Buscar

UNIP - Apostila - Operações Farmacêuticas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Operações 
Farmacêuticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade 
Paulista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
 
OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS 
 
 
PESAGEM 
 
A pesagem é a operação mais executada na preparação de formas farmacêuticas. A 
balança de precisão destina-se à pesagem rigorosa de substâncias prescritas em 
pequenas quantidades e podem ser dos mais variados modelos e sensibilidades. Devem 
estar livres de influência de trepidação, correnteza de ar e sustentadas com parafusos 
que a mantenham em perfeito nível. 
 
Na receita médica, quando se indica a quantidade da substância em porcentagem, esta 
deve ser pesada, mesmo que o produto final seja em volume. Por exemplo: 
 
Extrato glicólico de hamamélis................... 2 % 
Xampu base qsp.......................................... 100 mL 
 
Deve-se pesar 2 g do extrato e completar para 100 mL do xampu. 
 
 
MOAGEM OU TRITURAÇÃO 
 
Trituração é a fricção contínua de um sólido em um gral com o auxílio do pistilo, para 
reduzir o tamanho da partícula até o grau desejável. O termo é também usado para 
descrever a trituração de duas ou mais substâncias em um gral para combiná-las até a 
obtenção de uma mistura homogênea. A trituração é realizada segurando-se firmemente 
o pistilo e exercendo uma pressão para baixo e, ao mesmo tempo, movendo em círculos 
concêntricos sucessivamente maiores, começando no centro do gral em direção aos 
lados e retornando novamente para o centro. Para assegurar a mistura adequada e a 
redução uniforme do tamanho das partículas, o pó compactado é constantemente 
removido dos lados do gral e do pistilo com o auxílio de uma espátula. 
 
A moagem leva por fragmentação mecânica uma redução das dimensões individuais de 
porções sólidas. O termo pulverização é utilizado quando a fragmentação resulta em um 
pó, isto é, partículas de dimensões reduzidas. Em todos os casos, a fragmentação dos 
sólidos, que se traduz pelo surgimento de superfícies livres novas, necessita de uma 
fonte de energia. A matéria prima, com fragmentos sólidos acima de uma determinada 
dimensão, deve ser triturada, tamisada e homogeneizada. 
 
O gral ou almofariz é o objeto mais utilizado na trituração ou pulverização na farmácia 
de manipulação. Deve-se revestir o gral com o excipiente que for utilizar na formulação 
a fim de prevenir a perda de princípio ativo que for triturado, pois o almofariz é poroso 
e se não observar esta técnica, poderemos perder parte do ativo. 
 
Existem algumas matérias-primas que devem ser trituradas antes de incorporá-las aos 
veículos que serão utilizados, como a uréia, o peróxido de benzoíla e algumas matérias-
primas que estiverem em grânulos ou agregadas. No caso do omeprazol e alguns 
antifúngicos (itraconazol) que são apresentados em grânulos (pellets), não devemos 
triturá-los. 
Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
 
 
TAMISAÇÃO 
 
A tamisação é a operação destinada a separar, mecanicamente, através das malhas de 
um tecido apropriado, partículas sólidas com diferentes dimensões. Os tecidos 
utilizados na tamisação atuam como verdadeira rede, apenas deixando passar aquelas 
partículas cujas dimensões sejam, pelo menos, ligeiramente inferiores à abertura das 
respectivas malhas e retendo, por outro lado, as de tamanho superior. Deste modo, é a 
largura das malhas que condiciona a dimensão das partículas que atravessam o tecido e, 
assim, conhecida esta largura, poder-se-á estabelecer o tamanho dos grânulos que 
passarem através dele. 
 
Tamis (ou peneira) é um instrumento cilíndrico, de inox, com uma malha que o seu 
diâmetro varia de 4,750mm (malha n°. 4) até 0,020mm (malha nº. 635). Normalmente 
na Farmácia de Manipulação utilizam-se as malhas nºs. 35 a 42, ou peneiras de plástico 
adquiridas em supermercados com malhas finas e uniformes. 
 
