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Logística Cadeia de Suprimentos – Aula 1 Professora Rosinda Angela Silva CONVERSA INICIAL Estudar os elementos básicos da Cadeia de Suprimentos é uma necessidade para a compreensão dos processos de Logística Empresarial. Nesta primeira aula, serão apresentados os conceitos introdutórios de Cadeia de Suprimentos e também serão discutidos alguns assuntos que fazem parte do contexto empresarial. Além disso, será feita uma breve análise dos fatores que devem ser considerados na concepção de um projeto de uma Cadeia de Suprimentos porque atualmente tem-se a visão de que a competição das grandes empresas deixou de ser por preço e qualidade e passou a ser pela competência de suas Cadeias, as quais trazem agilidade e resposta rápida ao consumidor. Os principais objetivos dessa aula serão apresentar em linhas gerais: Os conceitos introdutórios de Cadeia de Suprimentos A Cadeia de Abastecimento como fonte de competitividade nas organizações Os aspectos importantes do Planejamento e da Gestão da Cadeia Os desafios futuros das Cadeias de Suprimentos Para saber mais sobre o que será estudado nesta aula, assista ao vídeo de apresentação que a professora Rosinda preparou para você! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P01.mp4 CONCEITOS GERAIS SOBRE A CADEIA DE SUPRIMENTOS Definindo Cadeia de Suprimentos Vamos ver estas definições, inicialmente, com a professora Rosinda: http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P02.mp4 A Cadeia de Suprimentos é entendida como um conjunto de atividades que envolvem empresas fornecedoras e empresas clientes com o foco de atender o mercado a qual fazem parte. O conceito de Cadeia de Suprimentos é relativamente novo para as organizações, pois para muitos autores, o termo evoluiu a partir da Logística Integrada. Em tempo: a Cadeia de Suprimentos é também chamada de Cadeia de Abastecimento e Supply Chain, e nesse material serão utilizados com frequência os dois primeiros termos. Estudiosos da área de Logística desenvolveram teorias sobre o surgimento da Cadeia de Suprimentos nas quais alguns defendem que a mesma é uma evolução dos conceitos de Logística, enquanto outros defendem que a Logística faz parte da Cadeia. Outros, ainda, afirmam que são as Cadeias que fazem parte da Logística. Enfim, cada “escola” procura definir o que é Cadeia de Abastecimento a partir da visão de um autor, entretanto, nesse material será adotada a postura de que Logística e Cadeia de Abastecimento não são sinônimos e terão tratativas diferenciadas em termos de conceituação. Então, para apresentar Cadeia de Suprimentos nesse material, foi escolhida a definição de Bertaglia, (2009, p. 5), o qual cita que: “A cadeia de abastecimento corresponde ao conjunto de processos requeridos para obter materiais, agregar-lhes valor de acordo com a concepção dos clientes e consumidores e disponibilizar os produtos para o lugar (onde) e para a data (quando) que os clientes e consumidores os desejarem. Além de ser um processo bastante extenso, a cadeia apresenta modelos que variam de acordo com as características do negócio, do produto e das estratégias utilizadas pelas empresas para fazer com que o bem chegue às mãos dos clientes e consumidores”. A partir da colocação do autor é possível perceber que Cadeia de Suprimentos é abrangente, pois procura promover movimentos sinérgicos, não apenas entre fabricantes e seus fornecedores, mas também com as transportadoras e os canais de distribuição utilizados e até mesmo com os clientes. Com isso percebe-se que o seu gerenciamento eficiente é um desafio para os elos envolvidos no processo, e estudar e compreender como se formaram e como atuam as Cadeias de Abastecimento se tornou imprescindível para toda e qualquer organização. Saiba mais sobre a Cadeia de Abastecimento e como ela surgiu, assistindo ao vídeo a seguir: http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P03.mp4 Partindo do pressuposto que as empresas envolvidas em uma Cadeia de Abastecimento devem trabalhar de forma integrada, é necessário entender que diversos fatores contribuem para isso, muitos deles externos à organização, o que dificulta seu monitoramento e controle. Por exemplo, em uma análise macro das necessidades de uma Cadeia de Abastecimento entende-se que aspectos tais como formação técnica da mão de obra, infraestrutura logística (de transporte, de armazenagem e outros) e altos custos de operações são impeditivos para muitas organizações se manterem no mercado. Além disso, sabe-se que normalmente as empresas enfrentam dificuldades em gerenciar seu processo interno de logística, imagine quando fazem parte de um sistema maior, onde impactam e são impactados pelas externalidades. Entretanto, por mais que os desafios sejam grandes, as empresas têm buscado aprimorar suas performances e, para isso, as mesmas têm desenvolvido ferramentas e metodologias que resultam em melhorias para todos os atores envolvidos no processo. Para finalizar o tema de hoje, leia o artigo a seguir e complemente seus estudos! http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a- importancia-do-supply-chain-management-scm/48578/ ATORES INTERAGENTES Uma Cadeia de Suprimentos é composta por vários atores chamados de “elos”. Esses elos são representados pelos fornecedores (em diversos níveis de envolvimento com a Cadeia), produtores, transportadores, atacadistas, distribuidores, varejistas, atacarejos e também pelos clientes. O nível de complexidade é grande porque cada elo citado acima tem sua própria Cadeia de Abastecimento e com isso, a tarefa de gerenciamento torna-se desafiadora. Para ilustrar a questão dos atores envolvidos, será apresentado um modelo simplificado da Cadeia de Abastecimento da indústria moveleira (móveis de madeira). CADEIA DE ABASTECIMENTO DA INDÚSTRIA MOVELEIRA Ao analisar o arquétipo genérico da Cadeia de Suprimentos da indústria moveleira apresentado na página anterior, considere que cada elo “caixinha” possui seus próprios fornecedores e acordos comerciais. Isso significa dizer que cada “caixinha” terá um arquétipo próprio, imagine então a extensão que pode ter essa cadeia. Mas, para simplificar, analise apenas a caixinha “Fábrica de móveis”. CADEIA DE ABASTECIMENTO SOMENTE DA FÁBRICA DE MÓVEIS Pelo modelo simplificado, a “fábrica de móveis” é apresentada como “gerenciadora” da cadeia, ou seja, a empresa que é atendida por vários fornecedores, os quais fazem parte da sua Cadeia de Suprimentos. Nesse exemplo, a demanda da fábrica de móveis movimenta toda a cadeia e, devido a isso, a mesma determina o ritmo de todos os envolvidos. Vale salientar que essa análise pode e deve ser feita em cada elo “caixinha” e, a partir disso, ter uma ideia da quantidade de atividades que ocorrem nos extras e intramuros das organizações. Para saber mais sobre a ação colaborativa na Cadeia de Suprimentos, clique no botão a seguir e boa leitura! http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/acao- colaborativa-na-cadeia-de-suprimentos/61476/ O maior desafio da Cadeia de Abastecimento é fazer com que todos oselos trabalhem de forma sincronizada porque cada um tem suas próprias metodologias de trabalho e seus próprios objetivos. Para que a Fábrica de móveis consiga o melhor desempenho de cada elo envolvido no seu processo terá que fazer acordos vantajosos com cada um para que os mesmos se comprometam com o seu negócio. No entanto, a confiabilidade das parcerias só virá com o tempo, o que significa dizer que os relacionamentos dos elos e as Cadeias de Suprimentos amadurecem e será o conhecimento dos gestores que dará o suporte para esse crescimento sustentável. A seguir, você poderá acompanhar os comentários da professora Rosinda acerca dos elos de uma Cadeia de Abastecimento. Não deixe de assistir ao vídeo! