais. Os operários, unidos a força a partir de um mecanismo de árdua competição no pátio das fábricas, acabam se associando e criando os movimentos trabalhistas e os sindicatos. Novos atores políticos vêm à cena e passam a ameaçar o status quo com comoções sociais nunca vistas, como a Revolução Russa de 1917. [9: SILVA, Thiago Mota Fontenele. Relação de trabalho e relação de emprego. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n°. 567, 25 jan. 2005. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6215 . Acesso em: 15/09/2015. P.01.]
	Foi de extrema importância para os trabalhadores serem reconhecidos como tal, a revolução francesa e a revolução industrial, que se deu a luta em busca de liberdade, igualdade fraternidade e entre outros. Ainda sim as condições eram precárias, pois a jornada de trabalho era longa (16 horas) e incluía o trabalho de mulheres e crianças.
	A primeira Constituição brasileira a tratar do direito do trabalho foi a de 1934. A constituição de 1937 fixou a unicidade sindical, vedou o direito de greve, criou os tribunais do trabalho, atribuindo-lhes poder normativo, e instituiu a contribuição sindical.
No plano infraconstitucional, cabe fazer menção, entre outras: à Lei 605, de 05 de janeiro de 1949, dispondo sobre o repouso semanal remunerado e remuneração de feriados; à Lei 2.757, de 26 de abril de 1956, que dispõe sobre a situação dos empregados porteiros, zeladores, faxineiros e serventes de prédios de apartamentos residenciais; à Lei 3.207, de 18 de julho de 1957, regulamentando as atividades dos empregados vendedores-viajantes; à Lei 4.090, de 13 de julho de 1962, que instituiu a gratificação de natal (décimo terceiro salário).
A Constituição de 1967 manteve os direitos trabalhistas das Constituições anteriores e ratificando principalmente a anterior, com as Leis 5.859/1972 (trazendo e regulamentando direitos para as empregadas domésticas); a Lei 5.889/1973 (trabalhador rural) e a Lei 6.019/1974 (regulamentando as atividades do trabalhador temporário). Além dos referidos direitos, essa Constituição passou a prever o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, que havia sido criado pela Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966. A Emenda Constitucional n. 1, de 17 de outubro de 1969, não alterou os direitos trabalhistas previstos na Constituição de 1967.[10: DELGADO, Maurício Godinho. Evolução histórica do Direito do trabalho, geral e no Brasil. Disponível em: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4553. Acesso em: 15 de setembro de 2015.]
	A constituição Federal de 1988 despendeu fundamental importância aos direitos sociais. Incluído no rol dos direitos e garantias fundamentais, nos arts. 6º ao 10 da CF/1988, a sua disposição no texto constitucional antecede ate mesmo á organização do Estado. Não se pretende com isto, afirmar uma hierarquia entre as normas constitucionais. [11: LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 13ª Ed. Revista, Atual. E Ampl. São Paulo: Saraiva, 2009. p.759.]
	Os valores do trabalho sociais do trabalho e a dignidade da pessoa humana viera estabelecer como fundamentos da Constituição da República Federativa do Brasil,( Art. 1º, IV, da CF/1988).[12: BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.]
“Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel do Estado e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
(..) 
III – a dignidade da pessoa humana;
“IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa”. 
A Carta de 1988 trouxe, nesse quadro, o mais relevante impulso já experimentado na evolução jurídica brasileira, a um eventual modelo mais democrático de administração dos conflitos sociais no país. Impulso relevante, se cotejado com a história anterior do Direito Laboral pátrio. Impulso tímido, se comparado com as experiências dos países centrais. Impulso contraditório, se posto à análise com diversos outros dispositivos da mesma Constituição, que parecem indicar em sentido inverso à auto normatização social e à própria democratização do Direito do Trabalho.					Portanto houve uma grande revolução e claro que para melhor no direito do trabalho. O trabalhador tem seus direitos e deveres mas, ainda há casos de assédio moral e outros que serão tratados a seguir.[13: NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Evolução histórica do Direito do trabalho, geral e no Brasil. Disponível em: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4553. Acesso em : 15 de setembro de 2015.]
