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UNIDADE VI (Licitacoes)_20130824164840

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UNIDADE VI
licitações
6.1 etmologia do termo licitação
Licitação vem do latim LICITATIO, dos verbos liceri ou licitari (que significam lançar em leilão, dar preço, oferecer lanço).
A palavra licitação, em sua origem, não é o próprio leilão ou praça, mas sim, uma conduta durante o ato do leilão ou o ato da praça – ou seja, a conduta de fazer um preço para a compra ou aquisição da coisa, em concorrência com outros interessados nesta aquisição.
NA TÉCNICA ADMINISTRATIVA, designa o ato, que pode tomar a forma de concorrência, tomada de preços, convite, concurso ou leilão [ou pregão] promovido pela administração pública direta ou indireta.
Levar-se-á em conta, para os licitantes, seja na compra ou alienação de bens, seja na concessão de direito real de usos ou de serviço ou obra pública, a qualidade, rendimento, preço, prazo e demais condições do edital.
Vide: SILVA, De Plácido e, “Vocabulário Jurídico”, 13ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1997, p. 492. 
6.2 o dever constitucional de licitar: princípio da obrigatoriedade de licitação
A CF/1988, ao tratar da Administração Pública (Direta e Indireta), estabelece, como regra geral, que as contratações efetivadas pelos Poderes Públicos para 
- realização de obras
- prestação de serviços
- efetivação de compras e
 - alienações,
sejam feitas mediante processo de licitação pública.
De forma excepcional, remetendo a matéria para o legislador infraconstitucional, o Constituinte de 1988 admitiu que a lei especifique casos em que a contratação prescinde do processo de licitação pública.
Consta do art. 37, inc. XXI, da Magna Carta:
“Art. 37
(...)
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações;”
Esta norma - que é “norma central’ da CF/1988 (no dizer de RAUL MACHADO HORTA, “Direito Constitucional”, Ed. Del Rey), pois trata da organização fundamental do Estado (OFE) – é repetida de forma idêntica no art. 129, inc. X, da Constituição do Estado de Mato Grosso.
TERMOS RELEVANTES CONTIDOS NO TEXTO DO ART. 37, INC. XXI, DA CF/1988:
processo de licitação pública: Qual a distinção entre processo e procedimento? Este “processo” tem fases? Estas fases têm etapas?
igualdade: De quem e para que? 
nos termos da lei: Que lei ou leis são estas?
exigências de qualificações técnica e econômica indispensáveis: Com que finalidade e como? 
6.3 fundamentos da licitação: recordando os princípios constitutivos e os regentes
OS PRINCÍPIOS QUE CONSTITUEM O REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO E QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (CF, ART. 37, CAPUT):
1) PRINCÍPIOS BASILARES (OU CONSTITUTIVOS) DO REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
Antes de desenvolver os termos que grifamos no inc. XXI do art. 37 da CF, imperioso recordar que, segundo o sistema constitucional vigente, no Estado Democrático de Direito, a Administração Pública rege-se por dois princípios basilares que são os responsáveis pela construção do regime jurídico-administrativo.
“O regime jurídico-administrativo é o regime jurídico ao qual se encontra submetida a Administração Pública. Compreende toda a atuação dos agentes públicos no desempenho das funções administrativas, conformando toda a Administração Pública, direta ou indireta (CUNHA JÚNIOR, Dirley da, “Curso de direito constitucional”, 2ª ed., Salvador-Bahia: Ed. Jus Podivum, 2008, p.p. 857 e 858).
Estes dois princípios magnos sobre os quais toda a Administração Pública esta assentada são: 
o princípio da supremacia do interesse público sobre os interesses privados (relação de verticalidade da Administração para com os administrados); e 
o princípio da indisponibilidade do interesse público (espera-se que o administrador público não promova o seu interesse ou o de alguns, mas que atue sempre na busca incessante do interesse de todos, da coletividade, pois é ela a titular da res publica).
ATENÇÃO!!!!!! Questões correlatas.
Os chamados ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS são conseqüências do regime jurídico administrativo (e de suas “pedras de toque”).
É matéria imprescindível de questionamento em concurso público, como se demonstrará: 
(FCC – ANALISTA JUDICIÁRIO DO TJPE – 2007) Dentre os atributos do ato administrativo, a imperatividade
garante ao Poder Público a execução de determinado ato administrativo, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.
ERRADO: A afirmação refere-se à auto-executoriedade (ou privilégè du prealable).
autoriza a Administração Pública a executar os atos que não respeitaram os requisitos necessários para sua formação válida, enquanto não decretada sua nulidade pelo Judiciário.
ERRADO: A afirmação trata da presunção de legitimidade dos atos administrativos.
exige que os atos administrativos correspondam a figuras definitivas previamente na lei como aptas a produzir determinados resultados.
ERRADO: A afirmação trata da tipicidade, incluída dentre os atributos dos atos administrativos pela autora MARIA SYLVIA DI PIETRO.
permite que determinado ato obrigacional expedido pela Administração Pública se imponha a terceiros, independentemente de sua concordância.
CERTO 
é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática de atos que conferem direitos solicitados pelos administrados.
ERRADO: A afirmação não se refere à imperatividade, mas à finalidade do ato administrativo, que sempre deve ser a satisfação do interesse público primário (“o bem de todos”, CF, art. 3º).
Cuidado!!!! 
Como regra, a doutrina elenca os seguintes atributos dos atos administrativos:
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE;
AUTO-EXECUTORIEDADE; e
IMPERATIVIDADE.
Todavia, DI PIETRO, como já referido, acresce o atributo da TIPICIDADE – que é aquele “pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente em lei como aptas a produzir determinados resultados”. Trata-se de uma decorrência do princípio da legalidade, que afasta a possibilidade de a Administração praticar atos inominados.
Também CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO inova, acrescentando os atributos da EXIGIBILIDADE e da EXECUTORIEDADE, como segue:
“Exigibilidade – é a qualidade em virtude da qual o Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de terceiros o cumprimento, a observância das obrigações que impôs. Não se confunde com a simples imperatividade, pois, através dela, apenas se constitui uma dada situação, se impõe uma obrigação. A exigibilidade é o atributo do ato pelo qual se impele à obediência, ao atendimento da obrigação já imposta, sem necessidade de recorrer ao Poder Judiciário para induzir o administrado a observá-la.
Executoriedade – é a qualidade pela qual o Poder Público pode compelir materialmente o administrado, sem precisão de buscar previamente as vias judiciais, ao cumprimento da obrigação que impôs e exigiu.”
Note-se como isso é questionado nas provas objetivas:
(FCC – DPPAD - DEFENSOR PÚBLICO) São tradicionalmente afirmados pela doutrina como atributos do ato administrativo
(A) imperatividade e exigibilidade.
(B) executoriedade e vinculação.
(C) presunção de legalidade e vinculação.
(D) discricionariedade e executoriedade.
(E) presunção de imperatividade e de executoriedade.
Resposta CORRETA: “(A)”
Atentem para o termo “PODER EXTROVERSO”: 
“O Poder de Polícia, ou Extroverso, expressão utilizada por CARLOS ARI SUNDSFELD, é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Segundo o Professor CAIO TÁCITO seria o conjuntode atribuições concedidas à Administração para disciplinar e restringir, em favor do interesse público adequado, direitos e liberdades individuais.
Assim, é a atividade estatal de condicionar o exercício dos direitos ao bem-estar coletivo, para garantir a ordem, a tranqüilidade, salubridade pública, econômica e social, poluição e meio-ambiente, por meio da Supremacia do Interesse Público, exteriorizando-se, in casu, na fiscalização do funcionamento de atividades profissionais” (STJ, RESP 687937, rel. Min. LUIZ FUX).
Também relevante dominar a distinção entre PODER/ATO ADMINISTRATIVO VINCULADO E PODER/ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO: 
poder vinculado e poder discricionário
Poder é uma esfera de competência/de atuação.
“É clássica a distinção entre atos expedidos no exercício de competência vinculada e atos praticados no desempenho de competência discricionária. Sobre este tema já se verteram rios de tinta. Haveria atuação vinculada e, portanto, um poder vinculado, quando a norma a ser cumprida já predetermina que o administrador estará obrigado a tomar perante casos concretos cuja compostura esteja descrita, pela lei, em termos que não ensejam dúvida alguma quanto ao seu objetivo reconhecimento.”
