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Resumo Antiepilepticos

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ANTIEPILÉPTICOS 
Tipos de crises epiléticas: 
Convulsão é caracterizada como uma alteração transitória do comportamento, decorrente do 
disparo rítmico, sincrônico e desordenado de populações de neurônios cerebrais. Associada ao 
excesso de despolarização. 
Epilepsia conceituada como um distúrbio da função cerebral caracterizado pela ocorrência 
periódica e imprevisível de convulsões. 
Crises epiléticas geralmente tem origem no córtex cerebral e são divididas em crises parciais e 
crises generalizadas, a diferença é que a parcial irá ocorrer em um único hemisfério cerebral. 
Já a generalizada envolve ambos os hemisférios cerebrais – uma descarga elétrica anormal se 
propaga por todo o cérebro. 
A crise parcial se divide em: 
 Crise parcial simples (tem como característica chave a preservação da consciência – a 
descarga começa localizada e tende a permanecer localizada; os sintomas dependem 
da região, podem envolver mais de um lobo e geralmente está associada a contrações 
musculares involuntárias, experiências sensitivas anômalas, descargas autonômicas e 
efeitos sobre o humor e o comportamento; a descarga elétrica vista através de um 
eletroencefalograma – EEG – é restrita a um único hemisfério cerebral) 
 Crise parcial complexa (leva o comprometimento da consciência que pode ocorrer no 
início da crise ou quando a crise começa a se propagar para o tronco cerebral. A 
maioria das crises parciais complexas têm origem no lobo temporal). 
 As crises parciais (tanto simples, quanto complexa) correspondem a 60% das 
epilepsias. A etiologia dessas crises parciais pode ser genética ou estar associada a 
uma lesão em uma determinada área do córtex (tumor, malformação no 
desenvolvimento, lesão decorrente de traumatismo ou acidente vascular encefálico). 
Quanto às crises generalizadas, tem as ausências; mioclônicas; e convulsão tônico-clônicas. 
Elas envolvem todo o cérebro – a descarga elétrica anormal se propaga por ambos os 
hemisférios cerebrais. Tem como característica chave a perda imediata da consciência. 
Compreendem 40% do total das crises. Etiologia é geralmente genética, a mais comum é a 
epilepsia mioclônica juvenil (corresponde a 10% das crises generalizadas). Geralmente a 
epilepsia mioclônica juvenil tem início na segunda década de vida. Nesse tipo o indivíduo 
poderá ter crises mioclônicas, tônico-clônicas e com frequentes ausências. 
Convulsão tônico-clônica: indivíduo tem contração forte inicial da musculatura, associada ao 
espasmo extensor rígido, grito involuntário, respiração cessa, associado à defecação, micção e 
salivação. Essa fase clônica geralmente persiste por 1 minuto e o indivíduo permanece 
inconsciente por alguns minutos durante essa crise. Na recuperação se sente mal e confuso. 
A crise de ausência é mais comum em crianças, considerada menos dramática que as demais e 
pode ocorrer várias vezes ao dia. O paciente cessa subitamente o que está fazendo (para de 
falar, olhar fixo, pouco ou nenhum distúrbio motor), após isso a recuperação ocorre sem 
efeitos posteriores. Geralmente está relacionada a descarga elétrica que ocorre no tálamo e 
córtex cerebral e se difere das demais porque envolve abertura dos canais de cálcio do tipo T, 
que são canais de cálcio dependentes de voltagem – eles se abrem mais, tendo mais entrada 
de cálcio, gerando despolarização excessiva. O principal mecanismo envolvido para tratar crise 
de ausência é um bloqueio de canal de cálcio, ex.: Etossuximida e Ácido Valpróico mais usados 
na crise de ausência. 
 
Classificação das crises epiléticas: 
 
 
É importante saber o tipo de crise epilética, pois será escolhido o antiepilético de acordo com 
o tipo da crise. 
 
