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Código-Aduaneiro-do-Mercosul

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CÓDIGO ADUANEIRO DO MERCOSUL
CONTENIDO
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................3
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS..............................................................................................................5
MERCOSUL DECISAO CMC Nº 27/10...........................................................................................16
CÓDIGO ADUANEIRO DO MERCOSUL .......................................................................................18
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E DEFINIÇÕES BÁSICAS.......................................18
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES.............................................................................18
CAPÍTULO II - DEFINIÇÕES BÁSICAS..........................................................................................18
CAPÍTULO III - ZONAS ADUANEIRAS...........................................................................................20
TÍTULO II - SUJEITOS ADUANEIROS...........................................................................................20
CAPÍTULO I - ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA.............................................................................20
CAPÍTULO II - PESSOAS VINCULADAS À ATIVIDADE ADUANEIRA.........................................22
TÍTULO III - INGRESSO DA MERCADORIA NO TERRITÓRIO ADUANEIRO..............................24
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS...........................................................................................24
CAPÍTULO II - DECLARAÇÃO DE CHEGADA E DESCARGA DA MERCADORIA......................25
CAPÍTULO III - DEPÓSITO TEMPORÁRIO DE IMPORTAÇÃO.....................................................27
TÍTULO IV - DESTINOS ADUANEIROS DE IMPORTAÇÃO.........................................................29
CAPÍTULO I – CLASSIFICAÇÃO....................................................................................................29
CAPÍTULO II - INCLUSÃO EM .......................................................................................................29
REGIME ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO.....................................................................................29
CAPÍTULO III - RETORNO AO EXTERIOR....................................................................................38
CAPÍTULO IV – ABANDONO..........................................................................................................38
CAPÍTULO V – DESTRUIÇÃO........................................................................................................38
TÍTULO V - SAÍDA DA MERCADORIA DO TERRITÓRIO ADUANEIRO......................................39
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS...........................................................................................39
CAPÍTULO II - DECLARAÇÃO DE SAÍDA.....................................................................................39
CAPÍTULO III - DEPÓSITO TEMPORÁRIO DE EXPORTAÇÃO....................................................40
TÍTULO VI - DESTINO ADUANEIRO DE EXPORTAÇÃO.............................................................40
CAPITULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS...........................................................................................40
CAPITULO II - EXPORTAÇÃO DEFINITIVA...................................................................................41
CAPITULO III - EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA PARA REIMPORTAÇÃO NO MESMO ESTADO41
CAPITULO IV - EXPORTAÇÃO TEMPORÁRIA PARA APERFEIÇOAMENTO PASSIVO............42
TÍTULO VII - TRÂNSITO ADUANEIRO..........................................................................................43
TÍTULO VIII - REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS....................................................................45
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS...........................................................................................45
CAPÍTULO II – BAGAGEM.............................................................................................................46
CAPÍTULO III - PERTENCES DE TRIPULANTE............................................................................46
CAPÍTULO IV - PROVISÕES DE BORDO......................................................................................46
CAPÍTULO V - FRANQUIAS DIPLOMÁTICAS...............................................................................47
CAPíTULO VI - REMESSAS POSTAIS INTERNACIONAIS...........................................................47
CAPÍTULO VII – AMOSTRAS.........................................................................................................48
CAPÍTULO VIII - REMESSAS DE ASSISTÊNCIA E SALVAMENTO.............................................48
CAPÍTULO IX - COMÉRCIO FRONTEIRIÇO..................................................................................48
CAPÍTULO X – CONTÊINERES......................................................................................................48
CAPÍTULO XI - MEIOS DE TRANSPORTE COMERCIAIS.............................................................49
CAPÍTULO XII - RETORNO DA MERCADORIA.............................................................................50
CAPÍTULO XIII - REMESSAS EM CONSIGNAÇÃO.......................................................................50
CAPÍTULO XIV - SUBSTITUIÇÃO DE MERCADORIA...................................................................51
TÍTULO IX - ÁREAS COM TRATAMENTOS ADUANEIROS ESPECIAIS.....................................51
CAPÍTULO I - ZONAS FRANCAS...................................................................................................51
CAPÍTULO II - ÁREAS ADUANEIRAS ESPECIAIS.......................................................................53
CAPÍTULO III - LOJAS FRANCAS.................................................................................................53
TÍTULO X - DISPOSIÇÕES COMUNS À IMPORTAÇÃO E À EXPORTAÇÃO.............................54
CAPÍTULO I - PROIBIÇÕES OU RESTRIÇÕES.............................................................................54
CAPÍTULO II – GARANTIA.............................................................................................................55
CAPÍTULO III - CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR.................................................................56
CAPÍTULO IV - GESTÃO DE RISCO..............................................................................................56
CAPITULO V - SISTEMAS INFORMATIZADOS.............................................................................57
CAPÍTULO VI - DESTINAÇÃO DE MERCADORIA........................................................................57
CAPÍTULO VII – TRANSBORDO....................................................................................................58
TÍTULO XI - TRIBUTOS ADUANEIROS.........................................................................................58
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS...........................................................................................58
CAPÍTULO II - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ADUANEIRA.............................................................59
CAPÍTULO III - DETERMINAÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO............................................60
TÍTULO XII - DIREITOS DO ADMINISTRADO...............................................................................61
CAPÍTULO I - PETIÇÃO E CONSULTA..........................................................................................61
CAPÍTULO II – RECURSOS............................................................................................................62
CAPÍTULO III - DISPOSIÇÕES GERAIS.........................................................................................62
TÍTULO XIII - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS..............................................................................62
TÍTULO XIV - DISPOSIÇÕES FINAIS............................................................................................63CAPÍTULO I - DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES................................................................63
CAPÍTULO II - COMITÊ DO CÓDIGO ADUANEIRO.......................................................................63
INTRODUÇÃO
Prof. Héctor Hugo Juárez1
Desde o nascimento do MERCOSUL mediante a assinatura do Tratado de Assunção 
em 26/03/1991, tomou-se consciência da necessidade de harmonizar as legislações 
dos Estados Partes para lograr o fortalecimento do processo de integração com 
vistas ao objetivo final de conformar um MERCADO COMUM. 
