Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRANSMISSÃO COLINÉRGICA AÇÕES MUSCARÍNICAS Correspondem as ações da acetilcolina (ACh) liberada nas terminações nervosas pós- ganglionares parassimpáticas Exceções: •Acetilcolina provoca vasodilatação generalizada (é um efeito indireto, pois não é a acetilcolina em si que gera a vasodilatação e sim o óxido nítrico. Na célula endotelial, tem o receptor muscarínico M3. A acetilcolina se liga a esse receptor muscarínico, aumentando a concentração intracelular de Cálcio. O cálcio em excesso na célula ativa a enzima óxido nítrico sintase endotelial. Quando essa enzima é ativada, transforma a arginina em óxido nítrico, que sai da célula endotelial, que é transportado através de difusão para a célula muscular lisa, ativando a enzima guanilato ciclase, para ter a formação do GMPc, que ativa a proteína cinase dependente de GMPc, que causa o relaxamento/vasodilatação) •Acetilcolina provoca secreção de glândulas sudoríparas (neurônio pós-ganglionar simpático libera acetilcolina, que age no receptor muscarínico M3 nas glândulas sudoríparas, estimulando a secreção) AÇÕES NICOTÍNICAS Também são receptores para a acetilcolina. Correspondem as ações da acetilcolina sobre os gânglios autônomos do sistema nervoso simpático e parassimpático, sobre a placa terminal do músculo voluntário (que seria placa motora na membrana da fibra muscular esquelética) e células secretoras da medula suprarrenal (onde tem o neurônio pré-ganglionar simpático, liberando acetilcolina e atua em receptor nicotínico na medula suprarrenal estimulando a liberação de adrenalina e noradrenalina). RECEPTORES NICOTÍNICOS Dividido em 3 classes: musculares, ganglionares e do SNC Formados por subunidades proteicas diferentes. Sempre efeito estimulante. Receptores musculares: importantes na transmissão na junção neuromuscular esquelética para que tenha a contração do musculo esquelético. Ou seja, vai para o motoneurônio, libera acetilcolina, que atua no receptor nicotínico na fibra muscular para que se tenha a contração muscular. •Receptores ganglionares: são responsáveis pela transmissão nos gânglios, ou seja, da informação (do neurônio pré-ganglionar para o pós-ganglionar. Tanto do simpático, quanto do parassimpático) •Receptores do SNC: distribuídos em todo o cérebro Receptor nicotínico sempre atuam como canais iônicos controlados por ligantes. É ionotrópico, tipo I. A forma com que eles aparecem em cada local são diferentes, pois são formados por diferentes unidades proteicas, gerando respostas por esses receptores em cada local. O receptor muscular é importante na junção neuromuscular, gera resposta excitatória na região, pois todos os receptores nicotínicos geram resposta excitatória, visto que há abertura do canal de cátion, ou seja, esses canais são permeáveis a sódio (efeito excitatório) e potássio (para que ocorra repolarização da célula, o canal possibilita a saída de potássio). Para ter o efeito excitatório, o receptor nicotínico, na membrana da fibra muscular, é permeável a sódio, que gere despolarização, que ativa o receptor de renodina, no reticulo sarcoplasmático vai promover uma maior liberação de cálcio para que tenha o processo de contração muscular. O receptor ganglionar é importante a nível dos gânglios simpáticos e parassimpáticos. Tem efeito excitatório pois aumenta a permeabilidade da membrana à sódio e potássio para repolarização. A nível de Sistema Nervoso, há mais de um tipo de receptor nicotínico, ambos têm neurônio pré e neurônio pós. O primeiro subtipo é mais permeável a sódio para despolarizar e a potássio para repolarizar e o segundo subtipo tem uma alta permeabilidade a cálcio, atuando em receptor pré-sináptico, estimula a liberação de neurotransmissor. Logo, acetilcolina, atuando em receptor nicotínico pré-sináptico glutamatérgico, estimula a liberação de glutamato, pois aumenta a permeabilidade da membrana a íons cálcio, o que possibilita a entrada de cálcio no neurônio glutamatérgico, favorecendo a exocitose das vesículas e a liberação de glutamato. RECEPTORES MUSCARÍNICOS •Receptores acoplados à proteína G, são receptores tipo II metabotrópicos. •Possuem 5 subtipos (M1-M5) •M1, M3, M5: acoplados à proteína Gq, logo, ativam a enzima Fosfolipase C, aumentando a produção de IP3 e de Diacilglicerol. Aumentam a concentração extracelular de cálcio. O efeito é estimulante. •M2, M4: acoplados à proteína Gi, que inibe adenilato ciclase, diminui a formação do AMPc, impedindo abertura do canal de cálcio, pois produz menos AMPc, ativa menos a proteína cinase e fosforila menos canal de cálcio para se abrir. O efeito é inibitório. M1(“neurais”): presentes em neurônios do SNC e SNP, células parietais do estômago (a acetilcolina, atuando em receptor M1, estimula a secreção gástrica) Efeitos excitatórios associados à diminuição da condutância da membrana ao K+, ou seja, depende do bloqueio do canal de potássio. Assim, não sai potássio da célula, tendo mais carga positiva dentro da célula, gerando despolarização. M2(“cardíacos”): presente no coração. Também se localizam em terminações pré-sinápticas de neurônios centrais e periféricos •Sempre que acetilcolina atuar em receptor M2, vai gerar efeitos inibitórios, pois leva a abertura do canal de potássio (maior condutância ao K+), gerando hiperpolarização (saída do potássio da célula), e inibe abertura de canais de Ca++. Isso é responsável pela inibição colinérgica do coração (diminuição da frequência cardíaca e do débito cardíaco). E, por atuar em terminações pré-sinápticas, tem