No ato da tamisação não se deve fazer movimentos bruscos ou golpes violentos. Não se 
deve forçar a passagem do pó, assegurando que passe somente os grânulos cujo 
diâmetro é ligeiramente inferior à da abertura da malha. 
 
Os grânulos que ficarem retidos no tamis deverão ser triturados e tamisados novamente. 
 
 
MISTURA OU HOMOGENEIZAÇÃO 
 
A mistura é uma operação fundamental que consiste em tornar o mais homogêneo 
possível uma associação de vários produtos sólidos, pastosos, líquidos ou gasosos. O 
resultado desta operação é uma preparação homogênea. Isto é, cada fração ou dose 
coletada ao acaso deve conter todos os componentes nas mesmas proporções que a 
totalidade da preparação. 
 
No caso de misturas de pós de cores diferentes, um simples exame visual dá idéia da 
homogeneidade. Para não tender a uma separação, o ideal seria apenas misturar pós com 
propriedades semelhantes. Entre os fatores que favorecem a separação, existem as 
diferenças de tamanho, forma e densidade. 
 
A tenuidade dos componentes é o fator mais importante para a obtenção de um pó 
homogêneo. É mais interessante misturar partículas de mesmas dimensões, motivo pelo 
qual é necessário moer convenientemente as matérias primas e até tamisá-las antes de 
realizar a mistura. 
 
A densidade de cada componente influi sobre a estabilidade da mistura. As partículas 
mais pesadas têm tendência a se precipitarem no fundo dos recipientes, ao passo que as 
mais leves sobem até a superfície. 
 
Em misturas complexas com vários componentes de concentrações diferentes, é preciso 
começar por misturar entre si os princípios que estão em quantidade menores e depois 
adicionar progressivamente os demais componentes. 
Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
 
Na prática, utilizamos sacos plásticos para a homogeneização. 
 
Espatulação, trituração, tamisação e mistura em tambores giratórios - são geralmente 
descritos em livros de farmácia como métodos de mistura na manipulação de 
medicamentos. Podemos também podem usar outras tecnologias, como os agitadores 
elétricos e homogeneizadores. 
 
A espatulação é a mistura de pós em uma pedra de pomada com auxílio de uma 
espátula. 
Nesse método, não há redução do tamanho da partícula, então, os pós a serem 
misturados devem ser finos e apresentar tamanho uniforme. Uma vez que não é 
utilizada pressão, o pó resultante é geralmente fluido e não-compactado. 
 
A trituração é o método preferível em diferentes circunstâncias, pois resulta na obtenção 
de uma mistura de pós mais homogênea do que quando são utilizados os outros 
métodos. Sempre deve ser usado na preparação de misturas de pequenas quantidades de 
fármacos potentes. Uma vez que a trituração contempla dois processos ao mesmo tempo 
- a redução de tamanho de partícula e a mistura -, esse método economiza tempo quando 
pós de diferentes tamanhos de partículas são combinados. 
 
Misturas de pós de quantidades moderadas ou grandes podem ser eficientemente 
alcançadas com o uso de misturadores. 
 
Embora seja importante a inspeção visual do pó resultante, não é fácil determinar se a 
mistura foi bem-sucedida. Uma vez que muitos fármacos são pós brancos, a 
determinação visual da uniformidade é quase impossível. Alguns farmacêuticos 
adicionam uma pequena quantidade (aproximadamente, 0,1 %) de um corante para 
permitir a visualização da homogeneidade da mistura. 
Entretanto, pode ser imprudente adicionar outros componentes na preparação. É 
preferível utilizar técnicas apropriadas e misturar os pós durante um dado período de 
tempo, determinado experimentalmente, que garanta a homogeneidade da preparação. 
Uma técnica útil em misturas de pós é a diluição geométrica. 
 