Em seu desenvolvimento consolidou-se um direito ORIGINAL ou PRIMÁRIO, que é 
o que está conformado pelo Tratado de Assunção (com seus protocolos e Anexos), 
o Protocolo de Brasília e o Protocolo de Ouro Preto (com seu Anexo) e um direito 
DERIVADO ou SECUNDÁRIO, que é o emitido pelos Órgãos com faculdades de 
legislar: o Conselho do Mercado Comum - CMC - (que emite “Decisões”), o Grupo 
Mercado Comum - GMC - (que emite “Resoluções”) e a Comissão de Comércio – 
CCM - (que emite “Diretivas”). 
Dentro de tal universo legislativo, numerosas regras aduaneiras foram ditadas, 
muitas delas atualmente em vigor, visando regular os diferentes aspectos do 
fenômeno aduaneiro à medida que as necessidades econômicas e políticas o 
exigiam.
11Advogado (UNC); Especializado em Docência no Ensino Superior (UCC). Professor da Universidade Blas 
Pascal (Córdoba, Argentina), Ex docente da Universidade Siglo XXI (Córdoba) e Instituto Superior de Comércio 
Exterior subordinado à Câmara de Comércio Exterior da cidade de Córdoba. Chefe da Divisão Jurídica da 
Região Aduaneira de Córdoba, Argentina. Membro do Comitê Técnico Nro. 2, Subcomitê Técnico de Legislação 
Aduaneira do MERCOSUL. Membro do Grupo de Redação do Código Aduaneiro do MERCOSUL. Endereço 
eletrônico: hhjuarez@gmail.com
Assim, e com o fim de implementar a zona de livre comércio, os Estados Partes do 
Mercosul resolveram adotar uma nomenclatura comum baseada no Sistema 
Harmonizado de Designação e Codificação de mercadorias sob a designação de 
Nomenclatura Comum do Mercosul, e posteriormente, mediante a decisão C.M.C. Nº 
22/94, se dispôs a aprovar a Tarifa Externa do Mercosul, com seu regime de 
exceções e cronograma de adequação. 
Posteriormente, tornou-se necessário contar com um regime de origem para 
diferenciar as mercadorias originárias da zona em regime de livre circulação 
daquelas a respeito das quais não se acordou, todavia, a sua liberação, pelo que foi 
preciso ditar um plexo normativo com este objetivo. 
Além dele, atualmente existem no MERCOSUL mais de 25 Regimes Aduaneiros 
Comuns, e portanto, aprovados e vigentes nos quatro Estados Partes fundadores: 
Regime de Equipamento, Circulação de Bens Culturais, Circulação de Material 
Promocional, Circulação de veículos de turistas particulares e de aluguel, Transporte 
de encomendas em ônibus de passageiros, só para citar alguns.
Estas disposições e regimes aduaneiros, independentes entre si, e que foram 
incorporados às legislações nacionais em diferentes contextos históricos, não 
contam até a presente data com uma estrutura normativa que os integre e consolide 
como partes integrantes de um sistema jurídico. 
Em 2 de agosto de 2010, durante a XXXIX Cúpula do Mercosul ocorrida na cidade 
de San Juan, Argentina, o Conselho do Mercado Comum (CMC) aprovou o CÓDIGO 
ADUANEIRO DO MERCOSUL (Decisão CMC 27/2010), um corpo normativo 
comunitário de 181 artigos que define e harmoniza os institutos fundamentais em 
matéria aduaneira, e que tão logo seja referendado pelos Congressos dos Estados 
Partes, será incorporado aos sistemas jurídicos nacionais e regulará o ingresso e a 
saída de mercadorias, no e do MERCOSUL assim como sua circulação interna.
A Argentina foi o primeiro Estado Parte do MERCOSUL a incorporar o Código 
Aduaneiro do MERCOSUL (CAM) à sua própria legislação nacional (Lei Nº 26.795). 
No Paraguai e Uruguai, o Projecto CAM se encontra em processo de aprovação 
legislativa em seus respectivos Congressos Nacionais. No Brasil, se encontra sob a 
órbita do Poder Executivo e na Venezuela – recente sócio pleno do MERCOSUL – a 
norma se encontra incluída no cronograma de incorporação. 
O anteriormente exposto nos indica que resulta iminente sua ratificação a nível 
regional pelo que resulta de interesse fundamental analisar o reordenamento que 
produzirá nas legislações nacionais e comunitárias vigentes. 
Esta norma em particular, contém uma característica que a destaca e diferencia de 
outras normas comunitárias já incorporadas aos ordenamentos nacionais e que 
justifica amplamente seu tratamento em especial. Estamos falando de uma norma 
jurídica com estrutura de "Código", ou seja, um corpo sistemático que procura 
regular integralmente a matéria abordada, isto é, o tráfico internacional de 
mercadorias dos países membros do MERCOSUL. Para lograr tal finalidade, esta 
norma realiza um tratamento holístico da questão aduaneira, definindo e regulando 
seus principais institutos constitutivos, procurando, assim, a completude do sistema.
O Código Aduaneiro do MERCOSUL harmoniza e define "conceitos" e "instituições” 
fundamentais, com forte cunho de "permanência", o que possibilitará avançar na 
implementação do processo "evolutivo" de integração a partir de bases firmes, e 
posteriormente, através do ditame de normas regulamentadoras (mais funcionais e 
dinâmicas), substituir paulatinamente, as disposições não comuns das legislações 
aduaneiras nacionais até se chegar a um marco normativo aduaneiro comum.
A presente versão incorpora a "FÉ DE ERRATAS" aprovada em 24 de junho de 
2015, em virtude da qual se realizaram as adaptações linguísticas que o Governo 
Brasileiro considerava necessárias para a versão em idioma Português (verbi gratia: 
substituir o termo "numeral" por "parágrafo", o "detenção" por "prisão"2, "facilidades" 
por "facilitação", "correspondentes" por "quando aplicáveis", "o" por "ou", etc.).
 …………………………
Dr. Héctor H. Juárez
Docente UNC, UBP e UNVM
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS2
I.- Antecedentes
O Tratado de Assunção, em seu artigo 1º, reafirma a necessidade de harmonizar as 
legislações dos Estados Partes para o fortalecimento do processo de integração.
Com esse objetivo, os Estados Partes realizarão esforços que resultaram na 
elaboração de um Projeto de Código Aduaneiro do MERCOSUL em 1994, texto que 
não foi possível incorporar ao ordenamento jurídico de todos os Estados Partes, 
requisito necessário para sua vigência.
No período compreendido entre 1997 e 2000, no âmbito do Comitê Técnico Nº 2 
"Assuntos Aduaneiros" da Comissão de Comércio do MERCOSUL, foram realizados 
estudos com a finalidade de retomar os trabalhos de codificação da legislação 
aduaneira.
