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Resumo Unids 4, 5 e 6

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INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO 
 
UNIDADE 4 – O ESTADO BRASILEIRO 
- A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 
. A Constituição Federal corresponde à certidão de nascimento de um país e indica: 
- Nome completo do país: República Federativa do Brasil 
- Tipo de Gestão: união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal – autonomia de 
gestão 
- Estado Democrático de Direito 
- Fundamentos1: 
. Soberania + Cidadania + Dignidade da pessoa humana 
. Valores sociais do trabalho + Livre iniciativa 
. Pluralismo político: coabitação de diferentes ideologias políticas 
.  Forma de Estado: 
- Formas de Estado: como se organiza o povo e a soberania sobre o território que lhe pertence 
. Unitária: concentra o poder popular no território como um todo (uno) - o poder central é exercido 
sobre todo o território sem as limitações impostas por qualquer outra fonte de poder 
- Exemplo clássico: República Francesa 
. Composta: descentraliza o poder em esferas menores da atuação estatal, podendo ser denominada 
“federação de Estados” ou “Estado federal” 
- Exemplo: República Federativa do Brasil 
. Ocorre a divisão espacial de Poderes, formulando, assim, uma multiplicidade de 
organizações governamentais com atribuições e competências específicas 
. O “Poder Público brasileiro” é dividido em estados + municípios + Distrito Federal + União 
(pessoa jurídica no nível federal) 
.  Forma de Governo: 
- Forma de Governo: maneira como o Estado se organiza politicamente para governar o seu povo 
. Monarquia: marcada pela concentração do poder nas mãos de um governante, vitalício e hereditário 
- Exemplo: Reino Unido da Grã- Bretanha e Irlanda do Norte 
. Constituído por quatro nações (Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales) e 
governado pela Rainha Elizabeth II. 
. Como é uma monarquia constitucional, existe a participação do parlamento na figura do 
primeiro-ministro, chefe de Governo 
. República: fundamentada na representatividade do povo por intermédio de votação, de eleições 
periódicas 
- Exemplo: República Federativa do Brasil 
. Em 1988, quando da promulgação da Constituição Federal, o documento anexo ADCT (Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias) regulamentou o período de transição entre as 
duas Constituições 
- No Art. 2o, o ADCT colocava sobre o povo brasileiro a responsabilidade de escolher, 
diretamente, qual a forma e sistema de governo que queriam adotar no Brasil  
inicialmente, o plebiscito aconteceria dia 7 de setembro de 1993 
. Mas a data foi alterada pela Emenda Constitucional no 2/1992, e o plebiscito aconteceu no 
dia 21 de abril de 1993. 
- As opções escolhidas foram república e o presidencialismo 
- O governante assume o encargo pela eleição da sociedade e não por ter nascido filho 
do anterior 
- O mandato eleitoral tem prazo determinado e que não é vitalício 
 
1 Fundamento: designa algo sobre o qual se apoia uma estrutura. O fundamento de uma casa é o seu alicerce, pois nele a casa toda está 
firmemente apoiada. 
.  Sistema de Governo: 
- Funções primordiais que o governo de um Estado precisa que sejam exercidas: 
. Chefia de Estado: representa o país perante os organismos de direito internacional 
. Chefia de Governo: responde internamente pelas decisões internas de uma nação 
- Sistema de Governo: modo mediante o qual o poder político se divide para ser exercido no Estado 
. Parlamentarismo: existe a divisão entre as duas funções, sendo que a chefia de Estado é delegada 
à uma pessoa e a chefia de Governo a outra 
- Exemplo: Reino Unido da Grã-Bretanha, uma monarquia-constitucional onde a chefia de 
Governo é exercida pelo primeiro-ministro 
. Presidencialismo: não existe a divisão entre as duas funções, haja vista uma mesma pessoa 
concentrar as funções de chefia de Estado e de chefia de Governo 
- Exemplo: Brasil – escolheu o presidencialismo também no plebiscito 
. Presidente da República: pessoa que, internamente, decide as questões administrativas 
brasileiras e, internacionalmente, representa a nação perante os demais Estados e 
organismos internacionais 
.  Poder Legislativo: 
- “Todo poder emana do povo” + “só existe um poder no Estado brasileiro” – mas as funções do Estado 
podem ser divididas 
. Fazer as leis: atividade legislativa ou legiferante 
. Julgar os conflitos: atividade judiciária 
. Administrar a coisa pública: atividade executiva 
- Brasil: atividade legislativa exercida em estruturas diferentes por esfera: União, estados, municípios e 
Distrito Federal 
. Esfera federal (União): o poder legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, composto por duas 
casas com funções iguais – tipo bicameral 
- Senado Federal: 
. Composto por 81 senadores, sendo que cada Estado e o Distrito Federal tem o direito de 
eleger três senadores para um mandato de oito anos 
. Mas os três não são eleitos ao mesmo tempo 
- Em uma eleição é escolhido um e, quatro anos depois, são eleitos os outros dois – isso 
permite maior alternância. 
. Eleição por critério majoritário: o candidato mais votado é eleito 
. Função dos senadores: representar Estados e o Distrito Federal 
- Câmara dos Deputados: 
. Composta atualmente por 513 Deputados Federais, sendo que este número é estabelecido 
por lei complementar 
. Eleição por critério proporcional: não é eleito necessariamente o que foi o mais votado – 
esse critério possibilita que as minorias tenham representatividade no Congresso Nacional 
. Esfera Estadual (Estados): o poder legislativo é exercido pelas Assembleias Legislativas – tipo 
unicameral 
- É composta por Deputados Estaduais, sendo o quantitativo definido em legislação própria. 
- São eleitos para um mandato de quatro anos. 
. Esfera Municipal (Municípios): o poder legislativo é exercido pelas Câmara de Vereadores – tipo 
unicameral – existe somente uma casa legislativa 
- É composta pelos vereadores, sendo o quantitativo definido em legislação própria. 
- São eleitos para um mandato de quatro anos. 
. Distrito Federal (Caso Especial): conjuga aspectos de Estados com características próprias dos 
municípios – o poder legislativo é exercido pela Câmara Legislativa 
- Câmara (palavra relativa aos vereadores) + legislativa (palavra relativa aos Deputados 
Estaduais) – mandato de quatro anos e eleição por critério proporcional 
.  Poder Judiciário: órgão incumbido de analisar os conflitos entre as pessoas propondo a solução mais 
apropriada segundo critérios de justiça (aplicação das soluções jurídicas) 
- Cabe ao Poder Legislativo formular as leis e ao Poder Judiciário resolver o conflito caso alguém não 
respeite as leis em vigor – neste caso, aplica-se a justiça para solucionar o conflito 
- Mas as medidas adotadas pelo Judiciário transcendem à aplicação da lei, haja vista, às vezes, a própria 
lei ferir o conceito de justiça – exemplo clássico são as leis consideradas inconstitucionais. 
. Antes mesmo do julgamento da inconstitucionalidade pelo STF, o Juiz tem liberdade para não 
seguir a lei, aplicando a justiça através de um processo próprio de interpretação 
- O Judiciário não pode se recusar a julgar um litígio: por isso, todos podem buscar a interferência do 
Estado para a resolução de um conflito jurídico 
. Art. 5o, inciso XXXV, da CF 1988: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito” 
. Mas a liberdade de acesso ao judiciário deve ser feita de forma organizada, proporcionando uma 
efetiva “prestação jurisdicional pelo Estado” 
- Se todo juiz tivesse de apreciar todas as matérias, o trabalho do Judiciário ficaria prejudicado 
pela desorganização – por isso, o Poder Judiciário se divide em órgãos 
- Art. 92 da CF 1988: são órgãos do Poder Judiciário 
. Supremo Tribunal Federal (STF): instância máximo do PoderJudiciário do Brasil – acumula dois 
tipos de competências: 
- Aquelas típicas de uma Suprema Corte ou tribunal de última instância 
- Aquelas típicas de um Tribunal Constitucional, encarregado de julgar questões de 
constitucionalidade independentemente de litígios concretos 
. Controle de constitucionalidade por ser exercido de duas formas: 
- Preventivo: filtro exercido pelo próprio Poder Legislativo, através da Comissão de 
Constituição e Justiça (CCJ), ainda na fase de elaboração das leis, garantindo que 
estas fiquem em conformidade com a Constituição 
- Repressivo: é realizado no intuito de reprimir a existência de leis que eventualmente 
tenham sido editadas de forma contrária à Constituição Federal. Pode ser realizado de 
duas formas: 
. Difusa: realizada mediante o julgamento dos juízes no curso de um processo – os 
magistrados definem se a norma jurídica invocada nos autos é constitucional ou 
não 
. Concentrada: realizada através da propositura de uma ADIN (Ação Direta de 
Inconstitucionalidade) no STF – neste caso, a decisão aplica-se a todos os homens 
– ela possui eficácia2 
. Conselho Nacional de Justiça (CNJ): órgão criado recentemente3 visando atuar no controle da 
atividade administrativa e financeira dos demais órgãos do Poder Judiciário, bem como de 
supervisionar o cumprimento dos deveres funcionais dos magistrados 
. Superior Tribunal de Justiça (STJ): tem como função primordial zelar pela uniformidade de 
interpretações da “legislação federal” brasileira 
- Responsabilidade: julgar, em última instância, todas as matérias infra-constitucionais não-
especializadas4 - exemplos são os julgamento de questões que se referem à aplicação de lei 
federal ou de divergência de interpretação jurisprudencial 
- É composto por 33 ministros, imbuídos de uniformizar o entendimento dos tribunais brasileiros 
em relação às leis federais não-especializadas 
. É o responsável, por exemplo, em decidir casos em que tribunais neguem a aplicação de 
uma lei federal ou quando existem tribunais diferentes interpretando de forma diferente uma 
lei federal 
. Justiça Federal: composta pelos Tribunais Regionais Federais (TRF´s) e Juízes Federais 
- Competência: julgamento de ações nas quais a União + autarquias, fundações e empresas 
públicas federais figurem como autoras ou rés – ou seja, matérias que possuem interesse para 
a União 
. Art. 109 da CF 1988: competências dos juízes federais – processar e julgar: 
 