A diluição geométrica é usada quando são misturados dois ou mais pós de diferentes 
quantidades. É um método empregado para auxiliar e garantir que pequenas quantidades 
de componentes, em geral fármacos potentes, estejam homogeneamente distribuídas por 
toda a mistura.A trituração com a diluição geométrica é o método mais usual, pois 
conduz à obtenção de misturas de pós mais homogêneas com relação aos outros 
métodos. Os passos na diluição geométrica são os seguintes: 
 
(1) Pese separadamente todos os componentes da formulação. 
(2) Coloque o componente presente em menor quantidade no gral. 
(3) Selecione um componente presente em maior quantidade e coloque no gral uma 
quantidade aproximadamente igual ao volume de pó do primeiro componente. 
(4) Triture bem os pós até obter uma mistura uniforme. 
(5) Adicione um volume de pó do segundo componente igual ao volume de pó da 
mistura presente no gral e triture bem. 
(6) Continue adicionando pó no gral dessa forma até que todos os componentes sejam 
adicionados. 
Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
 
 
FILTRAÇÃO 
 
A filtração é uma operação que tem por objetivo separar duas fases pela passagem 
através de uma parede porosa que se deixa atravessar, sob ação de uma diferença de 
pressão, por uma das fases, retendo com eficácia variável a outra fase. Todos os líquidos 
preparados na farmácia por dissolução devem ser filtrados, retendo as impurezas em 
suspensão ou alguma substância que não foi totalmente dissolvida. Deve-se usar papel 
de filtro qualitativo ou gaze, quando necessário. 
 
 
MEDIDAS DE VOLUME 
 
A medição de volumes dos líquidos é outra das operações praticadas na farmácia. Faz-
se utilizando instrumentos de vidro ou plástico (pipetas, provetas, cálices graduados, 
copos graduados), onde a escala cuja unidade fundamental é o “mL”. 
 
• Conta-gotas: Alguns médicos prescrevem medicamentos para serem administrados 
na forma de gotas. É certo que podemos utilizar frascos conta-gotas ou pipetas com 
bulbos de borracha, mas qualquer destes processos não origina gotas com peso ou 
volume uniforme. A uniformidade depende de vários fatores como a densidade do 
líquido, a temperatura que o utilizaremos e a capilaridade. Podemos padronizar um 
conta-gotas, onde a uma temperatura de 25ºC, 20 gotas de água destilada 
correspondem a l g. 
 
Um medicamento líquido para uso interno, como um xarope, raramente é prescrito para 
ser administrado de uma só vez. Em regra destina-se a ser ingerido em doses 
fracionadas. É de se esperar que a farmácia forneça os copos ou colheres medidas para o 
paciente administrar o medicamento em casa. Mas, na prescrição médica podem estar 
indicado alguns utensílios domésticos. Assim relacionaremos alguns utensílios e suas 
medidas: 
 
• Colher de café = 2,5 mL de água 
• Colher de chá = 5 mL de água 
• Colher de sobremesa = 10 mL de água 
• Colher de sopa = 15 a 20 mL de água 
 
 
 
CONVERSÃO DE CÁLCULOS 
 
Uma das maiores causas de erro no aviamento de prescrições magistrais relaciona-se à 
“matemática farmacêutica” ou aos cálculos em farmácia. Apesar da maioria dos 
processos serem relativamente simples, um ponto decimal mal colocado ou um valor 
estimado erroneamente pode ter conseqüências sérias, levando inclusive à morte. Um 
profissional que não esteja preparado para executar esses cálculos não deve envolver-se 
com a manipulação magistral. É extremamente importante que o farmacêutico possua 
um excelente embasamento no que se refere à metodologia dos cálculos e nenhum erro 
pode ser tolerado nessa etapa vital do processo de manipulação. 
Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
 
Para pós: Um bom exercício de conversão de cálculos é a seguinte fórmula: 
 
Zinco 40mg 
Cobre 2mg 
Vitamina C 60mg 
Vitamina E 30mg 
Betacaroteno 5.000UI 
Selênio 40mcg 
 
Manipule 30 cápsulas. 
 