a inibição pré-sináptica no SNC e periférico (acetilcolina atuando no receptor M2 pré-sináptico diminui sua própria liberação ou a de outros neurotransmissores, como a noradrenalina, devido à hiperpolarização ou, se entrar em outra classificação, à ativação da proteína Gi, inibindo a adenilato ciclase, impedindo a abertura do canal de cálcio. M3(“glandulares/do músculo liso”) Efeito excitatório, por aumentar a concentração intracelular de cálcio Estimulam secreções glandulares Estimulam contração do músculo liso das vísceras São mediadores do relaxamento da musculatura lisa vascular, também depende do aumento da concentração intracelular de cálcio, o que é essencial para formar o óxido nítrico, que gera esse relaxamento. M1 (ou neurais): resposta celular é ativação da proteína Gq, aumentando IP3 e DAG, gera despolarização bloqueando canal de potássio, que contribui para despolarização. No Sistema Nervoso Central, a ativação de receptor M1 é importante para o aprendizado e memória. Estimula a secreção gástrica, nas células parietais. M2 (ou cardíacas): ativam a proteína Gi, diminuindo os níveis de AMPc, causa inibição da abertura de canal de cálcio e possibilita a abertura de canal de potássio, gera hiperpolarização, que tem efeito inibitório. É responsável pela inibição cardíaca e inibição neural, além dos efeitos muscarínicos centrais (como o tremor e hipotermia, está correlacionado à liberação de outros neurotransmissores). M3 (glandulares/do músculo liso): ativa a proteína Gq, aumenta IP3, aumenta a concentração intracelular de cálcio, gera efeito estimulante. Estimula secreção gástrica, salivar, brônquica, sudorípara, contração da musculatura lisa do trato gastrointestinal, que leva a maior motilidade do TGI, é responsável pela acomodação ocular (que regula a visualização de objetos próximos, ajustando a curvatura do cristalino. A acetilcolina atua em receptores M3 no músculo ciliar) e gera a vasodilatação, como efeito indireto é liberado óxido nítrico. M4: ativa a proteína Gi, diminuindo a produção de AMPc e diminui a entrada de íons cálciono neurônio. No SNC está associado ao aumento da locomoção, o que está relacionado à regulação da liberação de dopamina. M5: menos excitada. MODULAÇÃO PRÉ-SINÁPTICA COLINÉRGICA A partir da própria acetilcolina, atuando em receptor M2, diminuindo a sua liberação ou através de vários outros mediadores químicos, atuando em receptor colinérgico, diminuindo ou aumento a liberação de noradrenalina. •A liberação de acetilcolina é regulada por mediadores, inclusive pela própria acetilcolina que age sobre os receptores pré-sinápticos •Nas terminações nervosas parassimpáticas pós-ganglionares, os receptores inibitórios M2 participam da auto-inibição da liberação de acetilcolina •Outros mediadores, como a noradrenalina, também inibem a liberação de acetilcolina EFEITOS DOS FÁRMACOS SOBRE A TRANSMISSÃO COLINÉRGICA FÁRMACOS QUE AFETAM RECEPTORES MUSCARÍNICOS AGONISTAS MUSCARÍNICOS São chamados de fármacos parassimpatomiméticos. Essa classe envolve a acetilcolina e alguns ésteres de colina (agonistas), que tem efeito semelhante à acetilcolina. Atuam como agonistas, maior parte de uso clínico são de receptores muscarínicos e, também, nicotínicos (acetilcolina atua em ambas as classes de receptor). •Acetilcolina para que tenha atividade precisa ter um grupo amônio quaternário, que faz com que ela tenha carga positiva; e também tem um grupo éster, que é importante pois onde é o local onde ela, posteriormente, será hidrolisada pela acetilcolinesterase. Ou seja, é o local de inativação dela. A acetilcolina atua, com mesma potência, em receptor muscarínico e nicotínico. Ex.: betanecol e pilocarpina Cevimelina: agonista muscarínico. Estimula a secreção salivar e lacrimal. Usado no tratamento da síndrome de Sjögren (deficiência na secreção salivar e lacrimal). Betanecol É um agonista muscarínico, é específico para receptor muscarínico. Não é inativado pela acetilcolinesterase. É utilizado para o tratamento da hipotonia de bexiga (para favorecer a diurese/ esvaziamento da bexiga) e para a estimulação da motilidade do TGI. Atuando em receptor M3, vai levar ao aumento da concentração de cálcio, gerando contração do músculo da bexiga, favorecendo o esvaziamento, e favorece a contração da musculatura lisa do TGI, favorecendo o peristaltismo. Resistente à hidrólise Seletivo para receptores muscarínicos Pilocarpina Agonista parcial muscarínico. Atuação se deve somente em receptor muscarínico. Ela também não atua em receptor nicotínico. A importância é ela ser usada no tratamento do glaucoma, na forma de colírio. Alguma seletividade na estimulação da secreção de glândulas Efeito moderado sobre o músculo liso gastrintestinal e o coração Uso Clínico: Glaucoma (colírio), com objetivo de diminuir a pressão ocular, pois causa a contração do músculo constritor da pupila e aumenta a tensão do músculo ciliar. Com esses mecanismos, tem-se uma melhora na estimulação da drenagem do humor aquoso, impedindo seu acúmulo, que estaria relacionado ao aumento da pressão ocular. Como resposta indesejada, ela gera uma estimulação da secreção de glândulas, tem efeito moderado sobre o músculo gastrintestinal (acelerando o peristaltismo) e efeito sobe o músculo cardíaco causando um pouco de bradicardia. Isso ocorre porque acaba tendo um pouco de absorção sistêmica. EFEITOS DOS AGONISTAS MUSCARÍNICOS (áudio aula 16 começa aqui) EFEITOS CARDIOVASCULARES Atuam em receptor M2, ativa proteína Gi e Go, principalmente, pois quem é ativado é a