2 O termo Erga omnes é usado, no meio jurídico, para indicar algo que possui “efeito para todos”, apesar de significar “contra todos”. 
3 Pela Emenda Constitucional no 45, de 30 de dezembro de 2004. 
4 O termo infra-constitucional é entendido como as normas não tratadas na Constituição Federal e não-especializadas aquelas que 
escapem à Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar,. 
- Causas em que a União (Administração Direta e Indireta) figure como interessada, seja 
na condição de autora, ré, assistente ou oponente 
. Exceção: falência, acidentes de trabalho, e matérias sujeitas à Justiça Eleitoral e à 
Justiça do Trabalho 
- Causas que envolvam Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e 
Município ou pessoa domiciliada ou residente no País, de outro. 
- Causas que envolvam a relação entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e 
a União, e sejam fundadas em tratado ou contrato 
- Crimes políticos e as infrações penais praticadas contra bens, serviços ou interesse da 
União (Administração Direta e Indireta) 
. Exceção: contravenções e matérias sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça Militar 
- Crimes previstos em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução 
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente 
- Causas relativas a direitos humanos (artigo § 5º da CF de 1988) 
- Crimes contra a organização do trabalho + contra o sistema financeiro e a ordem 
econômico-financeira 
- “Habeas-corpus”: matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento 
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição 
- Mandados de segurança + “habeas-data” contra ato de autoridade federal, excetuados 
os casos de competência dos tribunais federais 
- Crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves 
. Exceção: aqueles que sejam competência da Justiça Militar 
- Crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro + execução de carta 
rogatória, após o “exequatur” + execução de sentença estrangeira, após a 
homologação + causas referentes à nacionalidade 
. Justiça Especializada: órgãos do Poder Judiciário que se responsabiliza por assuntos que, de tão 
específicos, necessitam de tribunais específicos 
- Justiça do Trabalho (TRT´s): processos em que as partes litigam sobre assuntos decorrentes 
das relações de trabalho e de emprego 
. Estrutura: Varas Trabalhistas  Tribunais Regionais do Trabalho  Tribunal Superior do 
Trabalho 
- Justiça Eleitoral (TRE´s): demandas onde se discute a lisura do processo eleitoral brasileiro – 
decide, por exemplo, as acusações de abuso do poder econômico do candidato que compra 
votos para se eleger ou a cassação de mandatos obtidos por meios irregulares 
. Estrutura: Juntas Eleitorais  Juízes Eleitorais  Tribunais Regionais Eleitorais  
Tribunal Superior Eleitoral 
- Justiça Militar (TRM´s): trata tão-somente de processar e julgar os crimes militares definidos em 
lei 
. Estrutura: Auditorias Militares  Tribunais de Justiça Militar  Superior Tribunal Militar 
. Justiça Comum Estadual: conjunto de órgãos jurisdicionais que atuam em cada estado da 
federação, e também no Distrito Federal 
- Organização: fica a cargo dos Estados com exceção do Distrito Federal, onde a tarefa fica sob 
a responsabilidade da União 
- Área de atuação: definida conforme critérios das Constituições Estaduais, apesar de 
geralmente ser tratada como uma competência residual 
. Competência residual: indica todas aquelas matérias que não se encaixam em nenhum dos 
tribunais anteriormente citados 
.  Poder Executivo: precipuamente5 responsável pela Administração Pública. Diante dessa relevância, nós 
trataremos desse assunto na Unidade 5. 
 
5 Dic. Aurélio - principal, essencial. 
- RESUMO 
. Nome do País: República Federativa do Brasil 
. Classificação: ocorre sob diversas perspectivas 
- Quanto à sua forma de Estado: Estado federado 
. Compõe-se da união de diversos entes federativos os quais possuem autonomia política e 
econômica 
- Quanto à sua forma de Governo: república 
. Possuímos um sistema eleitoral que permite a substituição periódica dos nossos governantes – ou 
seja, é a possibilidade de elegermos os nossos representantes no poder político que nos difere de 
uma monarquia (poder vitalício e hereditário) 
- Quanto ao sistema de Governo: república presidencialista 
. A figura do chefe de Estado e do chefe de Governo estão concentradas na mesma pessoa: o 
presidente da República 
. O Estado possui três funções primordiais: 
- Legisla, fazendo as leis 
- Julga, aplicando-as a cada caso 
- Administra os serviços públicos 
. Estrutura dos três Poderes no Brasil: 
- Poder Legislativo: atividade legiferante 
- Poder Judiciário: atividade jurisdicional 
- Poder Executivo: Administração Pública 
 
