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Resumo de Sociedade e Estado

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A SOCIEDADE E O ESTADO
1. Conceito de Sociedade
O vocábulo SOCIEDADE tem sido empregado como a palavra mais genérica que existe para referir TODO O COMPLEXO DE RELAÇÕES DO HOMEM COM SEUS SEMELHANTES.
O MECANICISMO e o ORGANICISMO são as duas formulações históricas mais importantes sobre os fundamentos da sociedade.
TOENNIES (MECANICISTA):
 A SOCIEDADE é o grupo derivado de um acordo de vontades, de membros que buscam, mediante o vínculo associativo, um interesse comum impossível de obter-se pelos esforços isolados dos indivíduos.
DEL VECCHIO (organicista):
SOCIEDADE é o conjunto de relações mediante as quais vários indivíduos vivem e atuam solidariamente em ordem a formar uma entidade nova e superior.
2. A interpretação organicista da Sociedade
Os organicistas procedem da filosofia grega (ARISTÓTELES, PLATÃO).
A doutrina aristotélica assinala o caráter social do homem.
HOMEM como SER POLÍTICO. Não pode viver fora da sociedade.
Para viver à margem da sociabilidade precisaria o homem ser um Deus ou um bruto, algo mais ou algo menos do que um homem.
O instinto de preservação da espécie faz que o homem seja eminentemente social.
GROTIUS acompanhou o pensamento de Aristóteles e falou de um APPETITUS SOCIETATIS, como vocação inata do homem para a vida social.
COMO SE DEFINE SE UMA POSIÇÃO É ORGANICISTA OU MECANICISTA?
Esta posição só se define quando o pensador inquire da maneira porque se deve organizar ou governar a sociedade.
Se a sociedade é o valor primário ou fundamental, se a sua existência importa em numa realidade nova e superior, subsistente por si mesma, temos o ORGANICISMO.
ORGANICISMO (DEL VECCHIO):
Reunião de várias partes, que preenchem funções distintas e que, por sua ação combinada, concorrem para manter a vida do todo.
MECANICISTA:
Se, ao contrário, o indivíduo é a unidade embriogênica, o sujeito da ordem social, a unidade que não criou nenhuma realidade que lhe seja superior, o ponto primário e básico que vale por si mesmo e do qual TODOS OS ORDENAMENTOS SOCIAIS emanam como derivações secundárias, variações que reconduzem-se ao ponto de partida, a ele, indivíduo.
3. A SOCIEDADE E O ESTADO
Os conceitos de Sociedade e Estado têm sido empregados ora indistintamente ora em contraste.
A sociedade seria vista como um círculo mais amplo. O Estado como um círculo mais restrito.
A sociedade vem primeiro, o Estado, depois.
Com o declínio e dissolução do corporativismo medieval e conseqüente advento da burguesia, instaura-se no pensamento político do ocidente, o dualismo Sociedade-Estado.
A burguesia abraça esse conceito que faz do Estado a ordem jurídica, o corpo normativo, a máquina do poder político.
A sociedade é algo interposto entre o indivíduo e o Estado. É a realidade intermediária, mais larga e externa, superior ao Estado, mas inferior ao indivíduo enquanto medida de valor.
A expressão sociedade, depois de haver sido usada pela primeira vez por FERGUSON com o nome de SOCIEDADE CIVIL (civil society), se firma no isso político graças ao aparecimento da burguesia.
De todos os filósofos, foi ROSSEAU que distinguiu com mais acuidade a SOCIEDADE DO ESTADO.
Por SOCIEDADE, entendeu ele o conjunto daqueles grupos fragmentários, daquelas SOCIEDADES PARCIAIS onde, do conflito de interesses reinantes só se pode recolher a vontade de todos.
O ESTADO VALE COMO ALGO QUE SE EXPRIME NUMA VONTADE GERAL, a única autêntica, captada diretamente da relação indivíduo-Estado, sem nenhuma interposição por partes dos interesses representados nos grupos sociais interpostos.
O conceito de SOCIEDADE tomou três colorações no curso de sua caminhada histórica.
Foi primeiro JURÍDICO (privatista e publicístico) com ROSSEAU. 
Depois, ECONÔMICO, com FERGUSON, SMITH, SAINT-SIMON e MARX. 
Enfim, SOCIOLÓGICO, com COMTE, SPENDER e TOENNIES.
NO SOCIALISMO UTÓPICO (Saint-Simon), a Sociedade se define pelo seu teor econômico, pela existência de classes.
PROUDHON vê no Estado a opressão organizada e, na SOCIEDADE, a liberdade difusa.
MARX e ENGELS conservam a distinção conceitual entre ESTADO e SOCIEDADE, deixando de tomar o Estado como algo separado da Sociedade, que tivesse existência autônoma.
