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ÉTICA DO ADVOGADO final

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ÉTICA DO ADVOGADO
INTRODUÇÃO:
O presente texto possui como principal escopo discutir acerca da importância da observância de preceitos éticos entre advogados e a sociedade. Surgiu a necessidade de codificar as regras de conduta que devem ser seguidas pelas profissões, emergindo os Códigos de Éticas e Estatutos de diversas profissões, a exemplo do Estatuto da Advocacia, instituído pela Lei nº 8.906 de 4 de julho de 1994.
Discutiremos acerca da importância do Estatuto da Advocacia para os profissionais das diversas áreas jurídicas, sobretudo para os advogados, que constituem função essencial à prestação jurisdicional, conforme dispõe a própria Constituição Federal.
A partir do século XX, a sociedade passa a seguir um rumo consumista e individualista, fugindo totalmente dos aspectos da tradição grega no que diz respeito à ética. A preocupação com a coletividade deixa de ser foco, estabelecendo assim, a crise da ética, no sentido amplo da palavra. A competição entre muitos passou a ser foco no mundo Ocidental, levando o individuo agir em prol apenas do seu bem estar, sendo extremamente egoísta. Esse cenário prevalece no século XXI, que pode ser vislumbrado em especifico, dentro da ética profissional, onde o termo acaba sendo utilizado dentre a maioria de forma vazia e equivocada, ou acaba sendo aplicada apenas para equivalentes. Portanto, a intenção da ética deve trazer pontos de cunho fundamental, como a democracia e o respeito aos direitos humanos e ser trabalhada para a recuperação de seu significado nos dias atuais, em todos os seguimentos.
O HOMEM É A MEDIDA DE TODAS AS COISAS:
No século V a. C., Athenas tornou-se uma cidade-estado importante e próspera e, sob a liderança de Péricles (445-429 a. C.), entrou em sua “Era de Ouro” de erudição e cultura. Isso atraiu pessoas de toda a Grécia e para aquelas que conheciam e sabiam interpretar a lei, havia vantagens. A cidade era administrada sob princípios democráticos, com um sistema legal estabelecido. Exigia-se de qualquer pessoa levada à corte que defendesse sua causa. Não havia advogados, mas uma reconhecida classe de conselheiros logo se desenvolveu. Nesse grupo estava Protágoras.
Protágoras ensinava legislação e retórica para qualquer um que pudesse pagar. Seus ensinamentos eram objetivos, sua principal implicação “ O homem é a medida de todas as coisas” é que a crença é subjetiva e relativa. O levou a rejeitar a existência de definições absolutas de verdade, justiça ou virtude. O que é verdadeiro para uma pessoa pode ser falso para outra, ele afirmou. Esse relativismo também se aplica aos valores morais, tais como certo e errado. Para Protágoras nada é inerentemente bom em si mesmo. Algo é ético ou certo apenas porque uma pessoa (ou sociedade) o julga assim. 
Protágoras foi o mais influente de um grupo de professores itinerantes de legislação e retórica que se tornou conhecido como sofistas, a palavra sofista foi originalmente utilizada para designar o artesão experiente em qualquer atividade, mas, literalmente, sofista vem de sophia que quer dizer “perícia”, como no caso dos sofistas, ou “sabedoria”. Os sofistas, de qualquer modo, a partir do século V passou a designar os mestres em retórica, pois muitos sofistas ensinavam outras disciplinas, contudo, comumente, a retórica, Aristóteles diz que Protágoras, podia converter em o mais forte o argumento mais débil.
A ética avançou significativamente rumo à visão de que não há absolutos e de que todos os julgamentos, incluindo os morais, são subjetivos.
ÉTICA E A MORAL:
A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”.
Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral.
Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.
No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.
Pode-se definir Ética Profissional como conjunto de regras de conduta que o indivíduo deve observar em sua atividade com o objetivo de bem servir à sociedade em cada profissão.
A Ordem dos Advogados do Brasil, criada em 1930, possui grande importância para a fiscalização, lisura e regulamentação das diversas profissões jurídicas, conforme dispõe a própria Constituição Federal e o Estatuto da advocacia (Lei nº 8.906 de 4 de julho de 1994).
BRASIL JURÍDICO:
O Brasil tem mais faculdades de Direito do que todos os países no mundo, juntos. Existem 1.240 cursos para a formação de advogados em território nacional enquanto no resto do planeta a soma chega a 1.100 universidades. Os números foram informados pelo representante do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o advogado catarinense Jefferson Kravchychyn. 
O número de advogados também é bastante alto, chegando a 800 mil. Mas, poderiam existir muito mais. Se todos os bacharéis em Direito passassem no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – pré-requisito para poder advogar no Brasil -, o país computaria mais de três milhões de advogados.
Em dezembro, o Ministério da Educação determinou a suspensão do ingresso de alunos em 38 faculdades de direito espalhadas pelo país. Com avaliações insatisfatórias pelos critérios estabelecidos pelo governo, a quantidade ajuda a revelar uma outra realidade existente no Brasil. Nos últimos 20 anos, de acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), houve uma explosão de cursos na área: de aproximadamente 200 na década de 1990, para atualmente os 1,3 mil existentes.
