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Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Medicina Departamento de Medicina Preven7va e Social SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE: norma5zação até o COAP Abril de 2013 FUNDAMENTOS JURÍDICOS E NORMATIVOS-‐SUS q Cons5tuição Federal de 1988 q Lei Orgânica da Saúde nº 8080/90 q Lei nº 8.142/90 q Normas Operacionais Básicas–NOB publicadas em 91, 92, 93 (SP) e 96 q Criação agências reguladoras: ANVISA(Lei 9.782/1999) e ANS (LEI No 9.961 DE 28 DE JANEIRO DE 2000) q Emenda Cons5tucional nº 29/2000 q Norma de Operacional da Assistência à Saúde – NOAS – 2001 e 2002 (Plena AB e Sistema – PPI, PDR e PDI) q Pacto pela Saúde – 2006 (Gestão, Vida e em Defesa SUS) q DECRETO 7.508 – COAP • Buscaram promover a integração entre as três esferas de governo; • Propic iaram o in íc io do processo de descentralização nos anos 90, transferindo para estados e municípios responsabilidades de operacionalização do SUS, antes concentradas no nível federal. • Definiram critérios para que estados e municípios se habilitassem a receber repasses de recursos do Fundo Nacional de Saúde para seus respec7vos fundos de saúde Implementando o SUS: as Normas Operacionais Básicas - NOB • Governo Collor • Editadas pela Presidência do INAMPS (recém-incorporado ao MS) • Mudanças nos critérios de repasse dos recursos federais para outras instâncias: de negociada para transferência automática • Redefine a lógica de financiamento e organização do SUS – pagamento por produção • Crítica: Induzia ações curativas em detrimento de ações preventivas e de promoção à saúde NOB – SUS / 1991-1992 • Governo Itamar Franco • Contexto de recomposição de forças políticas após “impeachment” • Documento: “ Descentralização das ações de saúde: a ousadia de fazer cumprir a lei” • Criou instâncias de negociação e normalização no âmbito federal (Comissão Intergestores Tripartite-CIT) e estadual (Comissão Intergestores Bipartite - CIB) NOB – SUS / 1993 • Propõe diversas modalidades de gestão descentralizada para os estados: gestão parcial e semi-plena • Para os municípios: incipiente, parcial e semi-plena (repasse automático dos recursos diretamente Fundo Nacional Saúde-FNS►Fundo Municipal-FMS) • Apresentou avanços, mas ainda insuficientes NOB – SUS / 1993 • Conteúdo discutido de forma mais ampla • Amplia os efeitos da NOB / 93 • R a d i c a l i z a o p r o c e s s o d e descentralização: Gestão Plena da Atenção Básica e Plena de Sistema Municipal; e Avançada e Plena Sistema Estadual • Definição mais clara dos papéis das instâncias de governo • Responsabilização dos municípios pela saúde integral NOB – SUS / 1996 • Mudança na lógica de alocação de recursos – estímulo à utilização de instrumentos de programação, controle e avaliação • Prioriza a reorganização da atenção básica – PSF(Programa de Saúde da Família) e PAC (Programa de Agentes Comunitários) • Introduz inovações na gestão dos sistema: – PPI (Programação Pactuada e Integrada): instrumento central de definição de critérios de alocação de recursos entre os municípios NOB – SUS / 1996 – Piso Atenção Básica(PAB) : montante de recursos destinados à atenção básica – Fixa (10 reais per capita) e – Variável - Incentivos vinculados à vigilância sanitária, nutricional e epidemiológica – Reconhece o papel das instâncias estaduais, mas confere aos municípios o papel de protagonistas – Sofre uma série de modificações a partir de 1998 NOB – SUS / 1996 • Regras não garantiram a construção solidária das redes hierarquizadas de serviços como preconiza a Lei 8080 • Disputas entre municípios pelos recursos • Ausência de garantia de acesso a municípios de maior complexidade • Tentativa de indução de mudança do modelo assistencial através de incentivos ao PACS/PSF CRÍTICAS Fortalecimento da responsabilidade dos municípios