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P04.mp4 CADEIA DE SUPRIMENTOS COMO FONTE DE COMPETITIVIDADE Melhorar a competitividade é o anseio de toda e qualquer empresa, independente do seu segmento de atuação. As empresas que fazem parte de uma Cadeia de Abastecimento conseguem alavancar sua competitividade a partir do correto gerenciamento de todos os processos, da melhoria nas relações entre empresas e através da sinergia trocada entre os “elos”. Quando as organizações envolvidas em uma Cadeia desenvolvem suas atividades a partir da visão do cliente, ou seja, daquilo que o cliente percebe como valor, as mesmas conseguem reduzir custos, trazer flexibilidade, otimizar os processos ao longo da cadeia e acima de tudo, conseguem transmitir a imagem de Cadeia responsiva e comprometida com o cliente final. Se tornar competitiva através da Cadeia de Abastecimento não é tarefa fácil, principalmente porque não depende apenas de uma empresa e sim de vários atores envolvidos, mas é algo factível uma vez que já é realidade em vários segmentos. As empresas se unem em Cadeia buscando um objetivo comum e com isso todas as ações e decisões são tomadas no sentido de atender à necessidade de todos os envolvidos. As empresas organizadas em Cadeia buscam desenvolver constantemente novas estratégias e metodologias de trabalho que estão de acordo com as melhores práticas de mercado com o intuito de se perpetuar no mercado. Em um momento da economia em que os produtos possuem qualidade e preço similares e que a concorrência está em qualquer lugar do mundo, a expressão: “a competição se dá entre cadeias e não mais entre as empresas” é bem verdadeira, fazendo com que as mesmas invistam em melhoramento contínuo de todos, pois a força da Cadeia está representada pelo seu “elo mais fraco”. Com isso, a preocupação com o crescimento uniforme de todos os elos se tornou uma necessidade para manter a competitividade. Para ver um exemplo, leia o artigo a seguir sobre uma análise da competitividade na indústria têxtil e de calçados: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2012_GOL1042.pdf Altos investimentos têm acontecido nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (T.I.C.), pois são considerados os alicerces da logística moderna. A visão que se tem é que as práticas logísticas não teriam avançado tanto nos últimos trinta anos sem o avanço da tecnologia, e não teriam mesmo! Foi a partir do uso maciço das TICs nos processos logísticos que as empresas conheceram um desenvolvimento antes nunca visto. Com a informatização dos processos, da utilização de sistemas de gerenciamento e também de operacionalização das tarefas diárias, as organizações conseguiram melhorar seus resultados, tais como: Minimizar as rupturas dos estoques nas áreas de vendas; Responder rapidamente as demandas de toda a cadeia; Oferecer agilidade, flexibilidade e custo adequado para todos os elos; Maximizar o giro dos estoques para evitar custos desnecessários; Reduzir os custos com armazenagem e desperdícios por toda a cadeia; Ampliar o retorno dos investimentos da organização nas áreas logísticas e afins. É a gestão adequada de todos os processos logísticos que traz competitividade para a Cadeia de Abastecimento, o que não é alcançado de uma hora para outra. São as escolhas de ferramentas tecnológicas ou de gestão adequadas que darão suporte às decisões dos elos da Cadeia. Entretanto, o fator determinante na competitividade é o planejamento colaborativo e a visão de relacionamento de longo prazo! Esses são os principais desafios que as empresas envolvidas em uma Cadeia de Abastecimento precisam ultrapassar para crescer e trazer resultados satisfatórios para todos. Para aprofundar mais seus conhecimentos sobre o assunto, assista ao vídeo a seguir com as explicações da professora Rosinda. http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P05.mp4 GESTÃO ESTRATÉGICA DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A Cadeia de Suprimentos só será efetiva se for gerenciada de forma estratégica e, para isso, é importante conhecer esse viés estratégico. Muitas vezes, as empresas mudam drasticamente sua forma de trabalho com os elos da cadeia, principalmente fornecedores e clientes, reduzindo o número deles e até impondo regras mais específicas para as negociações comerciais. Entretanto, isso não é feito porque a empresa está penalizando fornecedores por seus custos e clientes por seus pequenos volumes de compras, mas sim porque precisam orientar melhor suas estratégias. Além disso, cada fase deve ser pensada, planejada e operacionalizada com responsabilidade, principalmente dentro do princípio da colaboração entre os elos. A gestão estratégica da Cadeia de Abastecimento exige que as empresas deixem de buscar objetivos individuais e fortaleçam sua área de especialização. Para isso, uma política “ganha- ganha” se faz necessária. Como as empresas já estão habituadas a formatar seu planejamento estratégico contemplando os três níveis (estratégico, tático e operacional), podem e devem utilizar a mesma metodologia para planejar estrategicamente as ações da sua Cadeia de Abastecimento. Observe na tela a seguir a proposta de Ronald Ballou, importante estudioso da área de logística, de alguns processos que utilizam estratégias nos três níveis. Exemplos de processo de decisão estratégica, tática e operacional. Fonte: adaptado de Ballou, Ronald H., 2006 p. 53. A tabela anterior traz apenas algumas ações que podem ser organizadas estrategicamente nos três níveis, mas cada Cadeia (e até mesmo cada empresa) pode determinar quais são os fatores efetivamente representativos para o seu negócio. O fato é que as estratégias empresariais sempre buscarão, no mínimo, atingir três objetivos: reduzir seus custos, reduzir o capital aplicado principalmente em estoques e melhorar os serviços aos clientes. Para aprofundar seus conhecimentos, faça a leitura do texto que está disponível no botão a seguir: http://www.logisticadescomplicada.com/gestao-da-cadeia-de- suprimentos-%E2%80%93-conceitos-tendencias-e-ideias-para- melhoria/ Mas, como a empresa que atua em Cadeia não atinge seus objetivos de forma individual, um gerenciamento estratégico efetivo se faz necessário, o que é possível com muito preparo e acordos comerciais efetivos entre todos os elos. Muito interessante, não acha? Então vamos continuar nossos estudos, assistindo às explicações da professora Rosinda sobre como criar novas regras e procedimentos:http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P06.mp4 PLANEJAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS O planejamento é um dos principais fatores críticos de sucesso de uma Cadeia de Suprimentos. Não é possível garantir que apenas planejando tudo ocorrerá dentro do previsto, mas o fato é que sem planejamento não existirá Cadeia organizada e efetiva. Planejar estrategicamente a logística tem como foco responder “o que, quando e como” e, para isso, as estratégias da Cadeia de Abastecimento se desenvolvem nos três níveis (estratégico, tático e operacional). E, nesse caso, o planejamento também deve acompanhar essa metodologia porque cada nível exige uma perspectiva diferente. Existem três tipos de planejamento. Para visualizar suas características, veja a seguir: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento estratégico tem como horizonte de tempo o longo prazo. Nesse caso, os dados são incertos e utilizam-se valores médios para a tomada de decisão. PLANEJAMENTO TÁTICO O planejamento tático tem como horizonte de tempo o médio prazo, normalmente inferior a um ano. Nesse caso, exige-se profundo conhecimento dos problemas que ocorrem no dia a dia das organizações para que o planejamento tático contemple esses fatores e a Cadeia não seja surpreendida por dificuldades que poderiam ter sido ao menos previstas. PLANEJAMENTO OPERACIONAL O planejamento operacional tem como horizonte de tempo o curto e o curtíssimo prazo. Nesse ambiente de planejamento, as decisões são tomadas diariamente e em alguns casos, de hora em hora. É nesse horizonte que a logística realmente “acontece”, pois é onde os dados para tomadas de decisões devem ser precisos porque os problemas estão ocorrendo nesse exato momento. É também nesse ambiente onde é possível se certificar de que a “Cadeia” está respondendo adequadamente às necessidades dos clientes. Observe o Fluxo do planejamento logístico proposto por Ballou. No esquema, é possível observar que o lado esquerdo contempla as decisões que são tomadas, a princípio, de forma individual por cada empresa. Já no lado direito do esquema estão contempladas ações e/ou decisões que envolvem toda a Cadeia. Figura 4: Fluxo do planejamento logístico Fonte: Adaptado de: Ronald Ballou, 2006 p. 52. Em muitos casos os gestores logísticos dispendem energia apenas na formatação das estratégias internas à organização, não percebendo que o sucesso da sua estratégi a depende do empenho de todos os elos da Cadeia. No botão a seguir, você encontra uma leitura complementar sobre os assuntos tratados até aqui: http://www.logisticadescomplicada.com/gestao-da-cadeia-de- suprimentos-%E2%80%93-conceitos-tendencias-e-ideias-para- melhoria/ Segundo Ballou (2006 p. 53), as principais áreas do planejamento são: níveis de serviços aos clientes, localização das instalações, decisões sobre os estoques e decisões sobre transportes. Não são as únicas áreas que merecem planejamento, mas são consideradas prioritárias. Para saber mais sobre a Cadeia de Suprimentos e o Planejamento Estratégico da empresa, assista ao vídeo que a professora Rosinda preparou para você! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P07.mp4 CADEIAS COLABORATIVAS Uma evolução natural dos princípios de Cadeia de Abastecimento foi a concepção de Cadeias Colaborativas. Se a preocupação da Cadeia tradicional é manter as empresas trabalhando de forma integrada e coesa, as Colaborativas reconhecem que, além de comprometimento e responsabilidade, é necessário que haja “colaboração” por parte de todos os elos. Isso é alcançado com muito esforço e trabalho por parte da coordenação da Cadeia, pois intermediar os relacionamentos entre os elos não é tarefa fácil. Entenda um pouco mais com a leitura do artigo a seguir! Clique no botão: http://www.ibralog.org.br/index.php?option=com_content&view=a rticle&id=583%3Agestao-de-cadeias-de-suprimento- colaborativas-ii&catid=12%3Aartigos&Itemid=14&lang=br A tarefa contínua de desenvolver parcerias e alianças estratégicas com fornecedores e clientes requer bastante preparo e uma base de confiança entre os membros da Cadeia, pois os trade offs internos e externos são frequentes. Além disso, para atingir status de Cadeia Colaborativa, muitas vezes as mudanças devem iniciar dentro da própria empresa, pois nem sempre os departamentos estão integrados e são colaborativos uns com os outros como deveriam. Dessa forma, é recomendado mapear como está a cooperação entre os processos-chave da organização que interagem com a Cadeia, tais como: Marketing, Vendas, Pesquisa e Desenvolvimento de produtos e projetos, Engenharia de produtos, Produção e as atividades de intralogística. É imperativo saber que, para criar uma Cadeia Colaborativa, o primeiro desafio será integrar os processos internos. Observe a figura a seguir e veja uma sequência interessante e simples que serve de apoio no momento de pensar em como transformar uma Cadeia de Abastecimento tradicional em Cadeia Colaborativa. Modelo de gerenciamento. Fonte: http://modeloscm.blogspot.com.br/p/scm.html Os passos apresentados são simples e podem ser utilizados em processos internos e externos de integração dos elos. Outro método simples que pode ser útil é o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), o qual é amplamente utilizado pelas áreas de gestão. Independentemente do método utilizado, o importante é que o gestor se prepare para atuar ativamente nos processos colaborativos com os membros da Cadeia. Para mais informações, assista ao vídeo a seguir, no qual a professora Rosinda ensina como a Cadeia pode se tornar Colaborativa. http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P08.mp4 NOVOS DESAFIOS DAS CADEIAS Conhecer o futuro sempre fez parte da curiosidade humana, mas, mais importante do que conhecê-lo, é estar preparado. Como os empresários não possuem bola de cristal para suas previsões e precisam tomar hoje as decisões que determinarão o futuro da empresa, o fato é que alguma metodologia deve ser utilizada. Não é pretensão deste material determinar o que acontecerá com as Cadeias de Abastecimento no futuro, mas sim chamar o gestor para uma reflexão sobre as tendências que podem ser observadas no presente. Estar atento aos movimentos da sociedade do consumo e os avanços tecnológicos nas áreas ligadas à logística certamente facilitarão esse preparo. Inúmeros estudos têm sido realizados para sondar como serão as Cadeias de Suprimentos e alguns resultados serão citados aqui com o intuito de nortear as decisões dos envolvidos nos processos de gerenciamento das Cadeias. Clique no botão a seguir para ler um desses estudos: http://www.ibm.com/br/services/cio/ciostudy/files/global_supply_c hain_office_study_2009.pdf Como está a Cadeia de Abastecimento hoje: • A visão dos elos ainda não está totalmente integrada; • A teoria “ganha-ganha” ainda está em fase de perpetuação; • Ainda em desenvolvimento, pois muitas empresas ainda não se consideram “parte de uma Cadeia”; • As soluções dos problemas ainda são muito básicas, o que não cria inteligência logística; • Alguns processos de intralogísticaainda são ineficientes, como altos níveis de estoques, necessidades de grandes espaços para armazenagem e desperdícios em vários elos da Cadeia; • Ainda em fase de amadurecimento em várias organizações; • A visão de relacionamento de longo prazo ainda está em fase de reconhecimento dos seus benefícios; • Grande número de pessoas em fase de capacitação nas áreas de logística; • Investimentos robustos têm sido realizados em softwares, hardwares e pessoas; • A gestão de riscos é incipiente em algumas empresas e inexistentes na maioria das organizações. Como será a Cadeia de Abastecimento do futuro (clique no botão): • Inteligente, interconectada e interagente; • Mais equipada tecnologicamente (uso intenso de T.I.C.); • Efetivamente colaborativa, principalmente com os clientes; • Gerenciamento de riscos efetivos; • Envolvida com processos sustentáveis; • Envolvida com o cliente; • Planejamento sincronizado entre todos os elos; • Globalizadas; • Gerenciadas por executivos com dedicação exclusiva. A pergunta que surge é: como se preparar para fazer parte de uma Cadeia de Abastecimento futurista se a volatilidade dos mercados é cada vez maior? Um estudo realizado por David L. Anderson, Frank F. Britt e Donavon J. Favre traz sete princípios que auxiliarão as empresas a se organizarem melhor e se preparem para as Cadeias de Abastecimento do futuro. Princípio 1: segmentação de clientes com base nas necessidades de grupos distintos de serviços e adaptação à cadeia de abastecimento para atender a esses segmentos de forma lucrativa. Princípio 2: personalize a rede logística para as exigências de serviço e rentabilidade de segmentos de clientes. Princípio 3: ouvir os sinais do mercado e alinhar o planejamento de demanda nesse sentido em toda a cadeia de abastecimento, garantindo previsões consistentes e alocação de recursos. Princípio 4: diferenciar o produto mais perto da conversão do cliente e a velocidade em toda a cadeia de abastecimento. Princípio 5: gerenciar fontes de abastecimento estrategicamente para reduzir o custo total de propriedade de materiais e serviços. Princípio 6: desenvolver uma estratégia de tecnologia para a cadeia de suprimentos que suporte vários níveis de tomada de decisão e que forneça uma visão clara do fluxo de produtos, serviços e informações. Princípio 7: adotar medidas de desempenho de abrangência para medir o sucesso coletivo em chegar ao usuário final de forma eficaz e eficiente. O material original na íntegra está disponível tanto em inglês quanto em português. Clique nos botões a seguir para acessar: http://www.scmr.com/images/01.SevenPrinciples_.pdf http://xa.yimg.com/kq/groups/22727361/1078416207/name/Suppl y+-+Os+Sete+princ%C3%ADpios.pdf Esses e outros fatores podem ser incorporados nas análises dos responsáveis por “idealizarem” as Cadeias de Suprimentos do futuro. O fato é que não somente as organizações (representadas pelos elos) devem se ocupar disso e, sim, toda a sociedade, o poder público e as instituições envolvidas em projetos de desenvolvimento local sustentável. No vídeo a seguir, a professora Rosinda explica com mais detalhes quais são as tendências para as Cadeias de Suprimentos. Não deixe de assistir! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P09.mp4 SÍNTESE Nesta aula, vários temas foram abordados para ambientar o aluno com os assuntos pertinentes à Cadeia de Suprimentos. Fizemos um apanhado geral dos principais conteúdos, sendo que alguns serão aprofundados nos próximos capítulos. A gestão da Cadeia de Abastecimento tornou-se estratégica para as organizações e a aquisição de conhecimento dos principais conceitos tornou-se vital para o gestor desenvolver uma visão mais holística do negócio da companhia. Como as melhores práticas de gestão tendem a melhorar continuamente, uma evolução natural de algumas Cadeias foi tornarem-se Cadeias Colaborativas, metodologia que necessita de muito mais preparação e técnica de todos os elos envolvidos. Para finalizar os estudos desta aula, assista às considerações finais da professora Rosinda no vídeo a seguir: http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A01-P10.mp4 Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. Porto Alegre, 20066. BERTAGLIA, Paulo R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2º ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. (4ª tiragem – 2011) https://www.youtube.com/watch?v=CtuJSVCJygI&list=PL48ECD9 AFE768DAED&index=3 http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/18154/18154_3.PDF https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/docs/11102013_144041_ nataly.pdf http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_p t/Galerias/Arquivos/conhecimento/bnset/set321012.pdf http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/competicao- entre-cadeias-de-suprimentos-o-papel-do-dominio-da-tecnologia- para-melhores-praticas/77066/ http://www.scielo.br/pdf/gp/v10n1/a02v10n1 http://www.unisantos.br/mestrado/gestao/egesta/artigos/41.pdf http://www.logisticadescomplicada.com/gestao-da-cadeia-de- suprimentos-%E2%80%93-conceitos-tendencias-e-ideias-para- melhoria/ http://www.logisticadescomplicada.com/gestao-da-cadeia-de- suprimentos-%E2%80%93-conceitos-tendencias-e-ideias-para- melhoria/ http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/acao- colaborativa-na-cadeia-de-suprimentos/61476/ https://www.youtube.com/watch?v=_mPCdicQpwU https://www.youtube.com/watch?v=3Z_o6F5P9jI