subunidade betagama, que atua em canal de potássio, que abre o canal de potássio da célula cardíaca, há saída de potássio da célula, que faz com que a célula fique mais negativa. Isso torna o potencial de membrana mais negativo, o que faz com que se tenha uma redução da frequência cardíaca e do debito cardíaco, pois precisa de uma maior despolarização da membrana para atingir o limiar necessário para ter um estímulo, por exemplo, no nodo sinoatrial (onde controla a frequência cardíaca). O potencial de repouso no nodo sinoatrial é -55mV. Se tem abertura do canal de potássio, esse potencial de repouso vai ficar mais negativo, -70 ou -80mV, o que precisa de uma maior entrada de sódio para que consiga chegar no limiar de ativação da região, que e - 40mV. Ou seja, se está mais negativo, precisa entrar mais sódio (carga positiva), para que se tenha essa despolarização e que chegue no limiar de ativação para que comece a ter entrada de cálcio, gerando mais despolarização e originando a frequência cardíaca. Se ativa a proteína Gi, ela inativa a adenilato ciclase, diminui a ativação de proteína cinase e diminui a abertura do canal de cálcio, tendo menos entrada de cálcio na célula cardíaca, o que leva a uma diminuição do debito cardíaco, pois leva a uma diminuição da força de contração cardíaca. Fibras parassimpáticas têm principalmente no nodo sinoatrial e no atrioventricular. Isso significa que temos maior controle da frequência cardíaca pela estimulação parassimpática do que pelo débito cardíaco, pois é região atrial. Tem poucas fibras parassimpáticas na região ventricular, que é onde tem maior controle do débito cardíaco. No nodo atrioventricular tem redução na velocidade de condução do estimulo, se tem diminuição de condução do estímulo, o estímulo chega de forma mais lenta. •diminui frequência cardíaca e débito cardíaco •A acetilcolina ou, também, os agonistas muscarínicos estão relacionados à vasodilatação generalizada, pois envolve a produção do óxido nítrico, que gera, como efeito indireto, a vasodilatação. Ocorre em função de a acetilcolina atuar em receptor M3, na musculatura lisa dos vasos, e esse efeito leva a formação do óxido nítrico, que gera a vasodilatação. Decorrente da diminuição do débito cardíaco, da vasodilatação causada, tem-se uma queda na pressão arterial. EFEITO SOBRE O MÚSCULO LISO (receptor M3) Acetilcolina, no músculo liso, atua em receptor M3 (que ativa proteína Gq, que ativa fosfolipase C, que forma o IP3 e o DAG, atua na membrana do Retículo Endoplasmático liberando cálcio, que se liga à calmodulina). Gera contração, pois o receptor M3 leva ao aumento da concentração intracelular de cálcio. Exceto nos vasos, pois a vasodilatação é devida ao óxido nítrico. Na musculatura lisa do TGI, tem aumento da motilidade, por atuar também em receptor M3 que leva ao aumento da atividade peristáltica do trato gastrintestinal. Na bexiga, atuando em receptor M3 na musculatura lisa, gera contração. Favorece o esvaziamento da bexiga. Na musculatura lisa brônquica também, envolve receptor M3, gera contração devido ao aumento da concentração intracelular de cálcio. Como leva a contração, diz-se que gera broncoconstrição. EFEITO SOBRE A SECREÇÃO Acetilcolina estimula a secreção glandular exócrina. Envolve o receptor M3 •estimulação glândulas exócrinas •secreção sudorípara, salivar, brônquica, lacrimal aumenta EFEITO SOBRE O OLHO (receptor M3) Nervos parassimpáticos inervando o músculo constritor da pupila (acetilcolina gera miose, importante em lugar com muita luz, o que reduz a intensidade de luz que chega à retina) e ativando o músculo ciliar. Por contrair o músculo constritor, auxilia na regulação da pressão intraocular. Como também ativa o músculo ciliar, ajusta a curvatura do cristalina, gerando um abaulamento que é importante para que se possa olhar objetos próximos. Se não houvesse esse abaulamento, as imagens cairiam após a retina, logo, a visão não seria boa. Esse abaulamento faz com a que a informação chegue na retina, nos cones e bastonetes. Ativando o músculo constritor favorece a drenagem do humor aquoso, impedindo o aumentoda pressão intraocular (associado ao glaucoma). EFEITOS NO CÉREBRO Os agonistas muscarínicos que atravessam a barreira hematoencefálica, também pode atuar em receptores muscarínicos cerebrais, os principais são os receptores M1 Efeitos: tremores (receptor M2), hipotermia (receptor M2), aumenta atividade locomotora (receptor M4), melhora na cognição (associada à atuação do receptor M1) Em função de o receptor M1 estar relacionado à melhora na cognição e na memória do indivíduo, tem sido usado no tratamento da demência, para melhorar a função cognitiva. ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS (parassimpatolíticos) •Atuam como antagonistas competitivos reversível de receptor muscarínico. •Estrutura química: contém grupo éster e grupos básicos (como a acetilcolina tem, ou seja, tem semelhança estrutural com a acetilcolina para poderem se ligar a esses receptores e impedindo o efeito da acetilcolina); possuem um grupo aromático volumoso no lugar do grupamento acetil. Ex.: atropina e escopolamina (ou hioscina) (ambos são compostos amônio quaternário, mesmo assim conseguem ser absorvidos pelo TGI e pelo saco conjuntival e atravessem a barreira hematoencefálica, atuando no SNC. Isso é devido à lipossolubilidade). Derivado quaternário da atropina: metonitrato de atropina, Butilbrometo de hioscina, Propantelina (não conseguem atravessar a barreira hematocefálica. Ou seja, não tem efeito a nível de