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SIMPLIFICADO- Direito das Obrigações: 4. Adimplemento e extinção das obrigações - Prof. Viviane Hajel

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DIREITO CIVIL – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
_______________________________________________________________________________________________ 
 1 
 
IV – ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 
 
 
1. Pagamento. 2. Consignação em pagamento. 3. Pagamento com 
sub-rogação. 4. Imputação do pagamento. 5. Dação em 
pagamento. 6. Novação. 7. Compensação. 8. Confusão. 9. 
Remissão de dívida. 
 
 
 
1. PAGAMENTO 
 
- a obrigação já nasce com a finalidade de acabar, de se extinguir, é efêmera. 
 
- a obrigação extingue-se pelo cumprimento voluntário da prestação, chamado solução da obrigação 
(solutio) ou pagamento, havendo a consequente liberação do devedor. 
 
- elementos do pagamento 
 vínculo obrigacional: causa, fundamento do pagamento 
 sujeito ativo: o devedor (solvens) – sujeito passivo da obrigação 
 sujeito passivo: o credor (accipiens) – sujeito ativo da obrigação 
 
 
1.1 Sujeitos do pagamento 
 
Quem deve pagar 
 
- CC, arts. 304 a 307 
 * O Código Civil de 1916 tratava do adimplemento e inadimplemento das obrigações em um só 
Título: Dos Efeitos das Obrigações. O novo Código Civil separou em Título II – Do adimplemento 
e extinção das obrigações e no Título IV – Inadimplemento das obrigações. 
 
- CC, art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se 
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. 
 Parágrafo Único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do 
devedor, salvo oposição deste. 
Assim, o solvens = quem deve pagar, poderá ser: 
 o devedor – sujeito passivo da obrigação (para ele, o pagamento não é apenas uma 
obrigação, mas sim um direito; afinal, se a dívida se prolongar, acarretará encargos) - CC, 
art. 304 
 o terceiro interessado na dívida: indivíduo que não integra o polo passivo da obrigação 
original, mas está vinculado ao pagamento da dívida (fiador, avalista, sublocatário) - CC, 
art. 304, caput 
 o terceiro não interessado na dívida: indivíduo sem relação com a obrigação-base, não 
vinculado ao pagamento, mas que o realiza por solidariedade familiar ou social (mera 
filantropia; ex: pai, amigo) – CC, arts. 304 e 305 
 
* nas obrigações personalíssimas não se admite terceiro como pagador, devido à 
pessoalidade do devedor. 
 
 
DIREITO CIVIL – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
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 2 
* oposição do credor quanto ao adimplemento por terceiro (CC, art. 306) > havendo 
desconhecimento ou oposição do devedor ao pagamento por terceiro, e se o pagamento 
ainda assim ocorrer, o terceiro não terá direito de reaver os valores pagos, desde que o 
devedor tenha meios para cumprir a obrigação. 
 
- CC, art. 307 > pagamento que importa em transmissão de domínio: ninguém pode transferir mais 
direitos do que possui; portanto, somente o titular do objeto pode transferir a sua propriedade, como 
forma de pagamento – alienação a non domino. 
 
* exceção: pagamento por entrega de coisa fungível > não se pode reclamar a coisa entregue ao 
credor de boa-fé que a consumiu; o verdadeiro proprietário do bem deverá exigir perdas e danos 
não do credor de boa-fé, mas do devedor que efetuou o pagamento através da alienação a non 
domino. 
 
 
A quem se deve pagar 
 
- CC, arts. 308 a 312 
 
- CC, art. 308 (regra geral): o pagamento deve ser feito ao credor ou, ainda, a quem o represente, 
desde que ratificado ou provado que reverteu em seu benefício. 
 
Casos Específicos: 
 
- CC, art. 309: Credor putativo é o credor que tem apenas aparência de credor, não o sendo na 
realidade. (Ex. Em um assalto a banco, o assaltante se põe no lugar da caixa e você paga a ele), 
assim a lei dá eficácia ao pagamento feito ao “falso” accipiens (a quem se deve pagar) se o pagador 
estiver de boa-fé, o verdadeiro credor deve haver o pagamento do “falso”. 
 
