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UNIDADE VII (Contratos Administrativos)_20130824165022

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UNIDADE VII
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
1. DEFINIÇÃO E REGIME JURÍDICO – CLÁUSULAS EXORBITANTES – 
Considera-se administrativo aquele contrato que, em regra, é precedido de processo licitatório, e cujas regras são de Direito Público e ditadas unilateralmente pela Administração Pública que, por conseguinte, tem prerrogativas contratuais que não são estendidas aos particulares.
São exemplos destas prerrogativas presentes nos contratos administrativos: 
- somente à Administração Pública é franqueada a alteração unilateral das cláusulas contratuais, durante a execução do contrato;
- somente o Poder Público dispõe da prerrogativa de rescisão unilateral do contrato administrativo, invocando a “exceptio non adimpleti contractus” (exceção de contrato não cumprido);
- apenas a Administração pode aplicar ao particular sanções e penalidades por eventuais descumprimentos das obrigações contratadas; 
A esse conjunto de prerrogativas conferidas à Administração Pública dá-se o nome “CLÁUSULAS EXORBITANTES”.
Colhe-se do art. 58 da Lei nº 8.666/93: 
Art. 58.  O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; 
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1o  As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2o  Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
 Consta do art. 56, § 1º: 
Art. 56.  A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. 
§ 1o  Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)
II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)
Constata-se também a faculdade conferida ao Poder Público de revogar, unilateralmente, os contratos diante da caracterização de interesse público, na forma disciplinada no art. 50:
Art. 50.  A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade. 
 Registre-se que a Lei nº 8.666/93 autoriza a aplicação – em caráter subsidiário – da “Teoria Geral dos Contratos” e das disposições de Direito Privado: 
Art. 54.  Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.
§ 1o  Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2o  Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta
2. CLÁUSULAS ESSENCIAIS DOS CONTRATOS
Estão expressamente previstas nos incisos do art. 55 da Lei nº 8.666/93: 
Art. 55.  São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; 
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; 
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
	
 Face ao disposto no inc. IV, pergunta-se: 
É possível contrato administrativo com prazo indeterminado?
Não!!!! É expressamente vedado pelo art. 57, § 3º, da Lei nº 8.666/93:
“§ 3o  É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.” 
3. EXECUÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
Também em matéria de contratos administrativos vale a regra geral do pacta sunt servanda, segundo a qual os contratos deverão ser executados fielmente pelas partes em respeito às regras inicialmente pactuadas.
Todavia, por exceção, o surgimento, durante a execução do contrato, de fatos supervenientes e imprevisíveis capazes de impedir ou dificultar o cumprimento do ajuste nos termos inicialmente fixados (“TEORIA DA IMPREVISÃO”), podem impor a modificação das cláusulas iniciais, em especial para re-adequar o equilíbrio econômico-financeiro inicial. 
Este desequilíbrio – e necessária re-adequação – podem ocorrer tanto nas alterações bilaterais como nas alterações unilaterais do contrato administrativo, como evidencia a simples leitura do art. 65, II, al. “d”, e § 6º, e do art. 58, I, e § 2º, ambos da Lei nº 8.666/93:
Seção III
Da Alteração dos Contratos
Art. 65.  Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestaçãode fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando área econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o  O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2o  Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3o  Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo.
§ 4o  No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
§ 5o  Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
§ 6o  Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7o (VETADO)
§ 8o  A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento. 
Art. 58.  O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; 
(...)
§ 2o  Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Questões correlatas: 
(FCC – ANALISTA - MISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO SERGIPE) A alteração do contrato administrativo, para recomposição do seu equilíbrio econômico-financeiro,
é direito do contratado e deve ser efetuada unilateralmente pela Administração, desde que prevista pelo próprio contrato.
É direito do contratado, mas depende de acordo entre as partes, podendo ser negado pela Administração por motivos de conveniência e oportunidade.
Deve ser efetuada por acordo das partes, apenas se o contrato disciplinar as hipóteses e a forma em que essa recomposição deva ser conduzir.
É direito do contratado e pode ser por ele unilateralmente efetuada, dentro dos estritos limites da autorização legal.
Pode ser efetuada por acordo das partes, mesmo que as condições para essa recomposição não estejam disciplinadas no contrato.
Resposta correta: “(E)
4. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A “TEORIA DA IMPREVISÃO”
A Teoria da Imprevisão – a velha cláusula “rebus sic stantibus” - é plenamente aplicável aos contratos administrativos, se constatada a álea extraordinária a romper o equilíbrio financeiro do contrato – ou seja, o equilíbrio inicial estabelecido no momento da celebração do ajuste entre a remuneração do contratado e os encargos que terá de arcar -.
A álea extraordinária representa os riscos, os prejuízos anormais resultantes da execução de um contrato, razão pela qual a sua caracterização gera a possibilidade de aplicação da teoria da imprevisão.
São HIPÓTESES de aplicação da Teoria da Imprevisão aos contratos administrativos aquelas resultantes de: 
FORÇA MAIOR – é criada pelo homem, v.g., a deflagração de um movimento grevista posterior à assinatura do contrato, impedindo que a empresa contratada possa cumprir o ajuste nos termos inicialmente fixados.