Logística Cadeia de Suprimentos Aula 2 Professora Rosinda Angela Silva CONVERSA INICIAL Para que uma Cadeia de Abastecimento se torne efetiva, a mesma necessita de uma rede logística organizada e sólida, pois uma das características das Cadeias são os vínculos entre os elos. Como estruturar as redes que a compõem é uma das principais deliberações que uma Cadeia faz porque leva em consideração os seus processos-chave, os quais devem ser organizados de forma que sustente a sua estratégia competitiva. Para compreender o quão importante é a estrutura de uma rede logística dentro da Cadeia de Suprimentos, é necessário conhecimento, preparo e esforço por parte de todos os membros da cadeia. Os principais objetivos dessa aula serão apresentar em linhas gerais: • A importância da formação das redes na logística; • A formação das redes: Suprimentos, Produção, Distribuição e Reversa; • A concepção das redes globais e as cadeias colaborativas • A busca pela integração dos projetos de rede. A IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE REDES Uma organização não sobrevive sozinha no mercado. Inúmeras atividades ocorrem desde a concepção do produto até chegar as áreas de vendas dos varejistas. É fato que parte dessas atividades ocorre internamente, entretanto operações vitais são de responsabilidade de entes externos à organização, representados pelos fornecedores e prestadores de serviços. Devido a isso, cada vez mais as empresas buscam desenvolver parcerias sólidas e confiáveis para colocar o seu produto mais rapidamente no mercado. Atualmente, esse conceito está ainda mais dinâmico e as empresas se organizado em redes para se tornarem mais competitivas. Ao pensar em um produto manufaturadoqualquer, é possível imaginar a quantidade de provedores que se envolvem para garantir que esse produto chegue ao mercado consumidor. A imagem a seguir representa uma rede genérica onde é possível identificar a quantidade de elos participantes. Figura 1: Estrutura conceitual de redes de uma cadeia de suprimentos Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104- 530X2005000100010&script=sci_arttext Analisando a figura é possível pensar na complexidade que é a companhia trabalhar em sistema de rede, mas o ganho para as empresas organizadas dessa maneira compensa o esforço inicial para a padronização exigida. Segundo Alain Martel e Darli Vieira (2008, p. 175): Uma empresa em rede se organiza e gerencia suas operações de maneira flexível, coordenando em sinergia suas redes internas e externas, visando melhorar sua competitividade. A empresa em rede é aquela que expande atuação ampliando suas ações, além de suas próprias atividades internas. As empresas necessitam desenvolver estratégias de trabalhos em redes que agreguem valor ao cliente de forma efetiva para não se comprometer com algo que não possam cumprir. Por exemplo: Os clientes estão cada vez mais interativos com os fornecedores, ou seja, cada vez mais solicitam produtos customizados, muitas vezes, produtos únicos. Imagine que a empresa consiga atender o cliente nesse quesito, mas ocorre falha na entrega do produto. A insatisfação do cliente será com a empresa que vendeu o produto e não com a empresa responsável pela entrega. Dessa forma, vale a pena refletir sobre a qualidade dos relacionamentos entre os elos da Cadeia que estão envolvidos nessa rede. Segundo Ballou (2006, p. 485), os dados mínimos para o planejamento de redes são (clique no botão): Uma relação de todos os itens da linha de produtos; Localizações de clientes, pontos de estocagem; Demanda de cada produto conforme a localização dos clientes; Tarifas ou custos dos transportes; Tempos de viagem, tempos de transmissão de pedidos e tarifas de atendimento de pedidos; Tarifas ou custos de armazenagem; Custos de produção/entrega; Tamanhos dos embarques por produto; Níveis de estoques por local por produto, e os métodos para controlá-los; Padrões de pedidos por frequência, tamanho, sazonalidade e conteúdo; Custos de processamento de pedidos e os pontos em que ocorrem; Custo de capital; Metas de serviço aos clientes; Equipamento e instalações disponíveis, com os respectivos limites de capacidade; Padrões de distribuição da realização das vendas. Os dados apresentados são suficientes para que o gestor de logística consiga levantar inúmeras informações cruciais para o sucesso da implementação, mas vale destacar que não são os únicos. Outro aspecto importante é que as empresas podem desenvolver suas redes em: Redes de Suprimentos, de Distribuição, de Transporte, Redes Globais e outras. Os tipos de redes serão detalhados nos próximos tópicos. Para complementar seus estudos, leia o caso da Indústria Petroquímica Brasileira como exemplo de planejamento de redes logísticas (clique no botão): http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2012_GOL127.pdf Para entender mais sobre o assunto que foi estudado, veja o vídeo que a professora Rosinda preparou para você! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A02-P01.mp4 REDES DE SUPRIMENTOS Apenas para facilitar a compreensão, as redes serão apresentadas separadamente nesse material, pois já foi citado que, na realidade, a concepção de rede abrange todos os aspectos, desde a concepção do produto até a entrega do mesmo ao cliente final. A Rede de Suprimentos será apresentada como os provedores da organização em foco. Esses fornecedores podem ser de matérias-primas, componentes, peças de reposição, materiais de uso e consumo e também provedores de serviços de diversas naturezas. Para saber mais, assista ao vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=i499kjCqLGA Em uma empresa de manufatura o número de fornecedores é mais restrito que em uma empresa de varejo, por exemplo. Isso ocorre porque as indústrias adquirem matérias-primas e componentes para abastecer suas linhas de produção. Sendo assim, é prática comum negociar apenas com fornecedores já desenvolvidos e homologados que garantam a qualidade da matéria-prima, o que resultará em um produto final de boa qualidade. Para trabalhar em rede de suprimentos, o foco atual é oferecer customização ao cliente, possuir visão sistêmica e colaborativa, investir em tecnologia, oferecer agilidade e flexibilidade, além de buscar constantemente a redução do fluxo de materiais. Para isso, a prática Just in Time (JIT) ainda é uma metodologia bastante útil para as indústrias. Os fatores-chave das cadeias de abastecimento (e das demais também) são: ■ Instalações; ■ Transportes; ■ Estoques; ■ Informação; ■ Sourcing; ■ Preços. Segundo Chopra (2011, p. 115), a configuração da rede na Cadeia de Suprimentos: Tem um impacto significativo no desempenho, pois estabelece restrições dentro das quais outros fatores-chave de cadeia podem ser usados ou para diminuir seu custo ou para aumentar a responsividade. Todas as decisões de projeto de rede afetam umas às outras e precisam ser feitas levando esse fato em consideração. Dessa forma, a tomada de decisão deve ser no estilo colaborativo para atender às expectativas de todos os envolvidos. Para saber mais sobre como o JIT auxilia na Rede de Suprimentos, não deixe de assistir às explicações da professora Rosinda no vídeo que segue: http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A02-P02.mp4 REDES DE DISTRIBUIÇÃO A rede de distribuição da Cadeia de Abastecimento é um passo determinante para o sucesso de uma cadeia, isso porque os atores dessa etapa são os responsáveis por colocar o produto no mercado. Chopra (2011, p. 73) define distribuição como “os passos tomados para mover e armazenar um produto desde o estágio do fornecedor até o estágio do cliente na cadeia de suprimentos”. Clique no botão a seguir e veja uma análise da rede de distribuição de materiais para serviço de bordo: http://www.tecnologistica.com.br/artigos/analise-da-rede-de- distribuicao-de-materiais-para-servico-de-bordo-atraves-de- programacao-linear/ Normalmente, os custos de distribuição são representativos para toda e qualquer organização o que faz com que a busca pela redução seja constante e que o mesmo seja o vetor número um de qualquer projeto. Mas, mesmo assim, é necessária uma profunda análise dos outros fatores-chave também para que a configuração da rede de distribuição tenha o desempenho esperado. Segundo Chopra (2011, p. 74), dois pontos são cruciais no momento da configuração da rede de distribuição. São eles: a) as necessidades dos clientes que serão atendidas; b) o custo do atendimento dessas necessidades dos clientes. A partir desses dois pressupostos, é possível definir quais fatores impactam na formatação da rede. Ainda segundo o autor, os principais são (clique no botão): Tempo de resposta; Variedade de produto; Disponibilidade de produto; Experiência do cliente; Tempo de lançamento ao mercado (timeto Market); Visibilidade do pedido; Facilidade de devolução. É natural as empresas buscarem equilibrar o que podem oferecer em termos de atendimento ao