“O curso de Direito se banalizou”, resumiu o presidente do Conselho Federal da Ordem dos advogados do Brasil, Marcus Vinícius Coelho, em entrevista ao Congresso em Foco. Com esta banalização, de acordo com Marcus Vinícius, o país tem, a cada ano, cerca de 60 mil novos advogados no mercado. Segundo ele, o número corresponde ao total de graduados na área existentes na França, por exemplo. O advogado qualifica o excesso como um “quadro de estelionato educacional”, mesmo com a depuração feita pelo Exame da Ordem, prova contestada por parte dos bacharéis e congressistas. 
A prova é composta de uma avaliação desses conhecimentos de direito e outra de redação de peça profissional de noções práticas um uma das áreas especializadas como direito penal, civil, comercial do trabalho ou direito administrativo. Apenas chega à segunda prova o candidato aprovado na primeira.
O exame apenas pode ser prestado na Seccional da OAB de domicílio civil de pessoa natural do requerente ou no Estado de conclusão de seu curso superior de direito. Não pode prestar no Estado em que se pretende estabelecer vida profissional ou escritório de advocacia sem cumprimento do descrito anteriormente.
A aplicação do exame de ordem já foi muito questionada por muitas instituições de graduação em direito que não viam interesses em obter bons professores, bibliotecas, estágios adequados pelo seu alto custo. Contudo, verifica-se que o exame possui como principal objetivo selecionar bacharéis de direito para o exercício da advocacia e para isso aplica exame para constatação de conhecimentos jurídicos fundamentais e de prática profissional.
Nesse sentido, o STF decidiu em 2011 que é constitucional a exigência de aplicação do referido exame como requisito para obtenção da inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, em caráter terminativo, um projeto de lei (PL 5.749/13) que pode permitirque mais de 5 milhões de brasileiros, formados como bacharéis em direito mas que não foram aprovados no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), exerçam algumas atividades que não são permitidas hoje.
O texto cria a carreira dos paralegais, profissionais que poderão atuar na área jurídica sob responsabilidade de um advogado.
“O paralegal, em síntese, é alguém que, não sendo advogado, auxilia e assessora advogados, realizando funções paralelas e de grande importância para o sucesso do escritório de advocacia. Como é evidente, eles não podem exercer sozinhos atividades típicas de um advogado, como dar consultas ou assinar petições aos tribunais”, explicou o relator da matéria, Fabio Trad (PMDB-MT). A proposta ainda depende de aprovação no Senado.
Trad ainda lembrou que outros países, como os Estados Unidos, já adotam esse tipo de medida. Para os deputados da CCJ, houve consenso de que as restrições criadas pela falta de registro da OAB cria um "limbo injusto” para as pessoas que se formaram em direito e não passaram no chamado Exame de Ordem.
A proposta, que agora segue para o Senado, prevê o exercício da nova profissão por três anos para quem já se formou ou ainda vai concluir o curso. A proposta original do deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ) contemplava apenas as pessoas que concluíssem a faculdade a partir da publicação da lei e garantiria o exercício por dois anos.
Durante a discussão sobre a proposta, o colegiado decidiu que o prazo era curto e não solucionava o problema de milhares de pessoas que ficam impedidos de atuar pela falta de aprovação da entidade representativa dos advogados.
Esperidião Amin (PP-SC) optou por não votar, mas explicou que não é contrário à proposta. “Quem é contra o exame da Ordem não pode concordar com o apaziguamento desse limbo social que foi criado no Brasil. É um exame cartorial de interesse financeiros. Para não criar problemas, vou me abster, mas deixo claro que, no futuro, nós vamos enfrentar uma discussão verdadeira entre admitir ou não o Exame de Ordem”, explicou.
Existem notícias de que as organizações criminosas mantêm estudantes de direito destinados a servirem à criminalidade após se formarem, a tênue linha distintiva entre o defensor de alguns infratores e uma cumplicidade, o uso de estratégias pouco éticas para impedir julgamentos e procrastinar a prestação jurisdicional – já em si tão morosa – são fatos que só podem comprometer o apreço e o respeito que deveriam ser devotados a uma profissão constitucionalmente privilegiada.
 
FACULDADES DE DIREITO:
O papel das faculdades de direito de propiciar a formação básica que permita ao acadêmico conhecer o direito, seus princípios, instituições, iluminá-los pela pesquisa e análise das soluções sem comprometimento com os resultados, tendo em vista um desenvolvimento posterior, na verdade exige o estágio. Este se ajusta à fase final do ciclo básico, quando o aluno se prepara para o ciclo profissional e deve optar por uma das áreas de especialização. 
A missão universitária consubstancia-se, por conseguinte, tanto em função dos meios e processos de agir, como em razão dos fins éticos, estéticos e científicos que, em conjunto, constituem a sua razão de ser, mesmo porque a cada época histórica e a cada tipo de sociedade corresponde determinado modelo de Universidade. (BARROS JUNIOR, Cássio de mesquita; TUCUNDUVA, Ruy Cardoso de Mello. Estágio e Formação Profissional do Advogado: Doutrina, Prática, Legislação. São Paulo: Revistas dos Tribunais, 1980.)
A pergunta a ser feita é: Deve-se ensinar ética ao advogado no período que ainda é estudante em uma Universidade? Qual a relevância para o seu futuro profissional?