- CC, art. 310: credor incapaz de quitar > se ao pagar o devedor tem ciência de que está pagando a 
um incapaz - total ou relativamente, o pagamento é inválido; mas, se o pagador nada sabia quanto à 
incapacidade, valerá o pagamento. 
 
- CC, art. 311: apenas autorização para receber o caracteriza como representante a receber, como 
quando estiver com a quitação em mãos. 
 
- CC, art. 312: se o crédito estiver em situação de penhora ou impugnação, o devedor deverá pagar 
em juízo; se pagar ao credor, corre o risco de pagar novamente. 
 
 
1.2 Objeto do Pagamento 
 
- CC, arts. 313 a 126 
 
- CC, art. 313: “o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que 
mais valiosa” > portanto, o objeto é o que foi acordado, nem mais, nem menos e a forma do 
pagamento deve ser a convencionada. 
 
- o objeto do pagamento nada mais é que a prestação 
 
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PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
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- perecimento e deterioração do objeto: dependerá da espécie de obrigação (dar, restituir, fazer, não 
fazer) 
 
- perdas e danos: quando o devedor estiver inadimplente de forma culposa 
 
- formas de pagamento: conforme os dispositivos legais 
 
 
1.3 Lugar do pagamento 
 
- CC, arts. 327 a 330 
 
- CC, art. 327. Efetuam-se os pagamentos no domicílio do devedor, salvo se as partes 
convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das 
circunstâncias. 
Parágrafo Único: Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. 
 
- a regra geral é o artigo acima, mas nada impede que as partes escolham outro local 
 
 querable: domicílio do devedor 
obrigação 
portable: domicílio do credor 
 
- importância da fixação do lugar > quem paga em lugar errado, paga mal; e quem paga mal, paga 
duas vezes 
 
- CC, art. 328: a natureza da prestação determina o local do pagamento 
 
- CC, art. 329: impossibilidade, no caso fortuito ou na força maior: não caberá indenização 
 
- CC, art. 330: examinam-se a boa-fé e os costumes 
 
 
1.4 Tempo do pagamento 
 
- CC, arts. 331 a 333 
 
- CC, art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada a época para o 
pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. 
 
- o princípio acima pode variar, na conformidade da natureza da obrigação ou da vontade das partes 
(empréstimo; locação; depósito) 
 
- o maior interesse em se saber o tempo do pagamento é que este não pode ser exigido antes de seu 
vencimento, salvo em casos em que a lei determina o pagamento antecipado 
 
 puras: a lei, ou as partes não estipulam prazo para o pagamento, pode ser exigida a 
qualquer momento. 
obrigações 
 a termo: com prazo fixado. Se o prazo existir, o credor só poderá exigir a prestação 
após o vencimento do prazo. 
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PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
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- horário: há de se entender a possibilidade de se efetuar o pagamento até o fim das 24 horas do dia, 
mas se a atividade depende de horário comercial, bancário ou forense, findado o expediente, a 
possibilidade do pagamento é frustrada. 
 
 
1.5 Prova do pagamento 
 
- CC, arts. 319 a 325 
 
- o pagamento não se presume, prova-se pela quitação emitida pelo credor. 
 
- requisitos: conforme o artigo 320, o valor e a espécie da dívida quitada, nome do devedor, ou 
mesmo quem pagou pela dívida, o tempo e o lugar em que o pagamento foi efetuado,além da 
assinatura do credor ou seu representante. Por escrito público ou particular. 
 
