Buscar

O Conceito de Comunicação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CURSO: COMUNICAÇÃO E MULTIMEIOS
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À PESQUISA CIENTIFICA EM COMUNICAÇÃO
PROFESSORA: CIBELE
Afinal, o que é comunicação?
Em busca de um conceito: Todos os comportamentos e atitudes humanas e mesmo não humanas, intencionais ou não intencionais, podem ser entendidos como comunicação. Tudo é comunicação, pois toda forma de vida e mesmo objetos, como a máquina comunica algo. Por isso, para compreendermos os estudos em comunicação precisamos estudar sobre qual conceito de comunicação estamos tratando.
Diálogo: 
Um conceito fundamental, se há diálogo temos comunicação.
A conversa, troca de ideias, informação.
Mas quem dialoga?
Animais se comunicam;
Máquinas se comunicam;
Células se comunicam;
As estradas são formas de comunicação;
Artérias, veias se comunicam;
Etimologia da palavra
A raiz etimológica da palavra comunicação é a palavra latina communicatione, que, por sua vez, deriva da palavra commune, ou seja, comum. Communicatione significa, em latim, participar, pôr em comum ou ação comum.
Comunica - ação
A ação presente na etimologia da palavra, bem como, o comum, não significa que comunicação represente qualquer forma de ação ou pratica em comum. Mas um tipo de relação intencional exercida sobre outrem.
Consciência:
Portanto, comunicar é, etimologicamente, relacionar seres viventes e, normalmente, conscientes (seres humanos), tornar alguma coisa comum entre esses seres, seja essa coisa uma informação, uma experiência, uma sensação, uma emoção, etc. Assim, pode-se pensar na comunicação em duas grandes asserções:
1) A comunicação como o processo em que comunicadores trocam propositadamente mensagens codificadas (gestos, palavras, imagens...), através de um canal, num determinado contexto, o que gera determinados efeitos;
2) A comunicação como uma atividade social, onde as pessoas, imersas numa determinada cultura, criam e trocam significados, respondendo, desta forma, à realidade que quotidianamente experimentam (Gill e Adams, 1998: 41 apud Souza, 2006).
Comunicação como relação:
Portanto, uma acepção mais fundamental, o termo “comunicação” refere-se ao processo de compartilhar um mesmo objeto de consciência, ele exprime a relação entre consciências.
Processo Social:
As mensagens trocadas só têm efeitos cognitivos porque lhes são atribuídos significados e estes significados dependem da cultura e do contexto em geral que rodeiam quem está a comunicar. Por isso se diz também que a comunicação é um processo social.
Intencionalidade:
Quando alguém tem a iniciativa de comunicar, tem alguma intenção. Só despendemos esforço quando isso nos leva a algum lado e, por isso, só comunicamos intencionalmente quando queremos atingir alguma coisa.
Por que comunicamos?
A comunicação é indispensável para a sobrevivência dos seres humanos e para a formação e coesão de comunidades, sociedades e culturas. Temos de comunicar, entre outras razões:
Para trocarmos informações;
Para nos entendermos e sermos entendidos;
Para entretermos e sermos entretidos;
Para nos integrarmos nos grupos e comunidades, nas organizações e na sociedade;
Para satisfação das necessidades econômicas -pagar a alimentação, o vestuário e os bens que, de uma forma geral, consumimos;
Para interagir com os outros, conseguindo amigos e parceiros, tendo sucesso pessoal, sexual e profissional, algo fundamental para a nossa auto-estima e equilíbrio.
Em conclusão, "A comunicação liga-nos à rede de seres humanos, começando na nossa família imediata e continuando pelos nossos amigos (com a ajuda dos media), pela sociedade e pelo mundo inteiro. A forma como nos desenvolvemos como indivíduos depende muito do grau de sucesso com que construímos essas redes. A comunicação não é apenas uma troca de informações "duras", mas também a partilha de pensamentos, sentimentos, opiniões e experiências"(Gill e Adams, 1998: 42 apud Souza, 2006).
Enfim, comunicação em seu sentido primeiro, refere-se ao processo de compartilhar um mesmo objeto de consciência, ele exprime a relação entre consciências.
Os conceitos de comunicação e de informação:
Não temos comunicação sem informação, por outro lado, não temos informação senão em vista da possibilidade dela se tornar comunicação. A informação é o plano material do processo, pode ser estocada, armazenada (codificada) e decodificada. A informação só se torna comunicação a partir da interação.
Código:
A informação torna-se comunicação quando o código da informação corresponde à uma reação do receptor, de tal forma que ele possa compreender a organização dos traços materiais como uma mensagem.
A informação é sempre codificada: o código precisa de ser conhecido e compreendido pelo receptor para que possa ser usado por um emissor com propósitos comunicacionais. A utilização de um código requer, assim, acordo prévio entre emissor e receptor.