SNC. Usados somente devido aos efeitos periféricos, no tratamento da hipermotilidade do TGI) Ipratrópio e tiotrópio: é um composto de amônio quaternário, usado na forma de inalações devido ao efeito broncodilatador. É um antagonista muscarínico, que atua em receptor M3 na musculatura lisa brônquica, gerando broncodilatação. Por ser um composto de amônio quaternário, isso faz com que seja muito pouco absorvido. Atua a nível pulmonar, na forma de bombinha e tem pouca absorção sistêmica. Ex: paciente asmático ou com bronquite ou doença pulmonar. Ciclopentolato e tropicamida: ambos são compostos de aminas terciárias. O que faz com que tenham certa absorção sistêmica, gerando efeitos indesejados. São usados na formada tópica de colírio, uso oftálmico, a fim de causar midríase ou paralisia de acomodação para fazer o exame oftálmico. Pirenzepina: Seletivo de receptor M1. Atua em receptor M1 diminuindo a secreção gástrica ácida. Atua com o objetivo de impedir a ação da acetilcolina no receptor M1, o que geraria a secreção gástrica. Pode ser usado no tratamento de gastrite e úlcera para diminuir a secreção. Não é mais tão usada, pois tem outros fármacos que substituíram ela, como a simetidina e a ranitidina, que atuam por outro mecanismo de ação, mas também diminuem a secreção gástrica ácida. Oxibutinina, tolterodina, darifenacina: são antagonistas seletivos de receptor M3. Objetivo de uso: para indivíduos que tenham incontinência urinária. Pois inibem a micção, promovendo relaxamento da musculatura lisa da bexiga. •EFEITOS INDESAJÁVEIS dos antagonistas muscarínicos: como impedem a ação da acetilcolina, podem gerar boca seca (por inibir a salivação), constipação (inibem a motilidade do TGI), visão turva (em função de atuar no musculo ciliar e constritor da pupila). Quanto maior for a absorção sistêmica do fármaco, maior a chance de gerar efeito indesejado. EFEITOS DOS ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS Ex: ATROPINA (maior representante da classe) INIBIÇÃO DE SECREÇÕES -Glândulas são inibidas, tem menos secreção salivar e lacrimal -Secreção gástrica discretamente reduzida, pois também depende do receptor M1, não só do M3, que é onde os demais atuam de forma mais intensa. -Atropina e os demais antagonistas muscarínicos inibem a depuração mucociliar, o que pode levar à retenção das secreções do pulmão. Obs.: ipratrópio e tiotrópio não provocam esse efeito de inibir a depuração mucociliar. EFEITO SOBRE A FREQUÊNCIA CARDÍACA -Geram taquicardia moderada (80-90 bpm). Pois atuam apenas a nível de receptor muscarínico, não chega a atuar no sistema nervoso simpático, atuam apenas no parassimpático. O SNS atuando normalmente, não deixa que tenha muita alteração. -Não afeta a pressão arterial, pois vasos de resistência não possuem inervação parassimpática. Só inervação simpática. EFEITO SOBRE OS OLHOS -Dilata a pupila, geram midríase -Relaxa músculo ciliar geram paralisia de acomodação, chamada de cicloplegia, o que interfere na acomodação de objetos próximos. Tendem a aumentar a pressão intraocular em pacientes susceptíveis, podendo causar o glaucoma. EFEITO SOBRE O TRATO GASTRINTESTINAL -Inibe motilidade gastrintestinal, pode gerar constipação. Por inibir a motilidade, pode influenciar a absorção de outros fármacos, então a absorção de qualquer medicamento se torna mais lenta. -Inibe secreção ácida do estômago pelo antagonista muscarínico pirenzepina, por ser seletiva para receptor M1 EFEITO SOBRE OUTROS MÚSCULOS LISOS -Relaxamento da musculatura lisa dos brônquios, do trato biliar e urinário, podendo ocorrer retenção de líquido na bexiga em pacientes idosos. EFEITO SOBRE O SNC -Excitatórios: em doses baixas gera inquietação. Em altas doses gera agitação e desorientação. De um modo geral, antagonista muscarínico tem efeito excitatório. Obs.: tendo como exceção a escopolamina (receptor muscarínico), é depressora a nível de SNC. Gera sedação intensa. Principal uso: efeito antiemético (previne náuseas e vômitos) e é usada na prevenção da cinetose (náusea frente a movimento). SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL -Antagonista muscarínico reduz movimentos involuntários, prevenindo efeito colateral extrapiramidal de fármacos antipsicóticos. USOS CLÍNICOS Antagonistas seletivos para receptores M3 relaxantes da musculatura lisa Atropina: ela é não-seletiva, ou seja, atua em vários subtipos de receptores muscarínicos. É bem absorvida via oral. Tem efeito estimulante do SNC. É utilizada como adjuvante na anestesia para reduzir secreções, como a secreção brônquica. E causa broncodilatação, impedindo que a acetilcolina gera bronconstrição, dificultando a espiração. Pode ser usada no envenenamento por anticolinesterásicos, pois eles inibem acetilcolinesterase, aumentando os níveis de acetilcolina, estimulando todas as ações relacionadas à acetilcolina. A atropina atua impedindo eu a acetilcolina, em alta quantidade, estimule secreções, miose, bradicardia intensa, broncoconstrição. Exemplo de inibidor de colinesterase: inseticidas. Numa intoxicação por inseticidas, a atropina vai impedir que o excesso da acetilcolina gere uma broncoconstrição intensa o que vai dificultar a respiração do indivíduo. FÁRMACOS QUE AFETAM OS GÂNGLIOS AUTÔNOMOS (menos importante) ESTIMULANTES GANGLIONARES (agonista) Neurônio pré e neurônio pós. •A maioria dos agonistas de receptores nicotínicos afeta tanto receptores ganglionares quanto receptores da placa motora terminal e receptor neuronal, pois em todos esses locais tem-se receptor nicotínico. Um agonista