Estudos mostram que a diminuição excessiva da atividade sináptica inibitória, ou o aumento 
da atividade sináptica excitatória, podem levar a uma convulsão. Os principais 
neurotransmissores envolvidos nesse processo: GABA e Glutamato. Os fármacos que 
conseguirem aumentar os efeitos de GABA ou que conseguirem bloquear os efeitos de 
glutamato, terão efeito anticonvulsivante. A função do anticonvulsivante então é inibir a 
descarga neuronal anômala. Espera-se que ele consiga suprimir todas as convulsões e que não 
cause efeitos colaterais indesejados (o que é praticamente impossível). Os indivíduos que 
fazem uso de anticonvulsivantes muitas vezes no decorrer no tratamento acabam tendo que 
substituir um fármaco por outro, com o uso contínuo os anticonvulsivantes deixam de 
controlar as convulsões e quanto aos seus efeitos colaterais podem gerar um 
comprometimento mínimo do SNC, mas associado ao uso contínuo e a dose, pode gerar 
anemia aplásica e dano hepático. 
Com a utilização desses medicamentos observa-se que 50% dos pacientes tem controle 
completo da crise, 25% tem um controle adequado e 10% o controle não é tão adequado 
quanto deveria, de forma que o individuo poderá ter 1 ou mais convulsões em um período de 
um mês. O grau do sucesso de uso depende também do tipo de convulsão, da causa e outros 
fatores correlacionados a esse processo. 
Estado de mal epilético se refere a crises contínuas interruptas – requer tratamento imediato. 
TRATAMENTO: 
Sempre se deve optar pela monoterapia, por ser uma classe associada a diversos efeitos 
colaterais. Às vezes a politerapia é necessária, para os indivíduos que tenham mais de um tipo 
de convulsão. 
Mecanismo de ação geral 
Poderão atuar potencializando a ação de GABA, ou inibindo as funções de cálcio (impedindo 
entrada excessiva de íons cálcio no neurônio e evitar despolarização excessiva), também 
podem atuar inibindo a função dos canais de sódio impedindo a entrada dele e diminuindo 
despolarização, também pode atuar inibindo a liberação de glutamato (principal 
neurotransmissor excitatório relacionado a convulsões) e também pode atuar bloqueando 
receptor de glutamato (NMDA, AMPA e de Cainato). 
Fármacos: 
Fenitoína, fenobarbital, carbamazepina, valproato, etossuximida (são os mais antigos, mas 
amplamente utilizados), junto com eles entram alguns benzodiazepínicos com ação 
anticonvulsivante como o Diazepam, clonazepam, clobazam, clorazepato e lorazepam; e os 
mais modernos - Vigabatrina, Gabapentina, lamotrigina, felbamato, tiagabina, topiramato, 
zonisamida. 
FENITOÍNA: 
Atividade anticonvulsivante sem causar depressão generalizada no SNC, gerando diminuição 
de descarga anormal. Interfere muito pouco na descarga normal. Em doses tóxicas ela pode 
gerar sinais excitatórios – aumentando a frequência de conduções. 
Mecanismo de ação: 
Ela reduz intensidade e duração das convulsões, por limitar o disparo repetitivo de potencial 
de ação decorrente da despolarização persistente da membrana neuronal na medula espinhal. 
Ela limita esse disparo repetitivo do potencial de ação, bloqueando canais de sódio no estado 
inativado – canais em estado inativado não se abrem com resposta ao estímulo, precisa passar 
do estado inativado para o de repouso, para que ele se abra. A Fenitoína alentece a condução 
do estado inativado para o de repouso, ou que demore mais tempo para que o canal de sódio 
passe do estado inativado para o repouso. 
Fenitoína é bastante administrada via oral, tem na forma de liberação rápida e na forma de 
liberação prolongada, sendo que somente na forma prolongada ela tem efeito por 24hrs. 
É um fármaco bastante relacionado à interação medicamentosa e se liga altamente a proteínas 
plasmáticas (90%), principalmente à albumina, em função disso tem interação medicamentosa 
com fármacos que também se liguem intensamente com a albumina. 
Tem cinética de saturação, deve fazer dosagem de concentração plasmática. Tem que ter 
cuidado de uso em recém-nascido porque eles têm albumina baixa –tendo mais Fenitoína livre 
podendo causar toxicidade, os níveis de albumina só se tornam iguais ao de um adulto após 
um ano de idade. 
Cautela de uso em pacientes que tenham hipoalbuminemia – pacientes com problema 
hepático crônico (cirrose), e também pacientes urêmicos (com comprometimento renal) – 
síndrome nefrótica (perde 3 - 3,5g de albumina/dia) – causa hipolbuminemia também. 
Interações medicamentosas: 
Tem que ter cautela se o indivíduo fizer uso de Fenitoína e Valproato, primeiro porque 
Valproato também se liga intensamente a albumina, deslocando Fenitoína da albumina. 
Segundo, porque Valproato inibe enzima CYP, enzimas que metabolizam Fenitoína – ambos 
mecanismos contribuem para aumento da concentração plasmática de Fenitoína; Salicilatos e 
Fenilbutazona (analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios) são fármacos que também se 
ligam amplamente a albumina, deslocando a Fenitoína. 
Metabolização da Fenitoína: 
Sofre reação de oxidação, catalisadas principalmente por enzimas CYP2C9 e CYP2C10 
(principalmente essas duas), em menor grau também é metabolizada pela CYP2C19. 
A Fenitoína também pode interferir no metabolismo de outros fármacos, como os 
anticoagulantes orais – Varfarina  pode ter 2 problemas, um pode levar a diminuição do 
efeito da varfarina (aumentando o risco de trombose) e outro que pode aumentar o efeito 
dela (aumentando o risco de sangramento), ambos graves. Pode diminuir o efeito da Varfarina 
porque a Fenitoína induz atividade da enzima CYP3A4, que é uma das enzimas que 
metabolizam a varfarina, acelerando o metabolismo dela. Só que a CYP3A4 não é a principal 
enzima envolvida no metabolismo da varfarina, as principais são as enzimas CYP da família 2, 
que são as mesmas que metabolizam a Fenitoína – isso provoca competição no metabolismo, 
em função disso pode ter aumento de Varfarina na corrente sanguínea promovendo 
sangramento. O mais comum de acontecer é o aumento nos níveis da varfarina, por ambas 
