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Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto DISCIPLINA: DIREITO CIVIL PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO (andreroberto@smga.com.br) MATÉRIA: CONTRATOS EM ESPÉCIE Indicações de bibliográficas: “Direito Civil Esquematizado”, do Pedro Lenza e Carlos Roberto Gonçalves. “Manual de Direito Civil”, do Flávio Tartuce. Cursos Completos (“coleções”) do Carlos Roberto Gonçalves, Pablo Stolze, Nelson Rosenvald, Flávio Tartuce. Livro do Fábio Azevedo. “Código Civil interpretado conforme a Constituição”, coordenado por Tepedino (Editora Renovar). Leis e artigos importantes: Artigos 170; 179; 462; 481; 482; 484; 487; 488; 489; 491; 495; 496; 500; 501; 534; 1.267, todos do CC/02. Súmula 494, do STF. Palavras-chave: CONTRATOS EM ESPÉCIE. COMPRA E VENDA. INTRODUÇÃO. CONCEITO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA X CONTRATO DE PERMUTA. DENOMINAÇÃO NO DIREITO COMPARADO. CLASSIFICAÇÃO. ELEMENTOS ESSENCIAIS. COISA. PREÇO. CONSENTIMENTO. TEMA: COMPRA E VENDA PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO CONTRATOS EM ESPÉCIE COMPRA E VENDA INTRODUÇÃO A compra e venda é o contrato pelo qual uma das partes de obriga a transmitir o domínio de uma cosia, enquanto a outra se obriga pelo pagamento de um preço. O art. 481, do CC/02, define o contrato de compra e venda. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. CONCEITO “É o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a transferir à outra o domínio de uma coisa determinada, corpórea ou incorpórea, mediante o pagamento de certo preço em dinheiro ou em valor fiduciário equivalente” (Marco Aurélio S. Viana – Curso de Dir. Civil – Contratos, 2008, p. 142). CONTRATO DE COMPRA E VENDA X CONTRATO DE PERMUTA Na compra e venda, o elemento substancial da obrigação do comprador é o pagamento de um preço, através de dinheiro ou de valor fiduciário equivalente. Ao contrário, se o propósito for a permuta (troca de coisas), o que vai determinar que estamos diante de uma permuta é porque o elemento substancial é a troca e o dinheiro é apenas um complemento secundário. DENOMINAÇÃO NO DIREITO COMPARADO COMPRA E VENDA Expressão adotada pelo Direito Brasileiro, Direito Português, Espanhol, Chileno e Argentino (compra y venta). COMPRA Expressão adotada pelo Direito Alemão e Austríaco (Kaufvertrag) VENDA Designação adotada pelo Direito Francês (vente), italiano (vendita) e inglês (sale). CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA (a) É CONSENSUAL (em regra, não solene) O contrato de compra e venda se aperfeiçoa no momento em que é aceita a proposta e esta aceitação chega ao conhecimento do proponente. EXCEÇÃO apenas quando o legislador exigir forma especial, como ocorre na compra e venda de imóvel, quando se exige escritura pública. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto :: Obs :: Mas isso é diferente nos contratos reais. O contrato estimatório (venda por consignação, art. 534, CC/02) diz que a entrega é elemento de formação. Mas isso é diferente da compra e venda, que é perfeita desde de que me obrigue a entregar a coisa e não no exato momento da entrega. Portanto, trata-se de um contrato consensual, como regra. E, excepcionalmente será um contrato solene, quando a Lei assim o exigir. (b) É BILATERAL Isto é, o contrato de compra e venda gera obrigações recíprocas (reciprocidade de prestações). (c) Trata-se de um CONTRATO ONEROSO Isso porque impõe sacrifícios para ambas as partes. (d) É um contrato que pode ser COMUTATIVO OU ALEATÓRIO O ônus, a onerosidade pode ser pré-estabelecida de forma determinada e pressupostamente equivalente (o que daria a característica de comutativo). Ou poderia ser um contrato em que as partes assumiriam riscos de oscilação no valor dos seus sacrifícios (então o contrato seria aleatório). Numa compra e venda comutativa, se as prestações, após terem sido assumidas, sofrerem uma alteração acentuada nos seus valores (tornando-se desproporcionais) Se os fatos que motivaram isso são fatos imprevisíveis ou a própria alteração é desproporcional ao tipo de contrato, haverá a possibilidade de se pleitear a revisão do contrato ou a sua resolução por onerosidade excessiva. CASO CONCRETO – STJ Compra e venda de uma safra futura. O comprador não queria pagar o preço a maior (antes, havia se negociado um preço inferior), porque a lavoura havia sido atacada por uma praga (ferrugem asiática). Então, o STJ analisou se aquela ferrugem asiática era uma praga nova, desconhecida e que tivesse proporções muito exageradas no incremento do risco OU se aquilo era um fator conhecido, previsível. As provas nas instâncias inferiores já demonstraram que a ferrugem asiática já era conhecida no Brasil 10 anos do contrato ter sido celebrado! Logo, mesmo se aquele comprador não soubesse da existência, estava dentro da previsibilidade do risco assumido num tipo de contrato como esse. Então, o STJ não concedeu o pleito de revisão ou resolução do contrato por onerosidade excessiva. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto (d) O contrato de compra e venda pode ser, tanto de EXECUÇÃO INSTANTÂNEA, como de EXECUÇÃO DIFERIDA NO TEMPO Contrato de execução instantânea As prestações podem se cumprir no ato da contratação Contrato de execução diferida no tempo As prestações podem se cumprir ao longo do tempo. A REGRA é: primeiro se paga o preço e depois recebe a coisa. TODAVIA, quando a venda é à prazo e o preço é diferido no tempo, primeiro se recebe a coisa e depois, se paga o preço. (e) É um contrato DEFINITIVO O contrato preliminar é denominado “promessa/ compromisso de compra e venda”. E se diferencia da compra e venda definitiva, porque na promessa/ compromisso de compra e venda a prestação principal é fazer o contrato definitivo. (f) É um contrato TÍPICO É típico, porque o legislador prevê expressamente, regulamentando sobre os seus elementos principais. ELEMENTOS ESSENCIAIS DA COMPRA E VENDA (i) Coisa (res) O primeiro elemento é a coisa, corpórea ou incorpórea, dotada de valor econômico e que será transmitida ao comprador. (ii) Preço (pretium) O preço, que deverá ser pago em dinheiro ou em valor fiduciário equivalente. (iii) Consenso (consensus) É o acordo de vontade entre as partes, quanto às condições do negócio. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto :: Obs.01 :: A tradição e o registro também são elementos essenciais da compra e venda? R: Não, a tradição e o registro, como formas de execução da obrigação. - Art. 482, CC/02: Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço. - Art. 1.267, CC/02: Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico. :: Obs.02 :: O direito brasileiro se filiou ao Sistema romano-germânico.Sistema romano-germânico Compra e venda como fonte de obrigações. Sistema Ítalo-francês Venda como fonte do direito real de propriedade. eficácia translativa do direito real pelo próprio contrato. (i) Elemento: Coisa Deve ser coisa que esteja no comércio, isto é, alienável; Pode ser de coisas corpóreas (compra e venda em sentido estrito) ou incorpóreas (estaremos diante de uma cessão de direitos *); Pode ser compra e venda de coisas presentes ou futuras. Pode ser compra e venda de coisas determinadas ou determináveis (individuação). :: Obs.01 :: VENDA DE COISA ALHEIA (A NON DOMINO) Negócio inexistente (Arnaldo Rizzardo. Contratos, Forense, 10ª ed, p. 305). Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto Negócio nulo (direito francês). Negócio anulável (Carlos Roberto Gonçalves, 7a ed., p. 225) pelo terceiro prejudicado. INEFICÁCIA (Pontes de Miranda, Marco Aurelio S. Viana – POSIÇÃO MAJORITÁRIA). :: Obs.02 :: VENDA MEDIANTE AMOSTRA. - Art. 484, do CC/02: Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem. Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato. Ex: Caso concreto ocorrido no RJ >> Um comprador de um imóvel na planta foi visitar aquele “apartamento modelo” (“os primeiros que visitarem o nosso stand, e comprarem o apartamento na planta e ganharão o seu apartamento decorado” – no caso em tela eram os armários de uma determinada marca). O sujeito foi um dos primeiros a comprar o apartamento na planta. Ele fotografou os móveis que estavam sendo oferecidos, na decoração daquela cozinha. Mas, ao receber o imóvel, o sujeito reparou que os móveis da cozinha eram diferentes daqueles que estavam no mostruário. Era de uma qualidade muito pior Alegação da construtora O contrato dizia que a linha tal que seria entregue era o código tal (do mesmo fabricante, porém uma linha inferior). O problema é que havia diferença de qualidade entre o protótipo e os móveis do contrato. E mais, no mostruário não havia qualquer referência clara de que aquilo (que estava no apartamento modelo) não era o que estava sendo ofertado (o que permitia a indução ao erro). E, havendo divergência, prevalecerá a amostra. :: Obs.03 :: VENDA AD CORPUS E VENDA AD MENSURAM - Art. 500, do CC/02: Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. § 1 o . Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio. § 2 o . Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso. § 3 o . Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus. Quando a venda de um imóvel é estipulada por medida de extensão ou se determinar a respectiva área como elemento essencial do contrato, estaremos diante da Venda ad mensuram. E se essa venda não corresponder com a área informada, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e não sendo isso possível, poderá reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional do preço. ### Nesse caso, quais são as ações cabíveis? Ação ex empto Ação para obter o complemento de área (o comprador poderá obter a complementação da área); Ação Redibitória Ação para desconstituição do negócio (o comprador poderá obter a resolução do negócio); Ação estimatória (ação quanti minores) Ação para obter abatimento de preço (o comprador poderá obter o abatimento do preço). - Art. 501, do CC/02: Prazo decadencial. Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título. Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência. Não caberiam as ações edilícias supramencionadas no caso do §1º, do art. 500, CC/02, quando a referência às dimensões for simplesmente enunciativa (não for essencial), quando a diferença for de apenas 1/20 (5%) da área total. Isso porque a diferença mínima seria de caráter acessório, e não essencial. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto [ Venda ad corpus ] Quando a venda de um imóvel tem como propósito (das partes), a compra de coisa certa e determinada e não pelo pagamento de um preço pela medida de extensão - Art. 500, §3º, do CC/02: Art. 500, § 3 o . Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus. :: Obs.04 :: Consumidor que compra o imóvel na Planta e depois reclama que não tinha a área que foi informada. E o problema é conceitual. Julgado do TJ/RJ: “Ainda que assim não fosse, o acervo probatório dos autos revela, para além de qualquer dúvida, que não existiu divergência entre a área anunciada e área efetiva, mas sim confusão da autora entre os conceitos técnicos de área privativa (que abarca toda a área de futuro domínio do adquirente, incluindo os espaços ocupados por paredes divisórias internas) e área útil (somatório da metragem quadrada de cada um dos cômodos individuais que compõem o imóvel). No caso concreto, a mesma planta humanizada recebida pela autora na fase pré-contratual, embora informasse a área privativa apenas, indicada com precisão incontestada a medida interna de cada uma das paredes, de cada um dos ambientes interiores do imóvel donde se poderia obter, por simples operação aritmética, o valor da área útil de cada cômodo e, logo, da área útil total da unidade. Essa circunstância, aliada à visita prévia ao apartamento modelo, de dimensões idênticas ás do imóvel adquirido preenchem satisfatoriamente o dever de informação clara e adequada (art. 6º, III, CDC) e afastam o alegado direito á indenização”. (ii) Elemento: Preço - Art. 485, do CC/02: Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto - Art. 486, do CC/02: Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar. - Art. 487, do CC/02: Art. 487. É lícito às partes fixar o preçoem função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação. Deverão ser utilizados índices oficiais (índices reconhecidos pelo Poder Público, como índices de inflação, ou índices de preços – IGPM, IPC e etc) É vedado o uso do dólar como índice de reajustamento, salvo nos casos em que a Leis expressamente autoriza a variação cambial como índice de correção. - Art. 488, do CC/02: Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor. Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio. - Art. 489, do CC/02: Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço. É nulidade, porque seria uma cláusula abusiva. :: Obs.01 :: EXIGIBILIDADE DO PREÇO. - Art. 491, do CC/02: Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado. (iii) Elemento: Consentimento Nos contratos de compra e venda não solenes: o simples acordo de vontades obriga a entrega da coisa pelo vendedor, e do preço pelo comprador; Nos contratos solenes: o simples consenso não tem força definitiva, mas possibilita o enquadramento do negócio como contrato preliminar (art. 462, CC/02). :: Obs :: Ver também Conversão Substancial (art. 170, CC/02). Aplicação do princípio da conservação do contrato no instituto da Conversão Substancial. Efeitos ex tunc à data da celebração, como se, desde o 1º momento as partes quisessem querido a promessa de compra e venda. Resultado prático Dou exigibilidade ao contrato, eu permito que esse contrato seja eficaz (não como compra e venda definitiva, mas sim como promessa de compra e venda). Capacidade e Legitimação: Para que o consenso, ser apto a formar um contrato válido e eficaz, é preciso que as partes sejam capazes e legitimadas para comprar, de um lado, e vender, do outro. - Art. 496 c/c 179, ambos do CC/02: Venda de ascendente para descendente. Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória. # Qual é a ratio legis deste dispositivo? R: É a proteção da legítima. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto É necessária a participação do cônjuge, porque o herdeiro foi alçado à categoria de herdeiro necessário (art. 1.845, CC/02), em concurso com os demais descendentes (art. 1.829, I, CC/02). ## E se o regime for o da Separação Obrigatória? Art. 496, p.