Segundo os MARXISTAS, o Estado é produto da sociedade, instrumento das contradições sociais e só se explica à luz do desenvolvimento da Sociedade.
O ESTADO NÃO ESTÁ FORA DA SOCIEDADE, MAS DENTRO.
A SOCIOLOGIA (Comte, Spencer) FORCEJA POR APAGAR A ANTINOMIA ESTADO E SOCIEDADE.
Segundo NORBERTO BOBBIO, a Sociedade tanto pode aparecer em oposição ao Estado como debaixo de sua égide.
Conceito de SOCIEDADE, segundo BOBBIO:
Conjunto de relações humanas intersubjetivas, anteriores, exteriores e contrárias ao Estado ou sujeitas a este.
4. Conceito de ESTADO
O Estado, como ordem política da Sociedade é conhecido desde a antiguidade aos nossos dias.
A polis dos gregos ou a civitas e a respublica dos romanos eram vozes que traduziam a idéia de Estado, principalmente pelo aspecto de personificação do vínculo comunitário, de aderência imediata à ordem política e de cidadania.
No Império Romano, durante o apogeu da expansão e mais tarde entre os germânicos invasores, os vocábulos IMPERIUM e REGNUM passaram a exprimir a idéia de Estado, como organização de domínio e poder.
O emprego moderno do nome Estado remonta a Maquiavel, quando este inaugurou O PRÍNCIPE com a frase célebre:
“Todos os Estados, todos os domínios que têm tido ou têm império sobre os homens são Estados, e são repúblicas ou principados.”
Há pensadores que conceituam o Estado segundo uma concepção filosófica, outros, segundo uma acepção jurídica e, por fim, outros levam em conta uma concepção sociológica.
4.1. Acepção Filosófica
HEGEL definiu o Estado como a realidade da idéia moral.
O valor social mais alto, que concilia a contradição Família e Sociedade, como instituição acima da qual sobre-paira tão somente o absoluto.
4.2. Acepção jurídica.
KANT conceituou o Estado, sob o ângulo jurídico, como a reunião de uma multidão de homens vivendo sob as leis do Direito.
DEL VECCHIO não poupou a definição de KANT. Disse que tanto pode se aplicar a um município, a uma província, e até mesmo a uma PENITENCIÁRIA.
Porém DEL VECCHIO não vai mais além.
Ele define o Estado como o sujeito da ordem jurídica na qual se realiza a comunidade de vida de um povo ou como a expressão potestativa da sociedade.
Posto que ressalte a distinção entre Sociedade e Estado, despreza elementos concretos da realidade estatal, partes constitutivas do Estado.
Vale a pena referir sua noção de que a SOCIEDADE É O GÊNERO e o ESTADO, A ESPÉCIE.
Ainda segundo DEL VECCHIO, a organização estatal representa uma forma de sociedade em concorrência ou em contraste com outras, como as religiões e as nacionalidades, cujos laços abrangem, por vezes, efetivos humanos mais numerosos, mas carecem da solidez do laço político.
De igual teor jurídico é o CONCEITO DE ESTADO DE BURDEAU, que assinala o aspecto institucional do poder.
Diz esse Autor:
O Estado se forma quando o poder assenta numa instituição e não num homem. Chega-se a esse resultado mediante uma operação jurídica que chama a INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PODER.
4.3. Acepção sociológica.
Com SPENGLER, OPPENHEIMER, DUGUIT e outros o conceito de Estado toma coloração sociológica.
Segundo OPPENHEIMER, o Estado não passa daquela instituição social que um grupo vitorioso impôs ao vencido, com o único fim de organizar o domínio do primeiro sobre o segundo e resguardar-se contra rebeliões intestinas e agressões estrangeiras.
A posição de DUGUIT não difere da de OPPENHEIMER.
DUGUIT considera o Estado como coletividade que se caracteriza pela diferenciação entre fortes e fracos, onde os fortes monopolizam a força, de modo concentradoe organizado.
Grupo humano fixado em determinado território, onde os mais fortes impõem sua vontade aos mais fracos. 
JHERING diz que o Estado é A ORGANIZAÇÃO SOCIAL DO PODER DE COERÇÃO.
5. Elementos constitutivos do Estado.
São esses elementos de ordem foram e de ordem material.
De ordem formal, há o PODER POLÍTICO na sociedade, que, segundo DUGUIT surge do domínio dos mais fortes sobre os mais fracos.
De ordem material, o elemento humano, que se qualifica em graus distintos, como POPULAÇÃO, POVO e NAÇÃO, em termos demográficos, jurídicos e culturais.
E o ELEMENTO TERRITÓRIO.
JELLINEK formulou o seguinte conceito de ESTADO:
É a corporação de um povo, assentada num determinado território e dotada de um poder originário de mando.
