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DPC SEMESTRAL 
Legislação Penal Especial 
Paulo Henrique 
Data: 13/06/2013 
Aula 16 
DPC SEMESTRAL – 2013 
Anotador(a): Tiago Ferreira 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
SUMÁRIO 
 
1) Lei de Lavagem de Capitais - L 9.613/98. 
 
 
LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS - L 9.613/98 
 
Gerações das leis que incriminam a lavagem de capitais (Evolução): 
 
Gerações - Base no rol dos crimes antecedentes. 
 
 
1ª Geração: 
 
Lavagem apenas no caso de tráfico antecedente. 
 
Brasil não chegou na 1ª geração. 
 
 
2ª Geração: 
 
Amplia-se o rol de crimes antecedentes. 
 
Na redação original, era o que estabelecia a nossa L 9.613/98. 
 
 
3ª Geração: 
 
Com as alterações de 2012 (L 12.683/12), a L 9.613/98 dispõe que o antecedente pode ser qualquer infração 
penal, passando a ser classificada como lei de 3ª geração. 
 
 
Processos de Lavagem: 
 
A lavagem nunca é um ato isolado, é sempre um processo composto de um conjunto de atos que visam a 
dissimular a origem ilícita dos valores (capitais). 
 
É possível dividir o processo de lavagem em três fases / etapas fundamentais: 
 
1) Fase de Ocultação / Colocação / Conversão: 
 
“Ocultação” - É a primeira movimentação para tentar separar os valores da sua origem ilícita. 
 
Seria o fracionamento dos valores, depositando-os, separadamente, em valores menores. 
 
As demais operações visam a aprofundar cada vez mais essa ocultação (2ª fase - dissimulação). 
 
2 de 5 
 
2) Fase de Dissimulação / Mascaramento: 
 
Trata-se do aprofundamento da ocultação. São operações sucessivas para dificultar o máximo possível o 
rastreamento dos valores ilícitos. 
 
 
3) Fase de Integração / Reciclagem: 
 
Reciclagem (Itália) - Tornar útil uma coisa que não era aproveitada. 
 
Integração - Reinserir os valores no mercado, porém agora com aparência lícita. 
 
 
***Na prática, tais fases podem se fundir (quaisquer delas já configuram o ilícito). Para as provas, atenção aos 
termos destacados. 
 
 
Tipo Penal: 
 
“Ocultar” ou “dissimular” a origem e a natureza criminosa do dinheiro, bens ou valores (Art. 1º). 
 
O crime de lavagem e o crime antecedente possuem relação de acessoriedade material, isso porque sempre 
haverá uma relação fática entre a lavagem e a infração anterior, porém, é correto dizer que a lavagem possui 
autonomia processual em relação à infração antecedente, pois a apuração e a punição do crime antecedente 
não condiciona a apuração da lavagem de capitais. 
 
A infração anterior pode não ter sido processada por falta de autoria, porém, o juiz que apura a lavagem pode 
reconhecer a sua mera existência para fins de corroborar a lavagem. 
 
A denúncia da lavagem deve demonstrar a mera existência da infração antecedente (§1º do Art. 2º). 
 
Art. 2º. § 1
o
 A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, 
sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a 
punibilidade da infração penal antecedente. 
 
 
Limite da acessoriedade material da lavagem em relação à infração anterior: 
 
Basta demonstrar que a infração antecedente era típica e ilícita, ou seja, que houve um injusto penal, para 
legitimar a apuração e condenação pela lavagem de capitais. 
 
A acessoriedade material não abrange dois aspectos: -Culpabilidade; 
 -Punibilidade. 
 
Portanto, o reconhecimento da prescrição da infração anterior não influencia na apuração e condenação pela 
lavagem de capitais. 
 
A lavagem de capitais exige acessoriedade limitada à tipicidade e à antijuridicidade. 
 
Art. 2º, §1º, parte final 
 
3 de 5 
Agora, se houve processo e sentença absolutória pela infração anterior, a existência da lavagem de capitais 
estará condicionada à fundamentação da sentença absolutória. 
 
Sentenças absolutórias que impedem a punição da lavagem: -Inexistência do fato (Art. 386, I e II do CPP); 
 -Atipicidade (Art. 386, III do CPP). 
 -Excludente de ilicitude (Art. 386, VI, 1ª parte 
 do CPP). 
 
 
No plano processual - Infração anterior deve existir. 
 Para apurar a lavagem. 
No plano material - Infração anterior deve ser típica e ilícita 
 
 
Atenção: E no caso de a infração antecedente quedar-se na tentativa (conatus)? Não influencia na punição da 
lavagem. PORÉM, atentar que se o antecedente for contravenção tentada, como o Decreto-Lei 3.668/41 não 
pune a tentativa de contravenção (desde o início), não se concebe punir a lavagem posterior. 
 
