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Roteiro filme e discussão Antecedentes da Reforma Sanitária - respostas

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Universidade de Rio Verde – UniRV Campus Goianésia
Curso de Graduação em Medicina
Disciplina: Medicina Integrada à Saúde da Comunidade (MISCO I)
Profª Karynne Milhomen 
Acadêmico: Matheus Vinícius Fernandes Santos
	
Roteiro do filme “Políticas de Saúde no Brasil: Um século de luta pelo direito a saúde”
 e discussão de antecedentes da Reforma Sanitária
Questão 01: Quais foram as primeiras medidas de saúde pública retratadas no filme?
Até 1850 as atividades de saúde pública estavam limitadas ao seguinte a Delegação das atribuições sanitárias as juntas municipais e ao Controle de navios e saúde dos portos. Até então, Antes do final do século XX a assistência à saúde era oferecida somente por instituições filantrópicas, ligadas a igreja. Em 1900 foi criado o instituto soroterápico de Manguinhos.
O filme também retrata que, no início, doentes com moléstias contagiosas eram movidos para quarentena em uma repartição no Rio de Janeiro; e que a saúde passou a ser tratada como questão policial durante o mandato de Rodrigues Alves e a Revolta da Vacina.
Questão 02: De que maneira o quadro político e sanitário do Brasil influenciaram as práticas de saúde da República (1889) até o início da Era Vargas (1930) – República Velha?
O quadro político desse período ( 1889-1930 ) teve grande influência nas praticas de saúde. Nesse período teve a criação de CAP’s ( IAPS ) e a ocorrência de reformas sanitaristas.
Rodrigues Alves, presidente na época, nomeou Oswaldo Cruz como diretor do departamento federal de saúde publica, que propôs erradicara epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro.
Durante a política do café com leite, a população, em geral ficava desassistida, causando revoltas populares.
Vargas criou um ministério só da saúde e a população sofria muito com as doenças (trazidas principalmente dos portos). 
Questão 03: Como se deu a Revolta da Vacina? E quais as contribuições do modelo campanhista para o cenário epidemiológico brasileiro e mundial?
A cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro sanitário caótico caracterizado pela presença de diversas doenças graves que acometiam à população, como a varíola, a malária, a febre amarela, e posteriormente a peste, o que acabou gerando sérias consequências tanto para saúde coletiva quanto para outros setores como o do comércio exterior, visto que os navios estrangeiros não mais queriam atracar no porto do Rio de Janeiro em função da situação sanitária existente na cidade. Rodrigues Alves, então presidente do Brasil, nomeou Oswaldo Cruz, como Diretor do Departamento Federal de Saúde Pública, que se propôs a erradicar a epidemia de febre-amarela na cidade do Rio de Janeiro Foi criado um verdadeiro exército de 1.500 pessoas que passaram a exercer atividades de desinfecção no combate ao mosquito, vetor da febre-amarela. A falta de esclarecimentos e as arbitrariedades cometidas pelos “guardas-sanitários” causam revolta na população. Este modelo de intervenção ficou conhecido como campanhista, e foi concebido dentro de uma visão militar em que os fins justificam os meios, e no qual o uso da força e da autoridade eram considerados os instrumentos preferenciais de ação. A população, com receio das medidas de desinfecção, trabalho realizado pelo serviço sanitário municipal, revolta-se tanto que, certa vez, o próprio presidente Rodrigues Alves chama Oswaldo Cruz ao Palácio do Catete, pedindo-lhe para, apesar de acreditar no acerto da estratégia do sanitarista, não continuar queimando os colchões e as roupas dos doentes. A onda de insatisfação se agrava com outra medida de Oswaldo Cruz, a Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904, que instituiu a vacinação anti-varíola obrigatória para todo o território nacional. Surge, então, um grande movimento popular de revolta que ficou conhecido na história como a revolta da vacina. Apesar das arbitrariedades e dos abusos cometidos, o modelo campanhista obteve importantes vitórias no controle das doenças epidêmicas, conseguindo inclusive erradicar a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro.