ú., CC/02. R: O problema é que o Poder Judiciário ainda não se acertou a respeito de qual separação obrigatória estaria se referindo o legislador. Separação obrigatória = Sempre foi aquela imposta pelo ordenamento jurídico (essa separação deriva da Lei) Mas alguns autores passaram a defender a tese de que a Separação Obrigatória é toda aquela é que integral/ total (essa separação deriva de convenção). Mas isso não é pacífico. Isso porque muitos julgadores só excluem a Separação Obrigatória por Lei (aquela imposta pelo ordenamento jurídico). Assim sendo, em alguns casos, os julgadores afirmam que a Separação Obrigatória por Convenção não afasta o direito sucessório e, portanto, o casado em separação convencional teria que anuir. ### Teria legitimidade e interesse (de agir) para impugnar o ato de venda do ascendente ao descendente o cônjuge casado pelo regime da separação convencional de bens? R: Se eu entender que, pela literalidade, Separação Convencional dá direito à herança, em concurso com os descendentes, então a resposta seria SIM, ele tem interesse em impugnar porque ele poderia estar sendo prejudicado na sua legítima (poderia estar havendo uma burla ao seu direito sucessório). Súmula 494, do STF Está superada. O art. 179, do CC/02 a afastou. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO DISCIPLINA: DIREITO CIVIL – CONTRATOS EM ESPÉCIE PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO MATÉRIA: COMPRA E VENDA Indicações de bibliográficas: Direito esquematizado do Pedro Lenza e Carlos Roberto Gonçalves. Vol. 1. Editora saraiva. Manual de direito civil, do Cristiano Sobral. Manual de direito civil, da editora Gen. Código civil interpretado conforme a constituição. Gustavo Tepedino, edi, tora renovar, vol. 1. Obra para completar o estudo. Direito civil parte geral, prof. Fabio Azevedo, editora Lumen iuris. Nelson Rosenvald, editora Juspodium Leis e artigos importantes: ARTS. 500, 501, 504, 505, 506, 507, 508, 509, 510, 513, 516, 517, 518, 520, 521, 522, 523, 524, 525, 533, 1267, 1268, 1373, 1641 do CC/02 Palavras Chaves: Contratos em espécie, compra e venda, características, elementos essenciais, permuta. TEMA: COMPRA E VENDA continuação PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO andreroberto@smga.com.br Facebook: facebook.com/prof.andreroberto. TEORIA GERAL DOS CONTRATOS. (artigos 481, do CC/02) Livros recomendados: Carlos Roberto Gonçalves possui posição mais conservadora (usar para provas objetivas). Contratos em Espécie – artigo 481 à 853 do CC/02. Compra e venda Doação Fiança Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Transporte Contrato de Seguro Contrato de Empréstimo. CONTRATO DE COMPRA E VENDA continuação Cláusulas Especiais: 1) Retrovenda → arts. 505 a 508 do CC/02. No ato da contratação é pactuada a retrovenda no prazo de 3 anos (maior prazo permitido pela lei), dentro desse prazo o vendedor terá direito potestativo de resgate, de recomprar a coisa pelo mesmo preço que vendeu. Mesmo que o comprador não queira revender o imóvel, dentro de 3 anos terá que fazer, só podendo ser cobrado a mais os valores das benfeitorias e despesas. Esta cláusula gera uma situação incomum, o comprador está aceitando um estado de sujeição da coisa mediante restituição do preço pago, ficando ainda sujeito a ter que pedir autorização para intervir na coisa. Só se justifica em hipóteses remotas, quando, por exemplo, o comprador está ajudando o vendedor que deve estar em momento de dificuldade. Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. Não cabe análise que querer ou não vender. Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador. Art. 507. O direito de retrato (resgate), que é cessível (nãoé personalíssimo) e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente. Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral. Esta cláusula já foi muito utilizada como forma de burla a lei, não existia alienação fiduciária de imóvel como forma de garantir dívida. O grande problema é ela ser usada como instrumento de simulação, que encobre a agiotagem, que empresta sob juros abusivos no excesso. É feita compra e venda a preço superfaturado, e na verdade empresta valor menor estabelecendo prazo de resgate. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO No passado (CC/16) quando era um vício social, havia vedação que as partes que sabiam da operação não podiam alegar tal fato por sua própria torpeza. Neste caso se resolvia, porque a simulação dizia respeito somente às partes, sem prejuízo de terceiro. Direito de preferência: artigo 513 do CC/02 Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. Esta cláusula pode ser aplicada para negócios imobiliários como compra e venda de bens móveis. Na retrovenda obriga o comprador a se sujeitar a recompra, na preferencia não pode obrigara a revender, só pode ter a preferência se ele quiser revender neste período. Na retrovenda o preço do resgate é o original, enquanto na preferência não tem nenhuma vinculação, será o preço oferecido no ato da recompra. Outro aspecto é que a cláusula especial de preferencia é personalíssima, diz o legislador no artigo 520: Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. Assim, se o vendedor vier a falecer não haverá mais direito de preferencia. Na retrovenda, esta possui eficácia real, enquanto na preferência é direito personalíssimo, não se opõe a terceiro, não podendo haver adjudicação. Art. 518 do CC/02: possui correlação com a lei de locação. Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé. (EFICÁCIA OBRIGACIONAL) Na locação existe a duas possibilidades, quando averbado no registro possui eficácia real, e quando não averbado com eficácia meramente obrigacional (inter partes), quando caberá somente perdas e danos. O que difere do direito de preferencia do locatário quando averbado o contrato. Lei 8245/91 conferirá eficácia real ao direito, portanto, erga omnes, ensejando a adjudicação compulsória mediante depósito, dentro do prazo de 6 meses. Venda de quinhão em coisa comum (legal) Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Art. 504 do CC/02. Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. (eficácia real – adjudicação compulsória) Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço. Obs.: Mesmo que queira registrar a clausula de preferencia de compra e venda no sentido de adjudicar não é possível, pois a lei não deu essa possibilidade. Somente no caso da locação. Direito de superfície → art. 1373 do CC/02. Art. 1.373. Em caso de alienação do imóvel ou do direito de superfície, o superficiário ou o proprietário tem direito de preferência, em igualdade de condições. O legislador introduziu outro direito de preferência. 1ª Corrente: Venosa afirma que se a eficácia real é típica a solução seria trata-la como obrigacional, ou seja, gerando perdas e danos no prazo prescricional. 2ª Corrente: Para Nelson Rosenvald a solução seria dar direito real do direito de preferencia oriundo do direito de superfície, cabendo assim adjudicação.. Por se tratar de direito real, a eficácia desse dispositivo legal deveria ser contra todos, pois relacionado ao direito de superfície, com esse argumento caberia adjudicação compulsória, fincando em dúvida somente ao prazo, que seria a lei de locações de 6 meses, ou ao 504, 180 dias. Na 5ª Jornada de direito civil aprovou esta posição Cláusula especial de preferência da compra e venda: Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor. (PRAZO DECADENCIAL PARA MANIFESTAÇÃO) deve ser analisado conjuntamente com o artigo 513 do CC/02, que trás o prazo de vigência da preferência para bens móveis e imóveis, prazo de vigência do direito, ocorrendo a hipótese de revenda, tendo sido informado terá prazo para se manifestar que será o convencionado ou o legal. Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a quem ele toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita. Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé. (EFICÁCIA OBRIGACIONAL) Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. (CARÁTER PERSONALÍSSIMO) 2) Venda a contento e sujeita a prova (art. 509 e 510 do CC/02) → venda sob condição suspensiva, normalmente é estabelecido prazo para manifestação. Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. 3) Venda com reserva de domínio → enquanto o preço não for integralmente pago a coisa não estará plenamente disponível. Feita a tradição já está assumindo o risco, mesmo que somente se torne dono após o pagamento integral. Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros. Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínioa coisa insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé. Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue. Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial. Com a reserva de domínio o vendedor pode perseguir a coisa, caso haja o inadimplemento. 4) Venda sobre documentos TROCA OU PERMUTA Apesar de ainda estar o código, quase não é mais utilizado. Art. 533 do CC/02 Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações: I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca; II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. (para evitar desvio da legítima) Se há valor em dinheiro, por mais que tenha o nome de permuta será compra e venda. 1ª Uma corrente afirma que se o objeto ou a coisa permutado tiver valor maior que 50% do todo da operação, então preponderaria a permuta e o preço seria torna. 2ª Nelson entende que deveria prevalecer a autonomia privada. Permuta Imobiliária → os custos referentes às escrituras e outros documentos cada uma das partes pagará cota pelos documentos. Não é necessária anuência do cônjuge se ele não for herdeiro necessário. Classificação: 1) Bilateral; 2) Oneroso → as duas partes assume sacrifícios. 3) Comutativo; 4) Consensual (regra). Já que se aperfeiçoa ordinariamente pelo simples consenso, pelo acordo de vontade. As partes podem trocar/permutar inclusive os riscos, de modo que aquele que tema posição passiva, limita o risco do pagamento em 30% mais e o outro limita o seu risco em até 30% menos. Operação comum no mercado financeiro. Permuta com torna ou saldo em dinheiro: 1. Posição majoritária: critério quantitativo → se a prestação preponderante for coisa, o contrato será de permuta, se for dinheiro será compra e venda. 2. Posição contrária: critério qualitativo → deve ser aferida a real intenção das partes. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO DISCIPLINA: DIREITO CIVIL PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO MATÉRIA: CONTRATO EM ESPÉCIE Indicações de bibliográficas: Direito esquematizado do Pedro Lenza e Carlos Roberto Gonçalves. Vol. 1. Editora saraiva. Manual de direito civil, do Cristiano Sobral. Manual de direito civil, da editora Gen. Código civil interpretado conforme a constituição. Gustavo Tepedino, edi, tora renovar, vol. 1. Obra para completar o estudo. Direito civil parte geral, prof. Fabio Azevedo, editora Lumen iuris. Nelson Rosenvald, editora Juspodium Leis e artigos importantes: ARTS. 481, 533, 534, 535, 536, 537, 538 a 564, 2002, 2007 do CC/02. Sumula 153 do STF. Enunciado 32 do CJF. Palavras Chaves: Contratos em espécie, troca ou permuta, contrato estimatório, doação, classificação, elementos. TEMA: TROCA OU PERMUTA, ESTIMATÓRIO, DOAÇÃO. PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO andreroberto@smga.com.br Facebook: facebook.com/prof.andreroberto. CONTRATOS. (artigos 481, do CC/02) Livros recomendados: Carlos Roberto Gonçalves possui posição mais conservadora (usar para provas objetivas). Contratos em Espécie – artigo 481 à 853 do CC/02. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO CONTRATO ESTIMATÓRIO Conceito: para Caio Mário seria aquele pelo qual uma pessoa, denominada consignante, entrega bens móveis a outra, denominada consignatária, que fica autorizada a vende-los, pagando aquela o preço ajustado, salvo se preferir no prazo estabelecido restituir-lhe a coisa consignada (artigo 134.) Art. 534 do CC/02. Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. Enunciado 32 do CJF → entende que o artigo 534 deve ser interpretado que se transfere o poder de alienação da coisa com a opção do pagamento do preço ou restituição. 32 - Art. 534: no contrato estimatório (art. 534), o consignante transfere ao consignatário, temporariamente, o poder de alienação da coisa consignada com opção de pagamento do preço de estima ou sua restituição ao final do prazo ajustado. Sujeitos: 1. Consignante (ou tradens ou concedente) 2. Consignatório (ou Accipiens ou concessionário) Podem ser pessoa física ou jurídica ou mesmo, excepcionalmente, o ente despersonalizado. Objeto Mediato: podem ser objeto de contrato estimatório somente bens móveis. Como explica Caio Mário, “não somente em razão do formalismo exigido para a transmissão imobiliária, mas também porque a venda a terceiros não se opera no contrato estimatório, em nome do tradens, mas no do accipiens, como se sua fosse”. Ex.: as Livrarias recebem normalmente os livros através de contratos estimatórios. IMPORTANTE: As coisas consignadas estão sujeitas a serem enjeitadas por vicio redibitórios pelo consignatório, bem como este tem a obrigação de restituí-las, se assim optar, em perfeito estado de conservação, sendo, portanto, recomendável sejam as coisas minuciosamente descritas no ato da consignação. Art. 535 do CC/02 Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Depois que o consignatário recebe o produto em perfeito estado, qualquer coisa que acontecer depois que cause o perecimento da coisa, será de sua responsabilidade. Objeto Imediato: é a prestação, o bem da vida que se pretende. Há controvérsia quanto ás obrigações assumidas pelas partes no contrato estimatório, se restituir a coisa seria uma faculdade: 1ª Para parte da doutrina, o contrato estimatório atribuiria ao consignatário à obrigação de pagar o preço estimado ou facultativamente, restituir a coisa consignada. Neste sentido Sylvio Capanema, Venosa, Rizzardo, Maria Helena Diniz, dentre outros; 2ª Para outros, entretanto, haveria na verdade obrigação alternativa do consignatário, que escolheria entre pagar o preço ou restituir a coisa. Neste sentido, Waldirio Bulgarelli e Caio Mario da Silva. Se a coisa perecer na obrigação alternativa, não haveria mais a faculdade teria que se pagar a coisa. Natureza Jurídica: Para Caio Mário, por exemplo, o contrato estimatório e um contrato autônomo que tem natureza de obrigação alternativa; Já Arnaldo Rizzardo entende como uma figura autônoma situada entre a compra e venda, o depósito e o mandato sem representação; Para Venosa, por sua vez, tratar-se-ia de um mandato para vender; Trata-se de discussão mais histórica. Eram maiores quando havia a atipicidade deste contrato. Eficácia da Tradição: Enquanto a entrega não acontecer não estará feito o contrato. O efeito translativo do domínio fica sob condição suspensiva que se implementacom a venda a terceiros ou com o pagamento do preço. Sendo alienada a coisa para terceiros, não poderá o consignante reclamar a sua restituição por falta de pagamento nem reintegrar-se na posse da mesma, pois a venda realizada pelo accipiens ao terceiro é perfeita. Enquanto não pago o preço e nem vendida a coisa a terceiros, não podem estas serem penhoradas por dívidas do consignatário, vez que não se operou a transmissão do domínio, mas tão somente o poder de disposição. Não vai garantir ao conjunto de credores do consignatário, o que reforça a ideia de obrigação alternativa. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Preço: O preço estimado é elemento essencial do contrato estimatório. Isto não significa, porem, que o preço deve constar obrigatoriamente do contrato firmado inicialmente, podendo ser fixado posteriormente segundo critérios previamente, como fixação por terceiros ou sua variação em bolsa de valores. O preço deve ser fixado em moeda corrente do país, sendo vedada sua vinculação ao ouro, moeda estrangeira ou variação cambial desta. Artigo 318. Sobrepreço (over price): É uma característica do contrato, pois o consignatário ganha com o sobrepreço. Ele facha o contrato em nome próprio com terceiro. É a diferença verificada entre o preço estimado pelo consignante e aquele obtido na venda pelo consignatário e que somente a este pertence. O preço estimado diz respeito exclusivamente ao consignante e ao consignatário. Prazo: É igualmente intrínseco ao contrato estimatório, presente no próprio conceito. Artigo 534 do CC/02. Pode ser previamente fixado ou indeterminado, conferindo elementos de interpelação para estabelecer o termino da relação. Entendem alguns, minoritariamente, que a omissão do prazo no contrato estimatório o invalidaria. A doutrina majoritária, no entanto, entende válida a avença, ficando o prazo regulado pelos usos e costumes relativos ao negócio. Mora: Se houver termo expresso a mora será ex re, fazendo incidir juros de mora, correção e perdas e danos. (art. 397 do CC/02) Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Não havendo prazo determinado a interpelação prévia seria necessário, mora ex- persona, conferindo prazo para o cumprimento da obrigação. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Incorrendo em mora o consignatório: Se o consignatário houver vendido a coisa, caberá execução do contrato pelo preço estimado acrescido dos encargos legais e contratuais. Se o consignatário ainda estiver na posse da coisa, mas se recusar a pagar o preço ou devolver o bem, caberá ao consignante demandar pela restituição, podendo inclusive valer-se do interdito da reintegração na posse. DOAÇÃO → arts. 538 a 564. Conceito: art. 538 do CC/02 Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Classificação: Contrato consensual, unilateral (cria obrigação apenas para o doador1), gratuito2, típico e, em regra, formal. Exige a forma escrita, sob pena de ser inválido. Precisa ser escrito para se permitir interpretação do que o doador queria, para que não se dê a intenção dele maior extensão do que ele quis dar. Exceção: doação de bens móveis de pequeno valor que se realiza pela simples tradição, prepondera que pequeno valor vai considerar o patrimônio do doador. Art. 541 do CC/02. Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. Poderá haver doação com encargo. Vale lembrar que o encargo será sempre desigual não descaracterizará a liberalidade. A doação verbal de um imóvel é interpretada como comodato pela jurisprudência. O problema é que se é tratado como comodatário vai poder alegar usucapião. 1 O que transfere o domínio é a tradição. 2 Será oneroso quando tiver encargo, mas em regra não gera esse encargo. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Manifestação de Vontade: Doador: ânimus donandi → interpreta-se restritivamente (art. 114). Donatário: Aceitação expressa. o Exceção1. Silêncio circunstanciado → só é cabível este tipo de aceite na doação pura e simples (art. 539). Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo. o Exceção2. Doação em razão de núpcias (propter núpcias → art. 546). Se o casamento aconteceu não pode ser impugnada. Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar. o Exceção3. Doação ao absolutamente incapaz (art. 543) se pura. Não pode constituir ônus ou gravame que prejudique o incapaz. Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura. Modalidades: 1) Pura e simples → ver arts. 539, 552 e tb. Arts. 392, 441 PU e 447. O doador só vai ser responsabilidade no caso de doação dolosa, não respondendo o doador por culpa simples. Dentro desta lógica o doador não tem responsabilidade por vícios ocultos, a não ser que tenha má-fé. 2) Contemplativa → art. 540. Ex.: Premio Nobel. Doação feita em contemplação, por merecimento. 3) Remuneratória → art. 540. Ex.: retribuição a uma indicação por um amigo. Não cria obrigação, o doador o faz por liberalidade, retribui serviço que não teria valor estipulado ou cobrando valor a menor, e por ato de liberalidade resolve remunerar serviço, ou doar valor maior. Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto. 4) Doação com encargo → art. 553 do CC/02. a. Em favor do próprio doador; b. Em favor de terceiro; c. No interesse geral. Ex.: que a pessoa se comprometa a doar 5% do faturamento todo ano. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito. Ex.: Vai ter um doador assumindo como prestação da coisa ao donatário, que por sua vez assume um encargo, que pode ser em favor do próprio doador ou pode ser em favor de terceiro determinado, que é o beneficiário ou pode ser em favor do interesse geral. Estaremos diante de estipulação em favor de terceiro, em que o estipulante seria o doador, e o beneficiário o terceiro ou a coletividade. Execução do encargo (exigibilidade do cumprimento) x Revogação da doação por descumprimento (resolução). Se o encargo for estabelecido como forma de suspensivo, ele somentese caracterizará quando houver adimplemento do encargo. A execução específica, pode o doador exigir o encargo pode ser promovida pelo doador ou se houver beneficiário determinado, este poderá exigir o cumprimento do encargo. No caso de benefício em geral, cabe ao doador executar o donatário para exigir que se cumpra, depois da morte do doador, cabe ao MP exigir o cumprimento do benefício. Entretanto, o descumprimento do contrato pode gerar uma resolução do contrato, mas para a mora tem que se transformar em descumprimento absoluto, não pode ser inadimplemento mínimo. Gerando a revogação, que somente poderá ser requerida pelo doador. Teria o terceiro cobrar? Se ele tratar o encargo como mora sim. Teria legitimidade para executar o encargo, mas não pode revogar a doação que é personalíssima. Doação sob a forma de subvenção periódica. Art. 545 do CC/02. Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. A regra geral é que com a morte de qualquer das partes contratantes a doação por subvenção periódica se extingue. Não se transmitindo por herança, entretanto pode o doador estabelecer que a obrigação de subvenção periódica prossiga na força da herança. Assim o espólio e herdeiros continuarão tendo que cumprir a obrigação. O crédito criado é personalíssimo. O donatário terá esse direito enquanto viver, mas este direito não passa aos herdeiros. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO O legislador só proibiu que o benefício da subvenção passasse da pessoa do donatário, na figura do donatário. Doação com cláusula de reversão: Art. 547 Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro. CUIDADO apara não confundir com o saber se esta clausula é oponível a terceiro. Ela é oponível porque agrava o bem doado, tornando resolúvel mesmo que esteja na posse de terceiro. Mas esta cláusula não serve para reverter para terceiro, pois isso seria o chamado pacto corvina. Obs1: Efeito da comoriência. A comoriência é presunção do momento da morte, ou seja, morte simultânea. A cláusula de reversão perde o efeito. Obs2: art. 547, PU e pacto corvina (art. 426). No caso de morte presumida a reversão se opera na data em que a sentença declara a morte. O doador tem interesse em entrar com procedimento de ausência. Ex.: Pai está fazendo doação de imóvel ao filho com cláusula de reversão. Esse contrato feito por instrumento público deverá constar a clausula de reversão que deverá ser registrada na matrícula do imóvel. A causa que pode levar a resolução desta propriedade é previamente conhecida. A causa da resolução é a premoriência do filho que reverterá a propriedade para o pai. Diferente do que acontece na revogação, pois esta não pode prejudicar terceiro, por se basear em causa superveniente. Somente o doador pode ser beneficiário da reversão. Pablo Stolze - defende a aplicação do instituo da conversão social quando couber a doação causa mortis para conversão em testamente se válida for as formas. Se permite no direito português, mas no direito brasileiro não se permite. Seria forma de se preservar parte dos efeitos. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Doação Universal → nulidade absoluta. Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. O Objetivo é evitar que o devedor seja levado à mendicância. Historicamente a doação universal tem cunho religioso, como é o caso dos seguidores de Francisco de Assis. Em vida pessoa pode pretender doar todos os seus bens aos seus herdeiros, desde que tenha recursos (aposentadoria, pensão, salário) se manter pode doar. Para que o ato não venha a ser impugnado é necessário que se reserve usufruto. Doação de ascendente para descendente. Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Ela é considerada antecipação da legítima, e no futuro o bem será colacionado. Obs1: Até o limite disponível dispensa anuência dos demais. Obs2: Doação inoficiosa → artigo 549 e 2007. Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. Os herdeiros podem questionar a doação por ser nula a doação que ultrapassar os limites da disposição em testamento. No ato de doar, pode se declarar que a parte doada não seja parte da legítima, e a vênia dos demais serve como útil para mostrar que no momento em que realizou a doação estava dentro do limite disponível. Se houver silencio será antecipação de legítima. A validade da doação precisa que se respeite o limite de 50% no momento em que efetuou a doação. Se variar o patrimônio depois da doação ainda será válida a doação. Colação - Art. 2002 do CC/02. Art. 2.002. Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação. Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível. Colação não favorece outros que não os herdeiros necessários. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Os bens trazidos à colação no inventário não serão usados para aumentar a parte disponível no momento da morte. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto DISCIPLINA: DIREITO CIVIL PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO (andreroberto@smga.com.br) MATÉRIA: CONTRATOS EM ESPÉCIE Indicações de bibliográficas: “Direito Civil Esquematizado”, do PEDRO LENZA e CARLOS ROBERTO GONÇALVES. “Manual de Direito Civil”, do FLÁVIO TARTUCE. Acompanhar os informativos do STJ e do STF. Cursos Completos (“coleções”) do CARLOS ROBERTO GONÇALVES, PABLO STOLZE, NELSON ROSENVALD, FLÁVIO TARTUCE. Livro do FÁBIO AZEVEDO (bem aprofundado na Parte Geral do Direito Civil). “Código Civil interpretado conforme a Constituição”, coordenado por TEPEDINO (Editora Renovar). Leis e artigos importantes: Artigos 333; 542; 543; 544; 550; 551; 554; 555; 556; 557; 558; 559; 560; 561; 562; 563; 579; 581; 582; 583; 586; 587; 591; 627; 633; 637; 641; 643; 645; 1.475, todos do CC/02. Artigos 902 e 904, do CPC. Palavras-chave: CONTRATOS EM ESPÉCIE. CONTRATO DE DOAÇÃO. MODALIDADES DE DOAÇÃO. REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO. COMODATO. MÚTUO. DEPÓSITO. QUADRO COMPARATIVO. TEMA: DOAÇÃO, COMODATO, MÚTUO, DEPÓSITO PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO CONTRATOS EM ESPÉCIE CONTRATO DE DOAÇÃO (artigos 538 a 564, CC/02) (continuação) (9) Doação entre cônjuges (art. 544, do CC/02) Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto :: Obs :: Controvérsia em torno do regime de separação obrigatória de bens. Se houver doação de um cônjuge casado no Regime de Separação de Bens ao outro, o adiantamento da legítima vai depender de como se interprete a norma jurídica do direito sucessório. Isso porque o art. 1.829, I, ao prever o direito sucessório,diz que o cônjuge concorrerá com os descendentes na herança do falecido, desde que não seja casado no Regime da Comunhão Universal (não há bens particulares para serem doados entre si) ou no Regime de Separação Obrigatória de bens. Então, se o cônjuge for casado no Regime da Separação Obrigatória de Bens e faz, posteriormente, a doação para o outro cônjuge, isso não é antecipação de legítima, porque este cônjuge não vai concorrer com os descendentes numa eventual sucessão. Logo, é preciso observar se essa doação respeitou os limites da parte disponível. Se, por outro lado, a doação foi feita ao cônjuge casado no Regime da Separação Total Convencional, cairemos na discussão se a Separação Convencional permite ou não a concorrência sucessória dos cônjuges com os descendentes. Atualmente, há 02 entendimentos no STJ: 1º entendimento A Separação Convencional não retira a qualidade de herdeiro, em concurso com os descendentes, porque não foi expressamente excluído. Então, neste caso, a doação de um cônjuge ao outro importaria antecipação de legítima, porque esse cônjuge participaria, depois, como herdeiro. 2º entendimento (Nancy Andrighi) O cônjuge casado com o outro no regime da Separação Convencional não teria participação sucessória, senão quando não houvesse descendentes (mas em concurso com os descendentes estaria excluído). Então, a doação feita de um cônjuge a outro não importaria antecipação de legítima. Essa posição não está expressa na Lei. (10) Doação ao concubino (art. 550, do CC/02) Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. É a doação ao concubino no concubinato impuro e não doação ao companheiro (porque doação ao companheiro não tem problema). Portanto, a doação feito pelo cônjuge adúltero ao concubino, no adultério, é anulável! :: Obs :: Controvérsia na interpretação do art. 550, do CC/02: se a legitimidade seria concorrente ou se a legitimidade seria sucessiva. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto Se entender que a legitimidade seria concorrente O cônjuge ou os herdeiros necessários poderão impugnar. Assim sendo, todos os integrantes teriam a legitimidade para propor a ação anulatória. Se entender que a legitimidade seria sucessiva A legitimidade seria do cônjuge até 02 anos do fim da sociedade conjugal, decorrente da separação ou divórcio. O Entendimento Majoritário é que cabe ao cônjuge a anulação e só no caso de morte deste é que seus herdeiros necessários poderiam impugnar. (11) Doação Conjuntiva (art. 551, do CC/02) Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende- se distribuída entre elas por igual. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo. :: Obs :: Direito de acrescer entre cônjuges (art. 551, .p.