de receptor nicotínico atua nos três locais. Com exceção da nicotina e lobelina que atuam preferencialmente nos gânglios. NICOTINA E LOBELINA (não vai cobrar) -São aminas terciárias -Apenas a nicotina tem uso clínico, como em adesivos transdérmicos em indivíduos que desejam parar de fumar. Além de existir em forma de goma de mascar, também para o indivíduo que deseja se desfazer do cigarro. A nicotina é estimulante do SNC. A nicotina auxilia na concentração do indivíduo, tanto que quem fuma, até na hora de estudar a pessoa fuma. Favorece a concentração, auxilia o indivíduo a ficar acordado, é um estimulante, e está associada à melhora doaprendizado. De forma negativa, ela atua nos receptores nicotínicos, nos gânglios autônomos, inicialmente, gera estimulação de gânglio autônomo, seguida de bloqueio de gânglio autônomo. Ou seja, pode gerar uma taquicardia seguida de braquicardia, pode aumentar bastante a pressão como pode baixar a pressão. BLOQUEADORES GANGLIONARES (antagonista): (não vai cobrar) Quanto a bloqueador ganglionar importante, tem-se a trimetafana. Embora ela seja um bloqueador de receptor nicotínico, ela atua principalmente nos gânglios autônomos. Gera bloqueio de transmissão entre neurônios pré e pós. Em função de gerar bloqueio de transmissão, é usada, às vezes, na redução da pressão arterial em cirurgia, com objetivo de gerar uma hipotensão controlada, para evitar sangramento em processos cirúrgicos. •pouca importância clínica •Vários mecanismos envolvidos: interferência na liberação da ACh despolarização prolongada interferência na ação pós-sináptica da ACh EFEITOS DOS FÁRMACOS BLOQUEADORES GANGLIONARES: SISTEMACARDIOVASCULAR Diminui pressão arterial, decorrente do bloqueio de gânglios simpáticos, impedindo a transmissão da informação do neurônio pré-sináptico para o pós-sináptico, consequentemente tem-se menos noradrenalina atuando nos receptores alfa-1 nos vasos sanguíneos, tendo menos vasoconstrição, estando relacionada a regulação da pressão arterial. USOS CLÍNICOS •clinicamente obsoletos •Exceção: trimetafana usada em infusão intravenosa: procedimento anestésico, com objetivo de diminuir pressão arterial ou em procedimento de emergência (também para reduzir pressão arterial). Tem que ser controlada para não levar a uma grande hipotensão, é para manter regulada, mantendo em nível basal. FÁRMACOS BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES Sendo neuromuscular, atua bloqueando a ação da acetilcolina em receptor nicotínico da fibra muscular esquelética, realizado por agentes que atuam na região pré-sináptica (pois pode atuar na região pré-sináptica diminuindo a síntese de acetilcolina, tendo menos acetilcolina na fibra muscular esquelética para realizar a contração) e fármacos que atuem na região pós-sinápticas (ou seja, que atuem diretamente na fibra muscular esquelética). USO: adjuvante em anestesia, com objetivo de gerar o relaxamento muscular. Requer ventilação assistida, pois bloqueia o uso da acetilcolina. Os fármacos de uso clínico que promovem o relaxamento muscular, serão os que atuam interferindo na ação pós-sináptica da acetilcolina. Embora tenha fármacos que atuem na região pré-sináptica diminuindo síntese e liberação de acetilcolina, os fármacos usados para causar o relaxamento muscular, são os que atuam na região pós-sináptica. Dentro desses medicamentos que atuam na região pós-sináptica, tem-se 2 CATEGORIAS: Agentes bloqueadores não-despolarizantes (antagonista de receptor nicotínico na membrana da fibra muscular esquelética) Agentes bloqueadores despolarizantes (agonistas de receptor nicotínico na placa motora/ membrana da fibra muscular esquelética) AGENTES BLOQUEADORES NÃO-DESPOLARIZANTES •TUBOCURARINA •GALAMINA •PANCURÔNIO, VECURÔNIO e ATRACÚRIO (principais) Diferem quanto a duração da ação •TODOS são compostos de amônio quaternário, o que faz com que sejam absorvidos em pequenas concentrações, o que favorece a eliminação deles. •Podem ser usados na anestesia obstétrica, pois são compostos de amônio quaternário e não atravessam a barreira placentária, não gerando efeito colateral no bebe, por não atravessar a placenta. MECANISMO DE AÇÃO •Por atuarem no receptor nicotínico da fibra muscular esquelética, impedem a acetilcolina de se ligar. Não tem a despolarização e não tem estimulo para a liberação de cálcio no reticulo sarcoplasmático e não tem a contração muscular. Causam relaxamento muscular. Antagonista competitivo dos receptores da acetilcolina (placa terminal). •São resultantes da paralisia motora. Primeiros músculos a serem paralisados: músculos extrínsecos dos olhos, gerando visão embaçada. Depois, os músculos faciais, dos membros, faringe (que gera dificuldade de deglutição) e os últimos são os respiratórios (são os primeiros a se recuperar do efeito do fármaco. Logo que cessa o efeito, o indivíduo já volta a respirar novamente). EFEITOS DOS FÁRMACOS BLOQUEADORES NÃO-DESPOLARIZANTES EFEITOS ADVERSOS: TUBOCURARINA Leva a uma queda da pressão arterial, pois causa o bloqueio ganglionar, ou seja, bloqueia resposta simpática, gerando hipotensão. Atua nos mastócitos, gerando liberação de histamina (também leva a queda de pressão), auxiliando no efeito broncoconstritor ATRACÚRIO E MIVACÚRIO Também geram queda de pressão arterial, como efeito colateral, uma vez que também atuam em mastócitos. Liberação de histamina, atuando nos mastócitos, gerando broncoconstrição. Por isso não podem ser usados por pacientes asmáticos. DEMAIS FÁRMACOS Causam menos hipotensão GALAMINA E PANCURÔNIO Galamina não é mais utilizada Pancurônio ainda é utilizado, gera taquicardia por causar bloqueio de receptor muscarínico Além de atuar como antagonista de receptor nicotínico na membrana da fibra, ele também é um antagonista de receptor M2. Impede atuação de acetilcolina a nível de musculo cardíaco. ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS •Usados principalmente em ANESTESIA para produzir RELAXAMENTO MUSCULAR •Administração: via INTRAVENOSA •MAIORIA é eliminada por metabolismo no fígado ou excretada de forma inalterada na urina •Exceção: ATRACÚRIO (não sofre metabolismo hepático. Ele é inativado espontaneamente na corrente sanguínea. É hidrolisado de forma espontânea no plasma), MIVACÚRIO (hidrolisado no plasma pela colinesterase plasmática, o butirilcolinesterase. Não depende de metabolismo hepático) e SUXAMETÔNIO (também é hidrolisado pela colinesterase, mas não faz parte dessa classe). •Duração da ação: 15 min a 1-2h AGENTES BLOQUEADORES DESPOLARIZANTES Importantes por promoverem o relaxamento muscular. O agonista fica no receptor nicotínico, despolarizando ele de forma persistente, o que faz com que o receptor nicotínico sofra dessensibilização. Ou seja, tem uma alteração de conformação do canal iônico do receptor nicotínico que faça com que ele fique no estado inativado e não responda mais ao estímulo, tendo relaxamento muscular. DECAMETÔNIO Causa despolarização mantida na região da placa terminal da fibra muscular, que leva à perda da excitabilidade elétrica, pois o receptor nicotínico (que é um canal de sódio) sofre alteração conformacional e fica no estado inativado. Isso ocorre pois ele foi despolarizado de forma progressiva, dessensibilizado. Se fica inativado, a acetilcolina não atua ali, tendo relaxamento muscular. Desvantagem: longa duração da ação SUXAMETÔNIO (succinilcolina) Ação mais curta Inativado por ser hidrolisado pela colinesterase no plasma (butiril colinesterase inativa ele) Ação: são agonistas nos receptores nicotínicos da placa terminal motora •Administração (como fármacos): o fármaco é utilizado, sofre difusão lenta (é levado até a membrana da fibra muscular, gerando despolarização persistente, inativando o receptor. Gerando o relaxamento muscular). EFEITOS ADVERSOS •SUXAMETÔNIO (utilizado) •bradicardia, pois também atua no receptor muscarínico cardíaco •liberação de potássio, pois aumenta permeabilidade das placas terminas motoras à cátions (potássio). Em indivíduos saudáveis, gera uma pequena perde de potássio. Problema: indivíduos que tiveram traumatismo, queimadura ou lesão de fibra muscular. Pois nessas situações, ocorre a proliferação de receptor nicotínico,aumentando a quantidade de receptor nicotínico na fibra muscular, onde o suxametônio atua. Aumenta a permeabilidade da membrana ao potássio, tendo uma grande liberação de potássio do meio intra para o meio extra. O que pode causar arritmia cardíaca. •aumenta pressão intra-ocular, relacionado com o aumento da contração dos músculos extrínsecos do globo ocular, o que acaba comprimindo o globo ocular. •relacionado à interação medicamentosa, pode ocorrer paralisia prolongada. Quando usada em associação com fármacos anticolinesterásicos (organofosforados geram inibição irreversível da colinesterase), pois o anticolinesterásico inibe a colinesterase, e o suxametônico não será hidrolisado e inativado. O que aumenta a concentração de suxametônico, o que pode levar a uma paralisia prolongada. O recém-nascido tem menor nível de colinesterase plasmática, ou seja, tem menos enzima para degradar o suxametônico. Pacientes com doença hepática tem redução da síntese de colinesterase, não hidrolisando o suxametônico. FÁRMACOS QUE AGEM EM NÍVEL PRÉ-SINÁPTICO FÁRMACOS QUE INIBEM A SÍNTESE DE ACETILCOLINA Etapa limitante para a síntese de acetilcolina: Transporte de colina para o terminal pré- sináptico colinérgico •HEMICOLÍNIO Bloqueia o transporte de colina. Ele se liga ao transportador de colina no terminal colinérgico, impedindo a recaptura de colina, diminuindo a síntese de acetilcolina. Usado a nível experimental. •VESAMICOL Bloqueia o transporte vesicular de acetilcolina (vesícula sináptica). A acetilcolina é formada, mas ela não consegue ser levada para dentro da vesícula sináptica, ficando no citosol e sofre degradação pela acetilcolinesterase. Se tem menos acetilcolina na vesícula, tem menos para ser liberada em resposta ao estímulo nervoso, tendo menos acetilcolina em fenda sináptica e atuando em qualquer região. FÁRMACOS QUE INIBEM A LIBERAÇÃO DE ACETILCOLINA Interferem em todo o tipo de resposta desencadeada pela acetilcolina, ou seja, vai ter relaxamento muscular, diminuição de secreções, da braquicardia e do peristaltismo. •Devem inibir a entrada de cálcio no terminal nervoso colinérgico. Ao ter uma substância que iniba a entrada de cálcio, não se tem a exocitose das vesículas, não tendo a liberação da acetilcolina. •Mg++ bloqueia o canal de cálcio dependente de voltagem. •ANTIBIÓTICOS AMINOGLICOSÍDEOS (estreptomicina e neomicina), que podem causar como efeito colateral a paralisia muscular, pois podem bloquear canal de cálcio, diminuindo liberação de acetilcolina podendo causar paralisia muscular. •TOXINA BOTULÍNICA: Produzida pelo bacilo anaeróbico Clostridium botulinum, que se prolifera em alimentos em conserva. Passou a validade, tem que ir para o lixo, pois aumenta a chance da produção da toxina/ proliferação do bacilo causando doença. A toxina botulínica causa paralisia parassimpática e motora, pois ela atua como uma peptidase (enzima) que cliva/quebra