Simbólico:
A comunicação no plano humano, antropológico, assume forma simbólica, que implica a intervenção da cultura no processo seletivo – na codificação e decodificação da mensagem.
Simbólico=Cultural: 
Comunicar é simular a consciência de outrem, tornar comum (participar) um mesmo objeto mental (sensação, pensamento, desejo, afeto).
Fatores que influenciam a comunicação:
Comunicação e percepção:
A percepção limita a comunicação;
A percepção é baseada na experiência anterior do sujeito;
A percepção, tal como a memória, é seletiva, baseando-se em associações emotivas;
Percebemos bem o que queremos perceber e percebemos as coisas como as queremos perceber, conduzidos pela emoção mais do que pela razão.
A experiência anterior permite ao receptor complementar as mensagens. 
A esta capacidade chama-se função de reintegração e deve-se ao facto de o ser humano perceber sempre configurações globais, e não especificidades isoladas.
Tal como a experiência de ouvir o rádio; completar partes do corpo não mostradas em uma imagem.
A frase "foi um prazer“ pode ser dita de várias maneiras e traduzir diversas intenções. A percepção, associada à experiência anterior, permite a um receptor interpretar o que efetivamente um emissor quer dizer.
Ruído na comunicação:
Quando a percepção é incongruente, a interpretação pode ser dissonante do significado que o emissor pretendeu dar à frase.
Comunicação como expectativa:
A comunicação mais poderosa é aquela que vai ao encontro das expectativas do receptor. A mente humana procura ajustar impressões e estímulos a um sistema de expectativas resistente à mudança. Quem já está convencido dificilmente muda de opinião. Pelo contrário, tende a rejeitar ou adulterar as mensagens que vão contra as suas expectativas e a aceitar as mensagens de acordo com as suas expectativas
Por vezes, pode até acontecer que as mensagens que atingem o sistema de expectativas de um receptor sejam adulteradas por este último, de maneira a acomodarem-se às suas expectativas.
Comunicação como envolvimento:
Um ato comunicacional só é eficazmente desenvolvido quando o emissor obtém o envolvimento do receptor. Este envolvimento depende de vários fatores, nomeadamente da motivação do receptor. A motivação do receptor pode ser despertada de várias maneiras: corresponder às expectativas do receptor; e ir ao encontro dos valores, propósitos e aspirações do receptor.
Ir ao encontro, pelo menos parcialmente, das expectativas do receptor é, como se viu, uma forma de assegurar o envolvimento do receptor no processo de comunicação.
Exemplo: Temos a tendência em acreditar em fontes que de alguma forma nos identificamos.
Formas de comunicação humana:
Intrapessoal - Comunicação de alguém consigo mesmo, usando, por exemplo, frases introspectivas e formas de pensamento automático.
Interpessoal - Comunicação entre dois indivíduos, comunicação dentro de um pequeno grupo não formal de indivíduos ou entre pequenos grupos informais de indivíduos, servindo, por exemplo, para criar e sustentar relações pessoais;
Grupal - Comunicação no seio de grupos "formais“ de médiaou grande dimensão;
Organizacional - Comunicação desenvolvida no seio de organizações, como as empresas, e destas para o exterior.
Comunicação de Massa:
Social - Comunicação desenvolvida para grupos heterogêneos e grandes de pessoas, também denominada de difusão, comunicação coletiva ou comunicação de massas (mass communication). 
A denominação "comunicação de massas", porém, não dá conta da autonomia perceptiva e interpretativa de cada receptor, pelo que talvez não seja a mais adequada (na realidade, como um título de um livro do acadêmico brasileiro Sérgio Caparelli, o que existe é uma espécie de "comunicação de massa sem massa");
Extrapessoal - Comunicação desenvolvida com animais, com máquinas e, crêem algumas pessoas, com espíritos, extraterrestres e outras entidades das quais não existe prova física (nem evidência de comunicação). A comunicação telepática, da qual também não existe qualquer evidência, aglutinar-se-ia a esta categoria de comunicação. 
A comunicação pode ainda ser:
Mediada: comunicação feita recorrendo a dispositivos técnicos de comunicação, os media, como acontece quando se escreve um livro para outros lerem, ou quando se faz e emite um telejornal, quando falamos ao telefone.
Comunicação mediada interativa ou bidirecional: A comunicação mediada pode ou não admitir interatividade e feedback. Quando a comunicação mediada admite interatividade e feedback entre emissor(es) e receptor(es), pode designar-se por comunicação mediada interativa ou bidirecional.
Interatividade:
A interatividade e o feedback podem ocorrer nos vários tipos de comunicação mediada: 
Interpessoal (ocorre, por exemplo, quando duas pessoas trocam e-mails ou mensagens sms);
Grupal (ocorre, por exemplo, quando várias pessoas formam um grupo virtual e dialogam num chat room); 
Organizacional (ocorre, por exemplo, quando a direção de uma organização responde por escrito a um pedido igualmente escrito de um funcionário de base); 
Social (ocorre, por exemplo, nos programas radiofônicos que permitem que os ouvintes participem em direto por via telefónica).