ú., CC/02). O direito de acrescer é permitir que a parte que caberia a um se estenda ao outro, que passa a ser o dono de tudo. Então, a cota parte que seria de um dos cônjuges passará a ser do outro cônjuge, no caso de morte (passando a pertencer totalmente ao outro). - Direito de Acrescer e Doação com reserva de usufruto: Ex: Marido e mulher realizaram uma doação como antecipação da legítima (eles doaram os bens, em vida, para os seus herdeiros), mas colocaram em favor deles, a cláusula de reserva de usufruto. E fizeram constar nesse mesmo instrumento, o direito de acrescer entre os usufrutuários. Então veja bem: eles são os doadores dos bens, reservam para si o usufruto desses bens (para não ficarem sem renda) e inserem neste mesmo instrumento uma cláusula que lhes atribui direito de acrescer no caso de morte de um ou de outro (assim, se um deles morrer, o outro passa a exercer usufruto na plenitude da coisa). (12) Doação a entidade futura (art. 554, do CC/02) Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto :: Obs :: É ≠ da doação ao nascituro (art. 542, CC/02) ≠ doação ao absolutamente incapaz (art. 543, CC/02). É diferente da doação ao nascituro, porque nesta o que temos é uma doação que uma vez aceita pelo representante do nascituro, essa doação é válida e apenas tem a sua eficácia suspensa (já que o nascituro é considerado legitimado para receber a doação), sob a condição do nascimento com vida. REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO - Irrevogabilidade (art. 564, do CC/02) Art. 564. Não se revogam por ingratidão: I - as doações puramente remuneratórias; II - as oneradas com encargo já cumprido; III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural; IV - as feitas para determinado casamento. - Revogabilidade (artigos 555 ao 563, do CC/02) Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. A Justa causa é: Ingratidão ou; Inexecução do encargo (segue a lógica do inadimplemento contratual). - Art. 556, do CC/02: Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário. # Eu não posso renunciar antecipadamente, mas posso renunciar depois que a ingratidão foi praticada? Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto R: Sim. Depois da ingratidão praticada, eu posso perdoar. E o perdão significa abrir mão do direito à revogação (eu estaria abrindo mão do direito de revogar em relação àquela ingratidão especificadamente). - Art. 557, do CC/02: Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele; II - se cometeu contra ele ofensa física; III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. - Art. 558, do CC/02: Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador. Admite-se que todos os fatos considerados atentatórias a essa gratidão, que eles sejam praticados não somente em relação ao próprio doador, mas também a todos aqueles que guardam um vínculo familiar mais próximo com o doador. - Art. 559, do CC/02: Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor. - Art. 560, do CC/02: Caráter personalíssimo do direito de revogar. Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide. A REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO não é uma causa resolutória erga omnes, mas sim é uma causa resolutória inter partes, o que significa, portanto, que revogada a doação, não prejudicará terceiros, somente às próprias partes. - Art. 562, do CC/02: Art. 562. A DOAÇÃO ONEROSA pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para quecumpra a obrigação assumida. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto - Art. 563, do CC/02: Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor. (fim do contrato de doação) ------------//----------//-------------------------- COMODATO/ MÚTUO/ DEPÓSITO INTRODUÇÃO Comodato e mútuo são contratos de empréstimo, porque o objetivo é que uma das partes ceda a outra o aproveitamento daquilo que lhe é próprio, para receber de volta daqui a algum tempo. O que difere esses 02 contratos é que o comodato envolve coisa determinada e infungível (chamada coisa certa), enquanto que o mútuo envolve bem fungível (coisa incerta) e que será devolvido depois com coisas do mesmo gênero/ qualidade/ quantidade, mas não efetivamente a mesma coisa. No depósito, a lógica não é essa, porque o depositante pretende que alguém guarde para ele sem usar, nem fruir, apenas conservar. QUADRO COMPARATIVO COMODATO MÚTUO DEPÓSITO É o empréstimo gratuito (art. 579, CC/02), embora se admita (na doutrina e na É um empréstimo gratuito que, quando realizado para fins econômicos presume-se É o contrato de guarda ou custódia de coisas móveis, que admite a forma gratuita e Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto jurisprudência) que ele seja excepcionalmente oneroso (comodato modal). oneroso (art. 591, CC/02). Mas quando o propósito de quem empresta é lucrar, então a presunção, ao contrário, é pela onerosidade, nos termos do art. 591, do CC/02. Chamamos esse mútuo de Mútuo Feneratício (são devidos juros remuneratórios fixados no limite legal – art. 406, CC/02): 1ª corrente (STJ) >> Entendem que é a Taxa Selic. 2ª corrente>> 12% ao ano. a forma onerosa (artigos 627 e 628, CC/02). O depósito voluntário presume-se gratuito. Enquanto o depósito necessário é oneroso. Objeto: coisas móveis ou imóveis, desde que não fungíveis. Objeto: coisas móveis e fungíveis (já que os imóveis são, por natureza, infungíveis). Depósito Próprio (regular) (é a regra): É o depósito de coisas móveis e infungíveis. Depósito Impróprio: É o depósito de coisas móveis, fungíveis e consumíveis. Por esse motivo, o legislador disse que o depósito impróprio (irregular) subordina-se às regras do mútuo. Fim: A finalidade do comodato é o uso. Fim: A finalidade do mútuo é o consumo. Como a finalidade é o consumo, é preciso que ele possa dispor, e por isso transfere o domínio ao mutuário (art. 587, CC/02), que passa a ser o dono da coisa emprestada. Trata-se, portanto, de um Contrato translativo de domínio. Fim: O contrato de depósito tem por finalidade a guarda de coisa alheia. Como o depositário apenas guarda, surge uma CONTROVÉRSIA Esse depositário tem posse ou é mero detentor? Transfere posse direta ou mera detenção? R: O art. 1.196, ao tratar da posse, diz que considera-se possuidor todo aquele que tem, de fato, ao menos 01 dos Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto . poderes inerentes à propriedade (no todo ou em parte). Como o depositário não está autorizado a usar, nem a fruir e muito menos a dispor, conclui-se que ele não é possuidor. Então, num 1º momento, ele se enquadraria no art. 1.198, CC/02. No entanto, como existe o direito de retenção no contrato de depósito (desde que o valor seja líquido), surge a discussão se isso não seria posse direta? A posição que tem prevalecido é no sentido de o DEPOSITÁRIO ser um possuidor direto (e não mero detentor). Assim, o DEPOSITÁRIO é o legitimado para a defesa da posse. O risco da coisa corre para o comodante (dono), somente respondendo o comodatário pela perda ou deterioração culposa ou, nos moldes do art. 583, se preferir salvar as suas coisas àquelas que são objeto do comodato. O risco da coisa corre para o mutuário (dono), desde a tradição (art. 587, CC/02). O risco da coisa corre para o Depositante (que é o dono), exceto no depósito irregular ou impróprio (arts. 642 e 645, do CC/02). O comodatário só se desobriga restituindo a coisa certa (art. 582, CC/02). O mutuário se desobriga entregando coisa do mesmo gênero, quantidade e qualidade (art. 586, CC/02). O depositário se desobriga restituindo a coisa certa ou seu valor equivalente (artigos 902 e 904, CPC). O comodato não permite ao comodatário alienar a coisa. Confere ao mutuário a livre disposição da coisa, pois que é dono. Não permite ao depositário usar, nem fruir e nem dispor, exceto no depósito irregular (art. 640, caput, CC/02). Trata-se de um contrato real Trata-se de um contrato real Trata-se de um contrato real Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto (art. 579, parte final, CC/02). – sem dispositivo expresso. No Mútuo Feneratício há intensa divergência doutrinária. A doutrina atual diverge da doutrina clássica. Para a doutrina clássica (Caio Mário) O mútuo feneratício se aperfeiçoa quando