proteínas que participam do processo de exocitose das vesículas, impedindo a liberação da acetilcolina. Causa paralisia parassimpática e motora Tratamento (antitoxina): eficaz antes ou no início do aparecimento dos sintomas. Se for usada muito tarde, não tem mais como reverter o processo. Antitoxina impede que a toxina atua nas vesículas para clivar as proteínas. Recuperação: leva semanas Pode ser usada para tratar espasmo palpebral persistente. Sendo injetada localmente nos músculos, para causar o relaxamento muscular. FÁRMACOS QUE INTENSIFICAM A TRANSMISSÃO COLINÉRGICA •ATUAM inibindo a colinesterase ou aumentando liberação de acetilcolina. As colinesterases são enzimas que degradam a acetilcolina ou aumentam a liberação da acetilcolina pelo terminal parassimpático colinérgico. Tem-se duas COLINESTERASES, que são a ACETILCOLINESTERASE e a BUTIRILCOLINESTERASE que possuem diferenças quanto a distribuição nos tecidos; especificidade por substrato; função. Ambas se encontram na forma solúvel (acetilcolinesterase: líquor e no terminal nervoso colinérgico; butirilcolinesterase: no plasma) e ligada a membrana ACETILCOLINESTERASE Específica para degradar a acetilcolina e outros ésteres de colina, como a metacolina e a substância P (que as vezes é liberada junto com a noradrenalina) BUTIRILCOLINESTERASE (também chamada de pseudocolinesterase) Presente no fígado, pele, cérebro, células gliais, musculatura lisa gastrintestinal, PLASMA (no plasma se encontra na forma solúvel) Apresenta maior especificidade de substrato do que a AChE (acetilcolinesterase) Hidrolisa mais rápido a butirilcolina do que a acetilcolina -PLASMA: hidrólise de fármacos (hidrolisa a procaína, suxametônio, mivacúrio e propanidida). Procaína e propanidida são anestésicos locais. Sítio ativo da Acetilcolinesterase: Contém um sítio aniônico que possui uma porção glutamato, que se liga à porção básica da colina e da acetilcolina, e tem um sítio esterásico onde se encontram dois aminoácidos. A histidina e a serina. Para ter a hidrólise, a acetilcolina se liga à enzima. No caso, a colina se liga ao glutamato (que faz parte do sítio aniônico), e o grupo acetil se liga a hidroxila da serina, que faz parte do sítio esterásico. •O grupo ácido (ACETIL) da acetilcolina é transferido para a hidroxila da serina (ou seja, é transferido para o sítio esterásico) originando a enzima acetilada e liberando colina livre, mas antes de liberar a colina, ela é ligada a um sítio aniônico. Uma vez ocorrida a ligação do substrato à acetilcolina, a hidrolise do grupo acetil ocorre de forma rápida. A acetilcolina é rapidamente hidrolisada pela acetilcolinesterase. Liberando colina e acetato. •A hidrólise do grupo ACETIL da serina ocorre rapidamente FÁRMACOS QUE INIBEM A COLINESTERASE •INIBEM ambas as colinesterases [tanto a acetilcolinesterase (AChE) como a butirilcolinesterase (BuChE)]. Esses fármacos são divididos em 3 classes de acordo com a duração da ação do fármaco: Anticolinesterásicos de ação curta Anticolinesterásicos de duração média Anticolinesterásicos irreversíveis ANTICOLINESTERÁSICOS DE AÇÃO CURTA Ex.: EDROFÔNIO Se liga de forma reversível ao sítio aniônico (resíduo de glutamato) da enzima. Ou seja, é uma ligação fraca. O objetivo é melhorar a força muscular, pois, ao inibir a acetilcolinesterase, vai impedir a degradação da acetilcolina, tendo mais acetilcolina atuando no receptor nicotínico na fibra muscular, aumentando a força de contração muscular. Mas, por ter uma curta duração de ação, em torno de uns 4 minutos, só é utilizado para diagnóstico de miastenia gravis (doença autoimune onde o organismo produz autoanticorpos que atacam os receptores nicotínicos na fibra muscular). Não é utilizado para tratamento. ANTICOLINESTERÁSICOS DE DURAÇÃO MÉDIA Ex.: NEOSTIGMINA, PIRIDOSTIGMINA, FISOSTIGMINA São carbamil-ésteres Possuem grupos básicos que se ligam ao sítio aniônica da enzima, ou seja, eles também têm um resíduo básico que se liga ao grupamento glutamato. O grupo carbamil é transferido para a hidroxila da serina, ou seja, para o sítio esterásico. Dessa forma, tem-se uma enzima carbamilase que sofre hidrólise mais lentamente, do que se tivesse o grupamento acetila. Neostigmina e piridostigmina são usados no tratamento de miastenia gravis, por ter uma duração de ação maior que a do edrofônio. A fisostigmina é utilizada no tratamento do glaucoma. ANTICOLINESTERÁSICOS IRREVERSÍVEIS Se ligam a acetilcolinesterase por ligação covalente, forte, difícil de ser rompida Todos possuem um grupo fosfato, que é importante para a ação inibidora dele. São compostos de fósforo quecontêm um grupo como o fluoreto (diflos) ou um grupo orgânico (paration e ecotiopato) -Quando o grupo é liberado, o fósforo se liga à enzima. A hidroxila na serina da enzima é fosforilada, ou seja, o fósforo é transferido à hidroxila da serina da enzima que faz parte do sítio esterásico da enzima. A enzima fosforilada é inativa, que dura muito tempo, pois é uma ligação forte, estável. -interagem com o sítio esterásico da enzima -ENZIMA FOSFORILADA: INATIVA (muito estável) DIFLOS: -necessita da síntese de novas moléculas de AChE Precisa ser degradada para ser eliminada, é uma ligação irreversível ECOTIOPATO: -ocorre hidrólise (lenta) Entra no grupo de irreversível, mas ainda ocorre a hidrólise, mas de forma muito lenta, o que faz com que entre no grupo de anticolinesterásicos de duração lenta. Exemplo 1: neostigmina, anticolinesterásico reversível de duração de ação média. Mostra-se o grupo carbamil-ester, mostrando que