pela gestão do SUS. – Cerca de 99% dos municípios habilitados às condições de gestão. – Mais de 60 % de recursos do FNS repassados fundo a fundo para estados e, principalmente, para municípios. – Expansão do PACS/PSF no país – Desconcentração de serviços e ampliação de acesso AVANÇOS • Editada em setembro de 2000 • Assegura a co-‐par7cipação da União, Estados, Distrito Federal e Municípios no financiamento das ações e serviços públicos de saúde • Estabelece percentuais mínimos das receitas de cada um a serem aplicados em ações e serviços públicos de saúde: – Estadual = 12% total impostos e recursos – Municipal = 15% – Federal = valor ano 2000 + 5% (depois o valor anterior acrescido da variação do PIB -‐2002 a 2005) EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 29/2000 • Resulta no aumento e na maior estabilidade dos recursos des7nados à saúde • União – recursos vinculados ao PIB – não cumprimento, assim como alguns Estados • Recursos devem ser aplicados por meio dos fundos de saúde • Des7nação e u7lização acompanhadas pelos respec7vos Conselhos de Saúde • Não cumprimento: Lei Responsabilidade Fiscal • FOI REGULAMENTADA, mas não definida claramente o valor a ser repassado pela União. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 29/2000 • Objetivo Geral: Promover maior eqüidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações de saúde em todos os níveis de atenção - regionalização • Fundamentos da Regionalização: – Integração entre sistemas municipais – Papel coordenador e mediador do gestor estadual AS Normas Operacionais de Assistência a Saúde - NOAS SUS 2001 e 2002 Três grupos de estratégias articuladas I – Regionalização e Organização da Assistência II – Fortalecimento da Capacidade de Gestão do SUS III– Revisão de Critérios de Habilitação de Municípios e Estados AS NOAS SUS 2001 e 2002 • Adota a estratégia da regionalização como r e o r i e n t a d o r a d o p r o c e s s o d e descentralização – PPI como exigência • Mudanças na atenção básica: conjunto de ações a ser realizado por todos os municípios. PAB FIXO. R$10,50 per capita AS NOAS SUS 2001 e 2002 • Introduz mudanças no financiamento – Financiamento da média complexidade ambulatorial - – Financiamento da alta complexidade ambulatorial – Financiamento da assistência hospitalar _ mantém a AIH (Autorização de Internação Hospitalar) – PPI financiando a regionalização da assistência AS NOAS SUS 2001 e 2002 • Esforço das 3 esferas de governo para rediscutir a organização e o funcionamento do SUS. • Objetivo: avançar na implantação dos princípios constitucionais referentes à saúde no Brasil e definir as responsabilidades de gestão de cada ente federado. • Pacto firmado entre os gestores do SUS em três dimensões: pela vida, em defesa do SUS e de gestão • Diretrizes pactuadas na CIT e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde em fevereiro de 2006 PACTO PELA SAÚDE- 2006 • O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformasinstitucionais do SUS com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde. • Ao mesmo tempo, o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de saúde da população e na busca da equidade social PACTO PELA SAÚDE PACTO PELA SAÚDE • OBJETIVO DO PACTO PELA SAÚDE: contribuir na qualificação de um conjunto de questões que ainda são entraves na implementação e funcionamento do SUS e que impedem a radicalização da reforma sanitária brasileira. • Ações estruturais de médio e longo prazo que dêem conta de enfrentar uma herança histórica brasileira que durante séculos impediu o reconhecimento dos direitos da grande maioria da população . • BUSCA DE UM GRANDE PACTO/CONSENSO PACTO PELA SAÚDE PACTO PELA SAÚDE • A implementação do Pacto pela Saúde se dá pela adesão de Municípios, Estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG). • O TCG substitui os