Miguel Reale admoesta: “ A educação tem, em verdade, como fim primordial a formação e a realização da personalidade, o que significa a constituição de um sujeito consciente de sua própria valia e, por conseguinte, em condições de afirmar e salvaguardar sua própria liberdade.” (REALE, Miguel; Variações sobre a educação, O Estado de S. Paulo, 31 dez 1998.)
Conforme Nalini (2009; p. 246) “a educação ética é a alternativa mais eficaz de tornar cada indivíduo um zeloso controlador da vida democrática.” Para ele deve-se ensinar ética não mediante apenas em lições de moral. “ O desenvolvimento verdadeiramente humano precisa abranger o crescimento em plenitude e conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e da consciência de pertença à espécie humana, a mais nobre dentre as criadas.” 
O livro Ética e Direto de Guillherme Assis de Almeida e Martha Ochsenhofer Christmann define o estudante de Direito como guerreiro do dever-ser:
“o Direito está contido no âmbito de ética e que a ética não faz parte do plano do ser, mas do dever-ser. E que entre ser e dever-ser existe um vão, um hiato, um espaço vazio; cabe ao estudante de direito dedicar-se de corpo e alma para preencher esse espaço. Essa é sua tarefa e sua luta. O verdadeiro estudante ou a estudante de Direito são, essencialmente: um guerreiro ou uma guerreira do dever-ser!
Urge enfatizar que a palavra integradora de ética e direito é justiça. Portanto, ao ‘lutar sem receio pelo primado da Justiça’, o profissional estará integrando, de modo natural, sua prática profissional ao campo da ética.”
(ALMEIDA, Guilherme Assis; CHRISTMANN, Martha Ochsenhofer. Ética e Direito: Uma Perspectiva Integrada.2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.)
O CÓDIGO DE ÉTICA DA OAB:
Segundo Ruy de Azevedo Sodré, “ a ética profissional do advogado consiste, portanto, na persistente aspiração de amoldar sua conduta, sua vida, aos princípios básicos dos valores culturais de sua missão e seus fins, em todas as esferas de suas atividades.” 
O Código de Ética e Disciplina da OAB é um instrumento normativo é a síntese dos deveres desses profissionais, considerados pelo constituinte como essenciais à administração da justiça. Além de ser defensores do Estado democrático de direito, da cidadania, da justiça e da paz social, o advogado é também responsável pela tutela da moralidade pública.
A função social, a qual é realizada pelo advogado quando concretiza a aplicação do direito e obtém as prestações jurisdicionais, participando desta forma, da construção da justiça social.
A Independência, o advogado deve ser independente até de seu cliente, utilizando-se da ética da parcialidade, porquanto esta é uma luta antiga da classe, uma vez que a forma de conduta do advogado conduz à formação do senso que envolve toda a classe. Tende de se procurar distinguir de maneira muito nítida a prestação de serviços de advogados e a mercantilização da profissão, vedando-se ao advogado a captação de clientela. E o dever da verdade está explicitado no Código, defeso ao advogado expor os fatos em Juízo falseando deliberadamente a verdade ou estribando-se na má-fé. (Art. 6° do Código de Ética e disciplina da OAB).
Para Nalini (2009, p. 252) “ a adoção de regras positivadas num ordenamento propicia ao profissional condições de balizar a própria conduta diante das exigência morais, constituindo-se em parâmetro valioso de atuação”
Para Ayn Rand filósofa e romancista russo-americana, qualquer tentativa de controlar as ações dos outros por meio da regulação, corrompia a capacidade dos indivíduos de agirem livremente como membros produtivos da sociedade. Em outras palavras, era importante preservar a liberdade do homem das interferências de outrem. Em especial, Rand sentia que o monopólio estatal no uso legítimo da força era imoral, já que minava o uso prático da razão pelos indivíduos. Por isso, ela condenava a tributação, bem como a regulação estatal dos empreendimentos e da maior parte das outras áreas da vida pública. (O livro da Política; 2014, p. 280).
Immanuel Kant filósofo alemão ponderou o que aconteceria numa sociedade onde as pessoas vivessem “num estado de natureza”, livres para satisfazer seus próprios desejos. Ele considerou o conflito de interesses o maior problema. O que você faria, por exemplo, se o seu vizinho se mudasse para sua casa e o expulsasse, enão houvesse nenhuma lei que o impedisse de reagir? Kant apontou que o estado de natureza é uma condição para a anarquia, na qual as disputas não poderiam ser resolvidas de maneira pacífica. Por essa razão, as pessoas, por sua própria vontade, “deixam o estado de natureza... de modo a se sujeitarem à coerção externa do público e da lei”. A posição de Kant vai em direção à ideia anterior do filósofo inglês John Locke a respeito do contrato social, segundo a qual o povo faria um contrato com o Estado em que cada um abriria mão livremente de parte de sua liberdade em troca de proteção. (O livro da Política; 2014, p. 127). 
É de grande importância que o indivíduo esteja preparado para assumir responsabilidades perante si, perante os companheiros de trabalho e perante toda a coletividade, e com isso adaptar a ética individual à necessária ao exercício da atividade profissional (BITTAR, 2010, p.464).