serem metabolizadas por CYP da família 2. 
Além disso, o metabolismo da Fenitoína pode ser aumentado ou diminuído por competição 
por fármacos que compartilham as mesmas enzimas hepáticas, como o Fenobarbital – por 
dois motivos, um porque competem por ligação a albumina, o fenobarbital pode deslocar a 
Fenitoína, aumentando sua concentração plasmática. Além disso, o fenobarbital é um indutor 
de enzima CYP da família 2, acelerando o metabolismo da Fenitoína. 
Fenitoína é indutor da enzima CYP3A4, por isso ela vai acelerar o metabolismo de qualquer 
medicamento que seja metabolizado por essa enzima, como os contraceptivos orais. 
A eliminação da Fenitoína pós-metabolismo é pela via renal. 
A Fenitoína apresenta característica de saturação, mesmo em doses terapêuticas; a medida 
que tem aumento de dose (mesmo na janela terapêutica) não tem o mesmo aumento da 
depuração, fazendo com que no uso em longo prazo tem tendência de aumento de 
concentração plasmática, tendo que fazer monitoramento dos níveis de Fenitoína. 
Existe um pró-fármaco da Fenitoína, porque ela é lipossolúvel. O pró-fármaco é hidrossolúvel 
chamado de Fosfenitoína, disponível para administração intravenosa ou intramuscular. Após 
administração por alguma dessas vias, ela é metabolizada a Fenitoína. 
Efeitos colaterais: 
Vai depender da via de administração, da dose utilizada e da duração do tratamento com ela. 
No caso de uma superdosagem oral aguda, causa sintomas associados ao cerebelo e ao 
sistema vestibular, sendo que pode causar até uma atrofia cerebelar em altas doses. 
E no uso contínuo existem muitos efeitos colaterais: 
 Efeitos cerebelo-vestibulares (dose), 
 Alterações do comportamento, 
 Aumenta frequência das convulsões (diminui eficácia do fármaco), 
 Sintomas gastrintestinais, 
 Anemia megaloblástica (interfere no metabolismo do ácido fólico), 
 Hiperplasia gengival, 
 Hirsutismo (crescimento de pelos no rosto, costas, tronco, membros), 
 Feições mais grosseiras, 
 Vertigem, ataxia, cefaléia, nistagmo, 
 Confusão acentuada com deterioração intelectual, 
 Reações de hipersensibilidade. 
Também causa efeitos endócrinos: 
 Hiperglicemia (diminui secreção de insulina) e glicosúria (glicose na urina – 160-200mg 
é considerado o limiar renal da glicose), 
 Osteomalacia, hipocalcemia (osteomalacia e hipocalcemia ocorrem porque a Fenitoína 
diminui o metabolismo da vitamina D, levando a uma diminuição da absorção de cálcio 
pelo TGI, promovendo reabsorção óssea) e aumenta atividade da enzima FALC – 
fosfatase alcalina (é uma enzima presente nos osteoblastos, decorrente da 
osteomalacia e hipocalcemia tem aumento da atividade dos osteoblastos para fazer 
deposição óssea), 
 Acelera metabolismo da vitamina K (interferindo na síntese de proteínas dependentes 
de vitamina K). 
 Se a gestante fizer uso de Fenitoína pode ter desenvolvimento de fenda palatina no 
bebê. Em longo prazo ainda pode causar hepatite, reações cutâneas e raramente 
alterações linfocitárias neoplásicas. 
FENOBARBITAL: 
É um barbitúrico. Possui toxicidade relativamente baixa quando utilizado como 
anticonvulsivante, é um fármaco barato e considerado eficaz por conseguir controlar a 
epilepsia. Ação anticonvulsivante máxima ocorre em doses inferiores às necessárias para 
hipnose. 
Mecanismo de ação: 
Como é um barbitúrico, irá potencializar a inibição sináptica mediada por GABA, atuando no 
receptor GABAA (fenobarbital se liga ao sítio alostérico, aumentando afinidade do sítio ativo 
por GABA, levando abertura do canal de cloreto, entrando cloreto para gerar hiperpolarização, 
impedindo despolarização excessiva). 
Propriedades farmacológicas: 
Administrado via oral, consegue ser completamente absorvido (completa, mas um pouco 
lenta). A meia-vida é longa (50 a 140 horas). 
É eliminado 25% de forma inalterada na urina – é dependente do pH, o fenobarbital é um 
ácido fraco, por isso é eliminado com mais facilidade em urina alcalina; o restante (75%) é 
metabolizado no fígado por enzima CYP, sendo que a principal enzima envolvida é novamente 
da família 2 (CYP2C9), que é também a principal enzima que metaboliza a Fenitoína. 
Fenobarbital é um indutor enzimático que induz o metabolismo realizado por CYP da família 2 
e por enzima da família 3, além de também causar indução da enzima UGT (UDP-
glicuroniltransferase -> principal enzima de conjugação (de fase 2)). Portanto ela induz enzimas 
tanto de fase 1 quanto de fase 2. Decorrente de ser um indutor vai acelerar o metabolismo de 
vários outros medicamentos, como os esteroides (glicocorticoides), contraceptivos orais, 
varfarina e ADTs (interfere sempre acelerando metabolismo, levando a diminuição da 
concentração plasmática desses fármacos, necessitando de aumento de dose). 
Toxicidade: 
É um barbitúrico, então causa sedação como efeito colateral principal. Essa sedação ocorre no 
início do tratamento em praticamente todos os indivíduos que fazem uso. Com o tempo 
ocorre uma tolerância à sedação, portanto com o uso contínuo tem diminuição desse efeito. 
Fora isso pode causar, quando em altas doses, nistagmo e ataxia, também irritabilidade e 
hiperatividade (ocorre principalmente em crianças), é capaz de causar agitação e confusão no 
idoso no uso em longo prazo e também pode causar anemia megaloblástica por interferir no 
metabolismo do ácido fólico, e reações leves de hipersensibilidade. 
Na superdosagem: pode levar ao coma, insuficiência respiratória, circulatória e a morte. Em 
doses terapêuticas não, pois é menor ainda que a dose hipnótica. 
Uso terapêutico: 
Crises parciais, tanto simples quanto complexas, e também crises tônico-clônicas ou quando 
tem uma crise parcial que acaba se tornando uma crisegeneralizada. 
Fenobarbital é usado como antiepilético, mas menos do que antigamente, devido aos efeitos 
que ele gera - são os efeitos sedativos e tem tendência de prejudicar o comportamento tanto 
em crianças quanto em idosos. 
 