UNIDADE 5 – A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
- O QUE É ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
. A expressão “Administração Pública” possui três sentidos: 
- Sentido amplo: órgãos de Governo + órgãos administrativos 
. Orgãos de Governo: incumbidos de estipular as políticas e diretrizes de Governo 
. Órgãos administrativos: encarregados de executar e aplicar as políticas governamentais traçadas 
pelo Governo 
- Sentido restrito: se refere exclusivamente à consecuçãodas atividades administrativas, excluindo-se a 
formulação das políticas de Governo 
. Na prática, o sentido restrito é bastante limitado, haja vista o Governo, antes de formular suas 
políticas de curto e longo prazo, frequentemente recorrer aos conhecimentos específicos dos 
Órgãos e Entidades da Administração Pública 
- Sentido formal, subjetivo ou orgânico: conjunto de agentes públicos, órgãos e entidades administrativos 
encarregados por lei e regulamento do exercício das atividades administrativas 
. É o aparelho de que dispõe a Administração Pública para a consecução das atividades 
administrativas 
- Sentido material, objetivo ou funcional: diz respeito às atividades administrativas exercidas pelo Estado, 
não incluindo a análise dos sujeitos que exercem as citadas atividades 
- ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS EXERCIDAS PELO ESTADO 
. Atividades de polícia administrativa + noção de serviço público + fomento + intervenção administrativa na 
liberdade e propriedade dos sujeitos privados - a atividade administrativa também pode atuar no sentido de 
regulamentar, fomentar ou mesmo intervir diretamente na atividade econômica 
- Atividades de regulação e fiscalização: exercidas, por exemplo, pelas Agências Reguladoras – 
entidades da Administração Indireta com competência legal para fiscalizar e regular as atividades 
econômicas de interesse público – exercendo “atividades de intervenção” 
. Exemplos: atividades de regulação e fiscalização das telecomunicações, da geração e do uso da 
energia elétrica, do controle das águas e dos transportes terrestres 
. Estes setores não podem ficar submetidas à livre vontade do mercado – eles constituem setores 
econômicos que se caracterizam pela forte repercussão social 
- Mesmo que o Estado não execute direta ou indiretamente tais atividades, faz-se necessária a 
sua intervenção para que o interesse público não fique entregue às flutuações e incongruências 
do mercado 
. Criação das agências reguladoras: 
- No Brasil: ocorreu em uma dupla perspectiva histórica, em um momento que ocorriam: 
. Privatizações: venda de entidades da Administração Indireta para o setor privado 
. Delegação contratual de serviços públicos: concessões e permissões de serviços públicos 
- Nos EUA: surgiram sob a perspectiva de ausência do Estado + necessidade de impor limites à 
ação da iniciativa privada, para proteger o interesse público 
- Atividades de intervenção administrativa: criação das Empresas Públicas e Sociedades de 
Economia Mista visando a Intervenção direta do Estado na Economia 
. Entidades da Administração Indireta, criadas por lei, visando principalmente intervenção na 
atividade econômica e alternativamente, prestação de serviços públicos 
- Exemplos de entidades interventoras nas atividades econômicas: Petrobrás e Banco do Brasil 
- Atividades de Fomento: destina-se a estimular determinados setores e sujeitos da iniciativa privada 
que exercem ou deveriam exercer atividades privadas de interesse e utilidade públicas 
. Exemplos: incentivos fiscais, financiamentos subsidiados e em condições favoráveis ou auxílios 
financeiros incluídos nos orçamentos 
- Exercício do Poder de Polícia: atividade administrativa, com base legal, que limita a liberdade e 
propriedade dos particulares, com o intuito de satisfazer o interesse público 
. As sociedades são constituídas por diversos grupos heterogêneos, com interesses e expectativas 
diversas – o objetivo primeiro da Administração Pública é achar um denominador comum para a 
boa e pacífica convivência entre estes grupos 
- Para que esse objetivo seja alcançado, faz-se necessário, muitas vezes, o Estado restringir e 
condicionar o exercício dos direitos individuais 
. Exemplos do uso do poder de polícia: fiscalizações de natureza sanitária e fiscal exercidas pelas 
entidades administrativas 
- Atividade de serviço público: executada direta ou indiretamente pela Administração Pública sob 
regime jurídico de direito público 
. Características de um “regime jurídico de direito público”: 
-  O Estado atua em situação de supremacia ou de privilégio em relação ao administrado 
. A Administração Pública possui prerrogativas e poderes especiais, expressamente 
previstos no ordenamento jurídico 
-  As relações jurídicas entre o Estado e os particulares são reguladas por normas especiais 
que objetivam a consecução do interesse público 
. Mesmo em situações em que tais normas tenham de restringir interesses particulares 
-  Determinados tipos de controle incidem sobre tais relações jurídicas 
-  A Administração Pública executaria suas atividades submetida a uma série de princípios de 
natureza pública 
. Origem histórica dos princípios do Direito Público, que se referem às atividades administrativas: 
remonta à Revolução Francesa e à atuação do Conselho de Estado da França 
- Este Conselho, ao analisar casos concretos específicos, afastou a aplicação do Código Civil 
(que constitui norma, por excelência de direito privado) e criou inúmeros princípios de direito 
público como: 
. alteração e revogação unilateral dos contratos administrativos pela Administração 
. princípio da responsabilidade extracontratual do Estado 
. autoexecutoriedade dos atos administrativos 
- O que ocorreu na prática: a iluminação dos municípios franceses à época era implementada 
pelo uso do gás – os contratos que regiam o uso de tal iluminação eram regidos pelo Código 
Civil – submetidos ao princípio do pacta sunt servanda 
. Pacta sunt servanda: significa que os pactos devem ser cumpridos, ou seja, o que foi 
pactuado não poderia ser alterado 
- Com o surgimento da iluminação por energia elétrica, de melhor qualidade, mais segura e mais 
barata, a Administração Pública francesa ficou submetida forçosamente àqueles contratos 
regidos pelo direito privado: tinha que usar energia à gás, inclusive mais cara 
. Esse conflito chegou ao Conselho de Estado francês – ele decidiu, em nome do interesse 
público, que aqueles contratos poderiam ser alterados ou rescindidos unilateralmente pela 
Administração 
. A partir das soluções práticas encontradas pelo Conselho de Estado Francês, a noção de serviço 
público e dos princípios do Direito Administrativo público foram sendo paulatinamente incorporados 
às leis e às Constituições dos diversos países 
- PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
. A maioria dos princípios que regem a Administração Pública e suas atividades estão expressamente 
previstos na CF 1988. Entretanto, alguns princípios – apesar de derivarem do Estado democrático de 
Direito, mas não são encontrados expressamente no texto constitucional 
- Expressos pelo Art. 37, caput, da CF 1988: “a Administração Pública se submete aos princípios da 
legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência” 
 

 L
eg
al
id
ad
e 
- Este princípio decorre da própria noção de Estado de Direito e possui duas acepções: 
. Em relação aos particulares: é permitido fazer tudo o que a lei não proíbe – ou seja, particular pode tudo, só 
não pode contrariar a lei 
. Em relação à Administração Pública: ela sempre se submeterá à lei e só poderá agir quando – e como – a 
lei autorizar. Ou seja, se não houver previsão legal, nada pode ser feito pelo administrador público, sob 
pena deste estar praticando um ato inválido 
- Como conseqüência, a própria lei deve trazer expresso as liberdades do administrador público – ou 
seja, as “condutas discricionárias” que ele pode adotar 
- Logo, é importante saber como a lei estabelece seus dispositivos com vista a orientar as atividades 
administrativas 
. Atos Vinculados: é aquele em que a lei prescreve todos os passos e detalhes da atividade administrativa, 
sem deixar ao agente margem para análises subjetivas ou mesmo para realizar quaisquer considerações 
de mérito – o administrador público fica preso (ou vinculado)à escolha legal. 
- Exemplo: aposentadoria compulsória do servidor público aos 70 anos – o servidor, ao completar a 
idade, é automaticamente aposentado, sem que nenhum administrador público possa intervir 
. Atos Discricionários: é aquele em que a lei concede à Administração alguma margem de liberdade na 
prática do ato - o agente do Estado poderá fazer uma “avaliação de mérito” e escolher a melhor opção 
dentre as legalmente permitidas 
- Neste caso, a avaliação de mérito envolve dois requisitos de escolha: 
. Conveniência: busca pela forma mais conveniente para se aplicar a lei 
. Oportunidade: busca pelo momento mais oportuno para fazer valer a lei 
- Durante o processo legislativo, quando os legisladores se deparam com situações de difícil delimitação 
de todas as hipóteses de ação do administrador público, eles possuem duas opções: 
. Estabelecer a competência para o agente, sem dizer expressamente como tal competência será 
exercida. Ex.: a lei prevê que o agente público é competente para realizar a remoção no serviço 
público, mas não especifica como e quando. 
. Dar várias opções de escolha ao administrador público, para que ele escolha a mais conveniente 
e o momento oportuno. Ex.: A lei faculta ao agente público a aplicação da penalidade de 
advertência, de multa ou de suspensão do infrator 

 Im
pe
ss
oa
lid
ad
e - Determina que a Administração Pública não pode estabelecer preferências pessoais no seu relacionamento com 
o público interessado nos serviços públicos 
. Ou seja, a administração deve aplicar igualdade de tratamento aos administrados que se encontrem em 
idêntica situação jurídica 
. É correlato ao princípio da igualdade (o agente público deve tratar a todos de forma igual) e ao princípio da 
finalidade 
- Exemplo: a obrigatoriedade da realização de concurso público para a nomeação de servidores 
públicos e a obrigatoriedade de realização de procedimento licitatório para as contratações públicas 

 M
or
al
id
ad
e 
- O agente público, no exercício de suas atribuições, deve agir segundo padrões éticos de probidade, decoro e 
boa-fé. 
. Os agentes públicos, além de averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, 
devem também distinguir o que é honesto do desonesto 
. Esta conduta deve ser observada nas relações entre a administração e administrados, bem como também 
internamente, na relação entre a administração e os agentes que a integram. 
. Exemplo: Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/92), que tipifica diversas situações e institui 
inúmeras penas para as ocasiões em que a probidade administrativa é vulnerada 

 P
ub
lic
id
ad
e 
- É dar conhecimento aos particulares dos atos do poder público, atuando a Administração com total 
transparência 
. Os atos da administração merecem ampla divulgação, permitindo que a sociedade possa deles ter ciência, 
exercendo um efetivo controle das atividades administrativas e o conseqüente respeito ao princípio 
democrático 
. Este princípio deve ser seguido por todos os agentes públicos, inclusive os legisladores 
. Exemplo: Lei de Licitações e Contratos (Lei no 8.666/933) que os órgãos públicos a publicarem no Diário 
Oficial e em jornal de grande circulação o resumo do edital de licitação e os extratos do contrato e do 
convênio administrativos 
- Exceção à regra da publicidade: em alguns casos extremos, o sigilo é determinado como: 
. Garantia da intimidade dos particulares: art. 5o, inciso X – “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente 
de sua violação” 
. Em nome do interesse social: art. 5o, inciso XXXVI, parte final - “Todos têm direito à informação, salvo 
quando colocar em risco a segurança da sociedade e do Estado” – casos de segurança nacional e 
investigações sigilosas 