Por exemplo, é exercício de poder vinculado e, por conseguinte, é ato administrativo vinculado a concessão de uma licença para construção. 
“Opostamente, haveria atuação discricionária quando, em decorrência do modo pelo qual o Direito regulou a atuação administrativa, resulta para o administrador um campo de liberdade em cujo interior cabe interferência de uma apreciação subjetiva sua quanto à maneira de proceder nos casos concretos, assistindo-lhe, então, sobre eles prover na conformidade de uma intelecção, cujo acerto seja irredutível à objetividade e ou segundo critérios de conveniência e oportunidade administrativa. Diz-se que, em tais casos, a Administração dispõe de um “poder” discricionário” (CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, in “Discricionariedade e Controle Jurisdicional”, 2ª ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2007, p. 10).
Por exemplo, é exercício de poder discricionário e, por conseguinte, é ato administrativo discricionário a concessão de autorização para o fechamento de uma rua para realização de uma festa popular e também o ato de escolha do Presidente de Tribunal de seus assessores.
Atenção!!!
Qual é a diferença entre LICENÇA, AUTORIZAÇÃO e ALVARÁ?
Não é incomum verificar-se a confusão que se faz quanto ao sentido das licenças, autorizações e alvará. A distinção, porém, é clara. A licença e a autorização são os atos administrativos em si (a primeira, ato administrativo vinculado e a segunda, ato administrativo discricionário e precário). Alvará, entretanto, é o documento, o instrumento de formalização daqueles atos. Por isso é que corretas são as expressões “alvará de licença” e “alvará de autorização”. Decorre daí que tecnicamente não há “revogação” ou “anulação” de “alvará”; o que se revoga ou anula é o ato de licença ou autorização (vide: CARVALHO FILHO, ob. cit., p. 78, nota 32).
Esta matéria é assim questionada nas provas: 
(FCC – DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO – 2009) São exemplos de atos administrativos vinculados:
(A) autorização de uso de imóvel e homologação de procedimento licitatório que se pretenda concluir.
(B) licença de funcionamento e permissão de uso de imóvel público.
(C) permissão de uso de imóvel público e aprovação para alienação de terras públicas.
(D) homologação do procedimento licitatório que se pretenda concluir e licença de funcionamento.
(E) aprovação de alienação de terras públicas e alvará de uso privativo de terras públicas.
Resposta correta: “(D)”
2) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Estes princípios basilares vêm decompostos (ou desdobrados) no caput do art. 37 da CF/1988, onde o Constituinte estabeleceu os 05 princípios que devem reger a administração pública (e, por conseguinte, que devem reger a conduta dos administradores públicos).
Colhe-se do dispositivo:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência e, também, ao seguinte: ...”
 
Para memorizar e não esquecer nunca mais: L I M P E
* Também memorizar que o princípio da MORALIDADE, assim como a própria exigência do processo licitatório, foi uma inovação da CF/1988. Não esteve presente até então no texto de nenhuma outra constituição brasileira.
A Moralidade, em breves palavras, não se confunde com a Legalidade. 
Na Roma Antiga já se afirmava: “nem tudo que é legal é honesto.” E essa concepção, mais contemporaneamente, foi desenvolvida, em França, por MAURICE HAURIOU, no seu “Droit Administratif”.
A conduta legal pode ser imoral. Pois para que haja respeito à Moralidade Administrativa a conduta deve ser leal, honesta, ética, proba e de boa-fé. Claro, dentro da idéia comum que estes conceitos jurídicos indeterminados têm na nossa sociedade.
* Anoto, agora sobre o princípio da EFICIÊNCIA, que os princípios LIMP já faziam parte do texto original da CF/1988. O princípio da EFICIÊNCIA, contudo, foi introduzido no texto constitucional pela EC nº 19/98, com outras modificações que visam atingir uma “qualidade total” no serviço público (a semelhança das empresas privadas). Ex: estabelecimento de avaliação de desempenho dos servidores públicos em estágio probatório que, se negativo, pode levar até a demissão do servidor (CF/88, art. 41, § 1º, III).
* Exemplo de transparência e observância ao princípio da PUBLICIDADE é a LE 7.151, de 16.07.1999, que determina ao Poderes do Estado de Mato Grosso a disponibilização, para consulta na Internet, dos dados e das informações referentes às licitações de todos os órgãos da Administração Pública Estadual (Se isto ocorre, eu não sei!).
Importante: A Lei nº 8.666/93, em seu art. 3º, caput, 2ª parte, elenca os princípios básicos que devem reger o processo e julgamento da licitação pública: 
Lei 8.666/93, art. 3º, caput, 2ª parte: 
“A licitação... será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”
 Note-se que dentre eles estão os princípios LIMP (LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE) além de outros, não previstos explicitamente no art. 37, caput, da CF/1988, a saber: IGUALDADE, PROBIDADE ADMINISTRATIVA, VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO, JULGAMENTO OBJETIVO, etc.
 Atenção!!! Questões correlatas.
É corrente o questionamento nos concursos sobre o REGULAMENTO/PODER REGULAMENTAR. Pois a matéria tem relação direta com o princípio constitucional da legalidade e com o tema fontes do direito administrativo.
(FCC – DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO MARANHÃO – 2009) Dentre os chamados Poderes da Administração, aquele que pode ser qualificado como autônomo e originário em determinadas situações previstas na Constituição Federal é o poder
hierárquico, que permite à autoridade superior a possibilidade de punição disciplinar independentemente de expressa previsão legal.
Disciplinar, na medida que permite a imposição de sanções não previstas em lei.
Regulamentar, que permite o exercício da função normativa do Poder Executivo com fundamento direto na Constituição Federal.
Discricionário, que permite à Administração Pública atuar sem expressa vinculação à lei, nos casos em que inexista disciplina normativa para o assunto.
De polícia, que permite à Administração Pública a prática de atos administrativos, preventivos e repressivos, para a disciplina de situações não previstas pela legislação.
Resposta correta: “(C)”.
O REGULAMENTO
Para compreender o tema é imperioso salientar quedentre os princípios que regem a Administração Pública, o princípio da legalidade é o mais importante.
Encontra-se previsto não somente do art. 37, caput, mas também nos arts. 5, inc. II e XXXV, e 84, IV (“Compete privativamente ao Presidente da República...sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”), todos da CF/88. Assim, ao dispor que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, o constituinte impediu o administrador de, salvo se permitido por lei, impor qualquer obrigação ou dever aos administrados. Do mesmo modo, nenhuma lesão ou ameaça de lesão, ainda que perpetrada pela Administração, está a salvo de apreciação judicial. Há, porém, restrições previstas na Constituição: medidas provisórias (art. 62), estado de defesa (art. 136) e estado de sítio (arts. 137 a 139). Sem significar exceção ao princípio da legalidade, a Constituição admite a edição de decreto que discipline a extinção de funções ou cargos, quando vagos, ou determine a organização e funcionamento da Administração Pública, desde que não aumente despesas nem crie ou extinga órgãos públicos.
Colhe-se do art. 84, inc. VI, a e b, da Magna Carta: 
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VI – dispor, mediante DECRETO, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando NÃO IMPLICAR aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, QUANDO VAGOS.”
Logo, a observância ao princípio da legalidade não se restringe ao respeito à lei em sentido formal (editada em caráter geral e abstrato pelo Poder Legislativo), mas, também, à observância dos regulamentos e de outros atos normativos.
Aliás, o conceito de “ilegalidade do ato” – que importa sua invalidade – é retirado da alínea “c” do art. 2 da Lei 4.717/65 (Lei da Ação Popular), onde lê-se: “A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo”.
Também não há confundir o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE com o PRINCÍPIO DA RESERVA DE LEI: o primeiro, significa que todos devem submeter-se ao império da Constituição das leis; o segundo, limita a forma de regulamentação de determinadas matérias, cuja natureza é indicada na CF (v.g, “O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, SERÁ REGULADO POR LEIS COMPLEMENTARES que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram” – CF, art. 192). 
Feita esta introdução, retornamos ao poder atribuído ao Presidente da República pelo art. 84 da CF: o PODER REGULAMENTAR.