a carbamila se liga a hidroxila da serina, formando enzima carbamilada, cuja hidrólise ocorre de forma lenta. Quando a carbamila é transferida para a hidroxila da serina, ela se torna carbamilada, e sofre hidrólise de forma lenta, mais lenta do que se fosse enzima acetilada. Exemplo 2: diflos, anticolinesterásico irreversível, mostrando que ele tem um fósforo que está ligado ao fluoreto, quando o flúor é liberado, o fósforo se liga à hidroxila da serina da enzima. A enzima fosforilada é resistente à hidrólise, ou seja, é de difícil clivagem, visto que a acetilcolina não consegue chegar, pois o fosfato está ligado de forma irreversível. É possível reverter o processo com a administração de pralidoxima, que retira o fosfato da enzima, que se torna novamente ativa. Mas isso tem de ser feito rápido, no caso de uma intoxicação por inseticidas por exemplo, pois se demorar, a pralidoxima tem alteração estrutural, sofrendo “envelhecimento”, não conseguindo mais retirar o fosfato e nem se tornar ativa. FÁRMACOS ANTICOLINESTERÁSICOS: Edrofônio: anticolinesterásico de duração de ação curta. Sítio principal de ação é a junção neuromuscular, por um local de ação ser esse, ele vai ser usado para o diagnóstico de miastenia gravis. Pois ele vai inibir de forma mais intensa a acetilcolinesterase. Diflos e ecotiopato: são anticolinesterásicos irreversíveis, com duração de ação longa, tendo local de ação a junção pós-ganglionar parassimpática. Também podem ser usados na forma de colírio para tratar o glaucoma. Paration: não é utilizado, pois é muito toxico, é inseticida. EFEITOS DOS FÁRMACOS ANTICOLINESTERÁSICOS NAS SINAPSES COLINÉRGICAS AUTONÔMICAS -Aumenta atividade da acetilcolina nas sinapses pós-ganglionares parassimpáticas. Estimulam secreções salivares, lacrimal, brônquica e sudoríparas como efeito indesejado. Causam bradicardia, miose, aumentam o peristaltismo do Trato Gastrointestinal, aumentando a chance de o indivíduo ter diarreia, cólica abdominal. Se forem muitos os efeitos indesejados, pode-se usar antagonista de receptor muscarínico, como a atropina, para impedir o efeito de bradicardia, a nível ocular, broncoconstrição (principalmente em pacientes asmáticos), peristaltismo no TGI. •Neostigmina e piridostigmina Duração de ação média, atuando de forma mais intensa na junção neuromuscular esquelética. Também usada no tratamento da miastenia gravis, por potencializar a ação da acetilcolina nos receptores nicotínicos. A piridostigmina tem duração de ação mais longa. -afetam mais a transmissão neuromuscular •Fisostigmina e organofosforados Duração de ação média, usada no tratamento do glaucoma, na forma de colírio, para ter administração tópica local. O principal local de ação é na junção pós-ganglionar parassimpática. Em função disso, inibe a acetilcolinesterase, aumentando a quantidade de acetilcolina, que atua inervando o musculo ciliar e o constritor da pupila, ativando o músculo ciliar, que favorece a drenagem aquosa, diminuindo o aumento da pressão intraocular. -afetam mais o sistema autônomo, por isso são usados no tratamento do glaucoma NA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR Aumenta força de contração dos músculos, porém, no caso de uma intoxicação, eles geram espasmo muscular seguido de paralisia muscular. Pois, gera um bloqueio por despolarização. O excesso de acetilcolina atuando no receptor nicotínico leva ao bloqueio do receptor devido a despolarização persistente (faz com que o canal de sódio e potássio fique inativado, de tanto ser inativado, não respondendo a acetilcolina). Fazem a mesma coisa que o suxametônio. Isso ocorre em grandes doses por intoxicação NO SNC Os anticolinesterásicos geram: excitação inicial, em altas doses gera convulsões seguida de depressão, perda de consciência e parada respiratória. REATIVIDADE COLINESTERASE -Colinesterase fosforilada pode ser reativada com a pralidoxima se administrada de forma rápida depois de uma intoxicação. Senão, ela sofre alteração estrutural e envelhecimento, não respondendo mais ao medicamento. Envenenamento por organofosforados, por inseticidas, é grave. Se o indivíduo não for levado para o hospital a tempo, ele pode morrer. -PRALIDOXIMA Administração: + rápido possível MIASTENIA GRAVIS –Auto-anticorpos contra receptores nicotínicos na junção neuromuscular •Tratamento: anticolinesterásicos Mostra-se o transporte de colina para dentro do terminal colinérgico. O hemicolínio inibe esse transporte, diminuindo a síntese de acetilcolina, diminuindo o armazenamento na vesícula, e consequentemente a liberação. O vesamicol inibe o transporte da acetilcolina para dentro da vesícula, estando associada a uma queda na liberação de acetilcolina. Os anticolinesterásicos, como a neostigmina, inibem a acetilcolinesterase, aumentando os níveis de acetilcolina, que vão atuar nos receptores nicotínicos das fibras musculares. A toxina botulínica que cliva proteínas que participam do processo de exocitose das vesículas colinérgicas, diminuindo a liberação de acetilcolina. E, bloqueando a junção neuromuscular, tem-se os agentes bloqueadores não-despolarizantes, como a tubocurarina, que é um antagonista de receptor nicotínico, que se liga ao receptor nicotínico impedindo que a acetilcolina se ligue para causar o relaxamento muscular. E tem os agentes bloqueadores despolarizantes, como o suxametônio, que são os agonistas de receptor nicotínico na fibra muscular. Ele se liga, gera despolarização excessiva, levando ao bloqueio do canal iônico, levando ao relaxamento muscular.
Compartilhar