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1) Acerca da execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, indique as pessoas jurídicas que figuram no polo passivo da demanda executiva. Na execução contra a Fazenda Pública, haverá a citação do representante legal da pessoa administrativa executada, no caso da União será o Advogado-Geral, dos Estados serão os Procuradores-Gerais e dos Municípios serão os Prefeitos. 2) Seria possível ajuizar essa espécie de execução contra a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e a Agência Nacional de Telecomunicações? Justifique. Os bens e rendas das sociedades de economia mista e das empresas públicas, entes tratados pelas normas de direito privado, sujeitam-se à via comum de execução por quantia certa, com possibilidade, inclusive, de penhora, devendo-se, entretanto, atender à regra do art. 678 do CPC: Art. 678. A penhora de empresa, que funcione mediante concessão ou autorização, far-se-á, conforme o valor do crédito, sobre a renda, sobre determinados bens ou sobre todo o patrimônio, nomeando o juiz como depositário, de preferência, um dos seus diretores. Parágrafo único. Quando a penhora recair sobre a renda, ou sobre determinados bens, o depositário apresentará a forma de administração e o esquema de pagamento observando-se, quanto ao mais, o disposto nos arts. 716 a 720; recaindo, porém, sobre todo o patrimônio, prosseguirá a execução os seus ulteriores termos, ouvindo-se, antes da arrematação ou da adjudicação, o poder público, que houver outorgado a concessão. O regime de execução e penhora aplica a empresas públicas e sociedades de economia mista, independente da atividade que desempenhem, resulta que munido de título executivo judicial ou extrajudicial, o credor pode ajuizar normalmente a ação de execução, e não pago poderá haver penhora, uma vez que esses bens são considerados bens privados. 3) Indique a previsão legal contida na CF/88 e no Código de Processo Civil, referente à execução contra a Fazenda Pública. Os artigos 730 e 731 do Código de Processo Civil cuidam da execução contra a Fazenda Pública, exercendo uma espécie de regulamentação processual do artigo 100 da Constituição Federal, antes e depois da Emenda Constitucional n° 62, de 9 de dezembro de 2009 que alterou o artigo 100 da Constituição Federal e acrescentou o artigo 97 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, instituindo regime especial de pagamento de precatórios pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, ressuscitou algumas discussões referentes ao cabimento, às modalidades e também quanto ao procedimento da execução que pode ser admitida nos casos em que o Estado é o devedor. 4) Há possibilidade de execução de título extrajudicial contra a Fazenda Pública? Explique. Sim, sob o rito nº 6.830/80, desde que respeitado o disposto no art. 730 do CPC. Segundo a Súmula 279 do STJ que diz que é cabível execução por titulo extrajudicial contra a fazenda publica. 5) Especifique como se dará a execução judicial contra a Fazenda Pública? A execução se dará de acordo com o art. 730 do CPC. Que diz que na execução por quantia certa contra fazenda publica, citar-se-á a devedora para opor embargos em 10 dias, se esta não opuser, no prazo legal, observar-se-ão os incisos I e II deste mesmo artigo. A execução judicial em face da Fazenda Pública procede-se mediante o precatório, com a inclusão do valor no orçamento para pagamento no exercício financeiro seguinte; Qualquer que seja a natureza do crédito deverá submeter-se à sistemática do precatório, ressalvados a de pequeno valor; A Fazenda Pública será citada para, querendo opor embargos do devedor no prazo de 30 (trinta) dias; Não apresentados os embargos ou vindo a ser rejeitado, o juiz determina a expedição de precatório ao presidente do respectivo tribunal; O Presidente do Tribunal consignado a sua ordem o valor do crédito, com requisição as autoridades administrativas, para que faça incluir no orçamento geral, para fim de proceder ao pagamento no exercício financeiro subseqüente; Determinada a expedição do precatório pelo Juiz, deverá o cartório judicial providenciar sua autuação com cópia das principais peças dos autos originários, dentre eles a certidão de trânsito em julgado. O precatório há de ser inscrito até o dia 1º de julho para que seja o correspondente montante inserido no próprio orçamento que ainda será aprovado, fazendo-se o pagamento até o final de exercício seguinte. O precatório terá seu valor corrigido monetariamente na data do pagamento. 6) Sobre a defesa da Fazenda Pública na execução, indique se os efeitos dos embargos opostos, justificando as razões principalmente informando se haverá a expropriação de bens do devedor. Os efeitos dos embargos têm previsão legal no art. 730 do CPC: CPC. Art. 730. Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em dez (10) dias; se esta não os opuser, no prazo legal, observar-se-ão as seguintes regras: I – o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente; II – far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito. Havendo oposição de embargos pela Fazenda, o seu processamento será feito de conformidade com o disposto no art. 740 do Caderno Processual Civil e seu parágrafo único, ou seja, recebidos os embargos, o juiz mandará intimar o credor para querendo impugná-lo no prazo de 10 (dez) dias, designando em seguida audiência de instrução e julgamento. Sendo peculiar aos bens públicos a condição de inalienabilidade, da qual decorre a impenhorabilidade, tal situação impõe-se que a execução por quantia certa contra a Fazenda Pública tenha um procedimento diferenciado, com medidas especiais, tendo em vista que a expropriação de bens não é possível. No entender de Vicente Greco Filho (1995:94): “Uma forma de execução imprópria, porque não tem as características de substituição pela atividade jurisdicional da atividade desejada pelas partes. 7) Explique como se dará a requisição de expedição de precatórios e a ordem de pagamentos? O precatório há de ser inscrito até o dia 1º de julho para que seja o correspondente montante inserido no próprio orçamento que ainda será aprovado, fazendo-se o pagamento até o final de exercício seguinte. A Lei de Responsabilidade Fiscal, determina que, “para fins de observância” dessa ordem, a execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de sistema de contabilidade e administração financeira; Far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos; 8) No que se refere à ordem de pagamento de precatórios há alguma exceção? Justifique. Sim. Art. 1.211-A. Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, ou portadora de doença grave, terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. Art. 1.211-B. A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará ao cartório do juízo as providências a serem cumpridas. § 1o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. Art. 1.211-C. Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, em união estável. Para que o crédito ostente a maior das prioridades, é preciso que haja a presença de dois requisitos: Ter natureza alimentícia, e ser seu titular um idoso ou portador de doença grave. 9) O que ocorre se um credor for preterido na ordem de pagamento dos precatórios? Explique as consequências jurídicas. O presidente que expediu a ordem, poderá, depois de ouvido o chefe do ministério publico, ordenar o sequestro da quantia necessária para satisfazer odebito. 10) Observando ao que consta no art. 731 do CPC, indique quem será o sujeito passivo da apreensão referida no dispositivo em comento e o destino da quantia eventualmente apreendida? Esse sequestro não é voltado diretamente contra a Fazenda, porque sendo seus bens impenhoráveis, não podem também ser sequestrado. Dirige-se contra o credor que tenha recebido pagamento fora da ordem legal, atingindo as importâncias irregularmente embolsadas.
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