Este poder conferido pela Constituição Federal ao Chefe do Poder Executivo Federal - de expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis e de (em duas hipóteses taxativas) expedir decretos independentes/autônomos) - é denominado PODER NORMATIVO ou PODER REGULAMENTAR, e configura espécie do gênero DOS PODERES ADMINISTRATIVOS.
O Poder Regulamentar é extensível aos Governadores de Estado e Prefeitos Municipais, por aplicação do Princípio da Simetria.
Questão muito freqüente em concursos públicos diz com os limites do poder regulamentar e com os denominados “decretos independentes” (ou autônomos), razão pela qual é relevante distinguirmos entre decreto de execução e decreto autônomo, bem como historiar o tema.
Em princípio, o sistema pátrio não admitia o exercício do poder regulamentar para o fim de disciplinar matéria não prevista em lei, remanescendo apenas a possibilidade de edição de decretos de execução. No entanto, a EC 32/2001, deu nova redação ao já citado art. 84, VI, a e b, permitindo que, por decreto, o Presidente da República dispusesse sobre matéria não prevista em lei.
Portanto, hoje, a competência deferida pelo art. 84, IV, autoriza o chefe do executivo a editar decretos de execução; e a competência extraída do inciso VI do mesmo artigo autoriza-o a editar decretos autônomos ou independentes, desde que nas hipóteses expressamente prevista pela Constituição.
Dito isso, pode-se afirmar: 
“É expressão PRÓPRIA do poder regulamentar no direito brasileiro A EXPEDIÇÃO DE DECRETOS PARA A FIEL EXECUÇÃO DAS LEIS”.
Deve-se entender o termo “própria” como TÍPICA, NORMAL, ORDINÁRIA.
Logo, a expressão IMPRÓPRIA do poder regulamentar no direito brasileiro é A EXTINÇÃO DE FUNCÕES E CARGOS PÚBLICOS, QUANDO VAGOS; ou A ORGANIZACAO E FUNCIONAMENTO DA ADMINISTRACAO, QUANDO NÃO IMPLICAR AUMENTO DE DESPESA NEM CRIACAO OU EXTINCAO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS.
Dicas: 
- O Chefe do Executivo nunca poderá CRIAR CARGOS/FUNCÕES por decreto autônomo, mas, apenas, extingui-los (e se estiverem vagos).
- A edição de medida provisória não configura exercício de poder regulamentar, pois ela tem força de lei. 
Memorizar as seguintes assertivas:
- À luz do princípio da legalidade, o ordenamento constitucional pátrio prevê, como exceção, a expedição de decretos ou regulamentos autônomos.
- O PODER REGULAMENTAR para editar decretos de execução é indelegável, ao passo que o para editar decretos autônomos/independentes é delegável pelo Presidente da República aos Ministros de Estado (CF, art. 84, parágrafo único).
- Também são delegáveis pelo Presidente as atribuições de “conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei” e de “prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei”. 
- O DECRETO/REGULAMENTO é lei apenas em sentido material (ou “em sentido amplo e impróprio”). 
- Lei, em sentido formal e material, é a norma geral e abstrata de conduta aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo Executivo (é também chamada “lei em sentido restrito e próprio”).
- O regulamento NÃO PODE contrariar a lei, nem restringir ou ampliar suas proposições. Só lhe cabe EXPLICITAR A LEI, dentro dos limites por ela traçados.
- Sendo o regulamento, na hierarquia das normas, ato inferior à lei, não pode contrariar, nem restringir ou ampliar suas disposições.
- Ao particular é dado fazer tudo quanto não estiver proibido; ao administrador somente o que estiver permitido pela lei (em sentido amplo). Logo, quanto aos efeitos, o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE apresenta alcance e repercussões distintos em relação aos particulares e à Administração Pública.
- Consoante o PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL, apenas lei em sentido formal pode legitimar a atuação da Administração Pública.
3) PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE ( ou DA ISONOMIA)
Ainda, imperioso consignar que todos nós que vivemos na República Federativa do Brasil, inclusive a administração pública e os administradores, devem observar obrigatoriamente os Diretos e Garantias Fundamentais previstos no texto da CF/1988 e concentrados, em sua maioria, no art. 5º.
Do caput do art. 5º da CF, retira-se um dos princípios mais importantes do nosso ordenamento jurídico, a saber:
“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ...”
O dispositivo constitucional trata do princípio da igualdade (ou princípio da isonomia), e sobre dois aspectos distintos: 
a) Promover a igualdade é um dever fundamental do Estado: neste aspecto, o mandamento constitucional se dirige ao legislador infraconstitucional (Faça leis que promovam a igualdade, o tratamento isonômico, que é, na célebre construção de Justiça Distributiva de Aristóteles, tratar de forma igual os iguais e de forma desigual os desiguais na medida em que se desigualam). 
b) A igualdade é um direito fundamental: neste aspecto, o mandamento constitucional se dirige ao Poder Executivo e aoPoder Judiciário, o primeiro, deve administrar tendo em conta a isonomia de tratamento, e, o segundo, deve restabelecer a igualdade toda vez que for instado a se manifestar em ação judicial ajuizada para tanto.
Para que fique registrado, advirto que a doutrina refere a Moralidade Administrativa, juntamente com o Princípio da Igualdade (proporcionar igualdade de oportunidades a todos quantos se interessam em contratar com a Administração), como FUNDAMENTOS DA LICITAÇÃO.
RESUMO: 
princípio da supremacia do interesse público sobre os interesses privados
princípio da indisponibilidade do interesse público
princípios constitucionais que regem a administração pública: L I M P E
princípio da igualdade (ou da isonomia)
Fundamentos da Licitação: Moralidade Administrativa e Igualdade de Oportunidades
Agora, com este pré-conhecimento reavivado, podemos seguir adiante e analisar o significado dos termos relevantes grifados no inc. XXI do art. 37 da CF, que trata da licitação.
6.4 o inc. xxi do art. 37 da cf/88: termos relevantes e significação
BUSCANDO SIGNIFICADO PARA OS TERMOS RELEVANTES GRIFADOS NO TEXTO DO ART. 37, INC. XXI, DA CF/1988:
Três perguntas nos auxiliam didaticamente a compreender o tema ora desenvolvido, a saber:
O que? Para que? Como?
O que? É o próprio tema. Vale dizer: A LICITAÇÃO PÚBLICA (ato do poder público que pode ter várias roupagens, ou modalidades, v.g., concorrência, convite, pregão, etc).
Para que? Para ATENDER O DEVER DE LICITAR previsto no art. 37, inc. XXI, da CF que, ao fim e ao cabo, sintetiza a necessidade de a administração pública observar os seus próprios princípios basilares (.....), os princípios constitucionais previstos no caput do art. 37 (LIMPE) e o princípio fundamental da igualdade (ou isonomia) previsto no caput do art. 5º da CF.
Como? Através de um PROCESSO LICITATÓRIO BIPARTIDO em uma fase interna e uma fase externa.
 
Nesta senda: 
“processo de licitação pública”: é o meio (o instrumento) pelo qual a administração pública cumprirá o seu dever constitucional de licitar.
Na lição do Prof. CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, há divergência na doutrina e nas leis sobre a terminologia adequada (se procedimento administrativo ou se processo administrativo). Consigna, todavia, que não se deve armar um “cavalo de batalha” sobre a questão. Mas adverte que, malgrado a nomenclatura mais comum no Direito Administrativo seja procedimento - reservando-se o termo processo para os casos contenciosos (v.g, contencioso administrativo e processos disciplinares) -, a terminologia mais adequada para designar o objeto em causa é “processo” [portanto: processo de licitação pública], sendo “procedimento” a modalidade ritual de cada processo (In “Curso de Direito Administrativo”, 22ª ed., São Paulo: Malheiros, 2007, p.p. 466 e 467). Logo, pode-se dizer que há um processo de licitação pública cujo procedimento dependerá da modalidade de licitação utilizada pela Administração Pública, v.g., a licitação convite tem procedimento distinto da licitação concorrência.
No caso da licitação, a meu sentir, a questão é solvida pela própria CF, que elegeu o termo “processo de licitação pública” (art. 37, inc. XXI).