A interatividade, num contexto de comunicação social, pode não ser total, mas parcial. Consideramos interatividade total ou bilateral quando o feedback a resposta não é a esperada pelo emissor – interatividade como diálogo.
Sincrônica- Assincrônica:
Sincrônia: quando a comunicação ocorre no mesmo espaço de tempo – chat, teleconferência, telefone, etc...
Assincrônica: não há feedback imediato – e-mail.
Difusão:
Quando a comunicação mediada não admite ou limita severamente o feedback e a interatividade, pode designar-se por difusão.
Comunicação de massa:
Neste caso, a comunicação ocorre somente, ou essencialmente, do(s) emissor(es) para o(s) receptor(es). Assim, pode considerar-se que a comunicação mediada é de difusão massiva ("comunicação de massa"ou "comunicação de massas"). Ou comunicação um-todos. A mesma mensagem é difundida, simultaneamente, para um grande, anônimo e heterogêneo grupo de pessoas através de um ou vários media, como acontece com o telejornal, radiojornais, revistas ou os jornais.
Comunicação segmentada:
Pode considerar-se que a comunicação mediada é de difusão segmentada quando a mesma mensagem, normalmente de cariz especializado, é difundida para um segmento específico de pessoas, como acontece com a imprensa especializada, um jornal interno de uma organização, etc.
Comunicação face-a-face:
Direta ou não mediada (comunicação feita sem a intermediação de dispositivos técnicos, como acontece numa conversa face-a-face).
Feedback imediato, dialogal, compartilhamento do mesmo código.
Comunicação todos – todos:
As tecnologias baseadas em rede possibilitam a comunicação todos-todos, isso é em rede com todos podendo acessar as mesmas informações e também produzir e difundir informações pela rede. Também falamos em comunicação ubíqua em que estamos todos conectados em todo o tempo.
Ruídos e Barreiras:
Físicas, como um obstáculo entre dois interlocutores que os impede de dialogar;
Culturais, como o desconhecimento do código de comunicação dentro de uma cultura (saber uma língua, por exemplo, nem sempre é garantia suficiente para bem se interpretar uma mensagem);
Pessoais, como a maneira de estar, de ser e de agir de cada sujeito envolvido na relação de comunicação, as capacidades ou deficiências físicas pessoais que facultam ou dificultam a comunicação, etc.;
Psico-sociais, como o estatuto e o papel social que os sujeitos envolvidos na relação comunicacional atribuem uns aos outros, que vincam uma dada distância social, ou a saturação dos sujeitos envolvidos na comunicação em relação ao tema que motiva o ato comunicacional.
Comunicação, comunidades, sociedade e cultura:
A comunidade ou a sociedade só se formam e subsistem porque existe comunicação, pois esta é o substrato em que se desenvolvem as relações e interações entre os atores sociais, sejam estes individuais ou coletivos, e em que constantemente se negoceiam e encontram os equilíbrios que asseguram a sobrevivência do sistema social e do sistema comunitário. A socialização é o processo através do qual o indivíduo aprende e interioriza, comunicando, o sistema de valores, de normas e de comportamentos de uma determinada sociedade, com determinada cultura. Nesse processo, intervêm vários agentes socializadores, como a família, a escola e os próprios meios de comunicação social. A comunicação também é essencial à reprodução social, processo através do qual a sociedade reproduz a sua estrutura, ou seja, a sua forma de organização interna.
Comunicação e Identidade:
É comunicando que os seres humanos constroem e reconstroem a sua identidade, dão significados a si mesmos e ao mundo, aprendem e reformulam os seus papéis sociais (que encenam constantemente), posicionam-se na sociedade e nos grupos e organizações sociais (o que apela aos conceitos de estatuto, poder e ideologia), adquirem e mudam valores, aprendem normas, negoceiam compromissos que permitem a integração sociocultural.
Comunicação como mediação:
A comunicação co-determina a forma como vemos o mundo, como nos reconhecemos, como nos revemos, num processo contínuo.
Comunicação e cultura:
A cultura assenta em processos comunicacionais, de transmissão de informações (dados, ideias, valores...) ao longo do tempo e do espaço. Daí que as questões da identidade cultural estejam entre aquelas que mais são estudadas pelos comunicólogos.
REFERÊNCIAS:
HOHLFELDT, Antonio; MARTINO, Luiz C; FRANÇA, Vera Veiga. Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. Parte 1. De qual Comunicação estamos falando. (p.11-25).
 
SOUZA, Jorge Pedro. Elementos de Teoria e Pesquisa da Comunicação e dos Media. 2a ed. Porto, 2006. (p.21-76) Livro Digital.

Outros materiais