- presunções que dispensam a quitação: 
 título de crédito em posse do devedor 
 pagamento feito por quotas sucessivas, exibindo a quitação da última delas 
 quitação do capital, onde os juros presumem-se pagos 
 
 
2. PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO 
 
- pagamento: modo de extinção das obrigações 
 
 pagamento propriamente dito 
 pagamentos especiais pagamento em consignação (modo indireto de pagamento) 
 pagamento com sub-rogação 
 imputação do pagamento 
 dação em pagamento 
 
- meio indireto de pagamento (CC, 304 “in fine”) 
 
- conceito: “O pagamento em consignação consiste no depósito, pelo devedor, da coisa devida, com 
o objetivo de liberar-se da obrigação”. – Carlos Roberto Gonçalves 
 
- CC, art. 334 - depósito judicial (ação de consignação em pagamento) ou extrajudicial (banco 
oficial) do objeto devido (bens móveis e imóveis ou dinheiro) 
* Objetivo: não sofrer os efeitos da mora = liberar o devedor 
** Natureza jurídica: extinção da obrigação. 
 
- CPC, arts. 890 a 900 > regulamenta o procedimento da consignação (procedimento especial de 
jurisdição contenciosa) 
 
- cabimento: mora accipiendi – recusa do recebimento, pelo credor 
 alegação da exceptio non adimpleti contractus, pelo devedor 
 
- objeto da consignação: dinheiro e bens móveis ou imóveis 
 
- possível em relação às obrigações de dar (entregar ou restituir) coisa certa ou incerta 
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PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
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“somente as obrigações de dar podem ser objeto de consignação, sendo mesmo absurdo imaginar o 
depósito de uma obrigação de fazer ou de não fazer”. – Silvio Rodrigues 
 
- hipóteses que autorizam a consignação: CC, art. 335 > rol exemplificativo 
I – recusa injusta de recebimento (não puder/não quiser) ou de quitação, por parte do credor 
* dívida portável = devedor deve ter feito a oferta real, efetiva do objeto 
II – credor nega-se a receber ou a mandar receber dívida quesível, no tempo, lugar e modo devidos 
III – credor incapaz, desconhecido, ausente ou residente em lugar incerto, perigoso ou difícil 
* ex.: morte ou transferência do título (cessão de crédito), declaração de ausência 
IV – dúvida sobre o legítimo credor 
 * consignação com a citação de todos os interessados em receber 
V – pendência quanto ao objeto do pagamento 
 * litígio entre o credor e terceiro pelo objeto > o devedor deve consigná-lo 
 
- requisitos de validade da consignação (CC, art. 336 e arts. 341 a 343): 
 legitimidade ativa – devedor, terceiro interessado e terceiro não interessado (todos capazes) 
 legitimidade passiva – credor capaz ou quem o alegue ser, além de seu representante 
 credor desconhecido > citação por edital, com curador especial 
 objeto – integralidade do depósito + correção monetária + juros de mora 
 entrega de coisa > depósito dos acessórios (frutos ou produtos) 
 débito líquido e certo 
 modo – deverá ser observado o convencionado 
 tempo – fixado no contrato 
 impossibilidade de pagamento antecipado, se não foi acordado 
 lugar – dívida quesível ou portável 
 
- levantamento do depósito: possibilidade que tem o devedor de levantar (resgatar) o depósito 
efetuado, antes de realizada a declaração de aceitação pelo credor – CC, art. 338 
 
- havendo aceitação do depósito pelo credor > extinção da obrigação 
 
 
3. PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO 
 
- meio indireto ou especial de pagamento (CC, art. 346) 
 
- conceito: “É a transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação, ou 
emprestou o necessário para solvê-la. A obrigação pelo pagamento extingue-se; mas, em virtude da 
sub-rogação, a dívida, extinta para o credor originário, subsiste para o devedor, que passa a ter por 
credor, investido nas mesmas garantias, aquele que lhe pagou ou lhe permitiu pagar a dívida.” - 
Clóvis Beviláqua, Código Civil Comentado 
 
- caracteriza-se como uma exceção à regra de que o pagamento extingue a obrigação, pois a 
obrigação mostra-se extinta apenas para o credor, o qual tem seu interesse satisfeito; já, para o 
devedor, a obrigação subsiste, devendo ele cumpri-la junto à pessoa do sub-rogado > alteração da 
obrigação, mudando-se o credor (alteração subjetiva). 
 