Com muito mais razão, exige-se dos profissionais das áreas jurídicas que sua atuação esteja em conformidade com a realidade social e, sobretudo pautada na consciência da realização dos fins do Direito e da Justiça (BITTAR, 2010, p.473).
Segundo o professor Paulo Lôbo a questão ética quando voltada para a advocacia, converte-se em norma jurídica.
A ética profissional impõe-se ao advogado em todas as circunstâncias e de sua vida profissional que possam interferir no conceito público e na dignidade da advocacia. Os deveres éticos que constam no Código são normas jurídicas dotadas de obrigatoriedade que devem ser cumpridas sob pena de caso ocorra à infração disciplinar censura.
 O advogado representa terceiros, pessoas que estão com algum tipo de problema que estejam lhe causando algum transtorno, aflição e dependendo da situação pode decidir o rumo de uma vida, exigindo que ele haja cautelosamente.
Desse modo, a Ética é uma das maiores armas do advogado, pois o protege e guia no caminho da dignidade profissional, ficando cristalizado o sentimento ético como algo indissociável do exercício do Direito, a ponto deste não ser entendido apenas como o simples dever de respeitar o Código, mas sim como uma imposição da consciência e do novo padrão inteligível e evolutivo da sociedade, que faz da advocacia uma das mais respeitadas profissões.
De acordo com Gleason Archer, em sua excelente obra Ethical obligations of the lawyers, “não é possível deixar esse assunto ao critério de cada profissional. Boas intenções, altos ideais de moralidade, nem sempre bastam para produzir soluções acertadas”. A adoção de regras positivadas num ordenamento jurídico propicia ao profissional, condições de balizar a própria conduta diante das exigências morais, constituindo-se em parâmetro valioso de atuação.
No momento em que passamos por grande turbulência no cenário de carreiras jurídicas, alguns futuros operadores do Direito acabam certos de que a advocacia atua com uma lógica própria, muito distante da ética e da moral comum. A noticia de que as organizações criminosas mantêm estudantes de direito destinados a servir à criminalidade depois de formados, a tênue linha distintiva entre o defensor de alguns infratores e uma cumplicidade, o uso de estratégias pouco éticas para impedir julgamento e para procrastinar a prestação jurisdicional – já em si tão morosa – são fatos que só podem comprometer o apreço e o respeito que deveriam ser devotados a uma profissão constitucionalmente privilegiada.
O ESTATUTO
No Brasil, a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 – Estatuto da OAB – que designa um capítulo, intitulado "Da ética do advogado".
O caput do artigo 31 da Lei diz que o advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia. O parágrafo primeiro fala da necessidade de independência. Já o parágrafo segundo complementa o primeiro. Ele diz que nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado.
O artigo 32 destaca que o advogado é responsável, pelos atos que praticar no exercício da profissão.
O artigo 33°obriga o advogado a cumprir rigorosamente os deveres contidos no código, e a partir do artigo 34 menciona as sanções disciplinares.
DEVERES PARA CONSIGO MESMO
Ruy de Azevedo Sodré diz “é mais que dever. É condição essencial, inerente mesmo à pessoa do advogado. A probidade, na reza da Ordenação, L;LI, título 48, §1.°, consiste na boa fama e consciência, além das letras e suficiência. 
A matéria prima do advogado é a palavra. Precisa conhecê-la e dominá-la, para que sirva adequadamente às estratégias da atuação profissional. No momento em que se constata a existência de imensa porcentagem de analfabetos funcionais a cursar direito fica, difícil acreditar que haja recuperação próxima dos níveis de utilização do português.
O domínio do idioma constitui empreitada complexa e reclama incessante empenho de querer profissional. Para o advogado essa obrigação é enfatizada. O mau uso o vernáculo põe em risco direito alheio. É inadmissível o advogado com falhas no exprimir-se, por escrito ou verbalmente.
Carvalho Neto aconselha: “Falando ou escrevendo, o advogado não deve esquecer as virtudes principais de estilo. 1. A clareza e 2. A pureza!, enquanto Reinach adverte: “A desordem da palavra, a impropriedade dos termos, a deselegância das frases, a hesitação custosa dos desenvolvimentos são sempre marcas de incertezas e dos desfalecimentos do pensamento”. A pratica demonstra que parcela considerável dos bacharéis participes dos concursos públicos demonstram sofrível conhecimento de português, pois fruto da geração que não lê e não escreve. Quem ao lê e não escreve, não tem condições de pensar. Portanto, podemos pensar nos seguintes aspectos: Não é a palavra nossa única arma? Descuidá-la é como o artilheiro deixar oxidar-se o canhão, o médico permitir que perca o gume o bisturi ou o arquiteto perder o compasso e as réguas. 
Para o verdadeiro advogado, não há causas grandes ou pequenas, nem processos importantes e singelos, clientes que remuneram ou aqueles assim tornados por nomeação judicial. Todos merecem igual proteção da justiça e se o advogado é essencial à administração dela, deverá se comportar da idêntica forma em todos os feitos em que atuar.