eu empresto, criando obrigação para quem recebe, mas não é totalmente gratuito, porque quem irá devolver irá fazê-lo com juros. Para a doutrina atual (Maria Celina Bodin de Moraes) Como o mútuo tem finalidade econômica (não sendo ato de mera liberalidade), então o contrato se aperfeiçoa pelo consenso (e não pela entrega). Seria, portanto, um contrato consensual (e não contrato real). Isso não é pacífico! (art. 627, CC/02). O contrato de Comodato é unilateral. Em regra, é intuito personae, sendo por isso incessível sem o consentimento do comodante. O contrato de Mútuo é unilateral. Não guarda a característica intuito personae, especialmente se para fins econômicos. É unilateral ou bilateral (imperfeito). Esse contrato tem muita chance de se tornar bilateral imperfeito, porque no curso da sua execução é comum que o depositário tenha despesas para conservar a coisa (benfeitorias necessárias). Então, quando for devolver a coisa, o depositário pede para o depositante lhe ressarcir. Portanto, o depositante que não tinha nenhum tipo de Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto obrigação, passa a ter obrigação. Em regra, intuito personae, na forma do art. 640, CC/02. Extingue-se o comodato: (a) Pelo advento do termo (se ele for por prazo determinado) ou pela satisfação da utilidade (se o comodato era para certa utilidade); (b) Pela resolução em caso de inadimplemento do comodatário (art. 582, CC/02); (c) Por sentença, no caso de necessidade imprevista e urgente, antes de findo o prazo ou atingida a finalidade (art. 581, CC/02); (d) Pela morte do comodatário, SALVO se ainda não atingida a finalidade; (e) Pela resilição unilateral, se por prazo indeterminado e sem finalidadeespecífica; (f) Pelo perecimento do objeto. Extingue-se o mútuo: (a) Pelo advento do termo (o mútuo dar-se-á em regra por prazo determinado, pela inteligência do art. 592, do CC/02); (b) Pelo vencimento antecipado da dívida (art. 333, art. 1.475, CC/02). (c) Pela amortização antecipada (art. 52, §2º, CDC). Discussão importante no MUTUO FENERATÍCIO Se por um lado o tempo é útil ao mutuário, por outro lado, os juros são proveitosos ao mutuante. Então, diferente da relação de consumo, na relação empresarial não haverá a garantia de que a amortização antecipada será gratuita. (d) Pelo inadimplemento, havendo cláusula de vencimento antecipado. Extingue-se o depósito: (a) Pelo advento do termo, quando houver prazo determinado; (b) Por iniciativa do Depositante que poderá exigir a restituição antes de findo o prazo (art. 633, CC/02). (c) Pelo perecimento da coisa depositada; (d) Pela incapacidade do depositário (art. 641, CC/02). (e) Pela morte do depositário (art. 637, CC/02). Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto - Art. 579, do CC/02: Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto. - Art. 591, do CC/02: Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual. - Art. 627, do CC/02: Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame. - Art. 628, do CC/02: Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão. Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos do lugar, e, na falta destes, por arbitramento. - Art. 587, do CC/02: Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição. - Art. 642, do CC/02: Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que lhe valha a escusa, terá de prová-los. - Art. 645, do CC/02: O que vai aplicar é a regra do mútuo. Art. 645. O depósito de coisas fungíveis, em que o depositário se obrigue a restituir objetos do mesmo gênero, qualidade e quantidade, regular-se-á pelo disposto ACERCA DO MÚTUO. - Art. 582, do CC/02: Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante. Matéria: Direito Civil – Contratos em espécie – Prof: André Roberto - Art. 586, do CC/02: Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO DISCIPLINA: DIREITO CIVIL – CONTRATOS EM ESPÉCIE PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO MATÉRIA: CONTRATOS Indicações de bibliográficas: Direito esquematizado do Pedro Lenza e Carlos Roberto Gonçalves. Vol. 1. Editora saraiva. Manual de direito civil, do Cristiano Sobral. Manual de direito civil, da editora Gen. Código civil interpretado conforme a constituição. Gustavo Tepedino, edi, tora renovar, vol. 1. Obra para completar o estudo. Direito civil parte geral, prof. Fabio Azevedo, editora Lumen iuris. Nelson Rosenvald, editora Juspodium Leis e artigos importantes: Arts. 565, 569 do CC/02. Art. 1º, 2º, 3º, 8º, 9º, 22, 23, 47, 60 da Lei 8.245/91. Art. 51 do CDC. Palavras Chaves: Contratos em espécie, locação, noções gerais, origem, elementos. TEMA: LOCAÇÃO. PROFESSOR: ANDRÉ ROBERTO andreroberto@smga.com.br Facebook: facebook.com/prof.andreroberto. CONTRATOS. (artigos 481, do CC/02) Livros recomendados: Carlos Roberto Gonçalves possui posição mais conservadora (usar para provas objetivas). Contratos em Espécie – artigo 481 à 853 do CC/02. Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO Contrato de Locação NOÇÕES GERAIS: Origem romana: a) Locatio Conductio Rerum (locação de coisas); b) Locatio Conductio Operarum (locação de serviços); c) Locatio Conductio Operaris (empreitada). Obs.: A forma romana de tratamento da matéria era adotada pelo CC/16. Art. 565 do CC/02. Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição (aluguel). A coisa a ser locada deve permite que o locatário usufrua da coisa por direito pessoal da coisa cedida. Campo de incidência da lei 8.245/91 Locação de imóveis urbanos – Lei 8.245/91. Art. 1º A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei: Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: a) as locações: 1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas; Matéria: DIREITO CIVIL - Prof.: ANDRÉ ROBERTO 2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos; Aplica o CC/02 e o CDC. 3. de espaços destinados à publicidade; 4. em apart- hotéis, hotéis - residência ou equiparados, assim considerados aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar; aplica-se outras regras próprias mais próximo ao serviços de hotelaria. b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades. R. Esp. 447.867/ES PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - INEXISTÊNCIA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - USO DE BEM DE EMPRESA PÚBLICA: REGIME JURÍDICO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. 1. Inexistência omissão no acórdão recorrido, se busca a parte em embargos de declaração inovar seus argumentos. 2. Os bens de empresa pública afetados à sua finalidade não podem ser utilizados senão dentro das regras de Direito Público. 3. Bens da INFRAERO na área das atividades aeroportuárias não seguem as regras de locação (precedentes desta Corte). 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, improvido. (REsp 447.867/ES, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/10/2003, DJ 28/10/2003, p. 262) Se é um bem destinado a execução de serviço público ele é equiparado a bem público pela afetação, desta forma, este bem não pode ser usucapido. Elementos do contrato de locação. o Subjetivos: Locador (senhorio ou arrendador); Locatário (inquilino ou arrendatário). Pode ser pessoa natural ou jurídica e, em alguns casos, até mesmo do ente despersonalizado. Deve ser pessoa capaz ou estar devidamente representada ou assistida; Deve ser observada a legitimação negocial. O locador precisa ser proprietário? Pela locação se transfere a posse direta da coisa ao locatário, por direito pessoal e não por direito
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