 
 
 
 
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PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
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- espécies: 
 
pessoal – uma pessoa se substitui por outra pessoa (avalista, fiador, sublocatário, co-devedor da 
coisa indivisível) 
 real – uma coisa se substitui por outra coisa (imóvel com cláusula de inalienabilidade em 
testamento poderá ser substituído por outro; bens adquiridos na constância do casamento sob 
o regime de comunhão parcial de bens, com recursos advindos de bem exclusivo 
 
 
legal – decorrente da lei, independentemente de vontade do credor ou devedor > satisfação por 
terceiro interessado, como o co-devedor, fiador ou avalista (CC, art. 346) 
 
convencional – deriva da vontade expressa das partes, podendo ocorrer entre credor e sub-
rogado ou entre sub-rogado e devedor (CC, art 347) 
 
 
- hipóteses de ocorrência da sub-rogação legal (CC, art. 346) – rol taxativo 
 
I – em favor do credor que pagou dívida do devedor comum 
 mais de um credor 
 utilidade: se outro credor executar o devedor ele poderá ficar sem bens para pagar o restante 
da dívida. O credor que pagou sub-roga-se nos direitos do primitivo credor e aguarda a 
melhor oportunidade para a cobrança de seu crédito 
 
II – em favor do adquirente de imóvel hipotecado, que paga o credor hipotecário, para evitar a 
excussão (execução) do bem, bem como em favor do terceiro que efetiva o pagamento para não se 
ver privado de direito sobre imóvel (ex: vencedor de pleito indenizatório obteve direito à constrição 
do imóvel hipotecado (execução da sentença) 
 
III – em favor do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no 
todo ou em parte 
* terceiro interessado: aquele que pode ter seu patrimônio afetado, caso a dívida não seja paga: 
avalista, fiador, co-obrigado solidário, co-devedor de obrigação indivisível 
 
- hipóteses de ocorrência da sub-rogação convencional (CC, art. 347) 
 
I – quando o credor recebe o pagamento de terceiro e, expressamente, lhe transfere todos os seus 
direitos (terceiro não interessado) 
 necessidade de transferência expressa dos direitos do credor 
 a transferência deve ser efetuada até o momento em que recebe a prestação 
 não se faz necessária a autorização ou concordância do devedor 
 
II – quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a 
condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito 
 negócio causal = a causa deve constar do instrumento 
 não se faz necessário o consentimento do credor 
 exemplo: financiamentos para aquisição da casa própria 
 
 
 
DIREITO CIVIL – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
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- efeitos da sub-rogação: 
- efeito liberatório > exonera o devedor ante o credor originário 
 
- efeito translativo > a sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e 
garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores (CC, art. 349) 
 
- sub-rogação parcial: 
- CC, art. 351 > o credor originário,só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na 
cobrança da dívida remanescente, se os bens do devedor não forem suficientes para saldar 
inteiramente ambos os débitos 
 
 
4. IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO 
 
 
- conceito: imputação ao pagamento caracteriza-se como a indicação da obrigação a ser extinta, 
quando o mesmo devedor possui várias dívidas junto ao mesmo credor e o pagamento não é 
suficiente para saldar todas elas. 
 
“A imputação do pagamento consiste, pois, na indicação ou determinação da dívida a ser quitada, 
quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só 
credor, e efetua o pagamento não suficiente para saldar todas elas”. – Carlos Roberto Gonçalves 
 
