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Aula1_Civil CONCEITO E PESSOA NATURAL

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Direito Civil
Prof. Luciano Favaro
Etimologia
Direito Civil vem do latim. 
Cives = cidadão.
Conceito
Trata-se de ramo do direito privado que se dirige à regulamentação das relações sociais travadas entre as pessoas, desde o nascimento e até a morte.
Enfim, é o direito comum a todas as pessoas, disciplinando o seu modo de ser e de agir. É, pois, o direito da vida do homem. Desde atos simples e banais, como dar esmola, até situações jurídicas mais complexas, como o casamento ou a compra e venda de um imóvel, o Direito Civil está presente. 
FARIAS, Cristiano Chaves. Direito Civil – Teoria Geral. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 19.
Pergunta: mas o que vem a ser Direito Privado?
Resposta: em síntese trata-se do ramo do Direito que regula as relações entre os particulares. 
Contrapõe-se, portanto, ao Direito Público que regula a relação da pessoa com o Estado.
Pergunta: qual é a fonte primária do Direito Civil?
Resposta: A fonte primária é a Constituição Federal – assim como de todo ordenamento jurídico. 
Após a incidência constitucional é que se figura a aplicação do Código Civil juntamente com outras leis esparsas, como, por exemplo: a Lei do Inquilinato (Lei 8.245, de 1991); Lei do Bem de Família (Lei 8.009, de 1990); entre outras leis.
Divisão do Código Civil
O Código Civil é dividido em parte geral e parte especial. 
A parte Geral está dividida em três livros:
Livro I – Das pessoas; 
Livro II – Dos bens; 
Livro III – Dos fatos jurídicos. 
Divisão do Código Civil
Iniciaremos o estudo pelo Livro I da Parte Geral. 
Esse livro é dividido em três títulos: 
Pessoas naturais; 
Pessoas jurídicas; 
Domicílio.
Pessoa natural
Prof. Luciano Favaro
Pessoa natural
Pergunta: quem é a pessoa natural?
Resposta: “Pessoa natural é gente, é o ser humano com vida, aquele ente dotado de estrutura biopsicológica, pertencente à natureza humana”. Em Direito Civil diremos que a pessoa natural é o sujeito da relação jurídica que ocupa qualquer dos polos (ativo ou passivo). 
FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Direito Civil: Teoria Geral. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p. 197.
IMPORTANTE
Toda e qualquer pessoa natural possui de personalidade jurídica. 
Personalidade Jurídica
Pergunta: o que é personalidade jurídica?
Resposta: personalidade jurídica é a aptidão genérica (potencialidade) para adquirir direitos e contrair obrigações na ordem civil (art. 1º CC).
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Personalidade Jurídica
De acordo com o Direito Brasileiro, todo aquele que nasce com vida se torna uma pessoa e, portanto, adquire personalidade jurídica. 
É qualidade do ser humano para ser sujeito de direito (artigo 2º, primeira parte CC).
Personalidade Jurídica
Pergunta: essa personalidade também se estende as pessoas jurídicas?
Resposta: Sim. Entenda que a personalidade jurídica é atributo de toda e qualquer pessoa (natural ou jurídica). 
Personalidade Jurídica
Pergunta: no caso da pessoa natural, em que momento se adquire a personalidade jurídica?
Resposta: no instante em que inicia o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório 
“A presença de ar atmosférico nos pulmões quem determina o início da personalidade. Assim, respirou, nasceu com vida”.
Art. 2º CC A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida.
IMPORTANTÍSSIMO
Independe do registro de nascimento para que a pessoa natural adquira personalidade jurídica. 
Esse registro é meramente declaratório.
Personalidade Jurídica
Pergunta: e se uma criança nasce e segundos depois ela morre. Ela adquiriu personalidade jurídica?
Resposta: sim. Adquiriu a personalidade jurídica e se tornou, portanto, sujeito de direito. 
Com a morte, a personalidade jurídica dela foi extinta.
Personalidade Jurídica
Pergunta: mas como aferir se um recém-nascido se tornou sujeito de direito, caso tenha falecido logo após o parto?
Resposta: mediante o exame de docimasia hidrostática de Galeno, no qual se baseia no peso entre o pulmão que respirou e o que não respirou, mergulhados na água. O que respirou, por se achar com os alvéolos dilatados e com ar, sobrenada; o que não respirou por estar vazio e compacto vai ao fundo. O que respirou adquiriu personalidade jurídica; o que não respirou não a adquiriu.
