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Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari Alberto Gonçalves Evangelista Diagnóstico por Imagem 1 OSTEOLOGIA Os ossos são os materiais mais densos do organismo, excluindo-se os materiais artificiais inseridos. Os ossos são formados por tecidos conjuntivos mineralizados, sendo essa mineralização feita basicamente por sais de cálcio. O tecido de calcificação, ou seja, a matriz óssea, é feita de hidróxi-apatita. As funções dos ossos são de sustentação do organismo, de alavanca para o movimento, proteção de órgãos vitais e regulação dos níveis de cálcio. O desenvolvimento do osso pode ser por duas formas, a endocontral ou por via intramembranosa. A via intramembranosa seria o desenvolvimento através de uma junção preexistente. O desenvolvimento endocondral é o crescimento ósseo através de uma linha de crescimento fibroso, que realiza deposição de cálcio para cima e para baixo. Sendo assim, os ossos dividem- se em longos e chatos, principalmente. Em um osso longo, temos as regiões epífise (regiões próximas as articulações [proximal e distal]), placa de crescimento (região de desenvolvimento ósseo, que realiza deposição de cálcio), metáfise (região em que está a placa de crescimento) e diáfise (região entre duas metáfises). Na borda externa da epífise encontramos cartilagem articular, composta por cartilagem hialina, que produz líquido sinovial. Na epífise e diáfise temos a presença de osso esponjoso, sendo que na diáfise, isso forma a cavidade medular. O osso recebe vascularização pela artéria nutrícia, que entra pelos forames nutrícios, pela artéria metafisiária, que nutre o tecido ósseo em crescimento, e pelas arteríolas do periósteo, que faz a vascularização da diáfise do osso. Quando o tecido ósseo sofre algum tipo de agressão ou doença, ele pode se portar de diversas maneiras: Densidade diminuída – Organismo captando mais matriz óssea que a sua deposição ou não depositando. Pode ser causada traumas, doenças ósseas metabólicas, reações metaplásicas, inflamações e desuso. Na densidade diminuída, o osteoclasto está com maior ação, retirando matriz óssea. A densidade pode diminuir em região cortical e medular. Densidade aumentada – Ocorre geralmente em fraturas, em que o corpo mobiliza matriz óssea para a região. Geralmente causada por infecções, neoplasias, traumas e stress continuardo. A ação dos osteoblastos está alterada. Reação periosteal – Alterações no contorno e conformações no tecido ósseo. Podem ser laminadas ou radiadas, sendo diferenciadas pela reação de agressividade da reação. As laminadas/lisas são mais benignas, sendo as paliçadas/radiadas mais agressivas. Uma reação periosteal com mais matriz óssea fixada (mais branca) é mais antiga que uma com pouca matriz óssea fixada (mais escura). Quanto mais irregular a reação, mais agressivo. O Triângulo de Codman é sinal patognomonico de neoplasia óssea. Alterações no tamanho ou contorno – Geralmente causada por má cicatrização de fraturas ou stress continuado. A própria conformação corporal do paciente pode alterar os contornos ósseos, ou seja, que pode não gerar uma doença. Isso ocorre muito em raças com braços curtos, como dashround, bulldog, etc. Isso pode ser fisiológico também, como ocorre no momento do parto. Alterações em padrão trabecular – Alterações nesses padrões são indícios de início de neoplasias ósseas. São alterações muito sutis, e que é muito difícil de ser visualizada. Uma fratura é a perda completa ou incompleta da continuidade óssea ou cartilaginosa. É nos membros que se concentram a maioria das fraturas, ficando elas localizadas nos ossos longos. Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari Alberto Gonçalves Evangelista Diagnóstico por Imagem 2 Elas podem ser expostas ou fechadas, com graus de divisão. Uma fratura de Grau 1 possui comunicação com o meio externo, mas a estrutura retornou ao interior do corpo. Uma fratura de Grau 2 é a que ocorre em uma área mais extensa, em que o osso é exteriorizado e NÃO volta ao interior. No Grau 3, ocorre, juntamente com perda de tecido óssea, a perda de tecidos moles. As fraturas podem ser causadas por duas causas principais, que seriam a fratura no local da ação (extrínseca) ou por contragolpe (intrínseca). Existem também fraturas causadas pela resistência do osso, estando ela