Numa sociedade de consumo a deletéria influência do dinheiro se faz sentir em todas as profissões. Não seria diferente e relação ao advogado. Umas as influências disciplinares mais comuns na advocacia é o “locupletamento é o beneficio ou enriquecimento indevido do advogado. Dá-se: a) quando obtém proveito desproporcional com os serviços prestados; b) quando cobra honorários abusivos, colocando o cliente em desvantagem exagerada; c) quando participa vantajosamente no resultado financeiro ou patrimonial do caso; d) quando obtém vantagens excedentes do contrato de honorários nele não previstas; e) quando se apropria ou transfere para si, abusando do mandato, bens os valores que seriam ao cliente ou a ele destinados; f) quando promove o levantamento de dinheiro depositado em nome do cliente, com a agravante de postular beneficio já justiça gratuita para o cliente com quem celebrou contrato honorários. Importante ressaltar que algumas dessas práticas também constituem tipos penais, e a infração não desaparece com a devolução após instaurado o processo disciplinar e penal, o advogado se submete ao Código do Consumidor, pois é fornecedor de serviços.
DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE
O primeiro dever do advogado posto pelo Código de Ética é informar o cliente de forma clara e inequívoca, em relação aos eventuais riscos da sua pretensão e das conseqüências que poderão advir da demanda.
A pessoa que se considera injustiçada não percebe o quão cansativo é para o profissional, ouvir relatos minuciosos, plenos de detalhes insignificantes, para o advogado a paciência há de permanecer durante todo o andamento da causa. Quando atingir um estágio em que o cliente o aborreça ou cause irritação, deverá renunciar ao mandato.
O Código de Ética vedaao advogado patrocinar causa contraria à ética, à moral, ou á validade de ato jurídico em que tenha colaborado, orientando ou conhecido em consulta, esse preceito que confere enorme discricionariedade ao profissional, pois sua consciência provirá o comando, após avaliar a eticidade ou moralidade da demanda, segundo seus próprios critérios.
A relação de confiança do cliente e do advogado é personalíssima. Sem concordância do cliente, o advogado não pode substabelecer o mandato. Há duas espécies de substabelecimento: aquele se faz sem reservas de poderes, ou seja, o substabelecente abandona o patrocínio da causa, deixando-a inteiramente ao substabelecido. E o substabelecimento com reserva de poderes. Ele atribui as prerrogativas recebidas com o mandato a um colega seu, conservando-as também para si. A prestação de serviços é individual e personalíssima.
Quando se tratar de defesa criminal, constituído ou nomeado, o advogado tem o dever de exercê-la sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado, esse dever é decorrência do direito de defesa a todos segurado pela Constituição.
A síntese dos deveres éticos do advogado para com o cliente pode ser resumida em lealdade, o advogado há de se inteirar da causa, conferir-lhe o melhor tratamento técnico, fazer jus a confiança de seu cliente, representando-o de maneira técnica e estratégica, sem prejudicar sua interdependência, e o advogado não pode prometer um resultado positivo para o seu cliente.
DO SIGILO PROFISSIONAL
 O cliente confia plenamente em seu advogado, pois sabe que o sigilo profissional é inerente a profissão, o advogado deve recusar a depor, poupando-se de ter de revelar segredo profissional.
O Código de Ética dilarga as exceções ao sigilo permitindo-o quando houver grave ameaça ao direito à vida, à honra ou quando o advogado se veja frontado pelo seu cliente e, em defesa própria, tenha que revelar o segredo.
A recomendação ética no sentido do advogado recusar-se a depor como testemunha judicial, mesmo que solicitado por seu cliente.
DA PUBLICIDADE
Na advocacia o anuncio de seus serviços deve ser publicada com discrição e moderação, a finalidade é apenas informativa e é vedada a divulgação em conjunto com outra atividade, esse modelo é previsto pelo código de Ética. A publicação só pode ser feita em mídia impressa, tudo para dar cunho de seriedade à divulgação.
É vedado uso de outdoors, de fotos, ilustração, cores, figuras, desenhos, logotipos, marcas ou símbolos incompatíveis com a sobriedade da advocacia, como também com os símbolos oficiais da OAB, o padrão recomendado é aquele condigno com a elegância e a dignidade da profissão.
Os anúncios não devem conter preços, tabelas, gratuidades, forma de pagamento, nem qualquer informação que seja interpretada como forma e captação de clientes.
Quando ocorrer a oportunidades do seu aparecimento em rádio, TV a fim de esclarecer o tema jurídico em debate, ele deve evitar o caráter sensacionalista, a crítica a outros profissionais forenses e a seus métodos de trabalho, promove-se, nem abordar o tema de modo a comprometer a dignidade da profissão.
A vaidade profissional não deve sobrepor ao interesse por fazer o bem.
DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS
 Não há critérios definitivos para delimitar a fixação dos honorários, pois envolve vários fatores, tais como a qualificação do profissional, prestígio, tempo de experiência, os recursos do cliente, etc.
É necessário um contrato escrito para a fixação dos honorários e sua correção quando necessário.
Os honorários da sucumbência, devidos a quem perde a causa, não excluem os contratados.
Os honorários devem ser fixados com moderação conforme estabelecido pelo Código de Ética: I.A relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; II. O trabalho e o temo necessários; III. A possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou se desviar com outros clientes ou terceiros; IV. O valor da causa, a condição econômica do cliente o proveito para ele resultante do serviço profissional; V. O caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente avulso, habitual ou permanente; VI.O lugar da prestação dos serviços , fora ou não do domicílio do advogado; VII. A competência e renome da profissional; VII, A praxe do foro sobre trabalhos análogos.