Brasil
Em se tratando da atribuição da personalidade jurídica às pessoas naturais, o Brasil adota a TEORIA NATALISTA, segundo o qual a personalidade jurídica se adquire do nascimento com vida. 
Nascituro
Pergunta: mas e o nascituro? Não possui direitos?
Resposta: De acordo com o Código Civil Brasileiro, o nascituro – aquele que está sendo gerado no ventre materno – possui mera expectativa de direito (artigo 2º, segunda parte CC). 
“Nascituro é aquele que já está concebido, mas ainda não nasceu. É aquele que ainda está no corpo da genitora”. 
(FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Op. cit., p. 200).
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Exemplificando...
Exemplos:
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.
ATENÇÃO!
ATENÇÃO: a TEORIA NATALISTA, apesar de constar expressamente no Código Civil, não é unânime. 
Há doutrinadores que adotam:
TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL; ou
TEORIA CONCEPCIONISTA.
Teorias
Teoria condicional: o nascituro é uma pessoa virtual, condicional. Sua personalidade está submetida ao eventual nascimento com vida. Possui, portanto, uma personalidade jurídica desde a concepção, porém essa personalidade fica submetida a uma condição suspensiva (se nascer com vida).
Teorias
Teoria concepcionista: o nascituro possui personalidade jurídica adquirida a partir do momento da concepção.
Teoria adotada no Brasil
Pergunta: mas qual teoria adota-se no Brasil?
Resposta: Pelo Código Civil, conforme já exposto, adotamos a teoria NATALISTA. Nesse sentido, Stolze: “adotada a teoria natalista, segundo a qual a aquisição da personalidade opera-se a partir do nascimento com vida”. 
(STOLZE, Pablo, op. cit., p. 83).
MAS ATENÇÃO!
Para sua prova, você deve levar o conhecimento de que há teorias diferentes da adotada no Código Civil e que as jurisprudências dos Tribunais brasileiros tem adotado, em alguns casos, essas teorias.
Entenda!
Se adotarmos as demais teorias estamos dizendo que o nascituro tem personalidade jurídica, e, consequentemente, que ele possui direito à vida ou a uma gestação saudável. O que de fato possui!
Perceba, portanto, que as teorias não são erradas. Em certos casos, uma complementa a outra. Isso porque não se pode dizer que o nascituro tem mera expectativa em relação à vida, mas sim tem direito a ela.
Exemplos – decisões
Decisão do TJ/RJ:
Alimentos. Direito do nascituro. Inadimplemento do marido. Inteligência dos arts. 19 da Lei 5.478/68 e 733 do CPC. São devidos alimentos à esposa e à filha, mencionada como nascituro no momento da propositura da ação (ApCív. 14954, 1ª Câmara Cível, TJRJ, Rel: Pedro Américo Rios Gonçalves).
Exemplos – decisões
Decisão do TJ/RS na qual o juiz entendeu ter, o nascituro, direito a alimentos.
Investigação de paternidade. Alimentos provisórios em favor do nascituro. Possibilidade. Adequação do quantum. 1. Não pairando dúvida acerca do envolvimento sexual entretido pela gestante com o investigado, nem sobre exclusividade desse relacionamento, e havendo necessidade da gestante, justifica-se a concessão de alimentos em favor do nascituro. 2. Sendo o investigado casado e estando também sua esposa grávida, a pensão alimentícia deve ser fixada tendo em vista as necessidades do alimentando, mas dentro da capacidade econômica do alimentante, isto é, focalizando tanto os seus ganhos como também os encargos que possui. Recurso provido em parte (AI nº 70006429096, 7ª Câmara Cível, TJRS, Rel: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves,
julgado em 13/08/2003).
Exemplos – decisões
Decisão do TJ/RS:
Seguro-obrigatório. Acidente. Abortamento. Direito à percepção indenizatória. O nascituro goza de personalidade jurídica desde a concepção. O nascimento com vida diz respeito apenas à capacidade de exercício de alguns direitos patrimoniais. (ApCív. 70002027910, 6ª Câmara Cível, TJRS, Rel: Carlos Alberto Álvaro de Oliveira, julgado em 28/03/2001).
