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Os primórdios do Existencialismo

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Disciplina: Teorias Existenciais Humanistas I – Professora: Marilza Delpino Zanardo - Anhanguera 2015. 
email: marilza.zanardo@anhanguera.com 
 
 
Os primórdios do Existencialismo - Contexto histórico e filosófico 
 
Existencialismo é um termo aplicado a uma escola de filósofos dos séculos XIX e XX que, apesar 
de possuir profundas diferenças em termos de doutrinas, partilhavam a crença que o pensamento 
filosófico começa com o sujeito humano, não meramente o sujeito pensante, mas as suas ações, 
sentimentos e a vivência de um ser humano individual. A contribuição mais importante desta escola 
é sua ênfase na responsabilidade do homem sobre seu destino e no seu livre-arbítrio. 
No existencialismo, o ponto de partida do indivíduo é caracterizado pelo que se tem designado por 
"atitude existencial", ou uma sensação de desorientação e confusão face a um mundo 
aparentemente sem sentido e absurdo. Muitos existencialistas também viam as filosofias 
acadêmicas e sistematizadas, no estilo e conteúdo, como sendo muito abstratas e longínquas das 
experiências humanas concretas. 
O filósofo do início do século XIX, Soren Kierkgaard, sustentava a ideia que o indivíduo é o único 
responsável em dar significado à sua vida e em vivê-la de maneira sincera e apaixonada, apesar 
da existência de muitos obstáculos e distrações como o desespero, ansiedade, o absurdo, 
a alienação e o tédio. 
Para Kierkegaard, a crise da existência humana foi um tema maior na sua obra. Ele tornou o 
primeiro existencialista, chamado como o "pai do existencialismo". 
De fato, foi o primeiro de maneira explícita a colocar questões existencialistas como foco principal 
da obra, legou ao existencialismo a ideia central da liberdade do homem, bem como de sua eterna 
aflição perante a falta de um projeto que regeria a caminhada humana, o que deixa o indivíduo à 
mercê de suas próprias decisões e atitudes. Ele vê a realidade como um feixe de possibilidades 
diante das quais o ser, com sua liberdade de escolha, pode optar pelas que mais lhe convém. 
Estes caminhos podem ser englobados, para ele, em três opções primordiais – o estilo estético, no 
qual cada um busca aproveitar ao máximo cada momento; o estilo ético, dentro do qual o homem 
procura viver com atitudes corretas e morais; e o estilo religioso, que se apoia sobre a fé. 
Filósofos existencialistas posteriores retêm neste ênfase no aspecto do indivíduo, mas diferem, em 
diversos graus, em como cada um atinge uma vida gratificante e no que ela constitui, que 
obstáculos devem ser ultrapassados, que fatores internos e externos estão envolvidos, incluindo as 
potenciais consequências da existência ou não existência de Deus. 
O existencialismo tornou-se popular nos anos após as guerras mundiais, como maneira de 
reafirmar a importância da liberdade e individualidade humana. 
O existencialismo é um movimento filosófico e literário distinto pertencente aos séculos XIX e XX, 
mas os seus elementos podem ser encontrados no pensamento (e vida) de Sócrates, Santo 
Agostinho e no trabalho de muitos filósofos e escritores pré-modernos. Culturalmente, podemos 
identificar pelo menos duas linhas de pensamento existencialista: Alemã-Dinamarquesa e Anglo-
Francesa. 
 
Disciplina: Teorias Existenciais Humanistas I – Professora: Marilza Delpino Zanardo - Anhanguera 2015. 
email: marilza.zanardo@anhanguera.com 
 
 
As culturas judaica e russa também contribuíram para esta filosofia. 
O movimento filosófico é agora conhecido como existencialismo de Beauvoir. Após ter 
experienciado vários distúrbios civis, guerras locais e duas guerras mundiais, algumas pessoas na 
Europa foram forçadas a concluir que a vida é inerentemente miserável e irracional. 
O existencialismo foi inspirado nas obras de Arthur Schopenhauer, Søren Kierkegaard, Fiódor 
Dostoiévski e nos filósofos alemães Friedrich Nietzsche, Edmund Husserl e Martin Heidegger, e foi 
particularmente popularizado em meados do século XX pelas obras do escritor e filósofo 
francês Jean-Paul Sartre e de sua companheira, a escritora e filósofa Simone de Beauvoir. Os mais 
importantes princípios do movimento são expostos no livro de Sartre "L'Existentialisme est un 
 humanisme" ("O existencialismo é um humanismo"). O termo existencialismo foi adotado apesar 
de existência filosófica ter sido usado inicialmente por Karl Jaspers, da mesma tradição. 
O termo "existencialismo" parece ter sido cunhado pelo filósofo francês Gabriel Marcel em meados 
da década de 1940 e adotado por Jean-Paul Sartre que, em 29 de Outubro de 1945, discutiu a sua 
própria posição existencialista numa palestra dada no Club Maintenant em Paris e publicada 
como O Existencialismo é um Humanismo, um pequeno livro que teve um papel importante na 
divulgação do pensamento existencialista. 
Para os existencialistas, a existência tem prioridade sobre a essência humana, portanto o homem 
existe independente de qualquer definição pré-estabelecida sobre seu ser. Assim, não há uma 
inquietação relativa aos postulados produzidos pela Ciência ou às especulações metafísicas, e sim 
no que se refere ao sentido da existência. Daí a predominância de elementos da Fenomenologia de 
Husserl – movimento que procura compreender os fenômenos tais como eles parecem ser, sem 
depender do real conhecimento de sua natureza essencial – nesta corrente filosófica, já que ambas 
privilegiam a vivência subjetiva em detrimento da realidade objetiva. 
O rótulo foi aplicado retrospectivamente a outros filósofos para os quais a existência e, em 
particular, a existência humana eram tópicos filosóficos fundamentais. Martin Heidegger tornou a 
existência humana (Dasein) o foco do seu trabalho desde a década de 1920 e Karl 
Jaspers denominou a sua filosofia com o termo "Existenzphilosophie" na década de 1930. Quer 
Heidegger quer Jaspers tinham sido influenciados pelo filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard. 
O existencialismo pressupõe que a vida seja uma jornada de aquisição gradual 
de conhecimento sobre a essência do ser, por esta razão ela seria mais importante que a 
substância humana. Seus seguidores não crêem, assim, que o homem tenha sido criado com um 
propósito determinado, mas sim que ele se construa à medida que percorre sua caminhada 
existencial. 
Portanto, não é possível alcançar o porquê de tudo que ocorre na esfera em que vivemos, pois não 
se pode racionalizar o mundo como nós o percebemos. Esta visão dá margem a uma angústia 
existencial diante do que não se pode compreender e conceder um sentido. Resta a liberdade 
humana, característica básica do Existencialismo, a qual não se pode negar. 
 
 
Disciplina: Teorias Existenciais Humanistas I – Professora: Marilza Delpino Zanardo - Anhanguera 2015. 
email: marilza.zanardo@anhanguera.com 
 
 
Em retrospectiva, outros escritores também discutiram temas existencialistas ao longo da história 
da literatura e filosofia. Devido à exposição dos temas existencialistas ao longo das décadas, 
quando a sociedade foi oficialmente introduzida ao tema, o termo tornou-se relativamente popular 
quase de imediato. 
Na literatura, após a Segunda Guerra Mundial, houve uma corrente existencialista que contou 
com Albert Camus e Boris Vian, além do próprio Sartre. Coube a Sartre batizar esta escola 
filosófica com a expressão francesa ‘existence’, versão do termo alemão ‘dasein’, utilizado por 
Heidegger na sua obra Ser e Tempo.

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