Em 15/12/2003, no momento de se dar novo impulso ao MERCOSUL, o Conselho 
do Mercado Comum, mediante Decisão 26/03 estabelece o cronograma de trabalho 
para o período 2004/2006, definindo como prioridade dentro do mesmo, identificar 
no âmbito da CCM, os aspectos conceituais básicos do Código Aduaneiro do 
MERCOSUL que requerem definições por parte do GMC, e a partir daí, retomar a 
revisão do mesmo no âmbito da CCM.
2 Exposición de Motivos elaborada en el ámbito de la Administración Federal de Ingresos Públicos (AFIP), que 
el Poder Ejecutivo Nacional elevo al Congreso de la Nación Argentina conjuntamente con la Decisión CMC 
Nro. 27/2010 a efectos de facilitar su comprensión y tratamiento (Mensaje PEN Nro. 1311/2012). 
Detectados os pontos em conflito e harmonizadas as propostas conceituais e 
legislativas, com notável avanço durante a Presidência Pro Tempore da Argentina, 
em 27-07-2006, na cidadede Córdoba, foi assinada a Resolução GMC Nº 40/06 que 
estabeleceu as diretrizes e definições que o Grupo Ad Hoc de redação do Projeto de 
Código Aduaneiro do MERCOSUL (GAHCAM) teve em consideração na tarefa de 
redação.
II.- Fontes
Para a elaboração do Código Aduaneiro MERCOSUL foram considerados os 
seguintes antecedentes:
Antecedentes Nacionais:
1.- Código Aduaneiro Argentino (Lei Nº. 22.415).
2.- Código Aduaneiro Paraguaio (Lei No. 2422/04 e seu Regulamento Decreto Nº 
4672/05).
3.- Código Aduaneiro Uruguaio (Decreto Lei Nº 15.691/84).
4.- Regulamento Aduaneiro Brasileiro (Decreto Nº 4543/2002, e Decreto Nº 
6.759/09).
Antecedentes MERCOSUL:
1.- Código Aduaneiro do MERCOSUL (Decisão CMC 25/94) 
2.- Código Aduaneiro do MERCOSUL (versão março ano 2000)
3.- Normas de Aplicação do Código Aduaneiro MERCOSUL (NACAM)
4.- Decisões do Conselho do Mercado Comum.
Antecedentes Internacionais:
1.- Convênio Internacional para a Simplificação e Harmonização dos Regimes 
Aduaneiros. Convenção de Kyoto Revisada.
2.- Código Aduaneiro Europeu (Regulamento CEE Nº 2913/92), e o Código 
Aduaneiro Europeu denominado “Modernizado” (Regulamento (CE) nº 450/2008 do 
Parlamento Europeu e do Conselho, aprovado na data de 23 de abril de 2008).
3.- Código Aduaneiro Centroamericano (CAUCA III – Ano 2002)
4.- Redação Preliminar do Código Aduaneiro Comunitário Andino.
5.- Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT)
III.- Aspectos Metodológicos
Considerando que o direito Aduaneiro tem por finalidade regular as relações 
jurídicas que se estabelecem entre as administrações aduaneiras e as pessoas 
(físicas ou jurídicas) que intervêm no ingresso, permanência, e saída de mercadorias 
em um âmbito espacial (território aduaneiro), em primeiro lugar (Título I) foi definido 
e delimitado o território onde se aplica a norma proposta para, imediatamente após, 
demarcar o território até onde ingressam, permanecem ou de onde egressam as 
mercadorias, assim como as definições vinculadas às tais movimentações.
Estes deslocamentos de mercadorias geram um leque de direitos e obrigações 
atribuíveis a diversos sujeitos perfeitamente determinados: por um lado, a 
Administração Aduaneira, órgão do Estado que, no exercício de direitos soberanos 
no âmbito especial delimitado, tem como função essencial "controlar" tal movimento 
de mercadorias, e por outro lado, os "sujeitos vinculados", pessoas fisicas ou 
jurídicas que intervêm de maneira direta ou indireta no 
ingresso/egresso/permanência da mercadoria (importadores, exportadores, 
despachantes aduaneiros, transportadoras, etc.), pelo que se procede a sua 
regulação no Título II.
Posteriormente, nos Títulos III, IV, V, VI, VII, VIII e IX desenvolve-se tudo o que é 
vinculado ao objeto da relação jurídica aduaneira, ou seja, a finalidade levada em 
conta pelo ordenamento jurídico: o controle Aduaneiro sobre as importações e 
exportações. Para isto, são reguladas as distintas formas admitidas de ingresso de 
mercadoria no território aduaneiro, quer seja através de atos humanos voluntários, 
assim como de simples atos jurídicos naturais (bens móveis, descarga, sinistro, 
etc.), assim como os diversos destinos aos quais pode ser submetida a mercadoria, 
os requisitos e condições para sua permanência, para concluir com as distintas 
formas em que podem ser extraídas as mercadorias do território aduaneiro. 
Nos Títulos X e XI desenvolve-se tudo o que é vinculado às causas da relação 
jurídica aduaneira, ou seja, os motivos ou fundamentos do controle, isto é, o regime 
de proibições e restrições e o regime de imposição de tributos, entre outros.
Por último, no Título XII, se estabelecem de maneira explícita os Direitos do 
Administrado, no Título XIII as Disposições Transitórias, dentro das quais vale 
ressaltar as vinculadas à Circulação Interna da mercadoria no MERCOSUL e no 
Título XIV o vinculado com o descumprimento das obrigações e o Comitê de Código 
Aduaneiro, que será o Órgão encarregado de velar pela Aplicação uniforme deste 
corpo legal. 
Na continuação são detalhados aqueles aspectos considerados novos pelas 
legislações aduaneiras dos Estados Partes.
Título I
Supletividade
No Artigo 1 item 4 do CAM define-se de maneira expressa o caráter "supletivo" das 
legislações nacionais. Isto significa que, no momento que o CAM entre em vigor, 
nossas legislações aduaneiras nacionais e suas normas regulamentares e 
complementares não perderão vigência, mas sim que serão de aplicação supletiva 
para todos aqueles casos não regulados especificamente na norma comunitária, 
evitando-se desta forma a existência de lacunas e vazios legais enquanto o 
MERCOSUL conclui seu sistema jurídico aduaneiro. 