diminuída, em que ocorrem fraturas espontâneas, ou então quando o limite de resistência do osso é atingido e ele acaba se partindo. As causas extrínsecas podem ser por violência direta (trauma direto, atropelamento, queda), violência indireta (força traumática do osso de forma específica, em uma estrutura mais frágil), forças de curvação (força que supera a curvatura do osso, levando sua elasticidade além do limite), força de torção (força que rotacional uma extremidade enquanto outra está fixa), força de compressão (impactação, em que uma força é colocada ao logo do eixo ósseo) e por força de deslizamento (força ao longo do eixo ósseo que não é transmitida por todo o osso, pois a fratura ocorre em um local que impede a transmissão). As causas intrínsecas podem ser por ação muscular (ocorre por contração violenta de um músculo, que resulta em arranchamento de porção óssea – geralmente em animais jovens), fratura por avulsão (inserções ósseas, ligamentos e tendões acabam por fazer e propagar a força que causa a lesão) e fraturas patológicas (anormalidades alteram a composição óssea normal e levam a lesão – não adianta tratar a lesão se não for tratada a causa primária). Classificação das Feridas As fraturas podem ser completas ou incompletas, com uma série de subclassificações: Completas – São por todo o osso, com perda de continuidade óssea. o Simples – Uma linha de fratura Transversa – Linha de fratura perpendicular ao eixo do osso. Oblíqua – Linha de fratura em diagonal em relação ao eixo do osso. As extremidades podem estar sobrepostas e com “pontas afiadas”, podendo favorecer o aparecimento de fraturas expostas. Espiral – Eixo de rotação em S. Fratura produzida por força de torção, por causas indiretas. Geralmente causa danos em tecidos moles, com instabilidade de fragmentos. Avulsão – Causada por contração muscular, geralmente, contra a resistência do osso. Geralmente ocorre em um local de inserção de músculo, tendão ou ligamento. o Múltiplas – Várias linhas de fratura, com fragmentos grandes e consideráveis para contenção cirúrgica. Fragmentadas – Muitas linhas de fratura, produzindo fragmentos grandes, em que os fragmentos saem da linha normal do osso. Cominutivas – Muitas linhas de fratura, mas os fragmentos ficam na linha normal do osso, mesmo com a fratura. Farinácea – Estilhaçamento ´do osso, com muitos e pequenos fragmentos, que não podem ser corrigidos cirurgicamente. Um projétil Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari Alberto Gonçalves Evangelista Diagnóstico por Imagem 3 que geralmente causa essa fratura, e ele pode estar ou não no foco da lesão. o Fisseal – Ocorre a separação da placa de crescimento do osso com a linha epifiseal, em animais jovens. Fratura de Salter Harris – Pode ser de Grau 1 (Separação da placa de crescimento do restante do osso), Grau 2 (Separação da placa de crescimento, com partes do ossos superior), Grau 3 (Fratura na epífise com essa parte se destacando do osso), Grau 4 (fratura em epífise e diáfise, com separação dessa parte junto com a placa de crescimento) e Grau 5 (fratura compactada da placa de crescimento) o Condílea – Ocorre apenas em fêmur e úmero, a linha de fratura passa pelos côndilos, sendo que UM DOS CÔNDILOS É FRATURADO. A descrição da fraturadeve dizer se é medial ou lateral. O lateral geralmente é fraturado, por receber maior impacto. o Intercondílea – A fratura ocorre entre os côndilos, se apresentando em T ou em Y. Essa classificação ocorre no úmero, pois existe uma abertura para acondicionamento do olecrano. No fêmur, como o osso é integro, não existe essa classificação. o Fratura impactada – Linha de fratura radiopaca, causado muito por quedas. Rara de ser observada Fraturas incompletas – Não há ruptura da continuidade do osso, sendo que a linha de fratura não passa de uma das bordas do osso o Fratura em Galho Verde – Ocorre geralmente em filhotes. Um dos lados do osso se fratura e o outro apenas se curva, contendo a força que causou a fratura. o Fissura – Fratura incompleta linear, que acompanha a orientação do osso. Classifica-se também a fratura pela parte do osso atingida, em fratura proximal, terço médio e distal. Quando uma fratura é múltipla, mas seus fragmentos são pequenos ou pouco redutíveis, classifica-se como fratura simples.
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