 
- requisitos (CC, arts. 352 e 353): 
 pluralidade de débitos: requisito essencial; somente é possível a imputação do pagamento, 
havendo uma única dívida, quando esta se desdobra em débito principal e acessórios (juros) 
 
 identidade de partes: todas as obrigações devem ter o mesmo devedor e o mesmo credor, 
lembrando-se que no mesmo pólo obrigacional pode haver pluralidade de pessoas 
 
 igual natureza das dívidas: dívidas de mesma natureza, tendo por objeto coisas fungíveis de 
idêntica espécie e qualidade; débitos homogêneos, fungíveis entre si (dinheiro/dinheiro, 
café/café, milho/milho); as dívidas devem ser líquidas (determinada quanto ao objeto) e 
vencidas (exigíveis pelo advento do termo) 
* as dívidas ilíquidas ou vincendas poderão ser saldadas mediante concordância do credor 
 
 possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito: o pagamento deve ser suficiente 
para saldar mais de uma dívida e não todas elas; se o pagamento efetuado é suficiente para 
pagar a dívida menor, não será permitido que este mesmo pagamento seja imputado em 
outro débito maior, porque o credor não é obrigado a receber parcialmente 
 
- espécies de imputação: 
 por indicação do devedor: CC, art. 352 > o próprio devedor tem o direito de escolher qual o 
débito a ser pago. Porém, existem algumas restrições a este direito: 
- o devedor só poderá pagar dívida não vencida com concordância do credor 
- o devedor não poderá escolher dívida com valor superior ao do pagamento, já que o 
credor não é obrigado a receber de forma parcelada 
- quando a dívida for composta de capital e juros, estes devem ser os primeiros a 
serem pagos 
DIREITO CIVIL – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
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* realizada a imputação, respeitando-se todos os requisitos legais, o credor não pode recusar o 
pagamento, podendo caracterizar a mora accipiendi, o que permitirá a utilização da ação de 
consignação em pagamento, pelo devedor. 
 
 por vontade do credor:CC, art. 353 > ocorre quando o devedor não indica a dívida a ser 
paga; então, o próprio credor, na quitação, indica qual dos débitos está sendo saldado 
 
 em virtude de lei: CC, art. 355 > ocorre quando o devedor não indica a dívida a ser paga e o 
credor também não o faz, na quitação. Neste caso, devem ser observados os seguintes 
critérios: 
 
- havendo capital e juros, o pagamento corresponderá aos juros vencidos (CC, art. 
354) 
- se houver dívidas vencidas e não vencidas, serão pagas as primeiras 
- havendo dívidas líquidas e ilíquidas, serão saldadas as primeiras, segundo a ordem 
de seu vencimento 
- se todos os débitos forem líquidos e vencidos, o pagamento será imputado ao mais 
oneroso (existência de juros, hipoteca, cláusula penal) 
- se todos os débitos forem líquidos, vencidos e igualmente onerosos, considerar-se-á 
feito o pagamento proporcional de todos eles 
 
 
5. DAÇÃO EM PAGAMENTO 
 
- conceito: acordo entre credor e devedor, através do qual o primeiro concorda em receber como 
pagamento, prestação diferente daquela devida. Caracteriza-se como uma exceção à regra de que o 
credor não é obrigado a receber uma coisa por outra (aliud pro alio, invito creditore, solvi non 
potest – uma coisa por outra, contra a vontade do credor, não pode ser solvida) – CC, art. 356 
 
- a obrigação extingue-se através da execução de uma prestação distinta da devida, caracterizando-
se como forma de pagamento indireto; é negócio bilateral, de alienação, liberatório 
 
- espécies de dação em pagamento (datio in solutum): 
 substituição de dinheiro por bem móvel ou imóvel (rem pro pecunia) 
 substituição de uma coisa por outra (rem pro re) 
 substituição de uma coisa pela prestação de um fato (rem pro facto) 
 
- requisitos para a dação em pagamento: 
 jus disponendi da coisa, por parte do devedor > deve ser o proprietário do bem a ser dado 
em pagamento 
 o credor deve ter capacidade para efetuar o consentimento 
 se qualquer uma das partes agir representada, o procurador deve ter poderes especiais para 
realizar a dação, ou para concordar com ela 
 