cliente e o custo que isso terá. É fato que quanto mais itens são considerados vitais pelo cliente, maior será o custo do processo, os quais devem ser identificados e contemplados no planejamento da operação em rede. Saiba mais sobre como reduzir os custos de distribuição assistindo ao vídeo que segue: http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A02-P03.mp4 REDES DE TRANSPORTE Um passo importante no projeto de redes de operações é a definição da “Rede de Transporte”. Quando se analisa o arquétipo de uma Cadeia de Abastecimento, percebe-se quão importante é o fator transporte para as organizações, pois geralmente o local da produção não coincide com o local de consumo. E se a empresa for uma exportadora ou importadora esse hiato é muito maior. Leia o artigo a seguir para entender mais sobre a importância da manutenção das rodovias para o sistema de redes logísticas: http://pg.utfpr.edu.br/dirppg/ppgep/ebook/2009/CONGRESSOS/N acionais/2009%20-%20enegep/1.pdf Segundo Bertaglia (2009, p. 292): A atividade de transporte gera os fluxos físicos desses bens ou serviços ao longo dos canais de distribuição e é responsável pelos movimentos de produtos, utilizando modalidades de transporte que ligam as unidades físicas de produção ou armazenagem até os pontos de compra ou consumo. Os fatores de impacto no transporte são o tempo e a distância. Para um melhor planejamento, o gestor deve conhecer o tempo necessário para percorrer determinada distância. Isso será útil para definir o nível de serviço ao cliente, bem como o custo que incorrerá com essa operação. Para determinar como será organizada a rede de transporte algumas informações são necessárias tais como: 1. Se a empresa utilizará frota própria ou terceirizará sua distribuição porque isso determinará o valor aplicado em ativo fixo (caminhões, equipamentos de movimentação interna); em pessoas (motoristas, ajudantes); e em custos envolvidos na operação de transporte, como combustíveis, manutenção, pedágio e outros. 2. Modais de transporte disponíveis nas regiões de atuação. Segundo Chopra (2011, p. 375), as Cadeias de Abastecimento costumam utilizar os seguintes modos de transporte (clique no botão): Aéreo; Transportadoras de encomendas expressas; Caminhão; Ferrovia; Marítimo; Dutoviário; Intermodal. O fato é que nem sempre esses modais estão disponíveis na região, então, além da função custo (que sempre é a primeira a ser avaliada), as funções disponibilidade e frequência também tem sua importância. Mas, além dos modais de transporte, a infraestrutura logística também impacta nas decisões da rede de transporte tais como: As condições das vias de acesso e rodovias; As capacidades de portos e aeroportos; A malha ferroviária e lacustre disponível. Chopra (2011, p. 383-387) cita, ainda, que as principais formatações de redes de transporte são: Rede de remessa direta; Rede de remessa direta com milk runs; Todas as remessas via Centro de Distribuição Central (CD); Rede de remessa via CD usando milk runs; Rede de remessa interurbana com cross-docking; Rede sob medida. As redes de transporte devem ser configuradas de forma que atenda o maior número de objetivos definidos pela organização envolvida no projeto em redes (ou pelas organizações envolvidas nos projetos). No vídeo a seguir, a professora Rosinda fala dos prós e contras das diferentes redes de transporte. Assista e fique por dentro do assunto! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A02-P04.mp4 REDES REVERSAS Um tema que deve ser incorporado à realidade das redes da Cadeia de Abastecimento é o Reverso da Logística. As empresas costumam se preocupar em abastecer as indústrias, atacadistas, distribuidores e varejistas, entretanto, poucas estão habituadas a incluir em seus planejamentos estratégicos o caminho inverso dos seus produtos após o consumo. Lentamente, percebe-se um movimento de mudança da visão de que a logística reversa é um problema para as organizações e passa a ser vista como uma oportunidade de aumentar a competitividade e melhoria na imagem da empresa. Para saber mais sobre a implementação da logística reversa, leia o artigo a seguir: http://www.uniabeu.edu.br/publica/index.php/gs/article/view/407/p df_192 Os autores Figueiredo, Fleury e Wanke (2008, p. 476) apresentam algumas causas que têm feito com que as empresas tenham mudado de visão. O texto abaixo parte dos títulos dos autores, mas com proposições da autora desse material. As causas são: Questões ambientais: por força da legislação ambiental que tem se consolidado e pela fiscalização dos órgãos competentes, as empresas têm buscado se qualificar para reduzir cada vez mais os impactos no meio ambiente. Além disso, a própria sociedade, por mais consumista que seja atualmente, demonstra certa preocupação com os fatores ecológicos e de preservação. Concorrência – diferenciação por serviço: Os profissionais de marketing perceberam que o cliente simpatiza com as empresas que se responsabilizam pelo retorno dos produtos, principalmente no tocante à devolução dos produtos que chegam às suas mãos danificados ou que necessitam de troca. Isso é muito importante quando o cliente da indústria é o distribuidor ou varejista, o qual se sente mais seguro quando a negociação de devolução é facilitada. Esse sentimento de segurança por parte do varejista é transmitido ao cliente final. Redução de Custo: sem dúvida que a palavra custo tem efeito imediato sobre as empresas que buscam reduzi-los constantemente por questões até de sobrevivência. Fazer com que a logística reversa se transforme em fator de redução de custo é o sonho de consumo de qualquer gestor e isso é possível com as economias alcançadas através da reutilização de embalagens e materiais que apresentam essa possibilidade. Ainda segundo os autores, o processo de logística reversa é geralmente composto de atividades que uma empresa realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou obsoletos, dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, revenda ou de descarte. Observe abaixo a representação gráfica das atividades envolvidas na logística reversa de uma organização. Figura 2: Modelo Conceitual das atividades típicas do processo logístico reverso Fonte: Figueiredo, Fleury e Wanke, 2008, p. 478 A partir do esquema apresentado, é possível pensar o quanto é complexo para a Cadeia de Abastecimento, que está desenhada para levar o produto para o mercado, se responsabilizar pela rede de retorno dos produtos em várias categorias (obsoletos, devoluções, pós-uso, pós-consumo, embalagens contaminadas, resíduos de medicamentos e outros) para seus pontos de origem. No cenário atual, é possível observar que as Cadeias não estão preparadas para assumir todo o complexo do reverso da logística. O que o mercado tem no momento são algumas empresas que conseguem utilizar o mesmo canal de distribuição para fazer sua logística reversa “leve” (embalagenslimpas, leves ou retráteis, devoluções e trocas dos seus produtos). Mas em um futuro próximo, não apenas por conta da legislação, mas sim por necessidades das próprias organizações, serão desenvolvidas novas soluções para as Cadeias de Abastecimento incorporarem definitivamente a rede reversa. Esses assuntos são muito interessantes, não acha? Para dar continuidade aos estudos sobre o tema, assista ao vídeo a seguir com as explicações da professora Rosinda! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A02-P05.mp4 REDES GLOBAIS Um dos desafios atuais das Cadeias de Abastecimento é desenvolver projetos de redes que atuem globalmente, pois os riscos são altos e o gerenciamento precisa ser muito efetivo para garantir que não faltem matérias-primas, componentes ou até mesmo produtos para venda. É sabido que a globalização trouxe inúmeras benesses para as empresas que iniciaram o processo de internacionalização, mas por outro lado tornou o risco da falta dos produtos mais latente e isso faz com que muitas organizações se protejam acumulando estoques. O fato é que dependendo do tipo do produto, manter estoques também é arriscado e, dessa forma, o trade off logístico é de difícil equilíbrio. Saiba mais sobre o assunto, lendo o artigo a seguir: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2000_E0082.PDF Segundo Chopra (2011, p. 154-155), os principais riscos das cadeias que atuam globalmente, os quais devem ser contemplados nos projetos de redes, são: • Interrupções de fornecimento – podem ocorrer por inúmeras razões; • Atrasos no fornecimento – fatores internos e externos ao fornecedor; • Flutuações na demanda – se o lead time for muito longo; • Flutuações no preço – práticas internacionais diferentes do Brasil; • Riscos de sistema – falha na infraestrutura de informação; • Riscos de previsão – ciclos de vida curtos, entre outros; • Risco de propriedade intelectual – terceirização e mercados globais; • Risco de aquisição – fornecedor único, preço, frete e outros; • Risco de contas a receber – número de clientes, poder financeiro dos mesmos; • Risco de estoques – taxa de obsolescência; • Risco de capacidade – custo e flexibilidade dessa capacidade; • Taxa cambial – uma incógnita! Para a formatação de uma rede global para Cadeia de Abastecimento, o gestor de logística precisa ter conhecimento e informação sobre todos esses assuntos e muitos outros. Uma alternativa é fazer benchmarking com redes já em funcionamento e, claro, idealizar essa rede global através de um projeto para organizar as informações necessárias e pensar em todos os recursos necessários. Vamos entender melhor a redução de risco sob medida durante o projeto de rede? Então não perca o vídeo a seguir, no qual a professora Rosinda fala um pouco mais sobre este assunto! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A02-P06.mp4 INTEGRAÇÃO DAS REDES DE OPERAÇÕES Agora que as principais partes de uma rede logística foram apresentadas, é possível entender a necessidade de integração entre elas. As empresas querem evoluir e chegar ao status de Cadeia Colaborativa e, para isso, é preciso compreender que é através da sincronicidade de todas as partes apresentadas que os serviços de qualidade acontecem. Isso deve ser um dos princípios norteadores do processo decisório. Clique no botão a seguir e conheça um exemplo de integração das redes de operações. Boa leitura! http://www.dhl.com.br/content/dam/downloads/br/logistics/CaseSt udy_SupplyChainIntegration_Nike_Retail_Brazil_DHL_Port.pdf As Cadeias de Suprimentos que estão no mercado no momento são extremamente eficientes, mas ainda precisam melhorar alguns aspectos porque muitas empresas ainda trabalham em formatações antigas e burocráticas que levam aos desperdícios de tempo, pessoas e recursos de outras naturezas. As principais oportunidades de melhorias são: Problemas com organizações convencionais: a empresa quer atuar de forma flexível e dinâmica, mas não quer mudar seu modelo de gestão arcaico, onde há centralização de poder. A formação de estoques: por falta de confiança nos provedores da Cadeia, optam por fazer estoques, aplicar programas de melhorias e indicadores de performance para com seus fornecedores. Falta de transparência: as empresas que fazem parte da Cadeia não são transparentes em vários aspectos, principalmente em custos. Sentimento de pertencimento: a partir de uma visão tradicional de setor, os colaboradores agem como se os mesmos os pertencessem, sem levar em consideração que é a empresa que perde com essa postura e consequentemente o cliente final. Falta de uniformidade e unicidade: dentro da própria empresa é possível encontrar diversos pontos de vista sob o mesmo assunto, diversas ordens e diversas informações, demonstrando falta de convergência com os objetivos da organização. Esses obstáculos devem ser vencidos pelas empresas que desejam trabalhar em redes, principalmente as Colaborativas, e a Tecnologia da Informação (T.I.) é o elemento-chave para promover isso, pois é fato que para integrar diversas atividades e empresas, a T.I torna-se imprescindível. Para Chopra (2011, p. 468-469), a informação precisa ter as características a seguir para ser útil na tomada de decisões por todos na Cadeia: A informação precisa ser exata; A informação precisa ser acessível de maneira oportuna; A informação precisa ser do tipo correto; A informação precisa ser compartilhada. Se as informações não apresentarem essas características, elas podem mais atrapalhar o processo decisório do que auxiliar, por isso há preocupação em investir em ferramentas tecnológicas capazes de acelerar com qualidade o fluxo das informações pela Cadeia. É essa a principal função da T.I dentro da Cadeia de Suprimentos: disponibilizar as informações de tal forma que embase as tomadas de decisões estratégicas, táticas e operacionais. A partir do entendimento desses conceitos as empresas que trabalham nos sistemas de Redes/Cadeias buscam melhorar seus desempenhos e relacionamentos constantemente, o que é positivo, pois a velocidade das mudanças faz com que as empresas de melhores práticas estejam sempre alerta. Entretanto, para que a integração dos elementos da rede logística seja efetiva, a Cadeia de Suprimentos necessita de gerenciamento. Furlanetto (2002) fez uma comparação do desempenho de várias Cadeias em sua tese de doutorado e, de acordo com suas pesquisas, concluiu que um modelo ideal de gerenciamento da Cadeia de Suprimentos possui os seguintes elementos: Os agentes são identificados e possuem preferência nas transações futuras; Há a existência de ações conjuntas que envolvem cooperação entre os agentes; Os contratos são predominantemente de longo prazo, flexíveis e renegociáveis; As informações fluem nos dois sentidos (a montante e a jusante); As ações ao longo da cadeia seguem uma padronização própria; Existe um responsável pela coordenação – o coordenador da cadeia; Os conflitos são geralmente negociados entre as partes; Há uma estratégia para a cadeia; Existem esforços no sentido de construir-se uma marca para cadeia; As recompensas decorrentes dos esforços cooperativossão repassadas a todos os segmentos. Nas conclusões do pesquisador, é possível perceber que a integração entre os elos da Cadeia/Rede é bastante influenciada pelos modelos de negociações comerciais de longo prazo e espera-se colaboração, parceria e gerenciamento por parte da empresa coordenadora. A integração e excelência da gestão da Cadeia serão atingidas através de alianças sérias entre as empresas que fazem parte da rede e que possuem como objetivo comum o atendimento ao cliente, o crescimento das organizações e a perpetuidade dos negócios. O material completo para consulta encontra-se disponível a seguir: http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/4871/00041657 9.pdf?sequence=1&locale=en Para finalizar os estudos deste tema, assista ao vídeo a seguir, no qual a professora Rosinda fala sobre os desafios da integração das redes. Não perca! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A02-P07.mp4 SÍNTESE Na aula de hoje, foram abordados assuntos relacionados à formação e desenvolvimento das redes logísticas para suportar a Cadeia de Abastecimento. Inicialmente foi comentado sobre a importância da formação das redes e posteriormente foram apresentadas as principais características de cada parte para que o aluno consiga identificar as diferenças e também quais tipos de decisões são tomados em cada fase da rede que compõe a Cadeia. Além das redes tradicionais (abastecimento, distribuição e transporte), foram apresentadas também as redes reversas, globais e colaborativas, as quais fomentam a integração dessas redes. Para rever os principais conteúdos trabalhados neste tema, assista ao vídeo que a professora Rosinda preparou para você! http://ava.grupouninter.com.br/videos/video2.php?video=http://vo d.grupouninter.com.br/2015/JUN/MT40031-A02-P08.mp4 REFERÊNCIAS BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. Porto Alegre, 20066. BERTAGLIA, Paulo R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2º ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. (4ª tiragem – 2011) https://www.youtube.com/watch?v=CtuJSVCJygI&list=PL48ECD9AFE768DAE D&index=3 http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/18154/18154_3.PDF https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/docs/11102013_144041_nataly.pdf http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Ar quivos/conhecimento/bnset/set321012.pdf http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/competicao-entre- cadeias-de-suprimentos-o-papel-do-dominio-da-tecnologia-para-melhores- praticas/77066/ http://www.scielo.br/pdf/gp/v10n1/a02v10n1 http://www.unisantos.br/mestrado/gestao/egesta/artigos/41.pdf http://www.logisticadescomplicada.com/gestao-da-cadeia-de-suprimentos- %E2%80%93-conceitos-tendencias-e-ideias-para-melhoria/ http://www.logisticadescomplicada.com/gestao-da-cadeia-de-suprimentos- %E2%80%93-conceitos-tendencias-e-ideias-para-melhoria/ http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/acao-colaborativa-na- cadeia-de-suprimentos/61476/ https://www.youtube.com/watch?v=_mPCdicQpwU https://www.youtube.com/watch?v=3Z_o6F5P9jI Logística Cadeia de Suprimentos Aula 3 – parte I Professora Rosinda Angela Silva O surgimento das Cadeias de Suprimentos mudou significativamente o formato das negociações comerciais entre as empresas, pois se outrora as empresas preferiam atuar de forma isolada no mercado, atualmente a maioria delas optam por operar em rede, para se fortalecerem e ampliarem sua competitividade. E é claro que elas compreenderam que para isso é necessário: cultura de cooperação, transparência nas negociações e confiança entre os elos. Mas apenas conhecer os elementos chaves para a integração não é o suficiente, e sim, conhecer os membros da Cadeia, para juntos, estabelecer as atividades que efetivamente agregam valor para o cliente e para isso, será utilizado como referencial a Cadeia de