Pois é dever ético do advogado não avaliar os valores de seus préstimos. O advogado pode contratar sua remuneração de acordo com a cláusula quota litis, ou seja, extraí-la do resultado econômico financeiro da causa. Quando assim se fizer, os honorários hão de ser necessariamente representados por pecúnia e, quando acrescidos de verba de sucumbência, não pode ser superiores ás vantagens advindas em favor do constituinte.
Nem sempre o acerto dos honorários é tranqüila, é freqüente a necessidade de arbitramento e cobrança judicial dos honorários. Nesse caso, o advogado deve renunciar pleitear seus próprios honorários, atuando em causa própria.
Na verdade, a denominação honorários, conferida à remuneração própria ao profissional liberal de qualificação honrosa, constitui mero eufemismo. O advogado vive dessa remuneração.
RELAÇÃO COM OS COLEGAS
O Código de Ética preceitua como dever do advogado tratar todas as pessoas com respeito, discrição e independência, exigindo igual tratamento e zelando pelas prerrogativas a que tem direito.
Sobre o relacionamento com os colegas, o relacionamento exige coleguismo, não devem competir entre si, menos ainda se referir desairosamente á atuação do colega.
O advogado não pode aceitar procuração de quem já tinha advogado constituído, sem prévio entendimento com o colega. É-lhe vedado, ainda entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste. São deveres do advogado para o colega, expressamente postos pela norma ética positivada, conforme já se examinou.
A relação tem de ser de modo ético, respeitoso, leal e prestativo.
RELAÇÃO COM O JUIZ
Não existe hierarquia entre o juiz, promotor e advogado, mais o advogado tem de se portar de maneira respeitosa em relação ao titular estatal de dizer o direito.
Calamandrei descreve essa relação. “Mesmo nas relações entre os advogados e juízes volta-se sempre ao que é segredo de toda solução democrática: devem ser relações entre homens livres, guardas cada um deles na própria independência e da própria dignidade, mas ao mesmo tempo cônscios de solidariedade social que os une a todos para o fim comum. No processo, juiz e o advogado são como espelhos, cada um deles olhando para o interlocutor, reconhece saúda, espalha em si mesmo a própria dignidade.”
Enfatizando que são parceiros na realização da justiça.
RELAÇÕES COM O MINISTÉRIO PÚBLICO
O advogado tem no Ministério Público, um parceiro qualificado, auxiliando com argumentos tecnicamente consistentes o seu pleito. Quando promotor atua na condição de parte, o advogado deve com ele contender com lealdade e lhaneza.
RELAÇÕES COM A POLÍCIA
O relacionamento da advocacia com a policia precisa se pautar por parâmetros éticos também irrepreensíveis, para uma boa imagem do profissional de direito e preservação do prestigio dos causídicos especializados em processo criminal. A policia é titulada, em seu comando, por bacharéis de forma idêntica à do advogado. Essa constatação presidirá o respeito a ser mantido entre profissionais de mesmo nível, encarregados de atribulações distintas. Da inteireza ética no procedimento de tais operadores poderá advir o aprimoramento moral sempre necessário a todas as instituições.
RELAÇÕES COM OS PERITOS
O perito trata-se de um profissional especializado em determinada área para contribuir com seus conhecimentos no intuito de esclarecer o juiz. O sistema brasileiro convencionou a utilização de três peritos em cada processo, onde um trata-se de cargo de confiança do juiz (o chamado experto judicial). Os outros dois peritos compõem a defesa das partes e são acompanhados de dois assistentes técnicos que farãoa parte de convencimento da argumentação de quem a contratou. O advogado nunca deve procurar o perito do juízo, uma vez que o procedimento para solicitação de auxilio deve ser feito mediante petição despachada pelo juízo e inserta nos autos, para conhecimento da parte adversa.
RELAÇÃO COM OS CARTORÁRIOS
O servidor da justiça é um funcionário publico hoje mal remunerado, desestimulado pela ausência de uma carreira racional e ainda designado cartorário, o que não é pouco num país em que cartório e cartorialismo passaram a revestir significado pejorativo. 
É natural que o tratamento a ser dispensado ao advogado possa não condizer com o merecido por esse profissional do direito. É dever ético do advogado, manter o padrão de urbanidade, tratando o servidor de cartório com a mesma lhaneza endereçada ao juiz e demais protagonistas da cena jurídica. 
Nem se mencione a falta de ética – resvalando até para o campo da criminalidade – que seria a praxe de um advogado oferecer propina ao oficial da justiça para beneficio no processo ou vice-versa, uma vez que os caminhos do direito devem ser inteiramente retos.
A PUNIÇÃO DO ADVOGADO FALTOSO
O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal. 
O poder disciplinar se fundamente na teoria da instituição, onde é principal interessada em conferir higidez em seus quadros. A corporação é autônoma para punir os seus integrantes que pratiquem deslizes éticos uma vez não é conferido tal poder a sociedade e ao Estado, visto que a atividade só pode ser regulamentada eficazmente por um grupo que tenha constante contato com a profissão a ponto de conhecê-la e julgá-la de acordo com as necessidades.