 E
fic
iê
nc
ia
 
- É a exigência de produtividade, economicidade e redução do desperdício de dinheiro público – em contrapartida, 
impõe a execução de serviços públicos com presteza, agilidade, racionalidade, perfeição e rendimento funcional 
. Este princípio somente passou a figurar no texto constitucional após a Emenda no 19/1998. Entretanto, já 
se vislumbrava a presença deste princípio no Decreto-Lei No 200/1967. 
- As Reforma Administrativa da década de 1980 teve como escopo a consecução da eficiência – 
buscava-se, principalmente, eliminar procedimentos burocráticos desnecessários, não previstos na lei 
nem nos regulamentos, que dificultavam a prestação dos serviços públicos 
. Em 1999, a Lei No 9.784, que regulamenta o Processo Administrativo na Administração Pública Federal, 
estipulou no seu artigo 2o, parágrafo único, inciso VIII, que os processos administrativos deverão observar 
as formalidades essenciais ao atendimento do interesse público 
- Ficava assim consagrado o princípio do informalismo (que é deduzido diretamente do princípio da 
eficiência) – neste caso, as formalidades – nos processos e procedimentos administrativos – serão 
somente as estritamente legais 
- Observe que informalismo não quer dizer que a administração pública não precisa respeitar as formas 
definidas para os seus atos 
. No caso de um processo mal estruturado, com folhas faltando, com folhas não numeradas, 
rasuradas ou com anotações sem as devidas cautelas – trata-se de desleixo e não informalismo. 
- Tentativas de melhorar a eficiência na Administração Pública: 
. Criação do contrato de gestão no início dos anos de 1990 e sua respectiva incorporação no artigo 37, § 8o 
da Constituição 
. Delegação contratual de serviços públicos mediante a aprovação da Lei de Concessões e Permissões de 
Serviços Públicos em 1995 
. Privatizações 
. Criação das Organizações Sociais (Lei No 9.637/1998) e das Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público (Oscips), criadas pela Lei No 9.790/1999 
. Parcerias Público Privadas (PPP): Lei No 11.079/2004 
. Consórcios Públicos: Lei No 11.107/2005 
 
- Expresso pelo Art. 37, § 6o, da CF 1988: responsabilidade objetiva extracontratual do Estado 
. O princípio geral do direito determina que “aquele que causa um dano a outrem será responsável 
pela reparação do prejuízo havido” – no caso dos danos causados pelo Poder Público, chama-se 
Responsabilidade civil (ou extracontratual) do Estado 
- O princípio da responsabilidade objetiva extracontratual do Estado também teve origem na 
jurisprudência do Conselho de Estado Francês, no julgamento do caso Blanco 
- Não confundir os tipos de responsabilidade: 
. Responsabilidade Civil: trata de uma responsabilização por perdas e danos 
. Responsabilidade Disciplinar: sujeição dos agentes a sanções disciplinares, internas 
. Responsabilidade Penal: sujeição a sanções penais 
- Não confundir responsabilidade extracontratual com responsabilidade contratual: 
. Esta última surge do descumprimento de uma cláusula pactuada e se resolve de acordo 
com as regras do contrato firmado entre as partes. 
- No Brasil: Art. 37, § 6o da CF 1988: “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito 
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o de regresso contra os agentes que causarem o 
dano, no caso de dolo ou culpa” 
. Entidades estatais passíveis de responsabilização: 
- Administração Pública direta: União, Estados, Distrito Federal e municípios 
- Administração Pública Indireta: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e 
as Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviços públicos 
- Órgãos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário 
- Empresas Permissionárias e Concessionárias de Serviços Públicos no que concerne às 
suas atividades relacionadas com a prestação dos serviços 
.Os agentes terão de atuar na qualidade de agentes públicos: se o agente não estiver 
agindo na função de agente público, não haverá responsabilização objetiva 
. As relações jurídicas, no caso do direito de regresso, são duplas e independentes: 
- Lesado em relação ao Estado: para ser indenizado, o lesado não precisa comprovar o 
dolo ou a culpa do agente, nem a ausência ou mau funcionamento do serviço 
- Estado em relação ao servidor que ocasionou o dano: para ser ressarcir, o Estado tem 
de provar o dolo ou a culpa do agente 
. A responsabilidade é objetiva, devendo recair sobre ela os três pressupostos: 
- O fato administrativo: comprovação de que ocorreu a ação do Estado, como qualquer 
forma de conduta, comissiva ou omissiva, legítima ou ilegítima, singular ou coletiva 
- O dano: mal ou ofensa pessoal (prejuízo moral), prejuízo material causado a alguém 
pela deterioração ou inutilização de bens seus; estrago, deterioração, danificação 
- O nexo de causalidade entre o dano e a ação do Estado: que o dano foi realmente 
causado pela ação do Estado – neste caso, não há necessidade de comprovar o dolo 
ou a culpa na ação do Estado 
- Fundamento teórico da responsabilidade objetiva do Estado: é a teoria do risco administrativo – 
basta provar o dano e a relação de causa e efeito entre a lesão e a conduta do Poder Público 
. Aumento do número das entidades estatais  incremento das atividades administrativas 
 aumento do risco de que as citadas atividades administrativas ocasionem danos na 
esfera patrimonial das pessoas físicas ou jurídicas privadas 
. Quando o Estado indeniza as pessoas em razão de danos cometidos por seus agentes no 
exercício das atividades administrativas, o faz com recursos públicos 
. Portanto, o Estado não faz mais do que repartir os danos perpetrados por seus agentes 
com toda a coletividade, em razão do incremento do risco de suas atividades 
- Expressos no Art. 5o da CF 1988: 
.  Devido processo legal: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal (Inciso LIV) – visa democratizar e evitar que os poderes e os privilégios da 
Administração sejam aplicados de forma autoritária 
- Exaustivamente reforçado e regulamentados na Lei No 9.784/1999 – Processo Administrativo 
Federal 
.  Contraditório e ampla defesa: é assegurado aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral (Inciso LV) 
- Significam o direito à ciência dos atos processuais, à produção de provas e à manifestação do 
interessado por meio da contestação e dos recursos e impugnações cabíveis. 
.  Celeridade e razoável duração do processo administrativo: é assegurado a todos, no âmbito 
judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de 
sua tramitação (Inciso LXXVIII) 
- Princípios expressos ou implícitos no ordenamento jurídico (leis infraconstitucionais): 
.  Núcleo do regime jurídico administrativo: 
-  Prerrogativas: para que o interesse público possa se sobrepor ao interesse dos particulares 
. Supremacia do interesse público sobre o privado: a Administração, ao exercer suas 
atividades administrativas, deverá perseguir a consecução do interesse público6, mesmo 
que para cumprir tal objetivo tenha de sacrificar ou reduzir algum direito de liberdade ou de 
propriedade do particular 
- Trata-se da superioridade de tratamento a ser dada aos interesses da coletividade 
- Exemplos: atributos do ato administrativo + uso do poder de polícia 
-  Restrições: para que essa prerrogativas sejam exercidas somente no interesse da sociedade 
. Indisponibilidade dos interesses públicos: os interesses pertencentes à coletividade não se 
colocam sob a livre disposição de quem quer que seja 
- A Administração Pública não pode dispor livremente dos bens e interesses colocados 
pelo ordenamento jurídico aos seus cuidados, tampouco pode transigir nem negociar 
livremente com tais bens e interesses 
- Exemplo: a proteção legal especial que incide sobre os bens públicos 
.  Princípio da Razoabilidade: está diretamente ligado ao poder discricionário do Administrador 
Público. Embora ele tenha recebido da lei alguma liberdade, não pode escolher a opção que se 
mostre desarrazoada – fora dos padrões normais de aceitabilidade 
- Ou seja, ele deve adotar comportamentos aceitáveis e de certa forma previsíveis de acordo 
com o esperado pela sociedade em que está inserido 
- Exemplo: uma lei determina que as repartições públicas fique abertas quatro horas ao dia, em 
horário a escolha do gestor público – funcionamentos de 10h às 14hs ou 8hs às 12hs são 
razoáveis, enquanto que 23hs às 3hs da madrugada, ainda que dentro do limite temporal, seria 
desarrazoada, pois este horário é extremamente inconveniente 
.  Princípio da Proporcionalidade: os atos da Administração Pública só podem ser válidos se 
exercidos na extensão e intensidade proporcionais ao que sejam realmente demandado para o 
atendimento da finalidade da lei e do interesse público 
- É a correta adequação entre os meios e os fins, visando uma medida proporcional da ação 
administrativa – “não se abatem pardais disparando canhões”. 
- Exemplo: a ocasião exige apenas uma simples advertência, por isso, não pode o agente público 
imputar a penalidade de suspensão injustificadamente 
.  Princípio da Finalidade: todo ato administrativo do agente público deve buscar atender a uma 
finalidade pública, nunca a um interesse privado ou a um interesse diverso do determinado em lei 
- Exemplo 1: a lei determinou que a remoção objetiva melhorar a organização dos serviços, por 
isso, este dispositivo não pode servir para punir um servidor 
- Exemplo 2: quando um prefeito desapropria um bem para prejudicar adversário, ele deixa de 
atender a uma utilidade pública ou ao interesse social. 
- ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA 
. Conceito de Administração Pública em seu aspecto subjetivo: as pessoas jurídicas (órgãos e entidades) que 
prestam os serviços públicos 
- Tradicionalmente, a Administração Pública costuma prestar seus serviços de duas formas: 
.  Administração Direta: 
-  Centralização administrativa: os serviços públicos são prestados pelos próprios órgãos do 
Estado, de forma centralizada 
-  Ausência de personalidade jurídica dos órgãos: eles são impossibilitados de contrair direito e 
obrigações e de atuar com capacidade processual 
. Em princípio, a personalidade jurídica é da União, Estados e municípios – estes é que são 
os sujeitos de direitos e obrigações 
. Ressalvados os Órgãos mais elevados do Poder Público 
 