CASO FORTUITO – é aquele que decorre de eventos da natureza que impedem ou dificultam a execução do ajuste, v.g., presença de chuvas torrenciais na região, enchentes, etc.
FATO DO PRÍNCIPE – é aquela situação imprevisível e posterior à celebração do contrato, impedindo ou dificultando, sobremaneira, a sua execução, criada pelo Poder Público, que incide sobre todos os contratos por ele celebrados, v.g., a criação de um novo tributo ou o racionamento de energia elétrica.
FATO DA ADMINISTRAÇÃO – é toda ação ou omissão do Poder Público que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato, retarda ou impede sua execução, v.g., a não-realização das desapropriações necessárias para que uma obra possa se executada; a falta desmotivada de pagamento pela Administração com prazo superior a 90 dias.
“INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS” – a denominação é de HELY LOPES MEIRELLES e referem-se aquelas situações que – antecedem a celebração do contrato -, mas se mantêm desconhecidas até serem reveladas através das obras e serviços em andamento, v.g., o encontro de um terreno rochoso em não arenoso, como indicado pela Administração; a passagem subterrânea de canalização ou dutos não revelados no projeto de execução; ou mesmo o descobrimento de um lençol freático. 
Atenção!!!! Questões correlatas: MANTENÇA DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO QUANDO PRESENTE “INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS”
 (FCC – DEFENSORIA DO ESTADO DE MARANHÃO – 2009) O Poder Público contratou, por meio de regular licitação, a execução de uma obra pública em terreno recentemente desapropriado para esta finalidade. Durante o início das fundações, a empresa contratada identificou focos de contaminação do solo da área. Este fato obriga a realização de trabalhos de descontaminação cujo custo eleva em demasia o preço da obra. Considerando que as partes não tinham conhecimento da contaminação e que, por razões de ordem técnica não poderiam sabê-lo antes, caberá
rescindir o contrato e realizar nova licitação para contratação de empresa para a realização da obra, agora considerando o novo custo.
Alterar o contrato para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, observados os requisitos legais.
Realizar nova licitação para contratação do serviço de descontaminação do solo, devendo a empresa anteriormente contratada concorrer com terceiros, resguardando-se, no entanto, seu direito de preferência caso haja igualdade de propostas.
Rescindir unilateralmente o contrato pela contratada, em face do fato imprevisível, restituindo-se-lhe o valor gasto até então.
Realizar a descontaminação do solo diretamente pelo contratante, mantendo-se inalteradas as condições do contrato celebrado, cuja execução ficará apenas diferida no tempo.
Resposta correta: “(B)”
Atenção!!! Questãocorrelata: SUBCONTRATAÇÃO
A subcontratação total ou parcial do objeto do contrato administrativo, assim como a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação – NÃO ADMITIDAS NO EDITAL E NO CONTRATO -, constituem motivo para a rescisão (LEI 8666/93, ART. 78, VI).
(FCC – DPSPD - DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO) A Construtora “A” sagrou-se vencedora de licitação pública para construção do novo paço municipal de determinado Município. Iniciada a execução dos serviços, subcontratou a totalidade da própria obra. Grande desabamento, por exclusiva imperícia de funcionários da subcontratada, causou graves danos materiais e a morte de operário e engenheiro.
Este cenário hipotético permite duas conclusões contempladas corretamente na seguinte alternativa:
Não poderia haver subcontratação do todo da obra, pois é expressamente vedada tal possibilidade pela legislação vigente; o poder público responderá na totalidade pelos danos materiais e morais.
Poderia haver subcontratação, ainda que do todo da obra, pois amparada pela legislação vigente; o poder público responderá na totalidade pelos danos materiais e morais.
Em nenhuma hipótese haveria possibilidade legal de subcontratação, quer total, quer parcial; a Construtora “A” responderá exclusivamente pelos danos materiais e morais.
Poderia haver subcontratação parcial, dentro dos limites admitidos no edital e contrato administrativos; a empresa subcontratada responderá, em solidariedade com o poder público.
Poderia haver subcontratação, dentre dos limites admitidos pelo edital e contrato administrativo; a Construtora “A” é responsável, exclusivamente, pelos danos materiais e morais.
Resposta correta: “(E)” 
 5. FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO: RESCISÃO ADMINISTRATIVA, RESCISÃO CONSENSUAL E RESCISÃO JUDICIAL
RESCISÃO ADMINISTRATIVA – é aquela promovida unilateralmente pelo Poder Público, por razões de interesse público ou por descumprimento de obrigações pelo contratado (ART. 79, I).
RESCISÃO CONSENSUAL – é aquela resultante de acordo entre as partes (ART. 79, II).
RESCISÃO JUDICIAL – é aquela promovida pelo contratado perante o Poder Judiciário por descumprimento de obrigações pela Administração (ART. 79, III).
Recomenda-se a leitura dos artigos 79 e 80 da Lei nº 8.666/93:
Art. 79.  A rescisão do contrato poderá ser:
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;
IV - (Vetado).  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o  A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2o  Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.
Art. 80.  A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.
§ 1o  A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
§ 2o  É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.