Exemplos – decisões
Decisão do STJ reconhecendo a possibilidade de dano moral ao nascituro:
“... o nascituro também tem direito aos danos morais pela morte do pai, mas a circunstância e não tê-lo conhecido em vida tem influência na fixação do quantum (REsp 399.028/SP, 4ª Turma, Rel. min.: Sálvio de Figueiredo Teixeira, julgado em 26/02/2002).
Enunciado – 1ª Jornada de Direito Civil
Artigo 2º: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos de personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”.
Capacidade jurídica
Vimos que a personalidade jurídica confere à pessoa natural a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações na ordem civil. 
Ocorre que nem toda pessoa poderá praticar os atos da vida civil pessoalmente. 
Isso porque pode lhe faltar a CAPACIDADE JURÍDICA.
Capacidade jurídica
Capacidade jurídica: é o que se denomina de medida da personalidade. Para uns a capacidade é plena, para outros é limitada. 
Por essa razão a capacidade jurídica se divide em:
Capacidade de direito/gozo/aquisição;
Capacidade de fato/exercício.
Capacidade de direito/gozo/aquisição
É aquela que toda pessoa adquire ao nascer. Ao adquirir a personalidade jurídica, adquire também a CAPACIDADE DE DIREITO. 
Acaba por se confundir com a própria personalidade jurídica.
Capacidade de direito/gozo/aquisição
A criança ao nascer tem o direito de ser registrado; pode herdar bens deixados pelos pais; pode receber doação de uma tia, entre outros atos. 
No entanto, para a prática de todos estes atos a criança deverá ser representada por alguém. Entenda, portanto, que a personalidade e a capacidade jurídica se complementam.
Capacidade de 
fato/exercício
É a aptidão para que a pessoa exerça, por si só, todos os atos da vida civil.
Capacidade de 
fato/exercício
Entenda: a pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil (capacidade de gozo). 
Se ela pessoalmente puder exercer todos os direitos e deveres, significa dizer que ela tem capacidade de exercício. 
Se não puder deverá ser representado/assistido por alguém.
Capacidade de 
fato/exercício
Assim, os recém-nascidos e os amentais possuem apenas a capacidade de direito, podendo, por exemplo, como já se afirmou, herdar. Mas não tem capacidade de fato ou de exercício. Para propor qualquer ação em defesa da herança recebida, precisam ser representados pelos pais e curadores, respectivamente.
Capacidade Civil plena
A pessoa que possuir as duas capacidades (gozo e exercício) possuirá CAPACIDADE CIVIL PLENA.
Capacidade de gozo + capacidade de exercício = capacidade civil plena.
ATENÇÃO!
CAPACIDADE ≠ LEGITIMIDADE
Entenda: enquanto a capacidade refere-se à aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações e exercer, por si ou mediante representação, os atos da vida civil, a legitimação consiste em ter ou não capacidade para estabelecer determinada relação jurídica.
Exemplo: o pai e a filha, embora maiores e capazes, não podem se casar, haja vista faltar-lhes legitimidade. Não podem, portanto, estabelecer essa relação jurídica.
INCAPACIDADE
Incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. 
Essa restrição é imposta pela LEI somente aos que, excepcionalmente, necessitam de proteção. 
Entenda, portanto, que a regra é a capacidade.
INCAPACIDADE
A incapacidade pode ser:
Absoluta;
Relativa.
Incapacidade absoluta
Acarreta a proibição TOTAL, por si só, do exercício do direito.
Entenda: o ato somente poderá ser praticado com a devida representação do absolutamente incapaz. Necessita-se, portanto, de REPRESENTAÇÃO. 
O representante praticará os atos da vida civil em nome do representado (incapaz). Um ato praticado pelo incapaz nessa condição será considerado NULO.
Incapacidade relativa
O incapaz poderá praticar atos da vida civil desde que assistido por seu representante legal. 
Necessita-se, portanto, de ASSISTÊNCIA.
Um ato praticado pelo incapaz nessa condição será considerado ANULÁVEL.
Incapacidade absoluta versus relativa – artigo 3º CC
Absolutamente incapazes
Relativamente incapazes
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vidacivil (art. 3ºCC):
São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de osexercer (art.4º CC):
I - os menoresde16anos.