Valor de Porter. Os principais objetivos dessa aula são: Apresentar a Cadeia de Valor de Porter sob o viés da Cadeia de Suprimentos. Discutir a importância de mapear a Cadeia de Suprimentos. Explicar os tipos de fornecedores e clientes na Cadeia de Suprimentos. Expor a importância da integração entre os elos da Cadeia. Descrever as barreiras da integração na Cadeia. Logística Cadeia de Suprimentos Aula 3 – parte II Professora Rosinda Angela Silva Cadeia de valor e cadeia de abastecimento A utilização do conceito de Cadeia de Valor é relativamente recente nas organizações, mas tem trazido resultados interessantes, pois é uma maneira de analisar, avaliar e validar as atividades que realmente agregam valor para o cliente final. A ideia é que, quanto maior o fluxo do processo, maiores serão as chances de existir tarefas que não agregam nenhum valor, nem para o cliente, nem para o empreendimento. Para Porter (1989, p.33): ”toda empresa é uma reunião de atividades que são executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto. Todas estas atividades podem ser representadas fazendo-se o uso de uma Cadeia de Valores. A Cadeia de Valor desagrega uma empresa nas suas atividades de relevância, para que possa compreender o comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação. Uma empresa ganha vantagem competitiva, executando estas atividades estrategicamente importantes de forma mais eficaz”. Então, a partir da visão do autor, pode-se dizer que o papel da Cadeia de Valor é propiciar o entendimento de que a empresa é um conjunto de atividades interagentes que objetivam agregar valor ao cliente final. Por intermédio da análise criteriosa da sua Cadeia de Valor, uma empresa consegue compreender seus principais processos como um todo e a partir disso é possível desenvolver ações para ampliar o valor percebido pelo cliente, com foco no retorno financeiro do negócio. Para isso, os processos devem ser analisados desde as fontes de matérias- primas, passando pelas Cadeias de produção, de distribuição até o produto chegar ao cliente final. E nesse momento é possível identificar as atividades que são exaustivamente estudadas no conceito de Cadeia de Suprimentos. Observe que na primeira parte da figura têm-se as atividades de apoio, tais como Recursos Humanos, T.I e Aquisição, as quais são vitais para que a empresa consiga executar suas tarefas diárias com maestria e oferecer suporte as atividades primárias, que por sua vez são reconhecidamente elementos ganhadores de pedido. No modelo conceitual essas atividades primárias são: Logística Interna, Operações, Logística Externa, Marketing e Vendas, Atendimento ao Cliente. É claro que as atividades apresentadas no modelo conceitual são genéricas e devem ser adaptadas ou organizadas de acordo com o tipo de negócio. Os elementos ganhadores de pedido (atividades primárias) estão dispostos de uma forma lógica e direcionados para excelência do atendimento ao cliente. Entretanto são nessas atividades que os maiores riscos de falhas acontecem. Essas falhas nem sempre ocorrem por ingerências internas, pois, como uma Cadeia de Abastecimento é composta também de partícipes externos, nem sempre é possível evitar alguns problemas.Se não é possível evitar completamente a ocorrência de falhas nos processos entre os elos, certamente é possível identificar os pontos mais críticos dos processos e utilizar métodos de prevenção. Isso é importante ficar claro porque, quando se trabalha em Cadeia, os transtornos atingem todos os membros. Dessa forma, compete aos responsáveis em estabelecer a Cadeia de Valor identificar os processos críticos dentro dessas atividades para que possam desenvolver planos de contingência antecipadamente. A partir da análise detalhada das atividades apresentadas no modelo conceitual da Cadeia de Valor de Porter, é possível perceber que ela abrange todos os macros processos de uma organização, com ênfase na logística, que aparece em vários pontos. Assim sendo, a Cadeia de Valor tem por objetivo ajudar a empresa a identificar as atividades que efetivamente agregam valor ao cliente, seja no momento da aquisição de um bem, seja no recebimento de uma prestação de serviço. A proposta desse material é fazer com que o gestor compreenda a Cadeia de Valor pelo viés logístico e dessa forma identifique os possíveis gargalos entre os elos, e que com essas informações consiga desenvolver estratégias coerentes com os objetivos da empresa e com as competências e capacidades dos elos da Cadeia de Abastecimento. 4 Logística Cadeia de Suprimentos Aula 3 – parte III Professora Rosinda Angela Silva Mapeamento da cadeia de suprimentos Para visualizar a importância da Cadeia de Valor sob o viés logístico, é necessário mapear os processos que ocorrem entre os membros para garantir o efetivo controle das operações e maximizar o valor para o cliente. E isso pode ser realizado através da análise do mapeamento das atividades de valor que ocorrem entre os elos de uma Cadeia de Suprimentos. Mapear uma Cadeia de Abastecimento é “investigar” os membros para conhecê- los melhor com objetivo de compreender todos os processos que permeiam as atividades. Esse mapeamento normalmente é desenvolvido pela empresa focal, pois é quem tem maior interesse em saber com quem está se relacionando e assegurar se seus pares estão “executando tarefas” que são compreendidas pelo cliente como valor agregado. Após um mapeamento detalhado, é comum concluir que muitas atividades podem e devem ser eliminadas, pois não fazem a menor diferença no resultado final, apenas deixam o fluxo mais longo e elevam os custos operacionais. Atualmente, as empresas de melhores práticas buscam conhecer seus fornecedores em todos os níveis para diagnosticar quão forte e efetiva é, ou poderá ser, a Cadeia a qual faz parte. E isso não é apenas o desejo de “manter o controle” e sim, uma preocupação pertinente com o desempenho e a competência dos seus pares para se salvaguardar de futuros conflitos. Muitas informações são necessárias para que uma empresa focal possa planejar seu crescimento, por isso o conhecimento sobre as capacidades dos elos é primordial, pois uma empresa não cresce sozinha, ela necessita que seus fornecedores possam atendê-la com o incremento necessário. Além disso, outra preocupação pertinente das empresas focais com os elos da sua Cadeia é o estágio de desenvolvimento que os fornecedores mais distantes estão. (Nesse caso, os fornecedores dos seus fornecedores). Os motivos que levam as empresas focais investir no mapeamento da sua Cadeia são inúmeros, mas seguem os mais representativos: Conhecer a capacidade produtiva A capacidade de atendimento As tecnologias envolvidas nos processos A idoneidade da gestão de seus provedores Os impactos ao meio ambiente que a empresa produz As condições de trabalho que oferecem aos seus colaboradores Os dois últimos itens citados são de extrema relevância, pois uma empresa focal necessita ter certeza que em sua Cadeia não há ocorrência de trabalho escravo e/ou trabalho infantil e que tampouco seus provedores fazem uso de processos produtivos que agridem o meio ambiente. Essas preocupações não são “modismos” de empresas que querem fazer propaganda de quão “responsáveis são suas Cadeias”, mas, modelos de gestão responsáveis, socialmente e ambientalmente. É isso que a sociedade espera das organizações na atualidade. E no futuro, essa cobrança será ainda maior. A visão é que de nada adianta a empresa focal ter todas as certificações internacionais possíveis e títulos como “a melhor empresa para se trabalhar”, ou o “sonho profissional do jovem”, o que a torna uma referência empresarial, se os elos da sua Cadeia não têm a mesma visão, o mesmo preparo e as mesmas preocupações. É fato que existem outros motivos que podem ser averiguados durante o mapeamento de acordo com as características do negócio, porém se a empresa focal conseguir levantar no mínimo esses dados, já terá recursos suficientes para diagnosticar qual o comportamento padrão da sua Cadeia. E para que servem essas informações? Esse mapeamento é imprescindível para que a empresa focal possa planejar estrategicamente seu futuro, fato esse que impactará ou será impactado pelos elos da Cadeia. Logística Cadeia de Suprimentos Aula 3 – parte IV Professora Rosinda Angela Silva Níveis de fornecedores na cadeia de abastecimento Na Cadeia de Suprimentos, os fornecedores e clientes estão classificados por níveis ou por camadas e interagem com a empresa focal de forma horizontalizada. Sendo assim, quanto mais próximos estiverem da empresa focal, mais estreitos serão os relacionamentos, fato esse constatado quando se visualiza a estrutura da Rede que compõe uma Cadeia de Suprimentos. Entender os motivos pelos quais as redes se organizam dessa forma é imprescindível para o correto gerenciamento das operações. Devido a isso, serão apresentados alguns aspectos de impacto na Cadeia de Abastecimento e o relacionamento