3 O QUE É ASSÉDIO MORAL.
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e sem simetrias, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. [14: BARRETO, Margarida; ALENCAR, Maria Benigna Arraes de. Assédio moral no trabalho: chega de humilhação! Disponível em: www.assediomoral.org.br Acesso em: 14/09/2015. ]
O cerco contra um trabalhador(a) ou mesmo uma equipe pode ser explícito ou direto, sutil ou indireto. Manifesta-se em risos, comentários maldosos, apelidos estigmatizantes, agressões verbais, ameaças, humilhações, constrangimentos, ironias e coações públicas. São atos que desestabilizam a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização. A estratégia comumente usada é o agressor isolar sua “presa”, evitando conversar. Passa a subestimar e desmoralizar seu trabalho, usando como estratégia sobrecarregar ou mesmo dar tarefas acima ou abaixo de sua capacidade, utilizando frequentemente um colegada vítima como mediador dos contatos.[15: BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 2ª ed. rev. e. Ampl. São Paulo: Ed. LTr, 2006. p.882.]
A constante busca pelo aperfeiçoamento e o acirramento da competitividade elevam o estresse no trabalho e favorece o surgimento de patologias laborais e da violência, na qual se inclui o assédio moral. Os efeitos dessa alteração do paradigma organizacional do trabalho são apontados com precisão pela jurista Alice Monteiro de Barros:
“Esse contexto acarreta danos econômicos e extra econômicos. Alguns são considerados invisíveis, como a perda da estabilidade no emprego, geradora de incertezas, e a perda da qualidade de vida, que vão deteriorando o ser humano, causando-lhe, e á sua família, danos de toda espécie. Outros são considerados danos visíveis, como os ocasionados pela perda do emprego com certa idade e pela impossibilidade de reintegrar-se na atividade funcional, fato que tem levado muitas pessoas a um elevado nível de agressividade ou mesmo a condutas suicidas.”[16: BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 2ª ed. rev. e. Ampl. São Paulo: Ed. LTr, 2006. p.885.]
	Nesse contexto, o trabalhador desejado é aquele detentor de um grande conhecimento técnico, capaz de trabalhar em uma velocidade alucinante e adaptar-se facilmente ao surgimento de novas tecnologias. Todos aqueles que não se adaptam aos padrões de desempenho fixados pelo empregador são submetidos a pressões absurdas para se demitirem, poupando as empresas dos custos da dispensa imotivadas.
4 CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL
		
	As causas que levam a prática de assédio são diversas; algumas delas são as seguintes: o objetivo puro e simples, por parte do agressor, de eliminar a vítima do ambiente de trabalho para aumentar seu poder uma vez que tem medo da competitividade; o desejo de fazer com que a vítima peça demissão do emprego, o que elimina os custos empresariais de dispensa sem justa causa; por razões discriminatórias; e por meio da própria gestão de empresa que, com fim de ampliar a produtividade, impõe metas de difícil alcance. Também muitas vezes a prática do assédio moral está ligada com objetivo de conquista ou aumento de poder, para manter status e não somente pelos interesses econômicos. O Agressor/causador do assédio por vezes sente prazer em praticar tal ato. Alguns tipos de pessoas são mais propensas a sofrer o ato pois, são de baixo poder aquisitivo, as que tem certa dificuldade em cumprir as difíceis metas impostas pela empresa, as que reagem ao autoritarismo do superior hierárquico. [17: ZAINAGHI, Sávio Domingos. Revista de direito do trabalho. Ano 38 – nº 148. São Paulo: revista dos tribunais, Outubro – Dezembro , 2012. p.177.]