6 Ao considerarmos que o interesse público é o somatório de interesses da sociedade, temos que esse interesse se transforma em 
interesse majoritário, prevalecendo sobre o interesse privado em casos de conflitos. 
-  Desconcentração administrativa: divisão das atribuições nos respectivos órgãos 
administrativos em escala hierárquica 
-  Relacionamento piramidal e hierárquico entre os órgãos, com possibilidade de delegar 
competências, avocar competências, revogar e anular atos de órgãos inferiores (quando 
inconvenientes ao interesse público ou eivados de ilegalidades); dar, receber e obedecer 
ordens legais 
-  Competências apenas para exercício das atividades administrativas típicas: prestação de 
serviços públicos 
.  Administração Indireta: 
-  Descentralização administrativa: os serviços públicos são prestados por outras entidades, 
fora do corpo centralizado da Administração Pública 
-  Personalidade jurídica própria: são sujeitos que podem contrair direitos e obrigações e atuar 
processualmente 
. Quando uma entidade da Administração Indireta firma um contrato administrativo, o faz em 
nome próprio, tendo em vista sua capacidade de contrair direitos e obrigações.-  Autonomia administrativa e financeira: maior liberdade para administrar e gerir os recursos 
financeiros definida na lei de sua criação 
-  Sofrem supervisão administrativa (controle e tutela administrativa): controle com um menor 
grau de rigidez em relação à subordinação hierárquica 
. Visa apenas verificar se a entidade está cumprindo os objetivos estipulados na lei de 
criação 
. Decreto-Lei no 200/67: 
- Art. 4o, parágrafo único: “... os Ministérios supervisionarão as Entidades da 
Administração Indireta de sua área de competência.” 
. O Ministério da Previdência supervisiona o INSS, por exemplo. 
- Art. 26: lista as características da supervisão ministerial Federal 
-  Somente poderão ser criadas por “lei específica” ou “lei autorizadora” 
. Constituição Federal, art. 37, inciso XIX: “somente mediante lei específica poderão ser 
criadas Autarquias ou autorizada a criação de Fundações, Empresas Públicas e 
Sociedades de Economia Mista” 
- Autarquias: a lei cria 
- Fundações Públicas se submetem a regime jurídico idêntico ao das Autarquias: a lei 
também cria tais entidades 
- Nos demais casos, a lei autoriza a criação7. 
-  Tais entidades não podem ser criadas para exercer atribuições genéricas 
. A “lei de criação” deve estipular expressamente suas funções e atribuições 
-  Forma de criação de uma entidade da Administração Indireta: 
. Chefe do Poder Executivo envia projeto de lei específico ao Congresso Nacional 
-  Motivos para a criação de uma entidade da Administração Indireta: 
. Conferir maior autonomia administrativa e financeira + maior liberdade para administrar e 
gastar + maior grau de eficiência na prestação dos serviços públicos 
- Consórcios públicos com personalidade jurídica de direito público: também integram a 
Administração Indireta de todos os entes da Federação consorciados8 
.  Autarquias: 
- “Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para 
executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram para seu melhor funcionamento, 
gestão administrativa e financeira descentralizada” (Art. 5o, inciso I, do Decreto-Lei no 200/67) 
 
7 Lei de criação: depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades citadas, assim como a 
participação de qualquer delas em empresa privada. Esta lei específica é aquela que somente poderá dispor sobre aquele assunto, e não 
outro. 
8 Artigo 6o, § 1o, da Lei no 11.107/2005. 
. Apesar de não ser declarado expressamente que a natureza jurídica das autarquias é pública, o 
“regime jurídico público constitucional” para as entidades administrativas públicas aplica-se 
integralmente às autarquias 
- Eminentemente administrativas para executar serviços públicos: típicos do Estado 
. Somente poderão ser criadas, modificadas ou extintas9 por meio de lei específica, de iniciativa do 
Chefe do Poder Executivo 
- Sofrem controle interno, concernente à sua estrutura hierarquizada 
. São supervisionadas, tuteladas e controladas pelo órgão ministerial da área de competência 
. Podem sofrer controle direto do Congresso Nacional: que poderá fiscalizar diretamente ou por 
qualquer de suas casas 
. Controladas e fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União: fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial + legalidade, economicidade e legitimidade de seus atos e 
contratos 
- Passíveis de mandado de segurança e de ação popular 
. Submetem-se também ao controle jurisdicional, uma vez que a lei não poderá excluir da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito 
- Seus bens são públicos e gozam de toda a proteção legal destinada aos bens públicos 
. Inalienáveis10, impenhoráveis para pagamento de dívidas, não podem servir como garantia para o 
pagamento de empréstimos e não podem ser adquiridos por usucapião 
- Responsabilidade extracontratual objetiva: 
. No caso de exaurido a patrimônio da entidade, a controladora arca subsidiariamente com os 
prejuízos oriundos da responsabilização 
- Possuem privilégios tributários: 
. Não podendo incidir impostos sobre seu patrimônio, sua renda e seus os serviços11 
- Possuem privilégios processuais: 
. Prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer nos processos judiciais 
. Direito ao duplo grau de jurisdição: a sentença emitida contra as Autarquias não produz efeitos até 
ser confirmada pela instância superior 
- As despesas dos atos processuais das Autarquias são pagas ao final do processo pela parte 
vencida 
- Autarquias especiais: agências executivas e agências reguladoras 
. Diferenciam-se em dois pontos: 
- Necessidade de autorização do Senado Federal para a nomeação de seus dirigentes 
- Proteção especial para o mandato fixo dos citados dirigentes 
.  Agências Executivas: autarquia ou fundação que cumpra os seguintes requisitos: 
- Plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento 
- Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor 
. Contrato de Gestão: deverá definir as metas a serem atingidas assim como os meios 
pertinentes à sua implementação 
.  Agências Reguladoras: realizam a intervenção indireta do Estado, por meio da regulação das 
atividades econômicas efetivadas pelo setor privado 
- Foram criadas em um contexto histórico específico: 
. Retirada do Estado da produção direta de bens ou utilidades econômicas 
. Consequente redução da máquina administrativa estatal 
. Necessidade de implementação de controle nas atividades estatais desestatizadas 
- Atividade reguladora: exercício do poder normativo por parte das agências 
. Entretanto, quais seriam os limites ao exercício da atividade reguladora? 
.  Fundações Públicas e Fundações Privadas Governamentais: 
- “Entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude 
de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos 
ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos 
 
9 Princípio do paralelismo das formas. 
10 Qualquer forma de alienação deverá ser realizada nos termos da lei. 
11 Desde que vinculados a suas finalidades essenciais ou às que delas decorram. 
respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes” 
(Art. 5o, inciso IV, do Decreto-Lei no 200/67) 
. Estas entidades adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua 
constituição no Registro Civil12 de Pessoas Jurídicas 
- Em princípio, as Fundações Governamentais são pessoas jurídicas de direito privado, instituídas e/ou 
mantidas pelo poder público 
. Objetivo: prestação de serviços de natureza social e sem finalidades lucrativas 
- Doutrina: divide as Fundações Governamentais em duas categorias: 
.  De direito público: com personalidade jurídica de direito público 
- São verdadeiras autarquias, haja vista incidir sobre elas a totalidade do regime jurídico de 
direito público – o mesmo que vigora sobre as autarquias 
- Exercem atividades típicas de Estado + são detentoras das prerrogativas típicas de direito 
público 
- Exemplo: 
. Fundação Nacional da Saúde 
. Fundação Universidade de Brasília 
. Fundação Nacional do Índio 
.  De direito privado: com personalidade jurídica de direito privado, instituídas pelo Estado 
- Exerceriam atividades sociais que não seriam exclusivas do Estado e que, portanto, também 
poderiam ser exercidas por Fundações instituídas pela iniciativa privada 
- Para o Supremo Tribunal Federal (STF), existe fundação de direito público (RE n. 215.741, Min. Rel. 
Maurício Corrêa, em 30 de março 1999) 
. A Fundação Nacional deSaúde, que é mantida por recursos orçamentários oficiais da União e por 
ela instituída, é entidade de direito público 
. Na prática, quem determina o formato (direito público ou privado) é o Chefe do Poder Executivo, ao 
encaminhar o respectivo projeto de lei 
- Regime jurídico das Fundações públicas: idêntico ao das autarquias – detentoras de todas as 
prerrogativas de direito público, com os mesmos privilégios tributários e processuais 
. Os bens são públicos 
. Regime jurídico do pessoal: idêntico ao aplicável às autarquias 
. Os atos administrativos são passíveis de mandado de segurança e de ação popular 
- Atos e contratos administrativos submetidos ao Direito Público 
. Não sofrem Controle pelo Ministério Público (nos moldes do art. 66 do Código Civil) 
- No caso das fundações públicas federais 
. São supervisionadas pelo Ministério da área de competência 
. Foro competente para solucionar os litígios: Justiça Federal 
. Responsabilidade extracontratual objetiva 
- Regime jurídico das Fundações privadas governamentais: 
. Os bens são privados: não gozam da proteção especial destinada aos bens públicos (Art. 100 e 
101, do Código Civil) 
. Regime de contratação de seu pessoal: Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) 
. Foro competente para solucionar os litígios: Justiça Estadual 
. Quando praticam atos de natureza privada: não são passíveis de ação popular e de mandado de 
segurança 
.  Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista: 
- É a forma mais usual do Estado intervir diretamente na economia 
. O art. 173 da CF prevê que “a exploração direta da atividade econômica pelo Estado somente será 
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo” 
. Hipóteses que determinam a criação de Empresas Públicas ou de Sociedades de Economia Mista: 
- Imperativos da segurança nacional 
- Relevante interesse coletivo 
 