com seus fornecedores. Os fornecedores são vitais para o sucesso das operações de uma Cadeia de Suprimentos, pois na prática estes são os responsáveis pelo “movimento” da Cadeia. Considerando que as empresas dispostas dessa forma apresentam necessidades distintas, nesse caso isso significa que fornecedores de vários segmentos fazem parte da Rede, tais como: provedores de matérias primas (o mais reconhecido), de serviços de apoio, de transporte, de armazenagem, de manutenção, entre outros. É possível questionar se a empresa focal não se torna refém de seus fornecedores. Mas o fato é que uma Cadeia de Abastecimento não chega a ser tornar dependente dos seus fornecedores porque investe em gerenciamento de qualidade, monitoramento de desempenho dos seus pares e evita política de fornecedor exclusivo, principalmente para os itens críticos. Apesar de todos os cuidados com o sistema de fornecimento de uma Cadeia, mesmo assim as empresas focais despendem atenção especial ao relacionamento com seus fornecedores, porque de certa forma eles são responsáveis pelo atendimento de todas as suas necessidades. A seguir serão apresentadas algumas características dos relacionamentos com os fornecedores, dependendo da proximidade com a empresa focal. Fornecedores de 1º nível O relacionamento com esses fornecedores costuma ser amistoso, porém o nível de cobrança é bastante alto porque estes são vistos como responsáveis pela qualidade do atendimento a indústria. Normalmente o planejamento da produção da empresa focal é desenvolvido em parceria com esses provedores, os quais necessitam atender todasas prerrogativas previstas (normalmente contempladas nos contratos de fornecimento). Esses fornecedores costumam ser convidados a participar dos projetos de desenvolvimento de novos produtos e serviços, o que se torna vantajoso para ambas as partes. Quando os fornecedores são envolvidos desde a fase embrionária do projeto, as possibilidades de surgirem soluções com custos menores são maiores do que quando iniciam a interação no meio ou no final do projeto. Isso ocorre porque os provedores disponibilizam seu know-how e também colaboram com pesquisas de novos suprimentos e até novas tecnologias para o novo produto. Os fornecedores de 1º nível são incentivados para investir em novas tecnologias, melhorias de processos e também em modelos de gestão modernos para acompanhar a empresa focal com o desempenho esperado. O correto planejamento das atividades em conjunto com empresa focal facilitará a construção de bons relacionamentos e que juntos encontrem soluções para reduções de custos e de volume de estoques. Claro que para isso todas as empresas envolvidas nesse processo precisam ter a mesma visão. Fornecedores de 2º nível Esses fornecedores estão um pouco mais afastados da empresa comandante da Cadeia, mas ainda possuem alto grau de envolvimento com os projetos dela. A quantidade de fornecedores de 2º nível costuma ser bem maior que o número de fornecedores do 1º nível, mas isso tem uma explicação simples, que veremos na próxima tela. Por exemplo, uma indústria (empresa focal da Cadeia de Abastecimento) possui 5 fornecedores críticos de 1º nível. Esses 5 fornecedores possuem outros 5 fornecedores (críticos para estes), então já se tem 25 empresas distintas envolvidas no processo de fornecimento dessa indústria. Como os fornecedores de 1º nível são responsáveis por oferecer qualidade indiscutível para a empresa focal, da mesma forma exigem adequação dos processos dos seus provedores e isso se torna um círculo virtuoso, o que é formidável para que os produtos que chegam ao mercado atendam as expectativas do consumidor. O detalhe é que os fornecedores de 2º nível também possuem seus próprios fornecedores e assim sucessivamente, mas não há necessidade de detalhar tudo isso, é apenas como ponto de reflexão para compreender a complexidade que existe nesse processo de gerenciamento da qualidade dos provedores. Normalmente a gerenciadora da Cadeia procura conhecer os elos de forma que possam identificar onde existe a possibilidade de falhas, pois já foi constatado que a força de uma Cadeia de Abastecimento é representada pelo seu elo mais frágil, ou seja, pelo seu gargalo. O gargalo pode ser interno, como suas atividades de intralogística, por exemplo. O gargalo pode ser externo, quando envolve os elos da Cadeia. Além disso, os gargalos da Cadeia podem ser de ordens estruturais e de gestão. Para um bom gerenciamento dos fornecedores e se proteger dos gargalos, compete à gestão da Cadeia fazer o mapeamento adequado e utilizar as informações de forma inteligente para implantar melhorias. Logística Cadeia de Suprimentos Aula 3 – parte V Professora Rosinda Angela Silva Níveis de clientes na cadeia de abastecimento Os clientes são a razão da existência de todas as organizações. Todos os esforços (investimentos, melhorias, inovações, entre outros) são direcionados para que as empresas possam oferecer produtos de última geração e com alto nível de serviço agregado para o consumidor final. Para atingir esse objetivo as empresas se unem e formam as Cadeias para se fortalecerem e se organizarem de forma que consigam abastecer o mercado antes da concorrência. O cliente também é categorizado por nível, pois, dependendo da extensão da Cadeia, existem muitos intermediários envolvidos no processo. As empresas focais costumam acompanhar o comportamento do consumidor final do seu produto, independentemente da quantidade de intermediários, pois são eles que ditam as regras de mercado. Vamos observar a seguir alguns detalhamentos sobre esse importante elo da Cadeia de Abastecimento: O cliente! Clientes de 1º Nível A definição de cliente de primeiro nível dependerá do tamanho da Cadeia estudada. Se tomar como exemplo uma indústria que não vende diretamente para o consumidor, ela pode ter um Canal de Distribuição com muitos níveis. Para facilitar o entendimento: Uma grande indústria de calçados não realiza vendas diretas para o consumidor final, então sua cadeia ficaria como o esquema simples a seguir: Indústria de Calçados Atacadista ou Distribuidor Varejista/ Lojas Consumidor Final O esquema pode ter muitos outros atravessadores, então avalie quão difícil pode ser a tarefa de gerenciar as atividades integradoras desses elos e como manter todos comprometidos, em termos de qualidade e preço, se estão distantes da realidade da fábrica. Esse é um dos maiores desafios de uma Cadeia de Suprimentos: Manter todos voltados para o mesmo objetivo! Clientes de 2º Nível Os fornecedores de 2º nível já são entendidos como intermediários na Cadeia de Abastecimento, mas a empresa focal deve acompanhar as práticas negociais destes para garantir que seu produto não se torne inviável comercialmente. Para facilitar o entendimento: Quando a indústria vende seu produto para seu cliente de 1º nível, ela coloca uma margem de lucratividade para o seu produto. Da mesma forma, esse cliente também colocará uma margem para vender para o próximo nível e assim, sucessivamente. Cliente de 1º nível Cliente de 2º nível Cliente de 3º nível Empresa focal Indústria de Calçados Atacadista ou Distribuidor Varejista/ Lojas Consumidor Final Isso significa que quanto mais intermediários houver na Cadeia, mais alto pode se tornar o preço do item no mercado, ocasionando retração nas vendas. Esses e outros detalhes são essenciais para gerenciar melhor as operações e atingir bom relacionamento com esses importantes membros da Cadeia! $ $$ $$$ Logística Cadeia de Suprimentos Aula 3 – parte VI Professora Rosinda Angela Silva Parcerias e integração entre os elos da cadeia O mercado consumidor está muito mais exigente que outrora e esse é um dos principais desafios para as empresas que estão organizadas em Cadeia, porque de certa forma, uma decisão impacta em todos os membros. Embora um dos objetivos da Cadeia de Abastecimento seja buscar constantemente formas de melhorar os processos e consequentemente a competitividade dos seus membros, nem todos têm a mesma visão. Então para evitar aborrecimentos futuros, a escolha dos parceiros comerciais é primordial. O desenvolvimento de parcerias vai muito além dos contratos de fornecimento, pois é necessário compreender os principais elementos envolvidos. Vejamos na lista a seguir: O fornecedor apresentará maior comprometimento se conhecer o produto desde o projeto. A relação da parceria deve estar pautada em transparência e confiança. O fluxo de informações necessita ser ágil e assertivo. O respaldo da indústria para com seus provedores deve ser efetivo. O modelo de gestão dos envolvidos na Cadeia precisa ser similar. O planejamento e a organização devem abranger todos os elos (pelo menos dos níveis de maior envolvimento). A busca por soluções de conflitos entre os elos deve ser imediata. A busca constante por inovação e redução de custos precisa ocorrer com todos os membros. O entendimento
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