I - os maiores de16 emenores de18anos.
Incapacidade absoluta versus relativa
Absolutamente incapazes
Relativamente incapazes
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos.
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido.
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.
 
IV - os pródigos.
Observações
Os artigos 3º e 4º, I, são hipóteses objetivas de modo que basta a comprovação da idade. 
As demais hipóteses de incapacidade, seja absoluta ou relativa, somente podem ser declarada por intermédio do procedimento de interdição.
Observações
Artigo 3º, II: o ordenamento jurídico-civil não reconhece os chamados “intervalos lúcidos”. 
Desse modo, o interditado não tem capacidade intermitente. 
Somente readquire por decisão judicial. 
Assim, declarada a interdição, a pessoa necessitará de representação/assistência ainda que apresente momentos de lucidez.
Observações
Artigo 3º, III: toda doença que acarrete deficiência física, ainda que temporariamente e que não deixa a pessoa manifestar sua vontade. Exemplo: surdo-mudez que não consiga se comunicar por linguagem de sinal.
ATENÇÃO 1: se os surdos ou os mudos conseguirem se expressar, ele será considerado plenamente capaz.
ATENÇÃO 2: a senectude (velhice) não é causa de restrição da capacidade.
Observações
Artigo 4º, II: a depender do grau da embriaguez ou da intoxicação, as pessoas poderão se tornar absolutamente incapazes e serem enquadradas no artigo 3º, II CC. 
Caberá ao juiz graduar a curatela do toxicômano e do ébrio a depender do nível de intoxicação e embriaguez.
Observações
Artigo 4º, III: aqueles que, por alguma anomalia, não evidenciam um desenvolvimento mental completo.
Observações
Artigo 4º, IV: Pródigo: “é aquele que desordenadamente gasta e destrói a sua fazenda, reduzindo-se à miséria por sua culpa”. 
ATENÇÃO! A interdição do pródigo só interfere em atos de disposição e oneração do seu patrimônio. Ele pode inclusive administrá-lo, mas ficará privado de praticar atos que possam desfalcá-lo.
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.
Tutela ≠ Curatela
Os filhos menores, com o falecimento/ausência dos pais, são colocados sob tutela. Tem-se, assim, o Tutor (aquele que exercerá a tutela); e o Tutelado (menor).
Para as demais hipóteses de incapacidade será nomeado, no momento da interdição, um curador. Tem-se o Curador (aquele que exercerá a curadoria); e o Curatelado (o interditado).
Cessação da menoridade
Pergunta: e quando cessa a menoridade?
Resposta: aos 18 anos completo (artigo 5º, caput, CC).
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Emancipação
Exceções: O parágrafo único do artigo 5º comporta exceções a essa idade. 
Trata-se das causas de emancipação – antecipação dos efeitos da maioridade para as pessoas que ainda não atingiram 18 anos.
Emancipação
A emancipação pode ser:
Voluntária: concedida voluntariamente pelos pais.
Judicial: concedida mediante sentença judicial.
Legal: outras hipóteses previstas no Código Civil.
Emancipação voluntária
Art. 5º Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial (primeira parte), ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos (segunda parte).
Emancipação voluntária
I – Primeira parte: trata-se da emancipação voluntária. Os pais, por livre e espontânea vontade, independentemente de homologação judicial, podem emancipar os filhos. Havendo divergência entre os pais, o caso deverá ser submetido ao juiz.
Entenda: essa emancipação deve ser feita por instrumento público (Cartório de Registro Civil) e dispensa homologação do juiz.
ATENÇÃO: a emancipação é ato irrevogável, ou seja, uma vez concedida não pode ser retirada.
Emancipação voluntária
Art. 5º Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial (primeira parte), ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos (segunda parte).
Emancipação judicial
ATENÇÃO: deve-se, necessariamente, ouvir o tutor para concessão dessa emancipação, mas é o juiz quem comunicará a emancipação ao oficial de registro civil.
Emancipação legal – casamento
Art. 5º, parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: II - pelo casamento;
Capacidade para contrair núpcias: 16 anos (idade núbil) completos desde que tenham autorização de ambos os pais ou representantes legais.
Concedida a autorização para o casamento e contraindo matrimônio, os menores emancipam-se antecipando, assim, a plena capacidade jurídica.