A OAB prevê em seu estatuto, um Tribunal de Ética e Disciplina competente para julgar e aconselhar. Além disso, este Tribunal organiza cursos e demais eventos concernentes à ética profissional. 
O processo disciplinar se instaura de um oficio ou mediante representação no interessado. Todo o procedimento é semelhante a um processo-crime, porém, a única diferença é que o relator profere parecer preliminar, a ser submetido ao Tribunal, e o Presidente do Tribunal de Ética designa relator para proferir o voto. O advogado processado pode opor por si ou por advogado.
O Tribunal de Ética pode aplicar ao advogado faltoso as sanções de censura, suspensão, exclusão e multa, em todos os casos, a censura pode ser convertida em advertência.
Das decisões do Tribunal de Ética pode ser retirado recurso ao Conselho Seccional. E das decisões dos Conselhos Seccionais cabe recurso ao Conselho Federal da OAB.
Nos casos de advertência e censura, o artigo 59 do Código de Ética permite a suspensão temporária em casos de infrator primário, uma vez que no prazo de 120 dias, este passe a freqüentar e conclua, comprovadamente, curso, simpósio, seminário ou atividade equivalente sobre Ética Profissional do Advogado, realizado por entidade idônea. Deve ser levada em consideração a natureza da infração ética acometida, uma vez que o evento pode não servir para deixar impune o responsável da grave falta. A instituição competente apresenta esta política, pressupondo a capacidade de regeneração do infrator ética justamente por acreditar que vale mais o resgate da consciência de alguém que não se comportava eticamente do que a reiteração de punições disciplinares de outros profissionais também faltosos.
Cabe ressaltar que, em casos de delitos, o Tribunal de Ética e Disciplina deverá comunicar a autoridade competente, ou seja, tanto o juízo, como o Ministério Publico.
Os estudantes de Direito não se eximem de responsabilidades éticas quando cometem faltas, conforme o Estatuto da OAB, respondendo pela pratica de atos excedentes de sua habilitação.
Não é demais enfatizar o caráter cogente das obrigações éticas dos advogados em sua vida profissional e pessoal, uma vez que os deveres estabelecidos não se tratam de recomendações, mas sim de normas jurídicas dotadas de obrigatoriedade que devem ser cumpridas sob pena de cometimento de infração disciplinar. 
A ÉTICA DOS PROCURADORES PÚBLICOS
Chamamos de procurador, aquele profissional de advocacia cujo desempenha seus misteres remunerados pelos cofres públicos, especialmente nas tarefas de consultoria e representação. Estes podem representar a União ou suas entidades, como o Estado, o Distrito Federal ou os Municípios. Orientar ou representar o Estado não os exime dos compromissos éticos de advogado, porém, quando no exercício da representação judicial das pessoas jurídicas de direito publico, os procuradores são suscetíveis de exame a questões como aceitação, suspeição e abandono da causa, a verdade e o segredo profissional, o direito aos honorários e o dever de indenizar.
O procurador não pode recusar a aceitação de uma causa, todavia, tem a obrigação de alertar a autoridade sobre a inevitabilidade da decisão desfavorável se notar alguma causa ilegal, injusta, ilícita ou imoral e o ente publico for réu. Caso a entidade pública for autora, em caso excepcional, o procurador pode se recusar a fazê-lo.
No que tange a suspeição, vários são os motivos que levam o procurador a ela. O mais comum é a sua convicção quanto à injustiça da causa, porém, em todos os casos, deve se declarar suspeito. Já não lhe é permitido o abandono de causa, visto que isso levaria a responsabilização disciplinar ou até a incorrer responsabilização penal, configurando a pratica de prevaricação ou abandono de cargo público.
Outro fator importante é a transparência profissional, pois o Estado apresenta esse dever em todas as suas exterioridades. O procurador deve levar a juízo todos os fatos e circunstancias de seu conhecimento em virtude do exercício o cargo, assumindo o seu papel na estrutura cooperatória do processo.
Os honorários são devidos ao procurador público, assim como os advogados, mas estes já percebem para representar judicialmente o ente público. 
Por ultimo, o dever de indenizar, o prejuízo que causar a entidade, por negligência, erro inescusável ou dolo por parte do procurador que ainda, pode sofrer penalidades que acarretariam inclusive em perca do cargo.
Segundo Norma Kyriakos, cabe ao procurador, “defender os interesses do Estado. Tem por tarefa jurídica resgatar o conceito de interesse publico e espargir a apropriação por interesses privados dessa pessoa jurídica de direito publico, sua cliente”.
A ÉTICA DOS DEFENSORES PÚBLICOS
A Defensoria Pública fora prevista como instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados.
Conforme Emenda Constitucional nº45, de 08.12.2004, “Às defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2.°. 
As Defensorias representam instrumento insubstituível para ampliar o acesso a justiça. Elas propõem levar ao Estado-Juiz as postulações da miséria. A ninguém será recusada a prestação jurisdicional, sob argumento de inexistir profissional da advocacia que traduza a pretensão perante os tribunais. 