- elementos constitutivos da dação em pagamento: 
 existência de uma dívida: sem dívida, não há que se falar em pagamento 
 concordância do credor, verbal ou escrita, expressa ou tácita: o acordo de vontades é 
elemento intrínseco 
DIREITO CIVIL – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
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 diversidade da prestação oferecida, em relação à dívida originária: possibilidade de quitação 
parcial, explicitando-se o débito remanescente; o pagamento poderá ser feito parte em 
dinheiro e parte em espécie 
 
* não se exige coincidência entre o valor da coisa recebida e o valor da dívida 
 
- CC, art. 357 > se se fixa o preço da coisa a ser entregue, cuja posse e propriedade se transmitem ao 
credor, em substituição ao dinheiro, o negócio será regido pelos princípios do contrato de compra e 
venda; por outro lado, se não se fixou o preço da coisa que substitui a prestação, não se aplicarão os 
dispositivos referentes à compra e venda 
 
- CC, art. 358 > se a coisa dada em pagamento for título de crédito, caracterizar-se-á uma cessão de 
crédito, ficando o devedor responsável pela existência do crédito transmitido 
 
CC, art. 359 > o alienante da coisa dada em pagamento responsabiliza-se pela evicção (perda da 
coisa em virtude de sentença judicial que a atribui a outra pessoa, em virtude de contrato anterior) > 
o bem retorna ao legítimo dono e a quitação perde o seu efeito, restabelecendo-se a obrigação 
 
 
6. NOVAÇÃO 
 
- conceito: criação de obrigação nova, para extinguir uma anterior; substituição de uma dívida por 
outra, extinguindo-se a primeira; sua intenção é criar obrigação nova para extinguir uma anterior 
 
- possui conteúdo extintivo, em relação à obrigação antiga e conteúdo gerador, relativo à nova 
obrigação 
 
- é modo extintivo não satisfatório da obrigação, de natureza contratual 
 
- requisitos da novação: 
 existência de obrigação anterior (obligatio novanda) 
 constituição de nova obrigação (aliquid novi) 
 intenção de novar (animus novandi) 
 
- espécies de novação: 
 objetiva ou real: quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e 
substituir a anterior – CC, art. 360, I; mudança no objeto principal, em sua natureza ou em 
sua causa jurídica 
 subjetiva ou pessoal: substituição dos sujeitos da relação jurídica, credor (novação ativa) ou 
devedor (novação passiva: expromissão ou delegação) – CC, art. 360, II e III 
 mista: ocorre, ao mesmo tempo, mudança de objeto da prestação e de um dos sujeitos da 
relação obrigacional 
 
- efeitos da novação: 
 extinção da obrigação primitiva 
 a insolvência do novo devedor é de responsabilidade do credor, que o aceitou, nãolhe 
cabendo ação regressiva contra o devedor primitivo 
 o credor somente terá ação regressiva contra o devedor primitivo, se este agiu de má-fé 
 exoneração dos devedores solidariamente responsáveis pela extinta obrigação anterior, salvo 
se participarem da novação 
DIREITO CIVIL – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 
PROFA. VIVIANE GREGO HAJEL 
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 a fiança somente permanecerá na nova relação obrigacional se o fiador, de forma expressa, 
consentir na nova situação 
 
 
7. COMPENSAÇÃO 
 
- conceito: modo indireto de extinção de obrigações entre pessoas que são, ao mesmo tempo, 
credora e devedora uma da outra, eliminando circulação inútil da moeda, evitando duplo pagamento 
 
“extinção de obrigações recíprocas, que se pagam uma por outra, até a concorrência de seus 
respectivos valores, entre pessoas que são devedoras uma da outra” – Clóvis Beviláqua 
 