Analisando cada matéria prima teremos: 
 
 
 
Se o ZINCO for fornecido diluído a 20%, devemos fazer o seguinte cálculo: 
 
40 mg X 30 (cps) = 1.200 mg ou 1,2 g 
 
1,2 g - 20 % 
 X - 100 % 
 
Portanto 1,2 X 100 = 6 g. 
 20 
Assim teremos que pesar 6 gramas de zinco. 
 
Alguns programas de computador necessitam de um fator de correção para o cálculo das 
fórmulas. Podemos achar um fator e aplicá-lo: 
 
 
100 % = 5, se multiplicarmos o 1,2 g por 5 encontraremos o peso que devemos obter. 
 20 
 Se o COBRE for obtido em uma diluição de 13,66 %, aplicamos a regra de três ou 
calculamos o fator: 
 _100_ = 7,32 
 13,66 
 
Assim, 2 mg X 30 (cps) = 60 mg. 
 
60 mg X 7,32 = 439,20 mg (total do sal que devemos pesar) 
 
 
 A VITAMINA C é pura, portanto faz-se o cálculo diretamente: 
 
60 mg X 30 (cps) = 1.800 mg ou 1,8 g. 
 
 
 A VITAMINA E compramos geralmente a 50%: 
 
Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
30 mg X 30 (cps) = 900 mg. Como é a 50 %, multiplica-se por 2. Pesaremos 1.800 mg 
ou 1,8 g. 
 
 
• BETACAROTENO: pode vir dos distribuidores assim: 1.670 UI/mg, a 10 %. 
 
5.000 UI X 30 (cps) = 150.000 UI 
 
Assim temos: 1 mg = 1.670 UI 
 X = 150.000 
 
Resultado: 89,82 mg. Mas, o produto é a 10%, então devemos converter se a prescrição 
não mencionar a diluição: pesaremos 898,20 mg do betacaroteno. 
• SELÊNIO é geralmente adquirido a 0,2%. 
 
40mcg = 0,04mg X 30 (cps) = 1,2mg x 500 = 600mg. 
 
Existem alguns princípios ativos que não devemos converter, pois utilizamos já na 
forma como os adquirimos: é o caso do Ginkgo biloba extrato seco a 24%, ácido lático a 
50%, etc. 
 
Outro cálculo que nos deparamos é com líquidos e suas doses fracionadas: 
 
Exemplo: 
 Ciproheptadina ......................3 mg 
 Xarope simples qsp................5 mL 
 
 Manipule 200 mL 
 
Para cada 5 mL de xarope simples, 3 mg de ciproheptadina. Portanto, é só sabermos 
quantas frações de 5 mL existe em 200 mL do total. 
200 = 40 40 X 3 = 120 mg ou 
 5 
 
3 mg (ciproheptadine) 5 mL (xarope) 
 x 200 mL (xarope) 
 
Aplicando-se a regra de 3, teremos: x = 200 x 3 = 120 mg. 
 5 
 
Outros cálculos na Farmácia Magistral: 
 
Um farmacêutico necessita preparar um lote de um descongestionante oftálmico. Cada 
frasco deverá conter 15 mL. O conservante a ser utilizado é o cloreto de benzalcônio a 
0,01 %. O farmacêutico dispõe de uma solução-estoque contento cloreto de benzalcônio 
a 17 %. Qual o volume da solução estoque para preparar os três frascos? 
 
15 x 3 = 45 
45 x 0,0001 = 0,0045 g 
 
Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
0,0045 17 
 ----------- = ---------- x = 0,026 mL 
 x 100 
 
Uma solução anticolinérgica foi prescrita para um bebê, em uma dose de 0,25 mL. O 
conta-gotas que acompanha o medicamento libera 2 mL de líquido a cada 56 gotas. O 
farmacêutico deve instruir os pais para ministrarem quantas gotas para o bebê? 
 