12 Não sendo aplicada a elas demais as disposições do Código Civil concernentes às fundações. 
- Definição legal: conforme o art. 5o, incisos II e III, do Decreto-Lei no 200/67 
. Empresa Pública: 
- “entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital 
exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo 
seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo 
revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito” 
. Propriedade exclusiva da União (no caso de Empresas Públicas federais) 
. Podem ser constituídas sob quaisquer das formas admitidas em direito 
. Foro competente para dirimir as lides: Justiça Federal 
. Sociedade de Economia Mista: 
- “entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração 
de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto 
pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta” 
. Capital com direito a voto (maioria) é público 
. Somente poderão ser constituídas sob a forma de sociedades anônimas 
. Foro competente para resolver os litígios: Justiça Estadual 
- Entretanto, se a se a União for chamada a intervir, o processo deverá ser avocado para 
a Justiça Federal 
- A doutrina entende que estas entidades possuem regime jurídico híbrido: tanto de direito público, 
quanto de direito privado 
. A personalidade jurídica, conforme art. 173, § 4o, inciso II, da CF, é própria das pessoas jurídicas 
privadas: 
- Inclusive quanto aos direitos e às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários 
. Entretanto, inúmeros dispositivos constitucionais típicos de direito público se aplicam a elas: 
- Obrigatoriedade de realizar concurso público para a contratação de pessoal (art. 37, II) 
- As vedações de acumulação de cargos atingem os empregados dessas entidades (art. 37, 
XVII) 
- Obrigatoriedade de licitar para realizarem suas contratações (art. 37, XXI e 173, § 1°, III) 
- Somente poderão ser criadas por lei autorizadora (art. 37, XIX e XX) 
- Sofrem fiscalização pelo Tribunal de Contas (art. 70) 
- Semelhanças entre as duas formas: 
. Criação e extinção por lei 
. Personalidade jurídica de direito privado 
. Poderão ser criadas para “prestação de serviços públicos” ou “intervenção na atividade econômica”, 
realizando atividades comerciais e empresariais que o Estado entenda necessárias à segurança 
nacional e ao relevante interesse público 
. Regime tributário das empresas privadas 
. Bens: 
- Se forem prestadoras de serviços públicos: são bens públicos 
- Se forem exploradoras de atividades econômicas: são bens privados 
. Não possuem privilégios processuais 
. Contratação de pessoal mediante concurso público 
- Seus empregados não podem acumular empregos e cargos públicos 
- Regime de trabalho da CLT: seus empregados não gozam de estabilidade 
- Equiparam-se aos funcionários públicos para fins penais (artigo 327, § 1°, do Código Penal) 
- São considerados agentes públicos para efeitos de prática dos ilícitos de improbidade 
administrativa previstos na “Lei de Improbidade Administrativa” 
. Obrigatoriedade de licitar 
. Não estão sujeitas à falência 
. Responsabilidade extracontratual: 
- Das entidades prestadoras de serviços públicos: objetiva 
- Das entidades exploradoras de atividades econômicas: subjetiva, nos termos do direito privado 
- Em suma, observe que as empresas públicas são diferentes das empresas privadas 
. A elas é dada uma proteção especial, com o intuito de proteger o capital social: que é público 
- NOVAS FIGURAS ADMINISTRATIVAS 
. História recente do País: várias reformas administrativas 
- Objetivo: diversificar e conferir maior grau de eficiência à prestação dos serviços públicos ou das 
atividades com interesse público 
. Serviço público: 
Celso Antônio 
Bandeira de Mello 
“é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material fruível diretamente pelos 
administrados, prestado pelo Estado, ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de Direito Público – 
portanto, consagrador das prerrogativas de supremacia e de restrições especiais – instituído pelo Estado em 
favor dos interesses que houver definido como próprios do sistema normativo” 
Meirelles 
“todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controle estatais, para 
satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado” 
Corrente 
essencialista 
“aquela atividade que, por sua própria natureza, somente poderia ser exercida sob um regime jurídico de 
direito público” 
Acepção subjetiva 
“seria aquele prestado diretamente pelo Estado” – na prática, foi desmentida pelo ordenamento jurídico tendo 
em vista que as entidades da Administração Indireta também prestam serviços públicos. 
Corrente 
formalista 
“seria aquele que o ordenamento jurídico, a constituição e as leis afirmam que dita atividade seja ministrada 
de forma pública” – essa é a opinião majoritária da doutrina no Brasil 
. Modelo de Soma Zero do Prof. Paulo Modesto13: a dicotomia serviço público/atividade de exploração 
econômica se sustenta na ideia da dicotomia entre o Estado e a Sociedade 
- A Administração Pública de todos os poderes monopolizaria a prestação dos serviços públicos 
. Por outro lado, a iniciativa privada seria a responsável direta pelo domínio na área econômica 
. Restando ao Estado as funções regulatórias e fiscalizadoras da atividade econômica 
- Portanto, o Estado só pode substituir “os particulares na ação econômica” em situações restritas: 
. Demandadas pela segurança nacional e relevante interesse público 
- Os particulares podem exercer atividades de natureza pública como delegados contratuais do Estado 
- Soma Zero: “as atividades são qualificadas como atividadespúblicas ou privadas, por um lado, e de 
interesse público ou de interesse privado por outro” 
. Zona híbrida: entretanto, na prática do Estado Social pode-se observar situações nas quais o particular 
pode desenvolver atividades de interesses públicos que não seriam enquadradas formalmente na noção de 
serviço público 
- O art. 129, inciso II, e o art. 197 da CF denominam essa zona híbrida como “serviços de relevância 
pública” 
. São de “relevância pública” as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos 
termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita 
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado 
- Logo, faz-se necessário romper com o Modelo de Soma Zero e incluir na “classificação das atividades 
de prestação pública” as atividades de relevância pública exercidas pelos particulares, inclusive em 
regime de parceria com o setor público, sob controle estatal 
.  Contratos de Gestão: 
- Duas últimas décadas: movimento nas políticas governamentais  objetivando implementar a 
Administração Pública Gerencial 
. A origem das novas ideias estão no PDRAE (Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado) e 
nos trabalhos do ex-ministro Bresser-Pereira 
. Ele defendia que a gestão da coisa pública deveria ser inovadora, compatível com os avanços 
tecnológicos 
- Mais ágil, descentralizada, voltada para o controle de resultados (ao invés do controle de 
procedimentos), mais compatível com o avanço da democracia em todo o mundo 
- Além de uma participação cada vez mais direta na gestão pública 
- O Contrato de Gestão foi introduzido no ordenamento jurídico através da Emenda Constitucional no 
19/98 (Emenda da Reforma Administrativa) 
 