“igualdade”: o tratamento igualitário das partes concorrentes é uma exigência do processo licitatório, mas, além disso, a igualdade (ou isonomia) é a própria razão de ser do processo de licitação pública.
Recordo que a licitação pública é “prima-irmã” do concurso público – ou seja, também é uma competição -.
Esses processos públicos visam selecionar para a administração pública – na tutela do supremo interesse público – o que há de melhor para atender as necessidades da coletividade. Para tanto, estabelece-se uma competição: e que vençam os mais aptos!!!
Na linguagem do Min. CELSO DE MELLO, o concurso público [e a licitação por conseguinte] é corolário (é conseqüência) do princípio constitucional da isonomia. 
O legislador infraconstitucional, na lei que rege as licitações públicas, explicita que a licitação se destina a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia (Lei 8.666/93, art. 3º, caput, 1ª parte: “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração...”).
 
“nos termos da lei”: o Constituinte de 1988 delegou ao legislador infraconstitucional a competência legiferante para regrar o processo de licitação pública e, também, para prever as hipóteses excepcionais em seria prescindível (dispensada, dispensável ou inexigível) a licitação.
Esta regulamentação veio através da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (que traz normas gerais sobre licitação e que prevê as modalidades concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão) e, posteriormente, pela Lei Federal nº 10.520, de 17 de julho de 2002, que instituiu modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns.
* Nota: Distinção entre LEI FEDERAL e LEI NACIONAL (CF, art. 22, XXVII: competência exclusiva da União para editar “normas gerais” sobre licitações e contratos administrativos).
“Normas Gerais” correspondem às balizas uniformizadoras do procedimento, dos contratos, que fixam as modalidades, as hipóteses de exceção, as disposições contratuais, de interpretação, etc. Aos Municípios, Distrito Federal e Estados-Membros cumprirá mero trabalho de adaptação das normas gerais fixadas por lei de iniciativa da União, jamais podendo a lei local confrontar-se com a lei federal.
Não é apropriado denominar lei federal de “Estatuto Jurídico das Licitações” em relação aos Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios, visto que ela apenas é inteiramente aplicável à União, ou àquelas entidades estatais se inexistente a lei estadual ou municipal.
* Nota sobre os princípios básicos que devem reger o processo e julgamento da licitação pública: 
Lei 8.666/93, art. 3º, caput, 2ª parte: 
“A licitação... será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”
 
Já tratamos dos princípios “LIMP” e sobre o PRINCÍPIO DA IGUALDADE, sendo necessárias, portanto, apenas algumas considerações sobre o:
PRINCÍPIO DA PROBIDADE ADMINISTRATIVA – é considerado sub-princípio do princípio constitucional da moralidade administrativa (previsão: CF, art. 37, § 4º).
PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO – surgindo, como regra, o edital como lei interna das licitações, a partir do instante em que as regras se tornam públicas, tanto a Administração quanto os licitantes estarão a elas vinculados. Está expressamente previsto no art. 41 da Lei 8.666/93: “A Administração não pode descumprir a normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada”.
PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO DAS PROPOSTAS – o legislador procurou estabelecer a obrigação para o administrador de fixar entre os critérios previstos na lei aquele de natureza objetiva que melhor se adapte à situação concreta. Esses critérios só podem ser: menor preço; melhor técnica; técnica e preço; ou maior lance ou oferta (nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso). O princípio está expressamente previsto no art. 45 da Lei 8.666/93: “O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.” 
A doutrina ainda elenca o PRINCÍPIO DA ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA – através do qual a Administração deve entregar o objeto da licitação à proposta considerada vencedora, nostermos previstos no edital. Esta princípio impede a Administração Pública de contratar com terceiros que não aquele que tenha saído vencedor da licitação. 
Cuidado!!! O Poder Público não está obrigado a celebrar o contrato com o licitante vencedor, uma vez que razões de interesse público podem tornar inviável a contratação, ao menos naquele momento. Vale dizer, o licitante vencedor não tem direito subjetivo à contratação. Todavia, se a Administração contratar com alguém, deverá ser com o licitante vencedor da licitação.
Atenção!!! Questão correlata.
Tem havido questionamento sobre a possibilidade de a Administração Pública REVOGAR A LICITAÇÃO: 
(FCC – DPPAD – DEFENSOR PÚBLICO) Determinado Estado publicou edital de abertura de licitação para aquisição de móveis para guarnecer as escolas públicas de ensino fundamental instaladas em seu território. Outra decisão de governo culminou com a municipalização do ensino fundamental. O convênio que disciplinou a operacionalização da dita municipalização declarou ser de responsabilidade dos municípios guarnecer as escolas com os móveis e utensílios que se mostrassem necessários, o que seria avaliado somente quando do recebimento dos imóveis onde funcionam as atividades. Neste caso a Administração Pública Estadual
pode revogar a licitação, uma vez que não se mostra mais conveniente e oportuno realizar a despesa, vez que a providência será adotada pelos municípios quando do recebimento dos imóveis.
Deve anular a licitação em curso, uma vez que a conclusão do procedimento eivaria a contratação de vício de legalidade.
Pode prosseguir com a licitação, sub-rogando-se os municípios nos efeitos do contrato a ser firmado com o vencedor.
Pode anular a licitação em curso, vez que cessados os motivos para a aquisição dos bens.
Deve prosseguir com a licitação, uma vez que o início do procedimento impede a revogação, possibilitando apenas a anulação por vício de legalidade.
Resposta correta: “(A)”
“exigências de qualificações técnica e econômica indispensáveis”: o Constituinte, malgrado tenha delegado ao legislador infraconstitucional a competência legiferante para regrar o processo de licitação pública, impôs limites constitucionais ao poder deste legislador. Ao afirmar que as exigências de qualificações técnica e econômica têm que guardar pertinência com a finalidade da licitação, o Constituinte proíbe que, v.g., a lei ou o edital exija do licitante mais do que o necessário para cumprir o contrato a ser entabulado. 
* DESTINATÁRIOS (art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 8.666/93): 
O princípio da obrigatoriedade de licitação destina-se as pessoas jurídicas que formam a ADMINISTRAÇÃO DIRETA (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), bem assim às entidades integrantes da ADMINISTRAÇÃO INDIRETA (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas).
É verdade que a EC nº 19/98, ao alterar o art. 173, § 1º, da CF, preocupada com a situação das entidades paraestatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) – que explorem atividade econômico-empresariais – admitiu que lei venha a regular especificamente a contratação de as licitações a ela relativas, observando os princípios gerais desses institutos. Significa que nova disciplina sobre a matéria, específica para essas pessoas administrativas, será estabelecida em lei própria, seguindo-se, em conseqüência, que a Lei 8.666/93 sofrerá derrogação no que toca à aplicabilidade de suas normas sobre as referidas entidades. Somente assim poderão as empresas paraestatais privadas atingir seus objetivos, sobretudo quando forem destinadas à exploração de atividade econômica.
Todavia, esta lei nacional ainda não foi editada. 
Por conseguinte, o Judiciário tem entendido que, até a edição da referida lei, tanto as sociedades de economia mista e empresas públicas que prestam serviços públicos, como aquelas que exploram atividade econômica, estão submetidas às disposições da Lei 8.666/93 (princípio da obrigatoriedade de licitação).
Neste sentido: 
	Processo
	REsp 80061 / PR
RECURSO ESPECIAL
1995/0060916-9 
	Relator(a)
	Ministro CASTRO MEIRA (1125) 
	Órgão Julgador
	T2 - SEGUNDA TURMA
	Data do Julgamento
	24/08/2004
	Data da Publicação/Fonte
	DJ 11/10/2004 p. 244
RDDP vol. 23 p. 166
RDR vol. 33 p. 298 
	Ementa 
	ADMINISTRATIVO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS NÃO SINGULARES. ATIVIDADE MEIO. LICITAÇÃO. OBRIGATORIEDADE.
1. O disposto no art. 121 da Lei 8.666/93 não exclui os contratos
firmados antes da sua vigência por sociedades de economia mista, da
obrigatoriedade de serem precedidos de procedimento licitatório, o
que já ocorria na vigência do Decreto-Lei nº 2.300/86.