6. POPULAÇÃO E POVO
6.1. Conceito de população.
Todas as pessoas presentes no território do Estado, num determinado momento, inclusive estrangeiros, fazem parte da população.
É, pois, a população, um dado essencialmente quantitativo, que independe de qualquer laço jurídico de sujeição ao poder estatal.
Não se confunde com a noção de povo, porquanto nesta o fundamental é o vínculo do indivíduo ao Estado através da nacionalidade ou da cidadania.
A população é conceito puramente demográfico e estatístico.
Seu estudo científico tem sido feito pela DEMOGRAFIA, disciplina auxiliar da Ciência Política e que se ocupa tanto dos aspectos quantitativos como qualitativos do elemento populacional.
6.2. Conceito político de POVO
O conceito de povo pode ser estabelecido do ponto de vista político, jurídico e sociológico. 
Segundo CÍCERO, POVO é a reunião da multidão associada pelo consenso do direito e pela comunhão da utilidade.
A nova teoria do Estado que começa com a implantação da sociedade liberal-burguesa, na segunda metade do século XVIII, parte do povo.
Teve início esse princípio com o ESTADO LIBERAL, constitucional e representativo.
A história que vai do sufrágio restrito ao sufrágio universal é a própria história da implantação do princípio democrático e da formação política do conceito de povo.
Embora restrito, o sufrágio inaugura a participação dos governados, sua presença oficial no poder mediante o sistema representativo, elegendo representantes que intervirão na elaboração das leis e que exprimirão pela primeira vez na sociedade moderna uma vontade política nova distinta da vontade dos reis absolutos.
POVO É O CORPO ELEITORAL.
Nossa Constituição diz que TODO PODER EMANDA DO POVO E EM SEU NOME SERÁ EXERCIDO.
O que é povo?
Povo é aquela parte da população capaz de participar, através de eleições, do processo democrático, dentro de um sistema variável de limitações, que depende de cada país e de cada época.
6.3. Conceito jurídico
O povo exprime o conjunto de pessoas vinculadas de forma institucional e estável a um determinado ordenamento jurídico.
Conjunto de pessoas que pertencem ao Estado pela relação de CIDADANIA.
Fazem parte do povo tanto os que se acham no território como fora deste, no estrangeiro, mas presos a um determinado sistema de poder ou ordenamento normativo pelo vínculo de cidadania.
A CIDADANIA é a prova de identidade que mostra a relação ou vínculo do indivíduo com o Estado. É mediante essa relação que uma pessoa constitui fração ou parte de um povo.
O status de cidadania implica numa situação jurídica subjetiva, consistente num complexo de direitos e deveres de caráter público.
O STATUS CIVITATIS ou estado de cidadania define a capacidade pública do indivíduo, a soma dos direitos políticos e deveres que ele tem perante o Estado.
DA CIDADANIA derivam direitos: o direito de votar e ser votado, ou deveres, como os de fidelidade à pátria, prestação de serviço militar, e observância das leis do Estado.
A matéria se acha regulada no artigo 12 da Constituição Federal, que define quem é brasileiro e quem constitui o nosso povo.
7. DO TERRITÓRIO DO ESTADO.
7.1. Conceito de Território
Constitui a base geográfica do PODER.
A parte do globo terrestre na qual se acha efetivamente fixado o elemento populacional, com exclusão da soberania de qualquer outro.
O TERRITÓRIO é o espaço dentro do qual o Estado exercita seu poder de império – SOBERANIA.
São partes do território a terra firme, com as águas ali compreendidas, o mar territorial, o subsolo e a plataforma continental, bem como o espaço aéreo.
7.2. Mar territorial
Compreende-se por mar territorial aquela faixa variável de águas que banham a costa de um Estado e sobre as quais exerce ele direitos de soberania.
Zona adjacente ou contígua ao território continental do Estado, alcança uma certa distância da costa.
BRASIL: 200 milhas
7.3. Subsolo e a plataforma continental
A concepção política e jurídica do território já o apresenta como um espaço concebido em três dimensões.
8. O PODER DO ESTADO
 
8.1. Do conceito de PODER
O poder representa aquela energia básica que anima a existência de uma comunidade humana num determinado território, conservando-a unida, coesa e solidária.
Faculdade de tomar decisões em nome da coletividade.
Com o poder se entrelaçam a força e a competência, compreendida esta última como a legitimidade oriunda do consentimento.
TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DO PODER DO ESTADO: a imperatividade, a capacidade de auto-organização, a unidade e indivisibilidade do poder, o princípio de legalidade, e a soberania.
8.2. Imperatividade e natureza integrativa do poder estatal.
A Sociedade, termo genérico, abrange formas específicas de organização social, cuja distinção se faz pelos objetivos, pela extensão e pelo grau de intensidade dos laços que prendem os indivíduos aos diversos tipos de associação conhecidos.