CARBAMAZEPINA: 
Outro antiepilético bastante utilizado. É eficaz para crises parciais tônico-clônicas. Fora isso, 
também vem sendo usada na dor neuropática e na doença maníaco-depressiva (depressão 
bipolar). 
Mecanismo de ação: 
Também envolve os canais de sódio dependentes de voltagem. Limitando o disparo repetitivo 
de potenciais de ação em neurônios, na medula espinhal e no córtex cerebral. Faz com que 
demore mais tempo para que os canais de sódio desativado retornem para o estado de 
repouso, impedindo despolarização excessiva decorrente da abertura de canal se sódio. 
Propriedade farmacocinética: 
É bastante usado pela via oral, com absorção de forma lenta e erradica (irregular), porque tem 
variação na concentração plasmática máxima dela, dependente da dose usada (a máxima 
ocorre geralmente de 4 a 8 horas, à medida que se aumenta a dose, por sua absorção ser meio 
lenta e erradica pode atingir concentração plasmática máxima em 24 horas após 
administração. 
Metabolismo: 
Envolve metabolismo da enzima CYP3A4, dando origem a um metabólito ativo (10,11 
epoxicarbamazepina – metabólito tóxico e ativo). Depois, esse metabólito ativo é inativado 
pela hidrolase microssômica do epóxido, dando origem a um composto inativo, que vai ser 
conjugado ao acido glicurônico para formar um glicuronídeo altamente polar que vai ser 
eliminado através da urina  o principal metabolismo da Carbamazepina é esse, mas além 
disso, a própria carbamazepina também sofre reação de conjugação e hidroxilação já se 
inativando (então parte é inativado direto, e outra parte é transformado em metabólito tóxico 
para depois ser inativado). 
A carbamazepina também é um indutor de enzimas hepáticas, também aumenta atividade da 
CYP da família 2 e 3 e da UGT, novamente acelerando o metabolismo de Fenitoína, 
Fenobarbital, contraceptivos orais, varfarina, corticosteroides. 
Toxicidade: 
Pode causar vários efeitos colaterais. 
No caso de uma intoxicação aguda pode causar coma, irritabilidade, convulsões e depressão 
respiratória, podendo levar a morte. 
Uso crônico em longo prazo pode causar: 
 Sonolência, vertigem, sonolência, vertigem, ataxia, diplopia e visão turva, 
 Pode aumentar a frequência das crises epiléticas associadas à dose (superdosagem), 
 Náuseas, vômitos, 
 Toxicidade hematológica grave (anemia aplásica e agranulocitose), 
 Leucopenia e trombocitopenia reversível, 
 2% (leucopenia persistente) suspensão, 
 Distúrbios mentais e motores, 
 Retenção hídrica (problema para pacientes principalmente com doença cardiovascular 
– a retenção hídrica causa leva a diminuição da osmolalidade plasmática e 
consequentemente a hiponatremia), 
 Aistúrbios gastrintestinais e cardiovasculares, 
 Anormalidades hepáticas e pancreáticas 
 Reações de hipersensibilidade graves. 
Interações medicamentosas da carbamazepina. 
Com o fenobarbital e com a Fenitoína  aumentam metabolismo da carbamazepina (por 
induzir CYP3A4 – principal enzima envolvida no metabolismo da carbamazepina, diminuindo 
sua concentração plasmática). Por outro lado a carbamazepina também acelera o 
metabolismo da Fenitoína e do Fenobarbital por induzir enzima CYP da família 2, levando a 
diminuição da concentração plasmática de ambos os fármacos. 
Usos: 
Crises parciais simples e complexas, crises tônico-clônicas. Monitorar função hepática (TGO e 
TGP), pancreática (amilase e lipase), renal e parâmetros hematológicos (hemograma 
completo). 
 