Âmbito Espacial e Território Aduaneiro
O CAM se aplica na totalidade do território dos Estados Partes, quer dizer, nos 
âmbitos terrestres, marítimos e aéreos submetidos a sua soberania e aos enclaves 
concedidos a seu favor.
Neste ponto, o CAM se afasta do critério seguido por nossa legislação nacional, que 
é o critério "econômico" previsto no artigo XXIV do GATT, e adota o critério sugerido 
pela Convenção de Kyoto: "território aduaneiro é o território no qual é aplicável a 
legislação aduaneira", de elevado consenso a nível internacional, e na qual se 
assimila o âmbito espacial de aplicação da lei ao território aduaneiro. 
Desta forma, todo o território soberano nacional, incluído seu Mar Territorial, zonas 
francas, e rios Internacionais, formam parte do Território Aduaneiro comunitário.
Título II
Precedência em Zona Primária
Seguindo fontes nacionais (Art. 12 do Código Aduaneiro Paraguaio, Art. 17 do 
Regulamento Aduaneiro do Brasil), antecedentes Internacionais (Art. 8 do CAUCA) e 
levando em consideração o princípio de especialidade, e as modernas tendências de 
segurança para combater o terrorismo, estabeleceu-se nas zonas primárias a 
"precedência" do Serviço Aduaneiro no controle do tráfico internacional de 
mercadorias com relação às outras forças de segurança que atuam no mesmo 
espaço físico. 
Isto implica em que na tarefa específica de controle das importações e exportações 
que se realizam nas zonas primárias habilitadas para tal fim, como aeroportos e 
portos, o serviço aduaneiro será a autoridade principal e superior, podendo solicitar 
o auxílio das outras forças de segurança e coordenar seu acionamento para efeito 
de cumprir sua tarefa específica de controle. Isso sem prejuízo de atuar e exercer 
por si mesmo o poder policial. Deste modo, se unificam os critérios de atuação em 
todos os Estados Partes do MERCOSUL.
Validade dos atos administrativos aduaneiros
A incorporação da presente norma visa estabelecer a presunção "iuris tantum" de 
validade, dos atos administrativos aduaneiros de alcance particular, realizados pela 
Administração Aduaneira de um Estado Parte, os quais produzirão plenos efeitos 
jurídicos, em todo o Território Aduaneiro do MERCOSUL, evitando assim o desgaste 
administrativo e jurisdicional que poderia ocorrer ante um tratamento duplo, e o risco 
de posicionamentos ou critérios diferentes ou contraditórios diante de um mesmo 
fato. 
Este importante instrumento jurídico contribui para brindar segurança e certeza às 
relações jurídicas vinculadas ao tráfico internacional de mercadoria, possibilitando 
que os atos de natureza aduaneira de alcance particular, tais como inspeções, 
aferição, classificação da mercadoria, que foram emitidos pelas autoridades 
aduaneiras de um Estado, se reputem válidos e eficazes no território dos demais 
Estados Partes do MERCOSUL. 
Sem embargo, para que a presunção de validade resulteprocedente: o ato 
administrativo estrangeiro deve ser considerado válido segundo seu próprio direito, 
ou seja, ele deve reunir os requisitos substanciais e formais previstos pelo direito 
administrativo ao qual pertence a autoridade que o ditou ("auctor regit actum").
Operador econômico qualificado
Com o intuito de facilitar a fluidez do comércio global garantindo a segurança da 
cadeia logística internacional, durante o ano de 2005 os Membros da Organização 
Mundial de Aduanas elaboraram um sistema de princípios e normas denominado 
Marco Normativo da OMA para Assegurar e Facilitar o Comércio Global, cuja 
adoção é sugerida à comunidade internacional. 
Dentre estes princípios básicos se encontra regulada a figura do Operador 
Econômico Qualificado (ou Autorizado, ou Confiável), que consiste em uma 
qualificação especial outorgada aos sujeitos que operam no comércio exterior como 
fabricantes, importadores, exportadores, despachantes, transportadoras, 
intermediários, administradores de portos, aeroportos ou terminais, agentes de 
transportes integrados, exploradores de depósitos, etc., em função de diversos 
critérios, assim como de seus bons antecedentes de cumprimento das normativas 
aduaneiras, de um compromisso demonstrado com a segurança da cadeia logística 
e um sistema satisfatório para a gestão de seus registros comerciais.
Seguindo este antecedente, foi prevista a incorporação desta figura dentro dos 
sujeitos vinculados à atividade aduaneira, deixando para a regulamentação os 
requisitos necessários para a outorga do dito status. 
Dentro da doutrina são utilizadas as denominações "Operador Econômico 
Confiável", "Operador Econômico Autorizado" ou ainda, "Operador Econômico 
Qualificado". Optou-se por esta última opção, sob o entendimento de que a condição 
nela indicada representa uma "qualificação" especial do operador, que atende 
determinados requisitos diferenciadores, com relação ao outros operadores 
econômicos. 
Título III
Ingresso atípico da Mercadoria
Dentre as funções e competências das Administrações Aduaneiras foi estabelecido, 
em primeiro lugar, a obrigação de exercer as tarefas de controle sobre toda 
mercadoria, meio de transporte ou unidade de carga que ingresse (ou egresse) no 
(do) território Aduaneiro MERCOSUL. 
Para tal fim se obriga aqueles que ingressam mercadorias no Território Aduaneiro 
MERCOSUL, a fazê-lo por locais e horários habilitados, prevendo-se expressamente 
que as Administrações Aduaneiras estabelecerão os requisitos quando se tratar de 
dutos fixos, tais como: oleodutos, gasodutos ou linhas de transmissão de 
eletricidade, ou por outros meios particulares de ingresso. 
Desta forma, introduz-se estas novas modalidades de tráfico de mercadoria, 
prevendo-se inclusive a possibilidade de que as Administrações Aduaneiras regulem 
novos modos de transporte de mercadorias que possam ser possibilitados pelo 
avanço da tecnologia no futuro.