Questão 04: Com a crise da economia cafeeira tem início o processo de industrialização do Brasil, e com ele a chegada de um grande número de imigrantes para trabalhar nesse setor. Como eram as condições de vida e trabalho nessa época?
Com o crescente processo de urbanização, foi necessária a utilização de imigrantes, especialmente europeus (italianos, portugueses), como mão-de-obra nas indústrias, visto que os mesmos já possuíam grande experiência neste setor, que já era muito desenvolvido na Europa. Os operários na época não tinham quaisquer garantias trabalhistas, tais como: férias, jornada de trabalho definida, pensão ou aposentadoria. Os imigrantes, especialmente os italianos( anarquistas), traziam consigo a história do movimento operário na Europa e dos direitos trabalhistas que já tinham sido conquistados pelos trabalhadores europeus, e desta forma procuraram mobilizar e organizar a classe operária no Brasil na luta pela conquistas dos seus direitos. Em função das péssimas condições de trabalho existentes e da falta de garantias de direitos trabalhistas, o movimento operário organizou e realizou duas greves gerais no país,uma em 1917 e outra em 1919. Através destes movimentos os operários começaram a conquistar alguns direitos sociais.
Questão 05: Quando foi criada e o que dizia a Lei Eloy Chaves?
A Lei Eloi Chaves é considerada um marco inicial da previdência social no Brasil. Através desta lei foram instituídas as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP’s). Tal lei possui os seguintes critérios: a lei deveria ser aplicada somente ao operariado urbano. Para que fosse aprovado no Congresso Nacional, dominado na sua maioria pela oligarquia rural foi imposta a condição de que este benefício não seria estendido aos trabalhadores rurais. Fato que na história da previdência do Brasil perdurou até a década de 60, quando foi criado o FUNRURAL. Outra particularidade refere-se ao fato de que as caixas deveriam ser organizadas por empresas e não por categorias profissionais. A criação de uma CAP também não era automática, dependia do poder de mobilização e organização dos trabalhadores de determinada empresa para reivindicar a sua criação.
Questão 06: Como funcionavam as CAPs?
Com a CAP, passaram a ser garantidas pensão, aposentadoria, assistência médica e auxílio farmacêutico. As Caixas de Aposentadoria e Pensão eram vinculadas as empresas que, por sua vez, cobravam certa quantia dos operários pela assistência fornecida, funcionava como um plano de saúde empresarial, restrito as funcionários.
Questão 07: Discorra sobre a política do estado adotada no Governo de Getúlio Vargas (1930-1945) e (1951-1954), principalmente o que tange à saúde e a previdência social.
Getulio Vargas criou o Ministério da Saúde. E no que tange a previdência social, a política do estado pretendeu estender a todas as categorias do operariado urbano organizado os benefícios da previdência. Desta forma, as antigas CAP’s são substituídas pelos Institutos De Aposentadoria E Pensões (IAP). Nestes institutos os trabalhadores eram organizados por categoria profissional (marítimos, comerciários, bancários) e não por empresa.
Os IAP’s foram criados de acordo com a capacidade de organização, mobilização e importância da categoria profissional em questão. Assim, em 1933 foi criado o primeiro instituto, o de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), em 1934 o dos Comerciários (IAPC) e dos Bancários (IAPB), em 1936 o dos Industriários (IAPI), e em 1938 o dos Estivadores e Transportadores de Cargas (IAPETEL)
Em 1949 foi criado o Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (SAMDU) mantido por todos os institutos e as caixas ainda remanescentes.
Questão 08: Descreva as medidas de saúde pública e previdência social a partir do Golpe Militar de 1964.
Antes da ditadura, os IAP’s eram limitados a determinadas categorias profissionais mais mobilizadas e organizadas política e economicamente, o governo militar procura garantir para todosos trabalhadores urbanos e os seus dependentes os benefícios da previdência social. O processo de unificação previsto em 1960 se efetiva em 2 de janeiro de 1967, com a implantação do Instituto Nacional de Previdência social (INPS), reunindo os seis Institutos de Aposentadorias e Pensões, o Serviço de Assistência Médica e Domiciliar de Urgência (SAMDU) e a Superintendência dos Serviços de Reabilitação da Previdência Social.