13 Paulo Modesto: professor de Direito Administrativo da UFBA. Ex-assessor especial do Ministério da Administração Federal e Reforma 
do Estado do Brasil. 
. Art. 37, § 8o da CF: “a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da 
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus 
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o 
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
- O prazo de duração do contrato 
- Os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade 
dos dirigentes 
- A remuneração do pessoal” 
. Vale destacar que a CF não menciona expressamente “contrato de gestão”, e sim apenas “contrato” 
- Mas reafirmar a própria natureza do “contrato de gestão”: cumprimento de metas pelas 
entidades estatais, em troca de algum privilégio concedido pelo poder público – no caso, a 
ampliação da autonomia administrativa e financeira 
- Decreto no 137/91: primeiro dispositivo normativo que regulamentou os contratos de gestão – 
atualmente revogado 
. Ele determinava que as Empresas Estatais, objetivando o aumento de sua eficiência e 
competitividade, poderiam submeter propostas de contratos individuais de gestão, estipulando os 
compromissos reciprocamente assumidos entre a União e a empresa, e cláusulas especificando: 
- Objetivos, metas, indicadores de produtividade, prazos para a consecução das metas 
estabelecidas e para a vigência do contrato, critérios de avaliação de desempenho, condições 
para a revisão, renovação, suspensão e rescisão, penalidades aos administradores que 
descumprirem as cláusulas contratuais. 
. As empresas estatais que vierem a celebrar contratos de gestão com a União ficavam isentas do 
sistema de autorização prévia 
. Em suma, o contrato de gestão estipulava que as Empresas Estatais deveriam submeter à prévia 
aprovação suas propostas de: 
- Preços e tarifas públicas, admissão de pessoal, despesa de pessoal (inclusive contrato a título 
de Serviços de Terceiros), elaboração, execução e revisão orçamentárias, contratação de 
operações de crédito ou de arrendamento mercantil (inclusive refinanciamento) e demais 
assuntos que afetassem a política econômica 
. Os primeiros contratos de gestão firmados tinham como base o Decreto no 137/91: Companhia Vale 
do Rio Doce (CRVD – ex-empresa estatal/sociedade de economia mista privatizada em 1997) + 
Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras – empresa estatal/sociedade de economia mista) 
.  Organizações Sociais e Contratos de Gestão: 
- A nova figura jurídica “Organizações Sociais” foi instituída pela Lei no 9.637/1998 
. O Poder Executivo ficou autorizado a qualificar como organizações sociais: 
- Pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao 
ensino + pesquisa científica + desenvolvimento tecnológico + proteção + preservação do meio 
ambiente + cultura + saúde 
. Uma entidade privada somente pode ser qualificada como organização social se: 
- Comprovar: 
. Natureza social dos objetivos e respectiva área de atuação 
. Finalidade não lucrativa: obrigatório o investimento dos excedentes financeiros no 
desenvolvimento de atividades próprias 
. Previsão expressa de a entidade ter Conselho de administração e Diretoria – ambos 
definidos nos termos do estatuto 
. Previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do 
Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e 
idoneidade moral 
. Composição e atribuições da diretoria 
. Obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros e 
do relatório de execução do contrato de gestão 
. No caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto 
. Proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese, 
inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da 
entidade 
. Previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe 
foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, 
em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social 
qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, 
dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por 
estes alocados 
- Haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização 
social, do Ministro da área de atividade correspondente ao seu objeto social 
- O Contrato de gestão seria o instrumento firmado entre o Poder Público e a organização social 
. Com o objetivo de firmar parceria entre as partes para fomento e execução de atividades relativas 
às áreas de interesse público e social 
. Ele deverá discriminar as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder Público e da 
organização social, além de ser aprovado pelo Conselho de Administração da entidade e pelo 
Ministro 
. Neste caso, os Contratos de Gestão deverão conter: 
- Especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das 
metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa 
dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores 
de qualidade e produtividade 
- Estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer 
natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no 
exercício de suas funções 
- Por fim, destaca-se que as Organizações Sociais (OS) podem ser incluídas no chamado 3o Setor, por 
serem entidades de natureza privada, sem finalidades lucrativas que prestam serviços de relevância 
pública 
- AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIPS) 
. Figura jurídica criada pela Lei no 9.790/1999 e regulamentada peloDecreto no 3.100/1999 
- Deriva do intuito de melhorar a prestação dos serviços de relevância pública 
- As OSCIPS são qualificadas pelo Ministério da Justiça e devem ser: 
. Pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, com um dos seguintes objetivos sociais: 
- Promoção da assistência social + cultura + defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico + gratuita da educação (observando-se a forma complementar de participação) + 
gratuita da saúde (observando-se a forma complementar de participação), segurança alimentar 
e nutricional + defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável + voluntariado + desenvolvimento econômico e social e combate à 
pobreza + experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas 
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito + direitos estabelecidos, construção de 
novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar + ética, da paz, da 
cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais 
- Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos 
- Ao contrário das OS, que firmam “Contratos de gestão com o Poder Público”, as OSCIPs firmam os 
“Termos de Parceria com o Poder Público” 
. Na prática, tanto os “Contratos de Gestão” como os “Termos de Parceria” são incluídos na categoria 
dos convênios 
- Os interesses em jogo (do Poder Público e do parceiro privado) são convergentes e objetivam a 
mesma finalidade  a prestação de serviços de relevância pública 
.  Parcerias Público Privadas (PPP’s): 
- Surgiram em razão da incapacidade do Estado para financiar os grandes projetos de infraestrutura 
(ações de tamanho vulto) 
. A Lei no 11.079/2004 incorporou conceitos aplaudidos pela experiência internacional e delimitou 
como objetivo das PPP’s serem instrumento efetivo na viabilização de projetos fundamentais ao 
crescimento do País 
- Balizadas pela atuação transparente da Administração Pública e regras de responsabilidade 
fiscal 
- O que são PPP’s: contrato de prestação de serviços de médio e longo prazo (de 5 a 35 anos) firmado 
pela Administração Pública, cujo valor não seja inferior a 20 milhões de reais, sendo vedada a 
celebração de contratos que tenham por objeto único o fornecimento de mão-de-obra, equipamentos ou 
execução de obra pública 
. A Lei supracitada criou dois novos formatos específicos de concessão de serviços públicos: 
- Concessão patrocinada: concessão de serviços públicos ou de obras públicas, quando envolver 
adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao 
parceiro privado 
. Nada mais foi do que a regulamentação do art. 175 da CF, dispondo sobre as concessões 
e permissões de serviços públicos 
- Concessão administrativa: contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública 
seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e 
instalação de bens 
Diferença entre as três modalidades de concessão 
Comum (Lei no 8.987/95) Patrocinada Administrativa 
O concessionário contratado se 
remunera por meio da cobrança de 
tarifa do usuário do serviço 
O parceiro privado se remunera por 
meio de prestação pecuniária 
repassada pelo Estado e, 
adicionalmente, pela cobrança de tarifa 
O parceiro privado será remunerado 
exclusivamente pela Administração – 
usuária indireta do serviço. A pessoa 
que se beneficia da prestação do 
serviço é o usuário direto 
. O prazo dos contratos de PPP’s não poderá ser inferior a cinco anos, nem superior a 35 anos, 
incluindo eventual prorrogação 
- É vedada a contratação de PPP’s por valores inferiores a R$ 20 milhões 
- RESUMO 
. Poder Executivo: é um dos três Poderes – cuida precipuamente da Administração Pública 
- Conceito de Administração Pública em sentido estrito: “conjunto de agentes públicos, órgãos e 
entidades administrativas encarregadas por lei e regulamento do exercício das atividades 
administrativas” 
. Princípios que regem a Administração Pública: 
- Supremacia do interesse público sobre o privado: em um eventual conflito entre os interesses da 
coletividade e de um indivíduo, prevalece a coletividade 
- Indisponibilidade dos interesses públicos: a Administração Pública – como instituição – não pode dispor 
livremente dos bens e interesses colocados pelo ordenamento jurídico aos seus cuidados 
. A Administração Pública organiza-se em duas facetas: 
- Administração Pública Direta: prestação de serviços públicos diretamente pelo Estado 
- Administração Pública Indireta: compõe-se de entidades dotadas de personalidade jurídica (e, portanto, 
autônoma) para exercer as funções descentralizadas 
 