2. A obrigatoriedade de observar o regime de licitações decorre do
disposto no art. 37, XXI, da Constituição Federal, e, antes mesmo do
advento da Lei 8.666/93, as sociedades de economia mista já estavam
subordinadas ao dever de licitar.
3. Malgrado sejam regidas pelo direito privado, as sociedades de
economia mista, ainda que explorem atividade econômica, integram a
administração pública estando jungidas aos princípios norteadores da
atuação do Poder Público, notadamente a impessoalidade e a
moralidade.
4. Recurso especial provido.
	Acórdão
	Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior
Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, conheceu do recurso
e lhe deu provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator".
Os Srs. Ministros Eliana Calmon, Franciulli Netto e João Otávio de
Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Peçanha Martins.
* Nota: SÚMULA 333/STJ
Decorrência processual deste entendimento é a recente SÚMULA 333/STJ (DJ 14.02.2007) que reconhece legitimidade passiva ao dirigente de sociedade de economia mista ou de empresa pública para ser demando em ação de mandado de segurança. Vale dizer, reconhece que, não obstante a pessoa jurídica seja de direito privado, o ato praticado por seu dirigente é considerado como ato de autoridade. Pois esta também integra a Administração Pública
Eis o enunciado da Súmula 333/STJ: “Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.”
Pela letra da lei, a licitação também é obrigatória para OS FUNDOS ESPECIAIS (uma impropriedade técnica, pois, além de não terem personalidade jurídica, são reservas financeiras criadas por lei, cuja gestão fica sempre, de alguma forma, a cargo de órgãos públicos) e para AS ENTIDADES CONTROLADAS DIRETA OU INDIRETAMENTE PELAS PESSOAS FEDERATIVAS (que são aquelas, de natureza paraestatal, que, gerindo dinheiro público, e normalmente instituídas por lei, são obrigadas a prestar contas ao Tribunal de Contas, v.g., os serviços sociais autônomos). 
Atenção!!! Questões correlatas
(FCC – ADVOGADO – PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS - 2005) Certa empresa pública pretende comprar uma determinada escultura, já premiada, de autoria de artista consagrado, para colocar no saguão de sua nova sede. Nesse caso,
pode fazê-lo sem licitação, pois a empresa pública não está a ela sujeita.
a licitação pode ser dispensada.
é inexigível a licitação.
deve abrir um concurso e possibilitar a outros artistas a oportunidade de apresentação de propostas sobre o mesmo tema.
a licitação deve ser feita, vencendo aquele que, nos termos da lei, apresentar a melhor proposta.
Resposta correta: “(C)”
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO:
São exceções ao dever constitucional de licitar, mas tem pressupostos distintos, a saber: 
A DISPENSA DE LICITAÇÃO: pressupõe a VIABILIDADE DE COMPETIÇÃO – que só não ocorrerá porque a lei (Lei nº 8.666/93, art. 24) permitiu a contratação direta -, levando em consideração ou O VALOR DO CONTRATO; ou O MOMENTO DA CONTRATAÇÃO;ou AS CARACTERÍSTICAS DO CONTRATADO; ou AS CARACTERÍSTICAS DO OBJETO.
Por exemplo: 
- Em razão do momento da contratação, poderá ser dispensada a licitação quando ocorrente situação emergencial, nos termos do art. 24, inc. IV. Todavia, esta emergência só restará configurada de imprevisível. Não se justificando pela incúria da Administração Pública que, v.g., deixa vencer um contrato administrativo e não licita no tempo oportuno.
- Em razão das características do objeto, pode-se referir a contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento em conseqüência de rescisão contratual, nos termos do inc. XI do art. 24; a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha e desde que, por óbvio, o preço seja compatível com o valor de mercado, nos termos do inc. X do art. 24; e a compra e hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização da licitação e com base no preço do dia, nos termos do inc. XII do art. 24.
 Atenção: O rol de hipóteses de dispensa de licitação é numerus clausus.
A INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO: pressupõe a INVIABILIDADE DE COMPETIÇÃO (Lei nº 8.666/93, art. 25) porque O FORNECEDOR OU REPRESENTANTE COMERCIAL É EXCLUSIVO; ou porque O PROFISSIONAL É NOTÓRIO (art. 25, § 1º) PARA A EXECUÇÃO DE ATIVIDADE SINGULAR (art. 13); ou porque O PROFISSIONAL É DO SETOR ARTÍSTICO RECONHECIDO PELA CRÍTICA ESPECIALIZADA OU PELA OPINIÃO PÚBLICA.
Cuidado!!! 
- Malgrado a Lei 8.666/93, em seu art. 13, tenha incluído dentre os considerados “serviços técnicos profissionais especializados” o “patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas”, a Administração Pública NÃO PODE contratar um advogado, sem licitação, para, v.g., ajuizar uma petição de alimentos. Pois a elaboração de tal pela não pode ser considerada como serviço de natureza singular – qualquer advogado pode fazê-lo -.
- Os serviços de publicidade e divulgação não podem ser contratados de forma direta, invocando-se a inexigibilidade face à suposta notoriedade da especialização do profissional.
Atenção: O rol de hipóteses de inexigibilidade de licitação é meramente exemplificativo (numerus abertus).
Atenção!!! Questões correlatas:
(FCC – JUIZ DE DIREITO DO ESTADO DO AMAPÁ) Considere as três seguintes situações: (i) caso de guerra; (ii) caso de aquisição de materiais fornecidos por representante comercial exclusivo; (iii) caso de não terem acudido interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração. Essas situações correspondem, respectivamente, às hipóteses de 
dispensa, dispensa e inexigibilidade de licitação.
Inexigibilidade, dispensa e dispensa de licitação.
Inexigibilidade, inexigibilidade e dispensa de licitação.
Inexigibilidade, inexigibilidade e inexigibilidade de licitação.
Dispensa, inexigibilidade e dispensa de licitação.
Resposta correta: “(E)”
(FCC – Analista Judiciário – TJPE – 2007) No que tange à licitação, observe as seguintes afirmações:
I – Ao declarar a licitação dispensável, o órgão responsável deverá demonstrar a inviabilidade de competição ante a existência de um único objeto ou pessoa que atenda às necessidades da Administração.
II – Verifica-se a licitação deserta quando não acudirem interessados na licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas.
III – Dentre os tipos de licitação, o convite destina-se a escolha de trabalho técnico, artístico ou científico mediante a instituição de um prêmio.
IV – A concorrência é obrigatória, dentre outras hipóteses, para as concessões de direito real de uso.
É correto o que se afirma APENAS em 
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) I, III e IV.
(D) II, III e IV.
(E) II e IV. 
Muito Cuidado!!! LICITAÇÃO “DISPENSADA”
A Lei 8.666/93 refere a licitação dispensável (ART. 24) – em que o Administrador tem a faculdade contratar diretamente - e a licitação inexigível (ART. 25) – em que o Administrador não tem a possibilidade de contratar por licitação -. 
Mas a Lei de Licitações e Contratos também trata de uma outra espécie de licitação, denominada “licitação DISPENSADA” (ART. 17). Nesta, a própria Lei determina, independentemente de juízo de valor, compulsoriamente, a dispensa de licitação. Por esta razão, entende-se que houve uma impropriedade terminológica no art. 17, pois nos casos ali elencados verifica-se a impossibilidade de competição, de modo que a solução única é não licitar, o que faz da licitação dispensada uma verdadeira licitação inexigível. Assim, entende-se que a licitação dispensada é inexigível.
Colhe-se do art. 17 da Lei nº 8.666/93: 
Seção VI
Das Alienações
Art. 17.  A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
a) dação em pagamento; 
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; 
d) investidura; 
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; (Incluído pela Lei nº 11.952, de 2009)
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; 
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; 
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilizaçãoprevisível por quem deles dispõe. 
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 1o  Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário. 
§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:  (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
§ 2º-A.  As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, de 2005)
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
§ 3o  Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 4o  A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o  Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o  Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 7o  (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
processo de licitação pública: fase interna e fase externa
1) INTRODUÇÃO:
O processo de licitação pública ou o procedimento de licitação pública (vamos adotar daqui pra frente o termo “processo”) é uma sucessão itinerária e encadeada de atos administrativos que tendem, todos, a um resultado final e conclusivo – que é o de permitir a melhor contratação almejada pela Administração -.