	Por Isso, é importante estabelecer, pela empresa, um programa de prevenção que permita o dialogo. A instalação de um canal de comunicação intraempresarial – com práticas de mediação, promove uma melhoria no ambiente de trabalho, inclusive levando a empresa a refletir sobre sua organização e métodos de gestão de pessoal.[18: ZAINAGHI, Sávio Domingos. Revista de direito do trabalho. Ano 38 – nº 148. São Paulo: revista dos tribunais, Outubro – Dezembro , 2012. p.179.]
5 CONCLUSÃO
	O assédio moral não é algo novo no cotidiano do trabalhador. Essa prática vem de anos atrás, muitos não denunciam, nem falam sobre assunto por medo de perder o emprego, ou de acontecer coisas piores. Cabe ressaltar que a legislação está a favor do trabalhador, para que casos do tipo não venham ocorrer, ou se ocorrer sejam solucionados da forma mais benéfica ao trabalhador.												As consequências na maioria das vezes são psicológicas, mas afetam não somente a saúde do trabalhador, mas também a vida social e econômica. Mas engane-se quem pensa que somente a vítima é afetada, a empresa e o empregador também saem no prejuízo. A empresa perde na produtividade e na qualidade do serviço, e também tempo no recrutamento e treinamento de um novo funcionário, fora indenização por danos morais e materiais.		Portanto, se por um lado o contexto social e econômico influenciam na elevação dos casos de assédio moral, ele vem sendo estudado e desperta atenção das autoridades para o caso. Como essa prática não é recente, é necessário pesquisar os fatores, ambientes e tudo mais, para que aponte uma saída/solução para o problema. A mediação é uma importante forma de resolver, sem precisar recorrer judicialmente. Mas também é necessário uma atuação preventiva dentro das empresas na relação empregador/empregado e também do Estado, fiscalizando e mostrando interesse na resolução de tais problemas.
REFERÊNCIAS
LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 13ª Ed. Revista, Atual. E Ampl. São Paulo: Saraiva, 2009.
ZAINAGHI, Sávio Domingos. Revista de direito do trabalho. Ano 36 – nº 137. São Paulo: revista dos tribunais, Janeiro – Março, 2010.
BARROS, Renato da Costa Lino de Goes. Assédio Moral: análise sob a luz dos aspectos configurativos e probatórios deste fenômeno social. RDT 129/175 – 183, São Paulo: ed. RT, Janeiro de 2008.
CAMINO, Carmem. Direito Individual do Trabalho. 4ª ed. Porto Alegre: Síntese, 2004.
SILVA, Thiago Mota Fontenele. Relação de trabalho e relação de emprego. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n°. 567, 25 jan. 2005. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6215 . Acesso em: 15/09/2015.
ZAINAGHI, Sávio Domingos. Revista de direito do trabalho. Ano 38 – nº 148. São Paulo: revista dos tribunais, Outubro – Dezembro , 2012.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 2ª ed. rev. e. Ampl. São Paulo: Ed. LTr, 2006.
BARRETO, Margarida; ALENCAR, Maria Benigna Arraes de. Assédio moral no trabalho: chega de humilhação! Disponível em: www.assediomoral.org.br Acesso em: 14/09/2015
CAIXETA, Sebastião Vieira. “O assédio moral nas relações de trabalho”. Disponível em:<http://www.esmpu.gov.br/boletins/pdf/boletim6.pdf>. Acesso em: 14/09/ 2015.
Revista Partes – Especial sobre assédio moral.” Assédio Moral contra humilhação no local de trabalho”. Disponível em: http://www.partes.com.br/assédio_moral.htm. Acesso em: 14/09/2015.
DELGADO, Maurício Godinho. “Evolução histórica do direito do trabalho geral e no Brasil”.
Disponível em: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4553. Acesso em: 15/09/2015.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Evolução histórica do direito do trabalho geral e no Brasil. 
Disponível em: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=4553. Acesso em: 15/09/2015.

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