UNIDADE 6 – DIREITOS DO HOMEM 
- CONCEPÇÃO DE DIREITOS HUMANOS 
. O conceito de direitos humanos varia de acordo com a localidade e a concepção político-ideológica 
presente 
- Para piorar, existe variação terminológica 
. Direitos naturais + direitos positivos + direitos do homem + direitos individuais + direitos públicos 
subjetivos + liberdades fundamentais + liberdades públicas + garantias individuais + direitos do 
homem e do cidadão 
- Entretanto, essa variação terminológica que acarreta problemas à conceituação. Apenas demonstra a 
variedade de concepções e possíveis definições propostas. 
. Portanto, não existe uma única fundamentação acerca dos Direitos Humanos, mas várias 
. São três grandes concepções fundamentais acerca dos direitos da pessoa: 
-  Concepções idealistas: 
. Realizam a fundamentação dos direitos humanos em uma visão metafísica, repleta de abstrações 
por meio da identificação de valores transcendentais que se podem expressar tanto pela vontade 
divina quanto pela razão natural humana 
- A denominação “direitos humanos” não é a mais adequada. 
. Na prática, são direitos naturais, por serem inerentes à natureza do homem ou por serem 
resultado da força da natureza humana 
- Tem início com Aristóteles, mas solidifica-se com a concepção da perenidade dos direitos 
naturais, coexistindo com aqueles direitos mutáveis no espaço e no tempo 
. Direito natural independe de decretos, opiniões ou vontades dos seres humanos 
. Ele está ligado à natureza humana: expressa inclinações racionais, sendo a lei fator de 
determinação do bom posto pela razão 
. Seriam princípios independentes de contingências e variações por terem nascido na 
natureza e da razão 
- Para Aristóteles, o que é regido pela natureza não está sujeito a lugares ou a tempos 
específicos – é universal e atemporal 
- São Tomás de Aquino: precursor do jusnaturalismo cristão 
. Estabelecia um entretecimento14 do direito divino, da lei humana e dos poderes políticos 
- Sendo que a lei humana + poderes políticos estão subordinados ao direito divino 
. Na Idade Média, o soberano expressava a vontade divina exercendo absolutamente seus 
poderes 
- Não havia separação entre o interesse particular do soberano, da aristocracia feudal, 
do clero e do interesse público 
- Valores essenciais à pessoa humana eram definidos e legitimados pela vontade divina 
- Hobbes: pai do jusnaturalismo moderno 
. O direito natural à liberdade atribuída a cada homem de usar seu próprio poder (seu 
julgamento e sua razão) para preservar a sua própria vida 
. Em suma, sob o ponto de vista dos pilares do direito natural, os homens nasceriam livres e iguais 
por força: 
- Do universo, segundo o jusnaturalismo de Aristóteles 
- Da lei divina, segundo o jusnaturalismo de São Tomás de Aquino 
- Pelo próprio homem responsável pela criação de seus próprios princípios por meio da razão, 
conforme o jusnaturalismo racional 
. Fundamento: a certeza de que o direito vai além daquele que é criado pelo ser humano 
- Existeuma ordem superior que é a expressão do direito justo, o qual representa o 
jusnaturalismo 
. Aos poucos, a fundamentação jusnaturalista foi sendo substituída por uma mais historicista 
- Esta nova visão estava embasada no princípio de que os direitos estão condicionados à 
situação histórica – ou seja, os direitos eram relativos 
- Logo, seria impossível atribuir fundamento absoluto a direitos historicamente variáveis 
. A ideia de serem os direitos fundamentais era impensável 
- Os direitos nasceram gradualmente conforme era permitido pelas circunstâncias, resultado de 
necessidades de determinadas épocas 
-  Concepções positivistas: 
. Fundamentaram os direitos da pessoa humana: reconhecia os direitos como fundamentais por meio 
da ordem jurídica positiva 
- A definição vem da noção de justo: algo ordenado 
- Entendimento de que criação dos direitos dava-se por um poder superior ao Estado 
 
14 Entretecimento: introdução ou inclusão de uma coisa em outra; intercalação, interposição, inserção. 
. A criação dos direitos é a expressão verdadeira da vontade estatal, legitimadas e efetivadas 
pelo poder público 
- Aos poucos, a lei passou a compreender o direito 
. O direito encontrava-se restrito à lei: somente existiria determinado direito se na lei 
estivesse expresso 
. Tal concepção preza pela segurança, ao tornar o direito produto exclusivamente do Estado 
- Entretanto, torna-o indiferente às exigências, necessidades sociais de justiça 
-  Concepções crítico-materialistas: 
. Fundamenta-se na obra de Karl Marx: para ele, os direitos são resultantes da luta de classes 
. Através das três perspectivas supracitadas é possível criar novas visões acerca dos direitos indispensáveis 
aos seres humanos: 
- “Direitos humanos”: terminologia adotada para representar as condições indispensáveis ao 
relacionamento dos homens entre si com o Estado 
. É o conjunto de normas e princípios 
. Localizados na constituição em declarações realizadas por organismos internacionais 
. Indispensáveis ao Estado Democrático de Direito 
. No que se refere às garantias e proteções ao homem 
- Estado Democrático de Direito: 
. Características segundo Pablo Lucas Verdú: 
- Igualdade dos cidadãos perante a lei 
- Sistema hierárquico de normas que garantem a segurança jurídica, legalidade da administração 
- Separação dos poderes como meio para alcançar e garantir a liberdade e frear possíveis 
abusos 
- Reconhecimento e a garantia dos direitos e das liberdades fundamentais incorporados ao 
ordenamento constitucional 
- Exame de constitucionalidade das leis como garantia frente a um possível e eventual 
despotismo do legislativo 
- Direitos econômicos e sociais baseados no trabalho e na fundamentação em uma sociedade 
justa, sem exploração econômica e política 
. Sem meios que impeçam a participação plena dos cidadãos no processo político 
- Não pode haver a exploração do homem pelo homem: é uma tentativa de superação do 
neocapitalismo 
. Diferença entre “direitos humanos”  “direito natural” 
- Direito natural: há a extração dos direitos dos homens do Direito Natural 
. São conceitos universais que, mesmo quando não escritos, têm legitimidade e vigência 
- Diferencia-se da concepção positivista 
. Direitos individuais: usado no século XVIII para caracterizar os direitos dos seres humanos isolados 
- Foi introduzido pela Revolução Francesa e, atualmente, são assegurados pelas constituições dos 
diversos países (Constituição Americana e na CF de 1988 no Brasil, por exemplo) 
- Exigem responsabilidade social para exercê-los: por serem individuais, não pressupõem a prática 
incondicionada e abusiva 
- Reconhecem os homens como independentemente de suas condições sociais, escolhas políticas e 
religiosas 
. Direitos públicos subjetivos: direitos que tem o indivíduo face ao Estado, de forma a protegê-lo da 
intervenção estatal 
- Concepção relacionada ao Estado Liberal e à perspectiva individualista15 do ser humano 
. Prestações negativas que visavam prevenir a invasão da esfera jurídica do cidadão pelo Estado 
. Não existem mais as prioridades daqueles deveres que deveriam ser cumpridos pelos súditos, mas 
sim a prioridade dos direitos dos cidadãos 
 
15 Perspectiva individualista: pensamento iluminista francês no século XVIII + independência americana – ambos tinham o viés 
individualista da sociedade. A denominação “liberdades fundamentais” surgiu como uma forma de delimitar as tarefas relativas ao Estado e 
aquelas próprias aos indivíduos que perfazem tal Estado. Liberdade fundamental não constitui um bom termo de designação pelo fato de 
não conter em sua estrutura a possibilidade de enxergar o indivíduo em sua esfera social, na qual está necessariamente inserido. Sempre 
ocorrerá o entretecimento das liberdades individuais, sempre existirão as relações sociais. 
. A sociedade deixa de ser vista como um todo orgânico: acaba o predomínio da sociedade sobre os 
indivíduos 
- Atualmente, cabe ao Estado não apenas as prestações negativas. Ele também deve fornecer bens: faz-
se essencial uma prestação positiva 
. Por isso, a melhor terminologia seria direitos humanos fundamentais 
. Direitos humanos fundamentais: são os direitos ou garantias detalhados na Constituição de cada país 
- Somente alteráveis de forma árdua (complicada), para que não haja supressão de direitos provenientes 
de uma longa construção histórica 
- CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
.  1215: Magna Carta Inglesa na Idade Média 
.  1628: Petition of Rights + 1689: Bill of Rights, considerada a segunda Magna Carta 
.  1776: Declaração de Direitos da Virgínia, considerada a primeira Declaração de direitos fundamentais 
- Declaração de Independência americana: não tinha natureza jurídica tão expressiva quanto a 
Declaração de Direitos da Virgínia, mas obteve maior repercussão 
. : 1787: Constituição Norte Americana, com diversos dispositivos relativos às liberdades fundamentais 
- Com exceção de Thomas Jefferson, os americanos estavam mais interessados em firmar a própria 
independência e estabelecer o próprio regime político do que em levar a ideia de liberdade a outros 
povos 
.  1789: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembleia Nacional Francesa 
- Documento este que foi uma das mais importantes repercussões da Revolução Francesa 
. Para Kant, a Revolução correspondeu ao próprio direito de liberdade 
. Para Démeunier, a declaração tem caráter universal – são direitos de todos os tempos e de todas 
as nações 
. Para Mathieu de Montmorency, os direitos do homem em sociedade são eternos, invariáveis como 
a justiça, eternos como a razão; eles são de todos os tempos e de todos os países 
- Portanto, não se tratava de uma declaração de direitos unicamente para a França, mas para o 
homem em geral 
.  1848: promulgação da Constituição Francesa 
- Ela, entretanto, não reintroduziu os direitos sociais proclamados em 1791 e 1793 
- Discussões acaloradas ocorreram apenas sobre os direitos do trabalho 
.  1864: Convenção de Genebra – inaugurou o direito humanitário na esfera internacional 
.  1917: Constituição Mexicana 
- A primeira constituição a lançar os direitos trabalhistas como direitos fundamentais, juntamente com as 
liberdades individuais e os direitos políticos 
.  1919: Constituição Alemã 
- Apesar de ter vigorado por pouco tempo, trouxe ideias que influenciariam a evolução das instituições 
políticas do Ocidente 
. Era dividida em dois tópicos: “organização do Estado” + “direitos e deveres fundamentais” 
.  1948: Declaração Universal dos Direitos Humanos – produzida no pós 2ª Guerra Mundial 
- Para Trindade: “constituiu um ímpeto decisivo no processo de generalização da proteção dos direitos

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