A maioria da doutrina afirma que este processo possui duas fases (uma interna e outra externa). O Prof. CELSO ANTÔNIO, por sua vez, prefere dizer que as licitações possuem duas “etapas” (uma etapa interna e uma externa), bem assim que a etapa externa é divida em “fases” (ob. cit, p.p. 552 e seguintes). 
Vamos utilizar a expressão fase interna e fase externa.
2. FASES DA LICITAÇÃO:
2.1. Fase interna (art. 38 e seg., da Lei 8666/93)
A fase interna do procedimento tem início com a ABERTURA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO, que deverá conter:
a) a autorização respectiva emitida pela autoridade superior competente, caracterizando a necessidade de contratar;
b) a indicação sucinta do objeto da licitação;
c) a fonte de custeio (o recurso orçamentário próprio para a despesa).
Estes requisitos para instauração de licitação podem variar de acordo com o tipo de contratação que será feita pela administração, estando previstos no art. 38 e seguintes da Lei 8.666/93.
2.2. Fase externa (art. 38 c/c art. 43, ambos da Lei 8.666/93)
A fase externa da licitação compreende: a divulgação do instrumento convocatório - o edital (ou convite), que pode ser antecedido de audiência pública na hipótese do art. 39 da Lei 8.666/90 -; a habilitação, a classificação, o julgamento, a homologação e a adjudicação.
ENFRENTEMOS AS 06 ETAPAS DA FASE EXTERNA:
1ª) DIVULGAÇÃO DO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO: EDITAL (art. 40 e 41), CARTA-CONVITE (art. 38, I) ou AUDIÊNCIA PÚBLICA (art. 39)
 A fase externa tem início, em regra, com a divulgação do instrumento convocatório (edital ou carta-convite, esta própria da modalidade convite). Excepcionalmente, a fase externa começa com audiência pública, antecedente da divulgação do edital, e reservada para as hipóteses que contemplam contratação futura cem vezes superior ao limite imposto para a concorrência de obras e serviços de engenharia. A audiência pública (que ocorre nas concorrências apenas) destina-se a tornar pública a contratação desejada e deve ser realizada quinze dias antes da publicação do edital. 
* Nota: Algumas palavras sobre a modalidade de licitação CONVITE:
A modalidade de licitação convite é a mais simples, pois se destina às contratações de menor valor (as faixas de valor estão no art. 23, I, “a”, e II, “a”, da Lei 8.666/93). O que autoriza sua utilização, mas não obriga, é o valor da contração.
Nesta modalidade, não há edital. O instrumento convocatório denomina-se carta-convite, e é nesta que são colocadas, sucintamente, as regras da licitação. As cartas-convite são remetidas, no mínimo, a três interessados no ramo a que pertence o objeto do contrato, os quais são livremente escolhidos pelo administrador, entre empresas cadastradas ou não. Todavia, a lei permite a participação no certame também de interessados não convidados diretamente, mas cadastrados junto aos órgãos administrativos(art. 22, § 3º, Lei 8.666/93).
Consigno que o modus operandi do convite, sem a menor dúvida, rende maior ensejo a atos de improbidade de alguns maus administradores. Por isso, alguns órgãos têm exercido maior controle sobre essa modalidade, quando não a substituem pela tomada de preços, na qual a publicidade é mais ampla e menos dirigida. Apesar de tudo, permite maior mobilidade e celeridade na seleção (vide: CARVALHO FILHO, José dos Santos, “Manual de direito administrativo”, 20ª ed., Rio de Janeiro: Editora Lumem Juris, 2008, p.p. 260 e 262).
Voltarei ao tema da licitação convite quando, a seguir, tratarmos das modalidades de licitação.
Tratando do instrumento convocatório EDITAL, consigno que é ato administrativo vinculado – ou seja, que deve seguir à risca as disposições legais contidas no art. 40 da Lei 8.666/93, sob pena de ser considerado inválido – e tem duas funções primordiais, a saber: 1) divulgar as regras a serem aplicadas em determino procedimento de licitação (expondo, para tanto, entre outros, os seguintes dados: o objeto da licitação; o preço e as condições de reajuste; o prazo; o critério de julgamento; etc); e 2) convocar os interessados a contratar com a administração para se habilitarem no processo de licitação pública.
A possibilidade de impugnação do edital, que pode ser exercida legitimamente por qualquer cidadão, está prevista no art. 41 da Lei 8.666/93.
2ª) HABILITAÇÃO (art. 27) e 3º) CLASSIFICAÇÃO (art. 43)
Habilitação é a etapa do procedimento em que a Administração verifica a aptidão do candidato para a futura contratação. Neste ato a Comissão de Licitação recebe dos candidatos a documentação (para comprovar a habilitação) e as propostas. Todavia, só irá analisar as propostas acaso o candidato seja considerado habilitado.
Registre-se que os documentos vêm em envelopes distintos e lacrados.
Considerado habilitado o candidato, passa-se a etapa da Classificação. Nesta é que a comissão de licitação passará a analisar as propostas apresentadas pelos licitantes.
Note-se que – na etapa da habilitação -, a comissão de licitação não toma ciência sobre o conteúdo das propostas dos licitantes. Apenas verifica, pela documentação que trouxeram aos autos do processo, se os candidatos atendem as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (CF, art. 37, XXXI, in fine).
São 05 os aspectos que, nos termos do art. 27 da Lei 8.666/93, medem a habilitação do candidato/licitante:
habilitação jurídica (art. 28);
qualificação técnica (art. 30);
qualificação econômico-financeira (art. 31);
regularidade fiscal (art. 29); e
cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF (este último requisito foi acrescentado pela Lei 9.854, de 27.10.1999).
O art. 7º, inc. XXXIII, da CF/88, veda o exercício de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer trabalho para os menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos de idade.
A CEMT, no inc. XI do art. 129 explicita – reforçando a Lei 8.666/93 -, como condição para habilitação nas licitações estaduais, que os candidatos comprovem o cumprimento de suas obrigações previdenciárias e trabalhistas.
Recomendo que, em casa, leiam com vagar os artigos de lei indicados e que tratam da habilitação.
Reforço, todavia, que esta documentação necessária à habilitação deve ser apresentada em original ou em cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da Administração ou por publicação em órgão da imprensa oficial (art. 32, caput, Lei 8.666/93).
Toda esta documentação poderá ser substituída por REGISTRO CADASTRAL emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto na Lei 8.666/93 (sobre o tema vide: art. 32, § 3º, e art. 34 a 37).
Da etapa da habilitação pode decorrer três situações, a saber:
todos os candidatos foram habilitados – passa-se à classificação das propostas; 
há candidato(s) habilitados e outros inabilitados – devolvem-se os envelopes fechados aos candidatos inabilitados, contendo suas respectivas propostas; e abrem-se os envelopes e passa-se à classificação das propostas dos candidatos habilitados; 
não houve candidato habilitado (todos foram considerados inabilitados) – ocorre a denominada licitação fracassada, que pode até ensejar a contratação direta.
 
A leitura dos art. 43 do Estatuto bem resume estas duas etapas da fase externa (habilitação e classificação).
Reza a Lei 8.666/93, em seu art. 43, I a III e V, que a licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos: I - “abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação”; II – “devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação”; e, acaso habilitado o candidato, III – “abertura dos envelopes contendo as propostas”. Passando-se, então, à V – “classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital”.
4ª) JULGAMENTO DAS PROPOSTAS (arts. 44 e 45)
O julgamento ocorre após a classificação das propostas (ou seja, daquelas que estavam conforme os requisitos do edital e também eram viáveis), e nele há a confrontação daquelas que forem selecionadas.
É a etapa mais relevante da fase externa, pois nela a Administração procede efetivamente à seleção daquela proposta que se afigura mais vantajosa para o futuro contrato.
Será privativo da Comissão de Licitação, nas concorrências e tomadas de preço; da Comissão ou do Servidor nomeado, nos convites.
O julgamento será uno, sempre de acordo com os critérios de avaliação descritos no edital; havendo empate, aplica-se o critério da preferência deferida a bens ou serviços produzidos no Brasil; mantido o empate, aplica-se o sorteio.