O Estado, posto que seja uma forma de sociedade, não é a única nem a mais vasta, pois coexiste com outras que lhe são anteriores, como a Família, ou o ultrapassam na dimensão geográfica, , como o cristianismo.
Que traço essencial resta para separar o Estado, como organização do poder, das demais sociedades que exercem influência e ação sobre o comportamento de seus membros?
Esse traço é a necessária e obrigatória participação do indivíduo numa sociedade estatal. Nascemos no Estado e é inconcebível a vida fora do Estado.
Ao passo que as demais associações são de participação voluntária, conservando sempre livre aos seus membros a porta de entrada e saída, o Estado, que possui o monopólio da coação organizada, não somente emite regras de comportamento senão que dispõe dos meios imprescindíveis para impor a observância do que foi estatuído.
Atua o Estado no ambiente coletivo com a máxima imperativa e firmeza, formando aquele vasto círculo de segurança e ação no qual se movem outros círculos menores, que são os grupos e indivíduos.
Verifica-se que todo Estado, comunidade territorial, implica uma diferenciação entre governantes e governados, entre homens que mandam e homens que obedecem, entre os que detêm o poder e os que a ele se sujeitam.
8.3. A capacidade de auto-organização.
O caráter estatal de uma organização social, decorre da circunstância de proceder de um direito próprio, de uma faculdade autodeterminativa, de uma autonomia constitucional o poder que essa organização exerce sobre seus componentes.
Há Estado desde que o poder social esteja em condições de elaborar ou modificar por direito próprio e originário uma ordem constitucional.
Existindo instrumento autônomo de poder financeiro, policial e militar com capacidade organizadora e regulativa aí existirá o Estado.
8.4. A unidade e indivisibilidade do poder
Significa que somente pode haver um único titular desse poder, que será sempre o Estado como pessoa jurídica.
O princípio da unidade ou indivisibilidade do poder do Estado resulta historicamente da superação do dualismo medievo que repartiao poder entre o príncipe e as corporações, dotadas estas, por vezes, de um poder de polícia e jurisdição.
Desprende-se o poder do Estado da pessoa do governante e permite-se compreender a comunidade regida fora das concepções civilistas do direito de propriedade, dominantes no medievo.
Cumpre distinguir a titularidade do poder estatal do exercício desse mesmo poder. Titulares do poder são aquelas pessoas cuja vontade se toma como vontade estatal.
Essa vontade, expressando o poder do Estado, se manifesta através de órgãos estatais, que determinam em seus atos e decisões o caráter e fins do ordenamento político.
No Estado Democrático a titularidade do poder estatal pertence ao povo. 
O seu exercício, porém, cabe aos órgãos através dos quais o poder se concretiza, quais sejam o corpo eleitoral, o Parlamento, o Ministério, o chefe de Estado.
A distinção enunciada faculta compreender a contradição aparente que resultaria do postulado essencial da unidade do poder contraposto ao PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES consagrado por Montesquieu em Do Espírito e das Leis.
O poder do Estado na pessoa de seu titular é indivisível: a divisão só se faz quanto ao exercício do poder, quanto às formas básicas de atividade estatal.
Distribuem-se através de três tipos fundamentais: a função legislativa, a função judiciária e a função executiva, que são cometidas a órgãos ou pessoas distintas, com o propósito de evitar a concentração de seu exercício numa única pessoa.
8.5. O princípio da legalidade.
A legalidade nos sistemas políticos exprime basicamente a observância das leis, o procedimento da autoridade em consonância estrita com o direito estabelecido.
Todo o poder estatal deve atuar sempre de conformidade com as regras jurídicas vigentes.
A acomodação do poder que se exerce ao direito que o regula.
O funcionamento do regime e a autoridade investida nos governantes devem reger-se segundo as linhas traçadas pela Constituição.
8.6. A SOBERANIA
É da essência do ordenamento estatal uma superioridade e supremacia.
A noção de soberania faz que o poder do Estado se sobreponha aos demais poderes sociais, que lhes ficam subordinados.
A soberania entendida como soberania interna fixa a noção de predomínio que o ordenamento estatal exerce num certo território e numa determinada população sobre os demais ordenamentos sociais.
Aparece o Estado como portador de uma vontade suprema e soberana – SUPREMA POTESTAS – que deflui de seu papel privilegiado de ordenamento político monopolizador da coação incondicionada na sociedade.
Estado ou poder estatal e soberania coincidem amplamente. Onde houver Estado haverá soberania.
A soberania é uma e indivisível, não se delega a soberania, a soberania é irrevogável, a soberania é perpétua, a soberania é um poder supremo.
FINS DO ESTADO...preâmbulo da Constituição.

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