- espécies: 
 total:quando as duas obrigações apresentam mesmo valor 
 parcial: quando os valores das obrigações forem desiguais 
 
 
 compensação legal: decorrente da lei, independentemente da vontade das partes, podendo 
ocorrer, até mesmo, contra a vontade de uma delas. Quando se constitui o segundo crédito, 
as dívidas se extinguem. Em havendo necessidade, o juiz pode declarar a compensação das 
dívidas. 
- requisitos: reciprocidade dos créditos – CC, arts. 368; 371, segunda parte (fiador) e 376 
liquidez das dívidas – CC, art. 369 
exigibilidade das prestações > dívidas vencidas – CC, art. 369 
fungibilidade dos débitos (homogeneidade das prestações) – CC, art. 370 
 
 compensação convencional: resulta do acordo de vontades das partes envolvidas, podendo 
ser dispensados alguns requisitos da compensação legal, como a liquidez da dívida ou a 
fungibilidade das prestações. 
- limites: ordem pública e função social do contrato, boa-fé e bons costumes 
 
 compensação judicial: determinada pelo juiz, estando presentes os requisitos legais; 
aplicável nas hipóteses em que a ação e a reconvenção são procedentes. 
 
- dívidas não compensáveis: existem hipóteses em que a compensação não será possível: 
 exclusão convencional bilateral 
 CC, art. 375 unilateral 
 
 exclusão legal esbulho, furto ou roubo 
comodato, depósito ou alimentos CC, art. 373 
coisa não suscetível de penhora 
dívidas fiscais – CC, art. 374 revogado pela MP n. 104, de 01/01/03 
em prejuízo de terceiro – CC, art. 380 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8. CONFUSÃO 
 
- conceito: extinção da obrigação por se confundirem, numa única pessoa, as figuras de credor e 
devedor – CC, art. 381 
 
- opera-se pela própria lei, independentemente de manifestação de vontade 
- hipóteses mais freqüentes: cessão de crédito, herança, casamento com comunhão universal de 
bens, sociedade 
 
- espécies (CC, art. 382): 
 total ou própria: referente à totalidade da dívida 
 parcial ou imprópria: as prestações extinguem-se até onde se compensarem 
 
- efeitos: 
 extinção da obrigação principal 
 extinção dos acessórios (fiança, penhor) 
 a obrigação permanece se a confusão ocorrer entre credor e fiador ou entre fiador e devedor 
 
- fim da confusão: 
- CC, art. 384 
- abertura de sucessão provisória com posterior aparecimento do ausente 
- renúncia da herança 
- anulação de testamento 
 
 
9. REMISSÃO DE DÍVIDA 
 
- conceito: extinção da obrigação por liberalidade do credor, que exonera (libera, perdoa) o devedor 
do cumprimento da obrigação – CC, art. 385 
 
- caracteriza-se como renúncia ao direito subjetivo de crédito 
 
- requisitos: vontade manifestada do credor 
 capacidade do credor (remitente) para alienar 
 capacidade do devedor (remitido) de adquirir 
 aceitação expressa ou tácita do devedor (possibilidade de recusa) 
 dívidas patrimoniais de caráter privado 
 
- espécies: 
 total: abrange a totalidade da dívida 
 parcial: atinge parcialmente a prestação 
 
 expressa: declaração em instrumento público ou particular 
 tácita: comportamento do credor, incompatível com sua qualidade (aceitação de pagamento 
inferior, destruição do título) 
 presumida: presunção legal – CC, arts. 386 e 387 
 sob condição: remissão a partir do implemento da condição suspensiva 
 a termo: remissão a termo inicial 
 
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- CC, art. 388 > remissão de dívida em hipótese de solidariedade passiva > extingue-se a dívida do 
co-devedor remitido; a cobrança feita aos demais co-devedores deverá excluir a parcela remitida. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: obrigações. 
12. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 2. 
GOMES, Orlando. Obrigações. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: teoria geral das obrigações. 9. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2012. v. 2. 
LÔBO, Paulo. Direito civil: obrigações. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: direito das obrigações, 1ª parte. 32. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2003. v. 4. 
NADER, Paulo. Curso de direito civil: obrigações. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. v. 2. 
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de Janeiro: Forense, 2003. v. 2. 
RODRIGUES, Silvio. Direito civil: parte geral das obrigações. 30. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. v. 
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VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos. 11. 
ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
WALD, Arnoldo. Curso de direito civil brasileiro: obrigações e contratos. 18. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2009.

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