processos de habilitação das várias formas de gestão anteriormente vigentes e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação, sendo renovado anualmente. PACTO PELA SAÚDE PACTO PELA SAÚDE PACTO PELA VIDA – tem como foco central estabelecer um conjunto de prioridades a serem assumidas pelos gestores. • Expressas em objetivos, metas e indicadores. • Busca enfrentar principais problemas de saúde do país • Entre as prioridades definidas estão a redução da mortalidade infantil e materna, o controle das doenças emergentes e endemias (como dengue e hanseníase) e a redução da mortalidade por câncer de colo de útero e da mama, entre outras. PACTO PELA SAÚDE PACTO PELA SAÚDE PACTO PELA SAÚDE • PACTO DE GESTÃO – radicalizar os princípios da regional ização e redefinição das responsabilidades de cada nível gestor ( R e g i o n a l i z a ç ã o , F i n a n c i a m e n t o , Planejamento, PPI, Regulação da Atenção à Saúde, Par7cipação e Controle Social, Gestão do Trabalho e Educação na Saúde) • PACTO EM DEFESA DO SUS – compromisso polí7co de implementação do SUS e Repoli7zar o debate reafirmando sua importância para a cidadania brasileira. CONTROLE SOCIAL PACTO PELA SAÚDE PACTO PELA SAÚDE • ENQUANTO a adesão à NOAS (2001-‐2005) = 256 municípios Gestão Plena do Sistema e 1580 na Gestão Plena da Atenção Básica, o PACTO PELA SAÚDE, em três anos, teve a adesão de todas as Secretarias de Estado e de mais de 3.000 municípios (55%). Em 2010 3.345 municípios aderidos e 411 Colegiados Gestão Regional -‐CGR. • Ampliou o grau de responsabilidade do gestor local com o sistema de saúde e possibilitou a celebração de um acordo de cooperação técnica entre os gestores. PACTO PELA SAÚDE PACTO PELA SAÚDE CRÍTICAS • ACORDO que pretende avanços no SUS, MAS SEM GARANTIAS. • RISCO de desenvolver uma pactuação eminentemente burocrá7ca/formal. REGIONALIZAÇÃO, CONTRATO ORGANIZATIVO DA AÇÃO PÚBLICA-‐ COAP DA SAÚDE (2011) E CONSÓRCIOS PÚBLICOS Brasília/DF, 29/01/2013 Saúde, direito de todos e dever do Estado Cons5tuição Federal Lei 8.080 Lei 8.142 Decreto 7.508 Lei 12.401 Lei 12.466 Lei Complementar 141 1986 1988 1990 1991 1993 1996 2001 2006 2011 2012 8ª Conferência Nacional de Saúde NOB NOB NOB NOAS Pacto pela Saúde Resoluções Tripar5te Descentralização polí7co-‐administra7va em 3 esferas de gestão: União, Estados e Municípios = compar7lhamento de recursos públicos e responsabilidades comuns Necessidade de mecanismos e instrumentos de coordenação e cooperação interfedera7va Integralidade (ações de prevenção, promoção e recuperação) Par5cipação da comunidade DIREITOS SOCIAIS O processo de planejamento no âmb i t o d o S U S d e v e s e r desenvolvido de forma ar7culada, integrada e solidária entre as três esferas de governo. Autonomia Federativa: necessidade de mecanismos de coordenação e cooperação intergovernamentais Aspectos Demográficos do Brasil 435 Regiões de Saúde 184 Consórcios de Saúde 193 milhões/hab. 8,5 milhões/Km² 26 Estados 1 Distrito Federal 5.568 municípios (70% < 20mil/ hab) DESAFIOS DA GESTÃO DO SUS ARTICULAR NOVO PACTO FEDERATIVO QUE FORTALEÇA OS VÍNCULOS INTERFEDERATIVOS NECESSÁRIOS À CONSOLIDAÇÃO DO SUS. ALCANÇAR MAIOR EFICIÊNCIA, EFETIVIDADE E QUALIDADE DA RESPOSTA DO SISTEMA ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO -‐ ACESSO COM QUALIDADE E EM TEMPO OPORTUNO. INOVAR NOS PROCESSOS E INSTRUMENTOS DE GESTÃO DO SUS. SUPERAR A FRAGMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE. Ø Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a ar5culação interfedera5va e dá outras providências. Principais vertentes: Ø Mais TRANSPARÊNCIA na Gestão do SUS; Ø Mais SEGURANÇA JURÍDICA nas Relacões Interfedera7vas; e Ø Maior CONTROLE SOCIAL. Decreto nº 7.508/11, de 28 de junho de 2011. 