ETOSSUXIMIDA: 
Fármaco bem importante usado na crise de ausência. 
Mecanismo de ação: 
É diferente – ele atua bloqueando canal de cálcio do tipo T (tipo envolvido na despolarização 
persistente que ocorre na crise de ausência), impedindo entrada excessiva de cálcio e 
impedindo despolarização excessiva. 
Propriedades farmacocinéticas: 
Administrado via oral (parece ser completa), tem concentração plasmática máxima após 3 
horas. Não se liga significativamente às proteínas plasmáticas, não tendo interação 
medicamentosa com fármacos que se ligam bastante às proteínas plasmáticas, como a 
Fenitoína. 
 
Eliminação: 
25% eliminado inalterado na urina e o restante sofre metabolismo hepático. 
A meia-vida é variável, comparando adultos e crianças (em adultos é maior e está mais 
associada a efeitos cumulativos). 
Efeitos indesejados: 
 Queixas gastrointestinais (náuseas, vômitos, anorexia). 
 Efeitos no SNC: 
o Sonolência, letargia, euforia, tontura, cefaléia e soluços. 
o Também pode causar inquietude, agitação, ansiedade, agressividade, 
incapacidade de concentração e outros efeitos comportamentais, 
principalmente em pessoas que já tenham história prévia de transtorno 
psiquiátrico. 
o Também causa reações cutâneas como urticária e outras reações cutâneas 
o Lúpus eritematoso sistêmico 
o Eosinofilia, leucopenia, trombocitopenia, pancitopenia (aumenta eosinófilo, 
mas de um modo geral pode diminuir leucócitos). 
Uso: na crise de ausência. 
 