Portanto, estes profissionais devem se comprometer em atuar dentro do aproveitamento de tudo aquilo que o ordenamento já permite, ou seja, de celeridade, singeleza, oralidade, com vistas na obtenção rápida de restaurações das situações de lesões.
O FUTURO DA ADVOCACIA
Toda a comunidade jurídica tem o dever ético de ampliar as fronteiras para os muitos bacharéis que virão a se formar daqui para frente.
O que compete ao estudante de Direito para se destacar e ganhar seu espaço neste cenário, além do essencial talento obviamente, vem a ser o estudo incessante, o aprofundamento conceitual, o domínio do vernáculo e de mais de um idioma, a familiaridade com as Tecnologias de Comunicação e Informática, a formaçãointerdisciplinar, a vontade de vencer desafios e a capacidade de se adaptar a novas realidades. Apenas o diploma de bacharel mostra-se insuficiente para a concretização de um profissional, diante da comparação com aqueles que se destacam devido a características citadas acima. Compenetrar-se nos estudos contínuos é a melhor receita para se produzir os melhores resultados.
Devido a rápida evolução e desenvolvimento da sociedade, o profissional de Direito pode atuar em diversos segmentos, como por exemplo:
•	Advogar em renomeados escritórios de advocacia, cujo propiciam bons salários e excelentes retornos aos seus integrantes;
•	Advogar com atuação na advocacia preventiva e extrajudicial na obtenção de acordos e conciliações entre as partes;
•	Prestar assessoria e consultoria jurídica voltada principalmente para entidades públicas, empresarias e associativas, estabelecendo orientação para tomada de decisões, prevenindo o conflito e evitando demandas judiciárias; 
•	Orientar ONG´s, cooperativas, organizações da sociedade civil, entre outros com interpretação da vontade da Constituição para assuntos relacionados em área especifica;
•	Auxiliar na implementação de alternativas à resolução de conflitos que preferem soluções mais rápidas e racionais do que as emitidas pelo Poder Judiciário;
•	Atuar na área de conciliação, mediação, reuniões para ajustes de conduta mediante acordo, para permitir à cidadania, meios mais expeditos e eficientes de resolução das questões humanas do que o flagelo do processo judicial;
•	Advogar pelos interesses transindividuais, como por exemplo, grupos contra grupos ou até mesmo contra o Estado. (Ex.: tratar de assuntos relacionados a proteção do meio ambiente, defesa do consumidor, direitos da criança e do adolescente, entre outros.);
•	Atuar nos poderes do Ministério Público, Defensoria Pública, Procuradoria Judicial da Fazenda, Policia, Inspetor Fiscal, Auditores e Diplomatas;
•	Trabalhar em serviços públicos notariais e de registro como Registro Civil das Pessoas Naturais, Registro Civil das Pessoas Jurídicas, Registro de Títulos e Documentos, Registro de Imóveis e Tabelião de Notas e Protestos;
A OAB como autarquia independente e encarregada de disciplinar o exercício da advocacia, precisa estar atenta aos rumos que uma nova sociedade já tomou e contribuir para abrigar em seus quadros e tutelar com os seus comandos normativos todas as expressões dessa profissão, advindas de uma profunda transformação do mundo, ainda em curso e longe de terminar.
REFERÊNCIAS:
LEAL, Saul Tourinho. O advogado e a ética. Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2165, 5 jun. 2009. Disponível em:<http://jus.com.br/artigos/12926>. Acesso em: 2 nov. 2014.
Câmara aprova profissão de paralegal a não aprovados na OAB:
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/camara-aprova-profissao-de-paralegal-a-nao-aprovados-na-oab
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1813/Etica-indispensavel-aos-operadores-do-Direito
http://direitoms.com.br/2014/09/o-brasil-tem-mais-faculdades-de-direito-do-que-todos-os-paises-no-mundo-juntos/
Video: https://www.youtube.com/watch?v=Zu6Y8d5iQVs
O LIVRO DA POLÍTICA / [texto e edição] KELLY, Paul ... [et al], tradução Rafael Longo. – 1. Ed. – São Paulo : Globo, 2013.
O LIVRO DA FILOSOFIA / [tradução Douglas Kim]. BUCKINGHAM, Will ... [et al] – São Paulo : Globo, 2011.
ALMEIDA, Guilherme Assis; CHRISTMANN, Martha Ochsenhofer. Ética e Direito: Uma Perspectiva Integrada.2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
BARROS JUNIOR, Cássio de mesquita; TUCUNDUVA, Ruy Cardoso de Mello. Estágio e Formação Profissional do Advogado: Doutrina, Prática, Legislação. São Paulo: Revistas dos Tribunais, 1980.
REALE, Miguel; Variações sobre a educação, O Estado de S. Paulo, 31 dez 1998.
NALINI, José Renato; Filosofia e Ética Jurídica. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
FACULDADE ANHANGUERA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
DIREITO - 2° SEMESTRE A
ÉTICA E FILOSOFIA
Fabio Donizeti de Oliveira Bispo - R.A.: 9902004492
Mayara Fernanda Vieira Neves - R.A.: 9894559339
Nathalia Neves Krisan - R.A.: 8204959801
Pedro Petroleo Neto - R.A.: 1299234052
ATPS- ÉTICA E FILOSOFIA
Prof° Vandré Kopcak
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2014

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