31 PACTUAÇÃO TRIPARTITE O COAP (Contrato de Ação Pública) será elaborado pelos entes federa7vos em cada Região de Saúde, cabendo à SES coordenar a sua implementação. Ao Ministério da Saúde compete coordenar, em âmbito nacional, a elaboração, a execução e a avaliação de desempenho do COAP. 32 ASSINATURA DO COAP • Implementado em cada Região de Saúde e assinado pelos 3 entes federados: – União (Ministério da Saúde) (Ministro de Estado da Saúde) – Estados (SES) (Governador e Secretário de Estado da Saúde) – Municípios (SMS) (Prefeito e Secretário Municipal de Saúde) Criação de incen5vo anual de desempenho do COAP no bloco de Gestão : Cláusula 19.1.4.1. Será concedido incen7vo de desempenho ao ente signatário pelocumprimento das metas regionais e individuais previstas na Parte II deste contrato. Cláusula 20.10. O IDSUS (Ïndice de Desempenho do SUS) será a base para aplicação do incen7vo de desempenho do contrato. INCENTIVO DE DESEMPENHO Regiões de Saúde / Redes de Atenção à Saúde Redes de Atenção à Saúde Estado União Municípios Níveis de Organização do Espaço da Gestão Interfedera5va do SUS CIB CIR CIT • Regiões de Saúde: espaço geográfico cononuo cons7tuído com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde e serão referência para a transferência de recursos. • Rede de Atenção à Saúde: conjunto de ações e serviços com a finalidade de garan=r a integralidade da assistência à saúde. Redes e Regiões de Saúde Re de C eg on ha Re de d e At en çã o Ps ic os so ci al Re de d e At en çã o ás U rg ên ci as e Em er gê nc ia s Informação Qualificação/Educação Regulação Promoção e Vigilância à Saúde Re de d e A te nç ão à s D oe nç as e Co nd iç õe s C rô ni ca s Re de d e Cu id ad o a Pe ss oa c om De fic iê nc ia ATENÇÃO BÁSICA Redes de Atenção à Saúde (RAS) Planejamento Integrado e Mapa da Saúde O rg an iza çã o da s R eg iõ es d e Sa úd e e do s Co le gi ad os In te rg es to re s Construção das bases para a assinatura do COAP Fom ento ao Processo de cooperação e Pactuação • Acordo de colaboração entre os entes federativos para a organização da rede interfederativa de atenção à saúde. o Organiza as ações e os serviços na Região de Saúde com a finalidade de garantir a integralidade da assistência aos usuários (RENASES e RENAME). o Tem a finalidade de assegurar a gestão compar t i l hada , de f i n i ndo c la ramen te as responsabilidades sanitárias visando garantir o acesso, em tempo oportuno e com qualidade. o METAS, COMPROMISSOS E INCENTIVOS Contrato Organiza5va da Ação Pública da Saúde (COAP) o Consórcios na Saúde: Contribuir para a garan7a dos princípios do SUS. o Estratégia para o fortalecimento regional. • Instrumento de cooperação federativa, voluntária e de execução de ações e serviços visando o alcance de objetivos comuns. Consórcio Público: Lei 11.107/05 e Decreto 6.017/07 1994 2000 12 Consórcios 60 Municípios 6 Estados 141 Consórcios 1618 Municípios 13 Estados 184 Consórcios 1914 Municípios 13 Estados Fonte: IBGE (até 2000) -‐ DAGD/SE/MS (2009) 2009 Consórcios na Saúde – evolução no Brasil PACTO PELA SAÚDE DECRETO 7.508 de 28 de junho de 2011- Regulamentação da Lei 8.080/90 Art. 5º Para ser ins7tuída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de: I -‐ atenção primária; II -‐ urgência e emergência; III -‐ atenção psicossocial; IV -‐ atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e V -‐ vigilância em saúde. PACTO PELA SAÚDE DECRETO 7.508 de 28 de junho de 2011- Regulamentação da Lei 8.080/90 Art. 7º Os entes federa7vos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde: I -‐ seus limites geográficos; II -‐ população usuária das ações e serviços; III -‐ rol de ações e serviços que serão ofertados; e IV -‐ respec7vas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços. Alzira de Oliveira Jorge Departamento Medicina Preventiva e Social Faculdade de Medicina - UFMG alzira.o.jorge@gmail.com
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