ÁCIDO VALPRÓICO OU VALPROATO: 
Mecanismo de ação: 
Bem amplo, porque bloqueia canal de sódio dependente de voltagem (aleitecimento para 
voltar ao estado de repouso – limitando disparo repetitivo no córtex cerebral e medula 
espinhal). 
Além disso, bloqueia canal de cálcio do tipo T, podendo ser usado na crise de ausência. E 
também aumenta o conteúdo de GABA no cérebro – neurotransmissor inibitório -> faz isso por 
aumentar atividade da enzima ácido-glutâmico descarboxilase (mesma coisa da glutamato 
descarboxilase), favorecendo a conversão de glutamato em GABA, além disso, também inibe a 
degradação de GABA, por inibir a enzima GABA transaminase e também a semialdeído 
succínico desidrogenase -> enzimas envolvidas na degradação de GABA. Se impede a ação 
delas, faz com que GABA atue por mais tempo. 
Propriedades farmacocinéticas: 
É bastante usado via oral. 
Tem metabolismo quase totalmente hepático por enzimas, sendo que a principal enzima 
envolvida no metabolismo do ácido valpróico é a UGT, mas também ocorre β-oxidação. E em 
menor quantidade é metabolizado por CYP2C9 e CYP2C19. E em torno de 5% é eliminado 
inalterado na urina. Durante esse processo de metabolismo, também forma metabólitos 
ativos, potencializando o efeito anticonvulsivante. 
Toxicidade: 
 Sintomas gastrintestinais (náuseas, vômitos e anorexia). 
 Efeitos em nível de SNC: 
o Pode causar sedação, ataxia e tremor. 
o Exantema, alopecia e aumento de apetite 
 Aumenta as transaminases hepáticas 
 Hepatite fulminante 
 Pancreatite aguda, 
 Hiperamonemia (ocorre quando o medicamento já tiver causado comprometimento 
hepático, pois é no fígado que ocorre conversão de amônia em ureia), 
 Adelgaçamento e encrespamento dos cabelos. 
 Efeitos teratogênicos: defeitos no desenvolvimento do tubo neural – não pode ser 
usado na gravidez. 
Interações medicamentosas: 
Ácido valpróico gera inibição de enzimas. Inibe a enzima CYP2C9 (diminuindo o metabolismo 
da Fenitoína e do Fenobarbital, aumentando a concentração plasmática deles), inibe a UGT 
(interferindo no metabolismo de qualquer fármaco dependente dessa enzima, como a 
Lamotrigina e também aumenta concentração plasmática do Lorazepam e do Oxazepam – dois 
ansiolíticos que são conjugados diretamente no acido glicurônico), também está associado a 
aumento da concentração livre de Fenitoína, por se ligar intensamente a albumina, deslocando 
a Fenitoína. 
Uso: ácido Valpróico é utilizado notratamento de crises de ausência, crises mioclônicas, crises 
parciais e crises tônico-clônicas. 
 
BENZODIAZEPÍNICOS: 
São antiepiléticos, embora seu principal uso seja como ansiolítico e hipnótico. 
Dentro deles tem alguns que são utilizados por serem também antiepiléticos, como o 
Clonazepam e Clorazepato aprovados para uso via oral no tratamento de convulsões em longo 
prazo. Diazepam e Lorazepam utilizados no tratamento do mal epilético por via intravenosa. 
Mecanismo de ação: 
Eles aumentam inibição sináptica inibitória causada por GABA (ao abrir canal de cloreto), fora 
isso, em doses mais elevadas, eles acabam diminuindo o disparo persistente e repetitivo por 
bloquear canais de sódio no estado inativado. 
 