 
Infração antecedente praticada fora do País: 
 
Nesse caso, para se cogitar de punição pela lavagem exige-se que o país onde a infração antecedente foi 
praticada também a tipifique, ou seja, exige-se dupla tipicidade ou tipicidade recíproca da infração 
antecedente. 
 
Não obstante, se a conduta antecedente for considerada infração penal apenas no exterior, nada impedirá na 
apuração da lavagem praticada no Brasil, pois de qualquer modo os capitais possuem origem ilícita. 
 
 
Competência de Justiça da Lavagem de Capitais: 
 
Competirá à justiça comum (Lavagem não é crime militar e nem eleitoral). 
 
Dentro da justiça comum, conforme entendimento do STJ, prevalece que a lavagem de capitais em regra é de 
competência da justiça comum estadual, ensejando, portanto, atuação da polícia judiciária estadual. 
 
Se a infração antecedente for de competência federal, por conexão a lavagem de capitais será de competência 
da Justiça Federal - Súm. 122 da STJ (Atração da Justiça Federal). 
 
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 
III - são da competência da Justiça Federal: 
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal. 
 
 
***Quanto à competência, é sempre a infração antecedente que dará a diretriz. 
 
 
Art. 2º § 2º. No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do CPP (citado por 
edital que não comparece = suspensão do processo e prescrição), devendo o acusado que não comparecer 
nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de 
defensor dativo. 
 
 
4 de 5 
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de SERVIDOR PÚBLICO, este será afastado, sem prejuízo de 
remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, 
o seu retorno. 
 
***Notar que o Art. 17-D expressa, em resumo, que o ato de indiciamento do servidor público, que é 
promovido pela Autoridade Policial, acarretará no seu afastamento automaticamente. Após o indiciamento, a 
Autoridade Policial comunica diretamente o órgão competente para adotar as medidas de afastamento, ou 
seja, não há intervenção judicial nesse procedimento. Atenção: Apenas o retorno do servidor é determinado 
pelo juiz. 
 
 
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos DADOS 
CADASTRAIS do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente de 
autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, 
pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. 
 
***Notar que não se fala em conteúdo de movimentação financeira e nem em conteúdo de conversas 
telefônicas, pois o acesso se restringe tão somente aos dados cadastrais. 
 
 
 
Medidas Assecuratórias na Lavagem de Capitais: 
 
São aquelas previstas nos Art.s 125 a 144 do CPP (medidas cautelares reais). 
 
Art. 4
o
 O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delegado de 
polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal, 
poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou acusado, ou 
existentes em nome deinterpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos 
nesta Lei ou das infrações penais antecedentes. 
 
 
Liberação do bem: §3º do Art. 4º - Exige-se o comparecimento pessoal do acusado. 
 
§ 3
o
 Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado ou de interposta 
pessoa a que se refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à 
conservação de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1
o 
 
Essa exigência da L 9.613/98 não existe no CPP. O advogado pode até apresentar o requerimento, porém o 
bem só será liberado com o comparecimento pessoal do acusado. 
 
 
Alienação antecipada do bem: Art. 4º-A (bens perecíveis E bens que possam sofrer depreciação econômica). 
 
Art. 4
o
-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será decretada pelo juiz, 
de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição 
autônoma, que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em relação ao processo 
principal. 
 
Valor mínimo para alienação: 75% do valor. 
 
O incidente de alienação antecipada deve ser autuado em apartado. 
 
 
5 de 5 
Recursos das decisões proferidas nesse incidente de alienação terão apenas efeito devolutivo (§9º do Art. 4º-A 
da L 9.613/98). 
 
 
 
Ação Controlada na L 9.613/98: Art. 4º-B. 
 
Essa “ação controlada” da L 9.613/98 não envolve flagrante, sendo que é determinada judicialmente. 
 
Art. 4
o
-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão 
ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as 
investigações. 
 
Notar que nesse caso o juiz poderá suspender a sua própria ordem de prisão ou a sua determinação de 
medidas assecuratórias. 
 
Atenção: Como se falou em “ordem de prisão”, não abrangerá a prisão em flagrante. Portanto, esse Art. 4º-B 
envolve tão somente a prisão preventiva e a prisão temporária, sendo que o flagrante, na hipótese de a 
lavagem também envolver a L 9.034/95, autorizaria uma “ação controlada” pelo agente policia, a qual seria 
realizada com lastro na lei do crime organizado e não na de lavagem de capitais (IMPORTANTE). 
 
Atenção: Lembrar que a “ação controlada” na lei do crime organizado (Art. 2º, II da L 9.034/95) prescinde de 
autorização judicial.

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