Títulos IV, V, VI, e VII
Destinos Aduaneiros: Critério classificatório3
Levando-se em consideração as diferentes etapas ou sequências de uma 
importação, foram adotados as seguintes Disposições Gerais: 1) Toda mercadoria 
que chega ao território Aduaneiro do MERCOSUL deve ser declarada (salvo 
exceções pontuais expressas), 2) Toda mercadoria declarada e consignada com 
destino ao MERCOSUL deve ser ingressada e descarregada nos locais habilitados 
para tal fim, onde ficará sujeita à condição de Depósito Temporário (salvo exceções 
pontuais expressas). 3) Toda mercadoria sob regime de Depósito Temporário deve 
ser submetida a algum dos seguintes destinos aduaneiros autorizados: a) submetê-
la a um regime aduaneiro de importação; (que poderá ser definitivo ou temporário), 
b) reembarcá-la com destino ao exterior (entende-se que o transbordo não é um 
destino), c) abandoná-la voluntariamente a favor do Estado Nacional ou d) destruí-la 
com o consentimento da Administração Aduaneira do Estado no qual se encontra. 
Se não houver solicitação dentro de um prazo peremptório, será automaticamente 
considerada abandonada a favor do Estado Nacional. A enumeração dos "Destinos 
Aduaneiros" é taxativa. O ordenamento jurídico legal não prevê outras alternativas 
para o tratamento da mercadoria importada.
Na Exportação, embora o processo seja inverso (primeiro a declaração do 
Exportador e em seguida a da transportadora), podemos assinalar as Disposições 
Gerais e Critério de Classificação e a estrutura organizacional adotada da seguinte 
maneira: 1) Toda mercadoria que pretende ser exportada deve ser declarada (salvo 
exceções pontuais expressas), 2) No momento da declaração, o exportador deve 
solicitar a inclusão em algum dos regimes de exportação autorizados, 3) Toda 
mercadoria declarada e consignada com destino ao exterior deve ser carregada e 
extraída nos lugares habilitados para tal fim.
Nesta ordem de raciocínio, vale ressaltar então que destinos que um operador pode 
escolher são limitados e precisos: se é uma mercadoria de livre circulação no 
MERCOSUL, sua exportação, e pelo contrário, se se trata de uma mercadoria que 
carece de livre circulação no MERCOSUL, e que pretende ingressar neste, deverá 
ser destinada à importação, reembarcá-la, abandoná-la ou destruí-la. Tais 
3 Ver Artículo titulado “IMPACTO CAM. Principales modificaciones del Código Aduanero del MERCOSUR a 
la legislación aduanera nacional.” Buenos Aires, 15 de abril de 2011. ISSN 1666-8987. Nº 12.731. AÑO XLIX. 
ED 242. 
movimentações constituem o primeiro nível da estrutura classificatória das 
operações a realizar em uma aduana: os destinos aduaneiros das mercadorias.
Passando ao nível seguinte da estrutura classificatória, devemos precisar que os 
Regimes Aduaneiros são "tratamentos jurídicos alternativos" que o ordenamento 
jurídico outorga ao declarante no momento do ingresso ou egresso da mercadoria 
do Território Aduaneiro. Estas opções são selecionadas livremente pelo 
importador/exportador no momento de apresentar sua declaração de acordo com 
suas necessidades comerciais.
São previstos nove Regimes Aduaneiros Gerais distribuídos em três categorias que 
adotam como critério diferenciador as possiblidades ou alternativas jurídicas do 
declarante: em primeiro lugar encontramos os quatro Regimes Aduaneiros que a 
legislação oferece como menu ao importador, ou seja, são alternativas ou caminhos 
que a legislação outorga ao importador para ingressar a mercadoria no território 
Aduaneiro do MERCOSUL, em segundo lugar, são disponibilizados quatro Regimes 
Aduaneiros ao exportador, e por último, um Regime Aduaneiro Comum, que 
representam os tratamentos que podem ser utilizados tanto na importação como na 
exportação de mercadorias (é importante ter em mente que é possível solicitar o 
regime de trânsito tanto em uma importação como em uma exportação).
Além dos Regimes Aduaneiros Gerais, no Título VIII foram regulados os Regimes 
Aduaneiros Especiais, que são as regulações específicas dentro de um Regime 
Aduaneiro que permitem o ingresso no ou a saída do território aduaneiro do 
MERCOSUL ou a circulação pelo mesmo de mercadorias, meios de transporte e 
unidades de carga, excetuados total ou parcialmente do pagamento de tributos 
aduaneiros e sujeitos à realização de um despacho aduaneiro simplificado, em razão 
da qualidade do declarante, da natureza das mercadorias, sua forma de envio ou 
destino. 
Controle. Seletividade. Análises de Risco. Controles "Ex Post" ou "a 
posteriori"
Para o exercício da função de controle foi previsto a utiização de mecanismos de 
seletividade, elaborados através de critérios previamenteestabelecidos com base 
em análise de risco e na forma complementar, mediante sistema aleatório. 
A utilização de mecanismos de seletividade no controle aduaneiro é hoje uma 
necessidade indiscutível ante o enorme crescimento do comércio internacional. A 
experiência demonstra que o controle de todas as operações – sem seletividade – 
além de oneroso é pouco eficaz. As modernas técnicas procuram incrementar o 
controle inteligente das cargas, estabelecendo de maneira prévia os parâmetros e 
mecanismos de auto-correção que possibilitem o máximo de resultados com o 
mínimo de recursos. 
Neste processo de dar segurança à cadeia logística das cargas facilitando o 
comércio lícito transparente resulta de fundamental importância a relação de 
cooperação entre Aduanas que possibilite adiantar a informação da mercadoria que 
é enviada a partir de um terceiro país ao MERCOSUL.
Da mesma forma, detectou-se que a moderna tendência de realizar o controle da 
mercadoria depois de sua liberação ("ex port" ou "a posteriori"), procurando agilizar o 
tráfico de mercadorias no ponto de fronteira ou zona primária. A autoridade 
aduaneira poderá proceder ao controle dos documentos e dados comerciais 
relativos às operações de comércio exterior, como também, proceder a verificação 
da mercadoria quando esta possa ainda ser-lhe apresentada. 
Título VIII
Regimes Especiais
Se estabelece que os regimes especiais são aqueles nos quais se outorga uma 
isenção – total ou parcial, de tributos à importação ou à exportação e cuja 
declaração e tramitação é realizada de modo simplificado. O caráter de proibido ou 
admitido da mercadoria não é adotado como critério de diferenciação.
Dentre os antecedentes considerados para o tratamento deste Capítulo, vale 
ressaltar as Decisões do MERCOSUL Números (Ver: 69/00, 32/03, 33/05, 02/06) 
18/94 e 03/06, e a Convenção de Quioto Revisada que, em seu Anexo Específico J, 
trata como procedimentos especiais “Viajantes”, “Tráfico Postal”, “Meios de 
Transporte com fins comerciais”, “Provisões” e “Envios de Ajuda”.