Propriedades farmacocinéticas: 
Administrado via oral (bem absorvidos) ou intravenosa (redistribuem de forma semelhante a 
qualquer outro agente altamente lipofílico – atravessam a barreira hematocefálica de forma 
imediata, gerando o efeito anticonvulsivante). 
A concentração plasmática máxima varia entre eles, quando usados por via oral fica entre 1 a 4 
horas. 
O principal metabólito do Diazepam é o N-desmetildiazepam (agonista parcial – menos 
potente que o fármaco original), e esse mesmo metabólito ativo é formado da descarboxilação 
do Clorazepato que ocorre no suco gástrico. Diazepam e N-desmetildiazepam sofrem reação 
de hidroxilação, dando origem ao Oxazepam que atua como outro metabólito ativo. 
Meia-vida do Diazepam dura em torno de 1-2 dias (meia-vida bem longa) o metabólito ativo 
dele - N-desmetildiazepam: 60 horas, Clonazepam: 1 dia e o Lorazepam: 14 horas. 
Toxicidade: 
Mais relacionadas com os benzodiazepínicos são sonolência e letargia, acontece em torno de 
50% dos pacientes que fazem uso como anticonvulsivante no inicio do tratamento. 
Com o uso contínuo tende a ocorrer tolerância. 
Também é comum ter tontura; incoordenação muscular e ataxia ocorre de forma mais rara. E 
perturbações comportamentais em crianças (agressão, hiperatividade, irritabilidade, 
dificuldade concentração). 
Também pode causar anorexia e hiperfagia (ou um, ou outro), aumentam secreções salivares e 
brônquicas e podem causar convulsões e estado de mal-epiléptico na retirada imediata. Os 
benzodiazepínicos se usados via intravenosa, associados a utilização de outros agentes 
anticonvulsivantes ou outros fármacos depressores centrais, podem causar depressão 
respiratória e cardiovascular fatal. 
Uso: 
Clonazepam é bastante usado via oral para tratar crises de ausência e mioclônicas. 
Clorazepato é usado via oral para tratar crises parciais, mais em adultos – em crianças só após 
9 anos de idade. 
Diazepam e Lorazepam por via intravenosa para tratar estado de mal epilético. 
 
ANTIEPILÉTICOS MAIS MODERNOS – vêm sendo muito utilizados. 
Gabapentina: 
Seu mecanismo de ação é desconhecido, mas dentro das possibilidades, ela deve aumentar a 
liberação não vesicular de GABA, aumentando seus níveis na fenda sináptica e potencializando 
efeito inibitório. 
Propriedades farmacocinéticas: 
Administrada via oral. Tem uma vantagem de não sofrer metabolismo e é eliminada de forma 
inalterada na urina. 
Por não sofrer metabolismo, não tem interações medicamentosas e pode ser uma boa opção 
de uso quando associado a outro anticonvulsivante. 
Ela possui um pró-fármaco –> pregabalina, que quando usada é metabolizada dando origem a 
gabapentina. 
É utilizada no tratamento de crises parciais, ou secundária generalizada. 
Como é eliminada via renal, tem que ter cuidado na função renal do paciente. 
É bem tolerada e como toxicidade pode causar sonolência, tontura, fadiga e ataxia (no início 
do tratamento, mas com o uso contínuo esses efeitos vão desaparecer). 
 
Lamotrigina: 
Outro antiepilético. 
Mecanismo de ação: 
Bloqueia canais de sódio dependentes de voltagem no estado inativado e, além disso, inibe a 
liberação de aminoácidos excitatórios (inibe a liberação de Glutamato – que gera grande 
despolarização). 
Propriedades farmacocinéticas: 
Administrada via oral. 
Tem meia-vida em torno de 15 a 30 horas. 
É metabolizada principalmente por glicuronidação (sobre ação de UGT), em função disso, a 
Fenitoína, o Fenobarbital e a Carbamazepina, por serem indutores da UGT, aceleram o 
metabolismo da Lamotrigina, causando diminuição da meia-vida e da concentração plasmática 
desse fármaco. Por outro lado, o Valproato é um inibidor da UGT, por isso vai diminuir o 
metabolismo da Lamotrigina, aumentando sua concentração plasmática (ela falou que essas 
interações são muito importantes). 
Uso: crises parciais, crises tônico-clônicas, crises secundariamente generalizadas e também a 
Síndrome de Lennox-Gastaut (distúrbio pediátrico caracterizado por múltiplos tipos de 
convulsões, associada a retardamento mental). 
Toxicidade: pode gerar tontura, ataxia, visão turva, náuseas, vômitos, exantema e reações de 
hipersensibilidade. 
 