56 ÷ 2 = 28 gotas / mL 1 28 X = 7 gotas 
 ------ = ------- 
 0,25 X 
Formas anidras e formas hidratadas: 
 
Qual a quantidade de MgSO4. 7 H2O deve ser tomada para obter-se 5 g de MgSO4? 
 
Mg = 24 S = 32 O = 16 
 
O peso molecular do MgSO4 é: 
 
Mg 1 x 24 = 24 
S 1 x 32 = 32 
O 4 x 16 = 64 
 120 
 
o peso molecular do MgSO4. 7 H2O é: 
 
MgSO4 1 x 120 = 120 
H 14 x 1 = 14 
O 7 x 16 = 112 
 246 
 
A quantidade de MgSO4. 7 H2O necessária será de: 
 
120 5 
 -------- = --------- X = 10,25 g 
 246 X 
 
Assim, 10,25 g de MgSO4. 7 H2O conterão 5 g de MgSO4. 
 
 
DILUIÇÕES E PRÉ-DILUIÇÕES 
 
Existem algumas matérias-primas que devemos deixar pré-diluídas, devido às suas 
baixas concentrações ou por termos que pesar quantidades mínimas prescritas em 
microgramas. Alguns exemplos clássicos são o T3 e o T4, a capsaicina, o ácido 
retinóico, vitamina D2 e D3, Vitamina B12, etc. 
 
O T3 e o T4 podemos fazer uma diluição de 1:1000. Por exemplo, 1g do T3 (ou T4) 
para 999g de talco (esterilizado previamente em recipiente de inox, ao fogo, por 10 
minutos e deixá-lo esfriar). Tamisar e homogeneizar. 
Farmacotécnica	
  EspecialProf. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
 
A capsaicina poderá ser diluída no propilenoglicol 1:100 e conservar em geladeira. Ou 
seja, 1g de capsaicina para 99g de propilenoglicol. 
 
É sempre utilizada a técnica da diluição geométrica e o fator de correção (FC) 
corresponde à diluição que você preparou. Se a diluição foi de 1:100, o FC é 100. 
Assim, se precisa pesar 0,0075 g de ácido retinóico, você pesará 0,75 g do diluído. 
 
O ácido retinóico pode ser diluído em dipropilenoglicol e conservado em geladeira, 
também. 
 
No caso das cápsulas, os diluentes ou excipientes desempenham um papel de 
preenchimento, quando a quantidade do princípio ativo não é suficiente para preencher 
uma cápsula. São pós inertes ou coadjuvantes que podem ser escolhidos em função das 
suas propriedades. Podemos citar açúcares e poliálcoois (lactose, manitol, etc.), pós de 
celulose, amidos e sílicas. 
 
 
DISSOLUÇÃO 
 
A dissolução é o ato de dissolver uma substância ou mistura, sem alterá-la. Em sistemas 
biológicos, a dissolução da droga em um meio aquoso é condição importante para a sua 
absorção sistêmica. A dissolução é química quando há combinação transformando seus 
componentes em outro produto (geralmente produz calor). É física quando desaparece 
no dissolvente, transforma-se apenas, misturando-se (geralmente absorve o calor). É 
importante conhecer a natureza físico-química de um fármaco e seu comportamento em 
um meio, como pKa e o perfil de pH, tamanho da partícula, polimorfismo, coeficiente 
de partição, interação com excipientes, pH de estabilidade e o estado de ionização da 
molécula, onde veremos em Biofarmacotécnica. 
 
