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Aula 11 Direito Constitucional PODER JUDICIÁRIO (1)

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Direito Constitucional
Poder Judiciário 
DIREITO CONSTITUCIONAL
PODER JUDICIÁRIO 
A organização judiciária tem como objetivo estabelecer normas sobre a constituição dos órgãos encarregados do exercício da jurisdição. 
A Constituição Federal garante autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário e assegura a independência funcional dos magistrados.
A estrutura judiciária brasileira é definida pela Constituição - Arts. 92 a 126 da CF.
Poder Judiciário tem:
poder de autogoverno / elege seus órgãos diretivos, elabora de seus regimentos internos, organiza suas secretarias e serviços auxiliares e os juízos que lhes forem vinculados / provimento de seus cargos (CF, art. 96, I).
autonomia administrativa e financeira / outorga aos tribunais do poder de elaborar suas propostas orçamentárias dentro dos limites estabelecidos com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias (CF, art. 99, § § 1º e 2º).
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Garantia Institucional - Art. 99 da Constituição Federal – Autonomia 	Administrativa e Financeira 
	Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Sistema de Julgamento de Conflitos
Adoção do sistema Inglês / unicidade da jurisdição
Somente o Poder Judiciário tem capacidade de fazer coisa Julgada.
Os conflitos administrativos não podem ser julgados definitivamente em âmbito administrativo/ As decisões administrativas podem ser reformadas pelo Judiciário. 
DIREITO CONSTITUCIONAL
Funções Típicas do Judiciário:
 Função jurisdicional ou de julgamento;
- Dizer e aplicar o direito as controvérsias apresentadas.
Funções Atípicas do Judiciário:
Administrativa – administra seus bens, serviços e pessoal;
Legislativa – produz normas gerais aplicáveis no seu âmbito / ex: regimentos internos dos tribunais etc.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Alguns Direitos Fundamentais relacionados ao Poder Judiciário: 
Princípio Acesso à Justiça
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Princípio do Juiz Natural
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
Só é legítimo o juízo previsto pela Constituição e reconhecido por ela como natural / é inválido qualquer órgão jurisdicional criado à margem da Constituição Federal / ou seja é vedado juízo de exceção.
Princípio do Devido Processo Legal / Ampla defesa e contraditório 
	LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
	LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
DIREITO CONSTITUCIONAL
Princípio da Duração Razoável do Processo
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
 É um princípio implícito a ideia de acesso à justiça - consagra o direito fundamental a uma justiça célere e eficiente.
Princípio do Tribunal do Júri - art. 5º XXXVIII;
Princípio da Presunção da Inocência - art. 5º LVII;
Entre outros...
DIREITO CONSTITUCIONAL
Composição do Judiciário – art. 92 da CF
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça; 
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
DIREITO COSTITUCIONAL
Art. 92, CF
	§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. 
	§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. 
O Conselho Nacional de Justiça – é órgão responsável pelo chamado “controle externo” do Poder Judiciário, não possui competências jurisdicionais.
	CNJ – Órgão central que integra e coordena os diversos órgãos jurisdicionais do país, com atribuições de controle e fiscalização de caráter administrativo, financeiro e correicional. 
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Princípio do Dualismo Judiciário
	Convivem, no mesmo sistema, um Poder Judiciário organizado pela União e um Poder Judiciário organizado por cada Estado-membro da Federação. 
Há o Poder Judiciário da União (Federal) e diversos Poderes Judiciários Estaduais, formando o Poder Judiciário Nacional.
A União organiza e mantém as Justiças Especializadas.
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição / sistemática recursal
Toda causa que ingressa no Sistema Judiciário está sujeita a um duplo exame.
Tem-se o exame inicial, que é o julgamento originário da causa, e um exame posterior, que possui caráter revisional do primeiro julgamento. 
O reexame é promovido por órgãos jurisdicionais diversos. 
Atende aos seguintes fundamentos: 
	1.Satisfazer o inconformismo do vencido;
	2. Coibir o arbítrio do juiz;
	3. Melhorar a qualidade das decisões.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Princípio da publicidade dos julgamentos da fundamentação das decisões (art. 93, IX); 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
Princípio da motivação das decisões administrativas (art. 93, X);
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
DIREITO CONSTITUCIONAL
Não existe entre os Juízes e Tribunais qualquer hierarquia jurisdicional. 
Não há poder de mando dos órgãos superiores aos inferiores no que tange aos julgamentos a serem realizados. 
Há é um poder de revisão – Princípio do duplo grau de jurisdição.
Cada juiz é livre para proferir a sua sentença.
Na esfera administrativa existe hierarquia. 
	Tribunais de Justiça são responsáveis pela administração da Justiça do Estado, cabendo-lhes prover cargos, realizar concursos, aplicar penalidades etc.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	MAGISTRATURA NACIONAL 
	Conjunto de juízes que integram o Poder Judiciário. 
	A CF prevê garantias institucionais aos magistrados.
	Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979 – a Lei 	Orgânica da 	Magistratura Nacional/ LOMAN
	Trata da estrutura e carreira da magistratura nacional, 	estabelecendo as 	garantias, prerrogativas, deveres, 	direitos, vencimentos, vantagens, forma 	de ingresso, 	dentre outras coisas. 
DIREITO CONSTITUCIONAL
	A magistratura é organizada em carreira. 
	A investidura se dá por meio de concurso público – art. 37, II da CF e art. 93, I 	da CF.
	Tempo de atividade jurídica – mínimo 03 anos
	Regras de Promoção
	Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, 	disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
	I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto,
mediante 	concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos 	Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, 	no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, 	à 	ordem de classificação;
	II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e 	merecimento, atendidas as seguintes normas: 
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Requisitos para o cargo de magistrado:
1- Nacionalidade brasileira;
2- Diploma de bacharel em Direito; 
 3- Três anos de atividade jurídica;
4- Regularidade no serviço militar;
5- Estar no gozo dos direitos políticos;
6- Integridade física e mental;
7 Boa conduta social.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Da Atividade jurídica
Resolução nº 75 do Conselho Nacional de Justiça 
“Art. 59. Considera-se atividade jurídica, para os efeitos do art. 58, § 1º, alínea “i”: 
I — aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito; 
II — o efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima em 5 (cinco) atos privativos de advogado (Lei nº 8.906, 4 de julho de 1994, art. 1º) em causas ou questões distintas; 
III — o exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico; 
IV — o exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no mínimo por 16 (dezesseis) horas mensais e durante 1 (um) ano; 
V — o exercício da atividade de mediação ou de arbitragem na composição de litígios. 
§ 1º É vedada, para efeito de comprovação de atividade jurídica, a contagem do estágio acadêmico ou qualquer outra atividade anterior à obtenção do grau de bacharel em Direito. 
§ 2º A comprovação do tempo de atividade jurídica relativamente a cargos, empregos ou funções não privativos de bacharel em Direito será realizada mediante certidão circunstanciada, expedida pelo órgão competente, indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos que exijam a utilização preponderante de conhecimento jurídico, cabendo à Comissão de Concurso, em decisão fundamentada, analisar a validade do documento.” 
*Para o concurso de ingresso na carreira da magistratura, o CNJ uniformizou as regras em todos os ramos do Poder Judiciário nacional – Resolução do CNJ n. 75/2009.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Garantias do Poder Judiciário – Independência da magistratura
Com o objetivo de preservar o mecanismo de controles recíprocos, denominado freios e contrapesos (checks and balances) e a proteção e continuidade do Estado democrático, a Constituição Federal estabelece, para o bom exercício das funções estatais, diversas prerrogativas, imunidades e garantias a seus agentes políticos. 
Ao Poder Judiciário são conferidas aos seus membros garantias com a finalidade de atribuir à instituição a necessária independência para o exercício da jurisdição.
Tem-se as garantias institucionais e garantias aos membros.
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Garantia Institucional - Art. 99 da Constituição Federal – Autonomia 	Administrativa e Financeira – Ao Poder Judiciário como instituição garante 	prerrogativas do autogoverno.
	Garantia de seus Membros – art. 95 da CF / Garantias de independência
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; 
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; 
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Vitaliciedade - o juiz somente perderá o cargo por meio de sentença judicial 	transitada 	em julgado. 
	Não é possível, portanto, após o vitaliciamento, a exoneração do magistrado de seu 	cargo por mero procedimento administrativo.
	Antes do vitaliciamento a perda do cargo dependerá de deliberação do tribunal a que o 	juiz estiver vinculado. 
	A aquisição da vitaliciedade pelos juízes de juízes de primeiro grau somente ocorrerá 	após dois anos de exercício (estágio probatório).
	É etapa obrigatória para o vitaliciamento, a participação em curso oficial ou 	reconhecido 	pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 	Magistrados.
	Nos casos de posse diretamente em Tribunal, como a que ocorre com os 	Desembargadores 	indicados pelo “quinto constitucional”, a vitaliciedade é 	adquirida no momento da posse.
	