Tiagabina: 
Mecanismo de ação: 
Inibe a recaptura de GABA, fazendo com que GABA fique mais tempo livre na fenda sináptica, 
atuando nos receptores pós-sinápticos. Ela inibe o transportador GAT-1. Isso faz com que 
GABA não seja recaptado nem por neurônio pré-sináptico gabaérgico, nem por células gliais. 
Esse aumento de GABA potencializa a sinapse inibitória em neurônios no hipocampo. 
Propriedades farmacocinéticas: 
É administrada via oral, sendo bem absorvida. É metabolizada no fígado pela CYP3A4 e tem 
meia-vida de 8 horas. A meia-vida dela pode diminuir bastante quando associada à Fenitoína, 
ao Fenobarbital ou à Carbamazepina (por induzirem CYP3A5), o ácido valpróico faz o contrário. 
Uso: ela é bastante usada em crises parciais, mas também pode ser usada em crises 
secundárias generalizadas. 
Toxicidade: sonolência, tontura e tremor. 
 
Topiramato: 
Também vem sendo bastante utilizado. 
Mecanismo de ação: 
Bloqueia canal de sódio no estado inativado; ativa o canal de potássio, possibilitando a saída 
de K+ do neurônio, gerando hiperpolarização; potencializa o efeito de GABA, atuando em 
receptor GABAA, favorecendo sinapse inibitória e bloqueia receptor AMPA e Cainato, 
receptores de Glutamato, impedindo despolarização excessiva gerada pelo glutamato. 
Também é um inibidor da anidrase carbônica – não tem efeito relacionado à convulsão. 
Propriedades farmacocinéticas: 
É administrado via oral e é absorvido rapidamente. A maior parte é eliminada via renal de 
forma inalterada e pouco dele sofre metabolismo hepático. Tem meia-vida em torno de 1 dia. 
Induz CYP3A4 acelerando o metabolismo do estradiol, presente nos contraceptivos orais, 
levando diminuição na concentração plasmática do estradiol – não ideal para uma mulher que 
não quer engravidar. 
Uso: terapia complementar – serve para vários tipos de convulsões, mas principalmente a 
crise parcial e a tônico-clônica, ou a crise secundária generalizada. 
Toxicidade: Sonolência, fadiga e nervosismo; cálculos renais (por inibir a anidrase carbônica – 
deixando o lúmem tubular mais alcalina, favorecendo a depuração de cristais); deficiência 
cognitiva; mudança no gosto de bebidas carbonatadas; e tem efeito teratogênico. 
 
FELBAMATO: 
Bloqueia, de forma menos intensa, o canal de sódio no estado inativado; potencializa o efeito 
de GABA no receptor GABAA, mas o principal mecanismo dele é bloquear o receptor NMDA – 
impedindo ação do glutamato, impedindo despolarização persistente. Como efeito colateral 
causa náuseas, irritabilidade e insônia. E de forma mais rara, anemia aplástica e hepatite 
(necessário hemograma e aminotransferases para avaliar função hepática). 
Uso: em crises parciais e secundárias generalizadas mal controladas, nas crisestônico-clônicas 
e também na Sídrome de Lennox-Gastaut. 
 
ZONISAMIDA: 
Tem 2 mecanismos: bloqueia canal de sódio no estado inativado e bloqueia canal de cálcio do 
subtipo I (não é o que é envolvido na crise de ausência) – dessa forma impede despolarização 
excessiva. 
Farmacocinética: 
Administrada via oral (quase totalmente absorvida). 
Meia-vida: 63 horas (longa). 
É eliminada na via renal na maior parte inalterada (85%), o restante sofre metabolismo 
hepático pela CYP3A4 – cuidar com interações medicamentosas nos indutores ou inibidores 
dessa enzima e como é muito eliminado na urina, também tem que ter cautela de uso em 
pacientes com comprometimento renal. 
Toxicidade: sonolência, ataxia, fadiga, nervosismo, anorexia; cálculos renais (1%) – por inibir 
anidrase carbônica, favorecendo a formação de cálculos renais.

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