§ 3o  Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4o  A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.
6. DISTINÇÃO ENTRE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS, CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS
Não há confundir contratos administrativos com convênios e consórcios.
Nos contratos administrativos os interesses das partes contratantes são DIVERGENTES, ao passo que nos convênios e consórcios os interesses são CONVERGENTES.
cONVênios são ajustes celebrados por pessoas de diferentes esferas do Governo, ou entre elas e a iniciativa privada, visando atingir interesses comuns (ex: convênio entre a União, os Estados e os Municípios; convênio entre o Estado de Mato Grosso e a Empresa “X”) .
CONSÓRCIOS são ajustes celebrados entre pessoas de mesma esfera de Governo, visando atingir objetivos comuns (ex: consórcios entre Municípios; ou entre Estados, visando, v.g., despoluir rio que passa pelo território de ambos).
Registre-se que se aplicam aos convênios e consórcios, no que couber, as regras sobre licitações e contratos da Lei nº 8.666/93, nos termos do art. 116: 
Art. 116.  Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração. 
(...).”
Atenção!!! Questões correlatas: 
(FCC- ADVOGADO – PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS – 2005) Considere as proposições abaixo.
I – O ajuste administrativo celebrado por pessoas públicas de qualquer espécie ou realizado por essas pessoas e outras de natureza privada para a consecução de objetivos dos respectivos interesses comuns, caracteriza o convênio.
II – O ajuste celebrado pelo Poder Público com órgãos e entidades da Administração direta, indireta, entidades privadas qualificadas como organizações sociais, para lhes ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira ou para lhes prestar variados auxílios e lhes fixar metas de desempenho na consecução de seus objetivos, diz respeito ao contrato de gestão.
III – O ajuste administrativo celebrado por pessoas públicas da mesma espécie, para a consecução de objetivos de interesse comum dos partícipes, configura um consórcio.
IV – O ajuste através do qual a Administração Pública adquire, por compra, coisas móveis ou empréstimo em dinheiro de certo particular, com que celebra o ajuste, refere-se ao contrato de fornecimento.
Está correto o que se propõe APENAS em 
I, II e III.
I, II e IV.
I e IV.
II e III.
II, III e IV.
Resposta correta: “(A)”. O item IV refere-se ao contrato de compra (art. 6º, III, Lei 8666/93).
PALPITES DO PROFESSOR PARA A PROVA OBJETIVA: 
 “retrocessão é a obrigação do Poder expropriante de devolver ao expropriado o bem objeto de desapropriação quando não lhe der o destino declarado no ato expropriatório.”
DESAPROPRIAÇÃO DE BENS DOS ENTES POLÍTICOS: 
“Observadas certas regras, os bens de domínio dos Estados e dos Municípios podem ser desapropriados. Desse modo, um bem de um Município pode ser desapropriado pela União ou pelo Estado.”
FORMAS DE EXTINÇÃO DAS CONCESSÕES DE SERVIÇOS PÚBLICOS: 
“Nos termos do que prevê a Lei Federal nº 8.987/95, a concessão de serviços públicosextingue-se por diversas formas, sendo correto afirmar neste tema, que a 
ENCAMPAÇÃO da concessão é implementada por meio de edição de decreto e tem lugar quando se verifica a inadimplência do concessionário.
CADUCIDADE enseja a rescisão da concessão pela expiração do prazo fixado no contrato.
ANULAÇÃO da concessão tem lugar somente quando o concessionário pratica infração contratual que também configure violação de dispositivo normativo, eivando a relação de vício de ilegalidade.
REVERSão da concessão enseja o retorno ao poder concedente dos bens afetos ao serviço público somente nos casos em que tiver havido inadimplência do concessionário.
FALÊNCIA ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.”
responsabilidade subsidiária do ente público concedente: 
“O dano cometido pela concessionária de serviço público a seus usuários é capaz de gerar a responsabilidade OBJETIVA da concessionária e, em caráter SUBSIDIÁRIO, a responsabilidade OBJETIVA do ente público concedente.”
“FAUTE DU SERVICE”
Tratando-se de responsabilidade civil do Estado, é INCORRETO afirmar que a Teoria francesa da faute du service é enquadrada como hipótese de responsabilidade objetiva. 
Em verdade, a responsabilidade do Estado por omissão (faute du service) caracteriza-se como de natureza subjetiva.
“RECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO é o recurso interposto contra a decisão de dirigente de entidade da Administração Indireta, para a autoridade a que está vinculada, na Administração Direta.”
REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Quanto ao regime jurídico da Administração Pública é correto afirmar: “A Administração Pública pode submeter-se a regime jurídico de direito privado [regime jurídico da Administração] ou regime jurídico de direito público [regime jurídico-administrativo].”
Todavia, quando a Administração faz a opção pelo regime jurídico de direito privado, ela não se sujeita integralmente a esse regime. Mas sim, a um regime jurídico híbrido.
ÓRGÃOS PÚBLICOS
“Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas jurídicas como partes integrantes dos mesmos e são dotados de vontade e capazes de exercer direitos e contrair obrigações para a consecução de seus fins institucionais”.

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