Emancipação legal – casamento
Art. 5º, parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: II - pelo casamento;
ATENÇÃO! Excepcionalmente, no art. 1.520 do CC permite que o juiz autorize o casamento do menor de 16 anos.
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Emancipação legal – casamento
Pergunta: e se houver a dissolução da sociedade conjugal? O emancipado retornará a situação de incapacidade civil?
Resposta: NÃO. Resta mantida a capacidade plena adquirida. Essa regra se aplica as demais hipóteses de emancipação legal.
Emancipação legal – emprego público efetivo
Entenda emprego público no sentido lato abrangendo empregos na Administração Direta e Indireta.
Observação: essa hipótese se tornou remota, pois dificilmente haverá concurso que dê provimento a alguém que tenha dezoito anos incompletos. Até porque, essa é a idade mínima para capacidade plena trabalhista (art. 7º, XXXIII da CF/88).
Emancipação legal – colação de grau
Outra hipótese remota, pois devido a quantidade de anos a serem cursados nos ensino fundamental e médio, a pessoa chegará, provavelmente, com 17 ou 18 anos a faculdade.
A hipótese requer a colação de grau para emancipação.
Emancipação legal – estabelecimento ou relação de emprego
Art. 5º, Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
Emancipação legal – estabelecimento ou relação de emprego
Fique atento(a): exige-se dois requisitos:
1º) que haja a instituição de estabelecimento civil/comercial OU relação de emprego;
2º) que em virtude dessa instituição ou da relação de emprego o menor, com 16 anos completos, tenha economia própria.
Término da existência da pessoa natural
Com a morte ocorre o encerramento da personalidade jurídica da pessoa natural. A morte pode ser real ou presumida.
Real: é real quando ocorre a parada do sistema cardiorrespiratório. Essa aferição deve ser efetuada por médico ou por duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado a morte.
Término da existência da pessoa natural
Presumida: quando não se tem o corpo da pessoa para verificar a parada do sistema cardiorrespiratório. 
A morte será presumida em relação aos ausentes. 
Para declarar uma pessoa ausente, necessita-se de um processo judicial para que haja a chamada DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA concedida por um juiz. 
Término da existência da pessoa natural
MAS ATENÇÃO: há duas hipóteses previstas no Código Civil as quais são consideradas também mortes presumidas, mas que não se necessita da decretação de ausência.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
Término da existência da pessoa natural
Art. 7º, I: refere-se a toda e qualquer situação da qual se possa inferir o resultado morte. Observação: não há prazo.
Término da existência da pessoa natural
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Término da existência da pessoa natural
Art. 7º, II: refere-se à hipótese de estado de guerra declarada, seja externa ou interna. Atente-se para o prazo aqui constante: dois anos após o término da guerra.
Término da existência da pessoa natural
CUIDADO: essas hipóteses de morte presumida somente poderão ser requeridas depois de esgotadas as buscas e averiguações.
Procedimento: pedido judicial. Deferido, o juiz deverá, na sentença, determinar a data provável do falecimento.
Morte simultânea
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Em não podendo identificar a ordem cronológica das mortes dos comorientes, a lei determina a presunção de haverem falecido no mesmo instante.
Morte simultânea
Pergunta: mas em que isso acarreta?
Resposta: Isso influencia na sucessão dos bens das pessoas, se os comorientes eram parentes.
Inventário. Comoriência. Indenização decorrente de seguro de vida. Tendo o casal e os filhos falecido simultaneamente, vítimas de acidente automobilístico, não se operou sucessão entre aqueles, nem entre aqueles e estes. Assim, a indenização decorrente de apólice de seguro de vida em grupo, em que os consorte constavam reciprocamente como beneficiários, é de ser paga de forma rateada aos herdeiros de ambos. Agravo improvido”. (TJRS, 7ª Cam. Cível, AI 598569952, Rel. Des. Maria Berenice Dias, j. 17-3-1999).
Registros e averbações
Registro: fatos e atos com repercussão jurídica ORIGINÁRIA. Trata-se de uma situação jurídica nova e independente de outras que a antecederam (art. 9º CC).
Averbação: fatos e atos DERIVADOS de situações jurídicas preexistentes (art. 10 CC). 
Art. 9oSerão registrados em registro público:
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos.
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal.
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz.
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação.
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa.
 
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

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