DIREITO CONSTITUCIONAL
Inamovibilidade – impossibilidade de se remover o magistrado do local onde esteja lotado, sem a sua manifestação voluntária, salvo se o tribunal assim decidir, por voto de maioria absoluta, em razão do interesse público.
Essa garantia não sofre exceção sequer em caso de promoção, que não pode ocorrer contra a vontade do magistrado. 
Em caso de interesse público, porém, reconhecido pelo voto da maioria absoluta do Tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, dispensa-se essa anuência
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Irredutibilidade de subsídio - Não é possível reduzir o subsídio 	recebido 	pelos magistrados. 
	Ou seja, é uma imunidade a eventuais retaliações dos governantes no 	que 	concerne à diminuição de sua remuneração. 
	Essa garantia não é impeditiva a incidência de quaisquer tributos 	sobre os 	vencimentos dos juízes.
	Deve haver compatibilização com outras regras constitucionais, como 	as que 	estabelecem o teto remuneratório dos agentes públicos e as 	que tratam da 	tributação incidente ( ex. imposto de renda).
DIREITO CONSTITUCIONAL
	Garantias de Imparcialidade – art. 95, parágrafo único, CF
	São impedimentos constitucionais dos juízes.
	Consistem em vedações que visam a dar-lhes melhores condições de 	imparcialidade / 	representam também garantias para os litigantes.
Art. 95: Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; 
III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Quinto Constitucional – art. 94, CF
Forma de democratizar, arejar e renovar os Tribunais / com profissionais das funções essenciais da Justiça.
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Juizados Especiais e Justiça de Paz
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; 
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal
e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

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