O julgamento deve ser objetivo e seguir o tipo de licitação adotado.
Consta do caput do art. 45:
“Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.”
O Estatuto reza que no julgamento das propostas o órgão administrativo deve levar em conta os fatores referidos no instrumento convocatório. Fatores são, pois, os elementos que a comissão julgadora pode considerar para a escolha. E é razoável que seja assim, porque não raras vezes não é o preço como fator isolado que deve prevalecer, mas sim o preço em conjunto com outros fatores. São exemplos de fatores os relativos à qualidade, rendimento, preço, prazo e outros do gênero.
Diferente de fatos são os critérios de julgamento. Estes traduzem a conjugação dos fatores computados pela comissão para chegar à proposta mais vantajosa. Como bem esclarece IVAN RIGOLIN, o preço de uma proposta pode ser menor, mas não ser melhor quando conjugado com outros fatores, como o prazo, ou a qualidade, por exemplo.
Por outro lado, o critério a ser adotado pela Administração deve estar previamente fixado no edital ou na carta-convite, em obediência, aliás, ao princípio do julgamento objetivo e da vinculação ao edital (art. 3º do Estatuto).
Além dos fatores e dos critérios de julgamento, são apontados no Estatuto os tipos de licitação:
a de menor preço,
a de melhor técnica,
a de técnica e preço 
e a de maior lance ou oferta (art. 45, § 1º, I a IV do Estatuto).
Em brevíssimas linhas, consigno que o tipo menor preço (é o mais usual); melhor técnica (considera o material mais eficiente, mais rentável, melhor); técnica e preço (concilia o preço mais vantajoso com e melhor técnica); maior oferta ou lance (é tipo exclusivo da modalidade de licitação leilão).5º) HOMOLOGAÇÃO (ou “APROVAÇÃO DO PROCEDIMENTO”) e 6ª) ADJUDICAÇÃO 
A homologação é uma confirmação.
Eleita a melhor proposta, a Comissão remete os autos do processo à autoridade superior que determinou/autorizou instauração da licitação (geralmente o ordenador de despesas, v.g, no TJMT, o Desembargador Presidente).
Quando a autoridade procede à homologação do julgamento, exercendo poder de controle hierárquico, confirma a validade da licitação e o interesse da Administração em ver executada a obra ou o serviço, ou contratada a compra, nos termos previstos no edital. A lei, além de referir-se à homologação, alude também à expressão aprovação do procedimento, que possui o mesmo significado.
 Colhe-se do art. 49 do Estatuto:
“Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei [anulação, não da licitação, mas já do contrato administrativo, desde que não imputável ao contratado].
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e inexigibilidade de licitação.”
Portanto, na etapa homologação, pode a autoridade superior decidir de acordo com as seguintes alternativas:
homologar o resultado, procedendo na seqüência à adjudicação do objeto ao vencedor;
anular o certame, ante qualquer ilegalidade;
revogar o certame, se presente causa que o autorize;
sanar os vícios ou irregularidades que não contaminem o resultado da licitação: aplica o princípio “pas de nulitté sans grief” (CPP, art. 563).
A adjudicação é a conseqüência jurídica da homologação.
Adjudicar é atribuir ao vencedor do certame a atividade (obra, serviço ou compra).
Há divergência na doutrina sobre os efeitos jurídicos da adjudicação. Uns pugnam que o vencedor adquire mera expectativa de direito à futura contratação; outros, por sua vez, entendem que a mera homologação do julgamento pela autoridade superior converte a mera expectativa de direito do vencedor (que surge com o julgamento da melhor proposta) em direito efetivo à realização do contrato, eis que aplicáveis aqui os princípios da boa-fé e da presunção de legalidade dos atos administrativos (se o contrato não for celebrado, por conseguinte, o vencedor fará jus à indenização pelos prejuízos que a não-contratação lhe ocasionar, incidindo na espécie o art. 37, § 6ª, da CF/1988). Vide: CARVALHO FILHO, ob. cit., p.p. 276-278.
Na esteira das recentes manifestações do STJ, embora em matéria de concurso público, parece-me que deve prevalecer o segundo entendimento, de que com a homologação o vencedor tem direito subjetivo à contratação.
	Processo
	AgRg no RMS 22568 / SP
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA
2006/0185051-3 
	Relator(a)
	Ministro PAULO GALLOTTI (1115) 
	Órgão Julgador
	T6 - SEXTA TURMA
	Data do Julgamento
	24/03/2009
	Data da Publicação/Fonte
	DJe 27/04/2009 
	Ementa 
	AGRAVO REGIMENTAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATO
APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS ORIGINARIAMENTE PREVISTAS.
DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO.
1. Esta Corte firmou compreensão de que, se aprovado dentro do
número de vagas previstas no edital, o candidato deixa de ter mera
expectativa de direito para adquirir direito subjetivo à nomeação
para o cargo a que concorreu e foi habilitado.
2. Agravo regimental a que se nega provimento.
E em matéria de licitação cito os seguintes precedentes: 
	Processo
	RMS 23402 / PR
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA
2006/0271080-4 
	Relator(a)
	Ministra ELIANA CALMON (1114) 
	Órgão Julgador
	T2 - SEGUNDA TURMA
	Data do Julgamento
	18/03/2008
	Data da Publicação/Fonte
	DJe 02/04/2008 
	Ementa 
	ADMINISTRATIVO – LICITAÇÃO – MODALIDADE PREGÃO ELETRÔNICO –
REVOGAÇÃO – CONTRADITÓRIO.
1. Licitação obstada pela revogação por razões de interesse público.
2. Avaliação, pelo Judiciário, dos motivos de conveniência e
oportunidade do administrador, dentro de um procedimento
essencialmente vinculado.
3. Falta de competitividade que se vislumbra pela só participação de
duas empresas, com ofertas em valor bem aproximado ao limite máximo
estabelecido.
4. A revogação da licitação, quando antecedente da homologação e
adjudicação, é perfeitamente pertinente e não enseja contraditório.
5. Só há contraditório antecedendo a revogação quando há direito
adquirido das empresas concorrentes, o que só ocorre após a
homologação e adjudicação do serviço licitado.
6. O mero titular de uma expectativa de direito não goza da garantia
do contraditório.
7. Recurso ordinário não provido.
	Acórdão
	Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior
Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao
recurso ordinário, nos termos do voto do(a) Sr(a).
Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Castro Meira, Humberto
Martins, Herman Benjamin e Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado
do TRF 1ª Região) votaram com a Sra. Ministra Relatora
	Processo
	MS 7017 / DF
MANDADO DE SEGURANÇA
2000/0049234-5 
	Relator(a)
	Ministro JOSÉ DELGADO (1105) 
	Órgão Julgador
	S1 - PRIMEIRA SEÇÃO
	Data do Julgamento
	18/12/2000
	Data da Publicação/Fonte
	DJ 02/04/2001 p. 248
JBCC vol. 190 p. 81
RSTJ vol. 148 p. 62 
	Ementa 
	ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 49, § 3º, DA LEI
8.666/93.
1. A autoridade administrativa pode revogar licitação em andamento,
em fase de abertura das propostas, por razões de interesse público
decorrente de fato superveniente devidamente comprovado.
2. É salutar que o sistema de comunicações possa ser executado de
modo que facilite a concorrência entre empresas do setor e
possibilite meios de expansão do desenvolvimento da região onde vai
ser utilizado.
3. Revogação de licitação em andamento com base em interesse público
devidamente justificado não exige o cumprimento do § 3º, do art. 49,
da Lei 8.666/93.
4. Ato administrativo com a característica supramencionada é de
natureza discricionária quanto ao momento da abertura de
procedimento licitatório.
5. Só há aplicabilidade do § 3º, do art. 49, da Lei 8.666/93, quando
o procedimento licitatório, por ter sido concluído, gerou direitos
subjetivos ao licitante vencedor (adjudicação e contrato) ou em
casos de revogação ou de anulação onde o licitante seja apontado, de
modo direto ou indireto, como tendo dado causa ao proceder o
desfazimento do certame.
6. Mandado de segurança denegado.
	Acórdão
	Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs.
Ministros da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por
unanimidade, denegar a segurança, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator.