Expressões do tipo “partes por” 
 
1 g/mL 100% 1 ppl (uma parte por l) 
1 mg/mL 0,1% 1 ppt (uma parte por 1.000) 
1 µg/mL 0,0001% 1 ppm (uma parte por 1.000.000) também expressa como sendo 
1 g em 1.000.000 mL de solução) 
1 ng 0,0000001% 1 ppb (uma parte por 1.000.000.000) 
 
As Farmacopéias indicam a solubilidade das matérias primas através dos seguintes 
termos: 
 
Termos Quantidade relativa de solvente para 1 parte de soluto 
Muito solúvel Menos de 1 parte 
Facilmente solúvel De 1 a 10 partes 
Solúvel De 10 a 30 partes 
Pouco solúvel De 30 a 100 partes 
Ligeiramente solúvel De 100 a 1.000 partes 
Muito pouco solúvel De 1.000 a 10.000 partes 
Praticamente insolúvel Mais de 10.000 partes 
Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
 
 
Qualquer concentração de uma solução deve representar-se em porcentagem referindo o 
peso da substância dissolvida em 100 mL de solvente ou por 100 g de solução. 
 
Quando a solução é aplicada na pele, o corpo fornece calor suficiente para evaporar a 
água ou outro solvente, e as substâncias que exercem alguma ação terapêutica reter-se-
ão à superfície cutânea, diluindo-se, em seguida, na água estrutural da pele. 
 
1. MATÉRIAS-PRIMAS QUE NECESSITAM DE CORREÇÃO 
 
A não correção ou correção indevida do teor de um princípio ativo em uma forma 
farmacêutica implicará em uma dose errada e conseqüentemente uma não conformidade 
passível de sanções legais. 
 
Quando devemos fazer a correção? 
 
 Quando a substância é comercializada na forma diluída. 
 Quando a substância é diluída na farmácia, por razões farmacotécnicas e de 
segurança. 
 Quando a substância é comercializada na forma de sal e a dose é administrada em 
relação a sua molécula base. 
 Quando a substância é comercializada na forma de sal ou base hidratada, e o 
produto de referência é dosificado em relação à base ou sal anidro. 
 Sais minerais ou minerais aminoácidos quelados em prescrições em que se deseja o 
teor elementar. 
 Correção do teor, quando o doseamento indicar valores menores do que o mínimo 
especificado na literatura. 
 
Cálculo do fator de correção: 
 
Fc = Peso molecular do sal 
 Peso molecular da base 
 
Exemplo: Se tivermos que manipular uma receita contendo 60 cápsulas de ranitidina 
150mg: 
 
Neste caso, as literaturas indicam o cloridrato de ranitidina para administração oral e o 
 
cálculo deverá ser feito em relação a sua base. 
 
Assim teremos: Peso molecular da ranitidina, cloridrato = 350.9 
 Peso molecular da ranitidina base = 314.4 
 
Fc = 350.9 = 1,116 (1,12) 
 314.4 
 
60 (cápsulas) X 150 mg X 1,12 = 10.080 mg 
 
Assim, teremos que utilizar 10,080 g de cloridrato de ranitidina para obtermos 150 mg 
Farmacotécnica	
  Especial	
  	
  
 
Prof. Valéria Maria de Souza [setembro 2009] 
de ranitidina base para cada cápsula. 
 
Para moléculas hidratadas: 
 
Fc = Peso molecular da molécula hidratada 
 Peso molecular da molécula anidra 
 
 
 
Exemplo: Se tivermos que manipular uma receita contendo 30 cápsulas de amoxicilina 
500 mg: 
 
Neste caso as literaturas indicam que a molécula de referência é anidra. 
 
Assim teremos: Peso molecular da amoxicilina trihidratada = 419.5 
 Peso molecular da amoxicilina anidra = 365.4 
 
 
Fc = 419.5 = 1.148 (1,15) 
 365.4 
 
30 (cápsulas) X 500 mg X 1,15 = 17.250 mg 
 
Assim, teremos que pesar 17,250 g para obtermos 500 mg de amoxicilina base para 
cada cápsula.

Outros materiais