Foram projetados aqueles artigos que se entendeu deviam integrar o Projeto por seu 
caráter geral, deixando para as normas regulamentares o estabelecimento dos 
requisitos, das formalidades e dos procedimentos para a aplicação dos diferentes 
regimes.
A classificação dos regimes especiais efetuada é meramente enunciativa, deixando-
se menção expressa à possibilidade de que as normas regulamentares estabeleçam 
outros regimes especiais, já que atualmente existem normas aprovadas pelos 
órgãos do MERCOSUL que se referem a outros regimes especiais. É o caso, entre 
outros, das Resoluções do GMC Nºs 121/96 (Material Promocional), 122/96 
(Circulação de Bens Integrantes de Projetos Culturais); 29/98 (Intercâmbio Postal 
entre Cidades situadas em região de fronteira), 35/02 (circulação de veículos de 
turistas e de aluguel), 22/03 (Ingresso e circulação de padrões metrológicos).
Nos regimes especiais de Contêineres e Meios de Transporte com fins comerciais, 
foi previsto que a modalidade de ingresso e permanência das unidades seja 
efetuada conforme a legislação de cada Estado Parte toda vez que naquela data os 
ditos tratamentos aduaneiros não se encontrem harmonizados no MERCOSUL, 
submetendo-os ao Regime de Trânsito na República Oriental do Uruguai e ao 
Regime de Admissão Temporária dos demais Estados Partes. 
Merece parágrafo aparte o Regime de Remessas Postais, para o qual é adotado o 
critério sugerido pelo Comitê Técnico de Comunicações do MERCOSUL (que se 
ajusta às Decisões adotadas no Congresso de Bucareste 2004) no sentido de que o 
Regime de Courrier é uma espécie dentro do gênero de Remessas Postais, e 
portanto, a seu respeito não se justifica ontologicamente um tratamento diferenciado 
na legislação de base, isto sem prejuízo de que a nível regulamentar, sejam 
contempladas suas propriedades particulares.
Título IX
Zonas Aduaneiras Especiais
Após exaustivas negociações a respeito dos alcances da outorga ao instituto para 
efeito de resguardar as Zonas Aduaneiras Especiais da Terra do Fogo e Manaus no 
Brasil, foi consensuada uma "Definição" que outorga entidade, existência a estes 
Espaços Territoriais (dentro do território aduaneiro) onde se pode aplicar um 
tratamento especial, ou seja, "um regime tributário mais favorável que o vigente no 
resto do território aduaneiro".
Título X
Proibições ou Restrições
Considerando que o papel essencial dos serviços aduaneiros do mundo estão, na 
atualidade, direcionados na aplicação de medidas do tipo não tarifárias como, por 
exemplo, as relacionadas à segurança pública, à proteção do meio-ambiente e aos 
consumidores, ao combate às drogas, e às mercadorias falsificadas, etc., e tendo 
presente que neste tipo de medidas encontram-se vinculados direitos e garantias de 
cunho constitucional (livre circulação de mercadoria, livre comércio, etc.) considerou-
se necessário regular especificamente o instituto nesta norma de base. 
Por essa razão, e diferentemente de propostas anteriores (CAM 1994 e ACAM2000), 
o presente Projeto de Código Aduaneiro MERCOSUL acolhe e ressalta de maneira 
expressa os conceitos de Proibições ou Restrições, tratando-os como têrmos 
sinônimos, e definindo-os como aquelas medidas que proíbem ou restringem de 
forma permanente ou transitória a introdução ou extração de determinadas 
mercadorias no ou do território aduaneiro MERCOSUL.
Desta forma, e com a finalidade de outorgar precisão conceitual ao instituto, 
evitando dúvidas ou interpretações ambíguas, se unificam e harmonizam os 
conceitos utilizados na atualidade pelos diferentes Estados Partes: a Argentina as 
denomina “Prohibiciones” (Arts. 608 ao 634 do Código Aduaneiro Argentino), o Brasil 
as denomina “proibições e restrições” (Art. 4 do Regulamento), o Uruguai as 
denomina “Prohibiciones” (Art. 11 do Código Aduaneiro Uruguaio) e o Paraguai 
segue o critério adotado no presente Projeto definindo-as como termos sinônimos 
(Arts. 10 e 11 do Código Aduaneiro Paraguaio). 
Da mesma forma, foi incorporado um primeiro critério classificatório baseado na 
"finalidade preponderante" da proibição (que resultava necessário atento à sua 
utilização no resto do corpo normativo), ficando para a regulamentação avançar nos 
outros critérios classificatórios (segundo seu alcance: Monopólio, Quotas, licenças, 
etc.).
A posição adotada se ajusta em todos em seus termos aos parâmetros acordados 
nos arts. XI, XII, XIII e XIV do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio 
(GATT). 
Título XI
Atualmente, o Código Aduaneiro Argentino e a Lei de Aduanas do Uruguai 
estabelecem como fato gerador a "importação para consumo", ao passo que a 
legislação brasileira e paraguaia dispõem como fato gerador a entrada da 
mercadoria do território aduaneiro.
Sob o ponto de vista econômico o que interessa é a introdução de mercadoria 
vinculada necessariamente com sua posterior incorporação à circulação econômica 
comunitária, não correspondendo registrar a lícita introdução que tem por fim o mero 
trânsito ou uma permanência transitória da mercadoria e que, como consequência 
disto, não afeta as atividades econômicas desenvolvidas nos Estados Partes.
Esta concepção do tributo aduaneiro que hoje prevalece no mundo acaba sendo a 
mais conveniente toda vez que atende a duas das finalidades principais da tarifa 
aduaneira: a competitividade da mercadoria comunitária frente a estrangeira e o 
adequado abastecimento do mercado interno, circunstâncias que só se produzem 
quando a mercadoria ingressa no circuitoeconômico da comunidade.
Por este motivo, foi estabelecido que o fato gerador da obrigação tributária 
aduaneira seja a importação "definitiva" da mercadoria, quer dizer, a introdução da 
mercadoria do território aduaneiro por tempo indeterminado ou indefinido, não se 
regulando no corpo normativo o atinente aos Direitos de Exportação que, de acordo 
com o estabelecido no art. 157, é regido pela legislação dos Estados Partes.
Título XII
As faculdades de controle e fiscalização que a Administração Aduaneira possui, 
devem conciliar-se com o estabelecimento de procedimentos claros que permitam 
resguardar o administrado contra possíveis abusos regulamentares ou 
interpretativos que possam por em risco os direitos de propriedade e de defesa em 
juízo, os quais têm cunho constitucional em todos os países do MERCOSUL.