Questão 09: De que maneira o movimento popular contribuiu para a inserção da “saúde como direito de cidadania”?
O movimento popular contribuiu para o fim da ditadura, com isso o estado direcionou o seu modelo de atenção médica para parcelas da população, classe média e categorias de assalariados, procurando através da poupança desses setores sociais organizar uma nova base estrutural. Deste modo foi concebido um subsistema de Atenção Médico Supletiva composta de 5 modalidades assistenciais: medicina de grupo, cooperativas médicas, auto-gestão, seguro-saúde e plano de administração. Com pequenas diferenças entre si, estas modalidades se baseiam em contribuições mensais dos beneficiários (poupança) em contrapartida pela prestação de determinados serviços. Estes serviços e benefícios eram pré- determinados, com prazos de carências, além de determinadas exclusões, por exemplo a não cobertura do tratamento de doenças infecciosas
Questão 10: “Crise da saúde ou da previdência. A saúde está falida?”. Essas questões foram levantadas tendo como período de referência os anos 80. Qual é a sua opinião a respeito?
Em relação ao período de referencia ( anos 80 ), a saúde se encontrava falida, afinal todo a verba publica que deveria ser investida na saúde era destinado a obras na construção civil e em investimentos externos. Ou seja, a saúde entrou em um estado de decadência indiretamente em função das atitudes do estado.
Questão 11: Discorra sobre o movimento da “Reforma Sanitária”.
O movimento da Reforma Sanitária nasceu no contexto da luta contra a ditadura, no início da década de 1970. A expressão foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde. Essas mudanças não abarcavam apenas o sistema, mas todo o setor saúde, em busca da melhoria das condições de vida da população.
Grupos de médicos e outros profissionais preocupados com a saúde pública desenvolveram teses e integraram discussões políticas. Este processo teve como marco institucional a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986. Entre os políticos que se dedicaram a esta luta está o sanitarista Sergio Arouca.
As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmente, na universalidade do direito à saúde, oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Questão 12: Comente sobre a 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986) e seus desdobramentos.
A 8ª Conferência Nacional da Saúde, realizada em março de 1986, considerada um marco histórico, consagra os princípios preconizados pelo Movimento da Reforma Sanitária. A 8ª Conferência Nacional de Saúde aprovou, também, as diretrizes para a criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS). Foi a primeira conferência com ampla participação popular.
Após as mudanças, todos brasileiros passaram a ter direito à assistência gratuita à saúde, que se tornou dever do Estado. “Mudou essencialmente uma questão de mais acesso da população ao sistema de saúde, maior cobertura em termos de pessoas que antes não tinham acesso e passaram a ter”, afirmou Hésio Cordeiro, um dos médicos que lideraram o movimento pela reforma sanitária no Brasil, junto com o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Porém, o mais importante foi ter formado as bases para a seção "Da Saúde" da Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988. A Constituição de1988 foi um marco na história da saúde pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado". A implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por fim a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) fundou o SUS. Em poucos meses foi lançada a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a participação dos usuários (população) na gestão do serviço. O INAMPS só foi extinto em 27 de julho de 1993 pela Lei nº 8.689.
Questão 13: Em sua opinião, as medidas de saúde pública antes da criação do SUS tiveram influência de questões políticas, econômicas e sociais? Explique.
Em minha opinião, fatores políticos e econômicos e sociais, antes da implantação do SUS, eram limitantes na tomada de decisões do governo em relação a saúde. Um exemplo disso que foi bem abordado no filme e acabou evidenciando a influencia dessas questões na saúde publica foi o desvio de verbas públicas para investimentos em grandes hospitais privados. Ainda anteriormente ao SUS, as medidas que envolviam saúde eram muito restritas a pequenos grupos sociais e a determinados grupos de trabalhadores que se organizavam socialmente, a exemplo do IAP’s, ou ainda, funcionavam como um plano de saúde, onde o cidadão deveria contribuir para receber o serviço de assistência. Foi somente com o SUS que princípios como a Universalidade e a Integralidade passaram a vigorar no ideal de saúde do brasileiro.

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