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Literatura Portuguesa IV Resenha a Modernidade Walter Benjamin

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO CRÍTICO 
“A MODERNIDADE” 
WALTER BENJAMIN 
 
 
 
 Trabalho apresentado na disciplina Literatura 
Portuguesa IV, sob a orientação da Profa. Dra. Marlise Vaz Bridi 
 
 
 
 MARCELO TAVARES DOS SANTOS 
 
SÃO PAULO 
2012 
Indicação bibliográfica: 
 
 
BENJAMIN, WALTER. A modernidade. In: Vanguarda e modernidade. 
Tradução de Heidrun Krieger Mendes da Silva. 
 
 
 Berlinense, de origem judaica, nascido nos fins do século XIX, Walter 
Benjamin foi um grande pensador da Escola de Frankfurt. Mostrou interesse 
pela literatura francesa. Acredita-se que, em 1940, tenha tirado sua própria vida 
com medo de ser entregue aos nazistas. 
 Ele estudou a mudança de percepção estética que a arte sofre no 
processo industrial capitalista, a qual ela, antes voltada a poucos, agora se vê 
posta ao consumo das massas. 
 Benjamin já inicia seu texto “A modernidade” com uma frase que o 
sintetiza: “A imagem do artista de Baudelaire aproxima-se da imagem do herói” 
(p. 7). O francês gostava comparar os atos marciais de um esgrimista com os 
atos de um artista. Ao descrever o trabalho do pintor holandês Constantin Guys, 
ressalta ação do pincel do artista, que trabalha de forma rápida e precisa para 
não deixar que sua memória perca as imagens. Utilizando-se da esgrima, 
Baudelaire escreve em seu poema “Soleil” o que pensa sobre um ser que 
perambula pela cidade detido em seus pensamentos ao ser iluminado pela luz 
do Sol: “Je vais m´exercer seul à ma fantasque escrime” (p. 8). O poeta boêmio 
relacionava a realidade encontrada nas ruas parisienses com a confecção 
artística. Benjamin percebe semelhanças com as ideias de Baudelaire com as 
de Marx quanto ao trabalho em geral: “O trabalho é a fonte de toda a riqueza e 
de toda a cultura” (p. 11). 
 O que resta de dignidade aos pobres citadinos é ouvir a música da 
banda composta pelos filhos dos camponeses igualmente pobres. Somente 
sendo um herói para viver nessa realidade moderna. Para Benjamin, o francês 
ressalta a luta dos proletários: “Et serai pour ce frêle athète de la vie / L´huile 
qui raffermit lês muscles dês lutteurs” (p. 14). Os conflitos da modernidade 
podem levar um indivíduo pertencente às massas a uma solução heróica: o 
suicídio. 
 O próprio Baudelaire considera a modernidade como “o espetáculo da 
vida mundana e de milhares de existências desordenadas; vivendo nos 
submundos de uma grande cidade” (p. 18). O poeta assim como o pobre 
estrangeiro parece que não estão em sincronia com o mundo que os cerca. 
Quem é o herói, o poeta ou o explorado? Hegel afirmou que o romance era a 
epopeia burguesa. Benjamin faz uma importante reflexão sobre a modernidade: 
“A modernidade caracteriza uma época; caracteriza simultaneamente a força 
que age nesta época e que faz com que ela seja parecida com a antiguidade” 
(p. 21). Segundo o alemão, o poeta associava a antiguidade com a construção 
e a modernidade como força de inspiração. Para ele, essa visão de Baudelaire 
é frágil. A Paris de Baudelaire destruía o passado e trazia incertezas sobre o 
futuro. 
 O francês percebe a mudança do papel social que as mulheres tinham 
na nova lógica industrial, tendo que ganhar traços masculinos para também 
sobreviverem. Baudelaire não sabia como reagir diante do novo mundo que se 
abriu, apresentando-se insatisfeito a atmosfera do progresso, mas sabe que ela 
é essencial à sua existência. A tragédia para o herói moderno é ele tomar a 
consciência de que ele não é herói. 
 O assunto foi abordado apresentando algumas frases e trechos de 
poemas do próprio Baudelaire. Há uma grande quantidade de citação de 
intelectuais e artistas, como Gustave Kahn e Arsène Houssays. O texto não 
exige conhecimentos prévios, mas convém destacar que os trechos dos 
poemas estão em francês. 
 As conclusões do autor estão dispostas no começo e, sobretudo, no fim 
do texto. Percebe-se a aproximação das ideias de Karl Marx com as do poeta 
francês, em virtude de terem se pronunciado em momentos muito próximos. 
 A obra destina-se para aqueles que desejam conhecer mais sobre o 
próprio autor e também sobre Baudelaire. Também há reflexões interessantes 
sobre a modernidade, relacionando aspectos literários a sociais. A proposta do 
herói moderno relacionado à antiguidade é algo a ser levado em consideração. 
 O estilo é objetivo, porém expõe vários aspectos relacionados ao tema. 
O texto é dirigido a aqueles interessados em literatura e nas ciências humanas.

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