Com este fim, e seguindo antecedentes internacionais (Convenção de Kyoto, Anexo 
Geral, Capítulo 10, Projeto de Código Aduaneiro do Pacto Andino e CAM 2000) 
prevê-se o direito à Consulta, Recurso e o acesso garantido a uma via judicial 
independente.
Título XIII
Livre circulação4
4 Ver Artículo Académico LA IMPORTANCIA DE LAS ADUANAS EN EL PROCESO DE INTEGRACIÓN 
MERCOSUR. Dres. Héctor Hugo Juárez y Tristán Conde. Revista del Tribunal Permanente de Revisión 
MERCOSUR (publicación con revisión de expertos bajo la modalidad “blind review”), Año 3, Nº 6, 2015. 
Link: http://www.revistastpr.com/index.php/rstpr/article/download/164/166
A livre circulação de mercadorias entre os Estados Partes do MERCOSUL está 
sujeita a dois fatos futuros determinados: 
1º - A harmonização definitiva de um documento aduaneiro unificado (DUAM) sobre 
o qual se encontram trabalhando os técnicos dos Estados Partes com alto grau de 
avanço, e por outro, de maneira "conjunta",
2º - o que "estabeleçam" as normas regulamentares e complementares, quer dizer, 
as normas que, em um dado momento posterior ditarem os órgãos do MERCOSUL, 
e que requerirão, como no pressuposto anterior, a conformidade de todos os 
Estados Partes.
Ao acontecer isto, todo ingresso ou egresso de mercadorias de um Estado Parte 
para outro Estado Parte será considerado como se tratasse de uma importação ou 
exportação entre distintos territórios aduaneiros, produzindo-se em consequência o 
fato imponível que registra a importação ou exportação de consumo, e em 
consequência, a daqueles gravames internos cujo fato imponível constituiu a 
importação definitiva da mercadoria (IVA, Antecipação do IVA, Antecipação de 
Ganhos, Impostos Internos, etc.).
Título XIV
Regime Sancionatório
Existem diferentes concepções sobre a natureza das infrações aduaneiras que se 
refletem na legislação interna dos Estados Partes, e que ao recair sobre uma 
questão tão essencial dificultam de modo substancial a uniformização da estrutura 
das condutas puníveis. 
Em virtude disto, no item D da Resolução GMC 40/06 dispõe que a harmonização 
em matéria de ilícitos aduaneiros fique para uma etapa posterior do processo de 
integração do MERCOSUL, excluindo a matéria do presente projeto CAM, mantendo 
o tratamento das infrações e delitos aduaneiros às legislações nacionais dos 
Estados Partes.
Por este motivo, e para efeito de dotar de maior certeza e precisão o sistema jurídico 
aplicável, nas Disposições Transitórias foi previsto que as transgressões e 
descumprimento das obrigações impostas em todo o corpo do Projeto serão 
sancionadas – quando corresponder – de acordo com as legislações nacionais dos 
Estados Partes.
Comitê do Código Aduaneiro
Entre as Disposições Finais do Código, foi previsto a criação de um Comitê do 
Código Aduaneiro do MERCOSUL que estará integrado por funcionários de todos os 
Estados Partes, sob cuja responsabilidade estará a administração do dito corpo 
normativo visando a sua aplicação uniforme, assim como a das normas que o 
regulamentem.
Esta figura se inspira no Código Aduaneiro Comunitário e em diversos Acordos da 
Organização Mundial do Comércio, tais como o Acordo sobre Normas de Origem, o 
Acordo Relativo à Aplicação do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras 
e Comércio, o Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos pelos quais se 
rege a solução de diferenças, que têm por finalidade analisar questões vinculadas 
com a interpretação e utilização de tais instrumentos.
MERCOSUL DECISAO CMC Nº 27/10
CÓDIGO ADUANEIRO DO MERCOSUL
TENDO EM VISTA: O Tratado de Assunção, o Protocolo de Ouro Preto, as 
Decisões Nº 01/92, 25/94, 26/03, 54/04, 25/06 do Conselho do Mercado Comum e a 
Resolução Nº 40/06 do Grupo Mercado Comum.
CONSIDERANDO:
Que o Tratado de Assunção, em seu artigo 1°, reafirma que a harmonização das 
legislações dos Estados Partes nas áreas pertinentes é um dos aspectos essenciais 
para conformar um Mercado Comum;
Que a Decisão CMC Nº 54/04 “Eliminação da Dupla Cobrança da TEC e Distribuição 
da Renda Aduaneira”, em seu artigo 4°, estabelece que para permitir a implementação 
da livre circulação de mercadorias importadas de terceiros países dentro do 
MERCOSUL, os Estados Partes deverão aprovar o Código Aduaneiro do MERCOSUL;
Que foi conformado um Grupo Ad Hoc dependente do Grupo Mercado Comum 
encarregado da redação do Projeto de Código Aduaneiro do MERCOSUL; e
Que a adoção de uma legislação aduaneira comum, conjuntamente com a definição e 
o disciplinamento dos institutos que regulam a matéria aduaneira no âmbito do 
MERCOSUL, criará condições para avançar no aprofundamento do processo de 
integração.
O CONSELHO DO MERCADO COMUM
DECIDE:
Art. 1° - Aprovar o Código Aduaneiro do MERCOSUL, que consta como Anexo e faz 
parte da presente Decisão.
Art. 2° - Durante os próximos seis meses, os Estados Partes farão as consultas e 
gestões necessárias para a eficaz implementação do mesmo dentro de seus 
respectivos sistemas jurídicos.
Art. 3° - Os Estados Partes se comprometem a harmonizar aqueles aspectos não 
contemplados no Código Aduaneiro do MERCOSUL que se aprova no artigo 1°.
Art. 4° - Esta Decisão deverá ser incorporada ao ordenamento jurídico dos Estados 
Partes.
XXXIX CMC – San Juan, 02/VIII/2010
CÓDIGO ADUANEIRO DO MERCOSUL 
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E DEFINIÇÕES BÁSICAS
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Artigo 1o - Âmbito de aplicação
1. O presente Código e suas normas regulamentares e complementares constituem a 
legislação aduaneira comum do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), estabelecido 
pelo Tratado de Assunção, de 26 de março de 1991.