Os Srs. Ministros Eliana Calmon, Paulo Gallotti, Franciulli Netto,
Francisco Peçanha Martins e Milton Luiz Pereira votaram com o Sr.
Ministro Relator.
Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Francisco Falcão e
Garcia Vieira.
Para memorizar: 
Historinha de uma moça que queria casar e se chamava “Licitação”
Fase Interna:
1) Necessidade de contratar ----------------------------------QUER TER FILHOS E AINDA NÃO CONSEGUIUM MARIDO
2) Objeto da licitação	---------------------------------------------------CONCLUI QUE PRECISA CASAR 
3) Recurso orçamentário próprio para a despesa ----------------PERGUNDA PARA O PAI (AUTORIDADE SUPERIOR) SE ELE BANCA A FESTA DE CASAMENTO
4) Autorização da autoridade superior para licitar-------------------------------------PEDE PRO PAI PARA IR PRA NOITE E TENTAR CONSEGUIR UM MARIDO E ELE AUTORIZA MAIS QUE DEPRESSA.
Fase Externa:
1) Divulgação do Ato Convocatório---------- AVISA NO BLOG QUE VAI PRA NOITE E QUER SE AMARRAR DE VERDADE
2) Habilitação--------------------------------- DENTRE OS INTERESSADOS PAQUERA E SELECIONA: HOMEM, + 1,80M, OLHOS VERDES, EMPREGADO, FÉRTIL (requisitos objetivos)
3) Classificação---------------------------------------- CONVERSA COM OS QUE FAZEM SEU TIPO E HOUVE AS PROPOSTAS: 
a) CASAMENTO + jantar fora as sextas
b) CASAMENTO + filhos
c) CASAMENTO + amor eterno, etc. (Note-se que há espaço para subjetivismos: “fatores”)
4)Julgamento------------------------------------------ FICA/NAMORO/NOIVA COM O QUE, NO SEU ENTENDER, FEZ A MELHOR PROPOSTA (CASAMENTO + filhos) 
5)Homologação-------------------------------------- LEVA O RAPAZ PARA A AUTORIDADE SUPERIOR CONHECER (O PAI).
6)Adjudicação----------------------------------------- CASAMENTO
Contratação------------------------------------------NÚPCIAS
6.7 modalidades de licitação: concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão, pregão
São 06 as modalidades de licitação. Entretanto, são apenas 03 os fins a que se destinam, e isso porque, como se verá adiante, as três primeiras modalidades – a concorrência, a tomada de preços e o convite – têm o mesmo objetivo: a contratação de obras, serviços e fornecimento, enquanto que o concurso e o leilão têm objetivos próprios e diferenciados.
Essas modalidades são expressas na lei. Nenhuma outra, além delas, pode ser criada pela Administração. Nem também podem sofrer combinações entre si. Neste sentido, dispõe o art. 22, § 8º, do Estatuto. Ressalve-se apenas – como já foi visto – a modalidade de pregão, regulada por lei especial (Lei nº 10.520, de 17.07.2002).
1) concorrência
- Como regra, é a modalidade de licitação adequada a contratações de grande vulto. Vale dizer, utiliza-se a modalidade concorrência quando a contratação para obras e serviços de engenharia; ou para compras e serviços é de grande valor (Lei 8.666/93, art. 23, I, “c”, e II, “c”, com incidência do art. 120).
- Todavia, por exceção, a lei exige também a concorrência em algumas situações em que não se considera o valor, mas a natureza do contrato a ser celebrado. Eis as hipóteses:
a) aquisição ou alienação de bens imóveis pela Administração (salvo a hipótese do art. 19, que admite o leilão);
b) certame com cunho internacional (salvo quando a empresa estrangeira já tiver cadastro – e aí caberá a tomada de preços – ou quando não houver fornecedor do bem ou serviço no país – e aí caberá o convite, nos termos do art. 23, § 3º);
c) para celebração de contrato de concessão de direito real de uso;
d) para contratação de concessões florestais (novidade introduzida pela Lei 11.284, de 02.03.2006, art. 13, § 1º).
-Tipos: concorrência nacional e concorrência internacional (art. 42).
- Características: 
formalismo acentuado – sempre exigível a fase da habilitação preliminar; e
publicidade ampla – podem participar todos os interessados na contratação.
2) tomada de preços
- É a modalidade de licitação entre interessados previamente cadastrados nos registros dos órgãos públicos e pessoas administrativas – interessados cadastrados (que recebem um certificado de habilitação da repartição, art. 36, § 1º)-, ou que atendam a todas as exigências para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas – interessados cadastráveis - (art. 22, § 2º).
Registre-se que na lei anterior, somente os já cadastrados participavam da tomada de preços. A lei vigente, como se viu, ampliou o universo de participantes.
- os Registros Cadastrais têm previsão no art. 34 da Lei 8.666/093 e sua vantagem consiste em que os interessados na contratação com o Poder Público já apresentam os elementos de sua habilitação no momento em que se inscrevem, e, dessa maneira, não precisam reapresentá-los quando há convocação por edital.
- Destina-se às contratações de vulto médio, cujas faixas de valor são estabelecidas em lei (art. 23, I, “b”, e II, “b”, com incidência do art. 120).
- Características:
inscrição ou possibilidade de inscrição do interessado nos registros cadastrais: é condição necessária à participação na modalidade tomada de preços;
habilitação prévia: na concorrência a habilitação é uma etapa da fase externa do processo licitatório, todavia, na tomada de preços, como regra, esta habilitação já ocorreu no momento da inscrição nos registros cadastrais; e
substituição: a tomada de preços pode ser substituída pela concorrência (modalidade mais formal), mas a recíproca não é verdadeira (art. 23, § 4º).
3) convite
- Esta modalidade já foi analisada anteriormente. Resta apenas frisar que é a modalidade menos formal de licitação e, por isso, destina-se às contratações de menor vulto (art. 23, I, “a”, e II, “a”).
- O instrumento convocatório não é o edital, mas a carta-convite. E os destinatários são escolhidos livremente pelo administrador, entre empresas cadastradas ou não.
4) concurso
- É modalidade de licitação de visa à escolha de trabalho técnico, artístico ou científico (art. 22, § 4º).
- O licitante que vencer a seleção do trabalho intelectual cede à Administração os direitos patrimoniais a ele relativos, autoriza sua utilização, e, em troca, recebe um prêmio ou uma remuneração.
5) leilão
- Na modalidade leilão, a Administração pode ter três objetivos:
1) vender bens móveis inservíveis;
2) vender produtos legalmente apreendidos ou penhorados; e 
3) alienar bens imóveis adquiridos em procedimento judicial ou através de dação em pagamento, como o permite o art. 19 do Estatuto.
- Requisitos para a validade do leilão:
a) ampla divulgação do certame: princípio da publicidade (art. 53, § 4º); e
b) prévia avaliação dos bens: princípio da preservação patrimonial dos bens públicos (art. 53, § 1º, do Estatuto).
- Tem direito à compra o candidato que oferecer o maior lance, devendo este, como regra geral, ser igual ou superior à avaliação (art. 22, § 5º).
6) pregão: nova modalidade
- A modalidade pregão pode ser utilizada para a aquisição de bens e serviços comuns, assim compreendidos “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado” (Lei 10.520/2002).
- No julgamento das propostas é obrigatório o critério do menor preço (art. 4º, X).
- O processo de licitação pública da modalidade pregão é peculiar, em especial, porque o exame da documentação de habilitação do licitante só ocorre após julgada pelo leiloeiro a melhor proposta (que, in casu, sempre será a de menor preço). Se o autor da proposta escolhida for considerado habilitado, será declarado vencedor; caso contrário, serão examinadas as ofertas subseqüentes e que atendam às exigências do edital.
- Saliente-se que, em sessão pública de julgamento, conhecidas as ofertas, a de menor valor e as que excederem em até 10% poderão apresentar lances verbais e sucessivos, até que seja proclamado o vencedor (o critério sempre será o menor preço).
- No Estado de Mato Grosso, a LE 7.696, de 1º de julho de 2002, autoriza o Poder Executivo a adotar licitação na modalidade pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. 
6.8 CRIMES PRATICADOS NAS LICITAÇÕES
PERGUNTAS: 
Qual é o objetivo precípuo da licitação? 
Selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,

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