2. A legislação aduaneira do MERCOSUL será aplicada à totalidade do território dos 
Estados Partes e aos enclaves concedidos a seu favor, e regulará o comércio 
internacional dos Estados Partes do MERCOSUL com terceiros países ou blocos de 
países.
3. A legislação aduaneira do MERCOSUL não será aplicada aos exclaves concedidos 
em favor de terceiros países ou blocos de países.
4. As legislações aduaneiras de cada Estado Parte serão aplicáveis supletivamente 
dentro de suas respectivas jurisdições nos aspectos não regulados especificamente 
por este Código, por suas normas regulamentares e complementares.
5. Manterão sua validade, no que não contrariem as disposições deste Código, as 
normas editadas no âmbito do MERCOSUL em matéria aduaneira.
6. Manterão sua validade os tratados internacionais que se encontrem vigentes em 
cada Estado Parte na data de entrada em vigor deste Código.
Artigo 2o - Território aduaneiro
O território aduaneiro do MERCOSUL é aquele no qual se aplica a legislação 
aduaneira comum do MERCOSUL. 
CAPÍTULO II - DEFINIÇÕES BÁSICAS
Artigo 3o - Definições básicas
Para osefeitos deste Código, entender-se-á por:
Análise documental: o exame da declaração e dos documentos complementares, 
para efeitos de constatar a exatidão e a correspondência dos dados neles 
consignados.
Controle aduaneiro: o conjunto de medidas aplicadas pela Administração Aduaneira, 
no exercício de suas competências, para assegurar o cumprimento da legislação.
Declaração de mercadoria: a declaração realizada do modo prescrito pela 
Administração Aduaneira, mediante a qual se indica o regime aduaneiro que deverá ser 
aplicado, fornecendo-se todos os dados que sejam requeridos para a aplicação de tal 
regime.
Declarante: toda pessoa que realiza ou em cujo nome seja realizada uma declaração 
de mercadoria.
Depósito aduaneiro: todo lugar habilitado pela Administração Aduaneira e submetido 
a seu controle, no qual podem ser armazenadas mercadorias nas condições por ela 
estabelecidas.
Enclave: a parte do território de um Estado não integrante do MERCOSUL na qual se 
permite a aplicação da legislação aduaneira do MERCOSUL, nos termos do acordo 
internacional que assim o estabeleça.
Exclave: a parte do território de um Estado Parte do MERCOSUL na qual se permite a 
aplicação da legislação aduaneira de um terceiro Estado, nos termos do acordo 
internacional que assim o estabeleça.
Exportação: a saída de mercadoria do território aduaneiro do MERCOSUL.
Fiscalização aduaneira: o procedimento pelo qual são examinados meios de 
transporte, locais, estabelecimentos, mercadorias, documentos, sistemas de 
informação e pessoas, sujeitos a controle aduaneiro.
Importação: a entrada de mercadoria no território aduaneiro do MERCOSUL.
Legislação aduaneira: as disposições legais, as normas regulamentares e 
complementares relativas à importação e à exportação de mercadoria, aos destinos e 
operações aduaneiros.
Liberação: o ato pelo qual a Administração Aduaneira autoriza o declarante ou quem 
tiver a disponibilidade jurídica da mercadoria a dela dispor para os fins previstos no 
regime aduaneiro autorizado, após o cumprimento das formalidades aduaneiras 
exigíveis.
Mercadoria: todo bem suscetível de um destino aduaneiro.
Normas complementares: as disposições editadas ou a editar pelos órgãos do 
MERCOSUL em matéria aduaneira que não constituam normas regulamentares.
Normas regulamentares: as disposições editadas ou a editar pelos órgãos do 
MERCOSUL necessárias à aplicação deste Código.
Pessoa estabelecida no território aduaneiro: a pessoa física que nele tenha sua 
residência habitual e permanente e a pessoa jurídica que nele tenha sua sede, sua 
administração ou estabelecimento permanente.
Regime aduaneiro: o tratamento aduaneiro aplicável à mercadoria objeto de comércio 
internacional, de acordo com o estabelecido na legislação aduaneira.
Verificação de mercadoria: a inspeção física da mercadoria pela Administração 
Aduaneira, a fim de constatar que sua natureza, qualidade, estado e quantidade estão 
de acordo com o declarado, e obter informações em matéria de origem e valor da 
mercadoria, de forma preliminar e sumária.
CAPÍTULO III - ZONAS ADUANEIRAS
Artigo 4o - Zona primária aduaneira
Constituem zona primária aduaneira a área terrestre ou aquática, ocupada pelos 
portos, aeroportos, pontos de fronteira e suas áreas adjacentes e outras áreas do 
território aduaneiro, delimitadas e habilitadas pela Administração Aduaneira, onde se 
efetua o controle da entrada, permanência, saída ou circulação de mercadorias, meios 
de transporte e pessoas.
Artigo 5o - Zona secundária aduaneira
Zona secundária aduaneira é a parte do território aduaneiro não compreendida na zona 
primária aduaneira.
Artigo 6o - Zona de vigilância aduaneira especial
Zona de vigilância aduaneira especial é a parte da zona secundária aduaneira 
especialmente delimitada para assegurar um melhor controle aduaneiro e na qual a 
circulação de mercadorias se encontra submetida a disposições especiais de controle 
em virtude de sua proximidade da fronteira, dos portos ou dos aeroportos 
internacionais.
TÍTULO II - SUJEITOS ADUANEIROS
CAPÍTULO I - ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA
Artigo 7o - Competências gerais
1. A Administração Aduaneira é o órgão nacional competente, conforme as normas 
vigentes em cada Estado Parte, para aplicar a legislação aduaneira.
2. Compete à Administração Aduaneira:
a) exercer o controle e a fiscalização sobre a importação e a exportação de mercadorias, 
os destinos e operações aduaneiros;
b) emitir normas ou resoluções para a aplicação da legislação aduaneira, em conformidade 
com a legislação de cada Estado Parte;
c) aplicar as normas emanadas dos órgãos competentes, em matéria de proibições ou 
restrições à importação e à exportação de mercadorias;
d) determinar, arrecadar e fiscalizar os tributos aduaneiros e os que lhe forem 
demandados;
e) autorizar a devolução ou restituição de tributos aduaneiros, quando for o caso;
f) habilitar áreas para a realização de operações aduaneiras;
g) autorizar, registrar e controlar o exercício da atividade das pessoas habilitadas para 
intervir em destinos e operações aduaneiros;
h) exercer a vigilância aduaneira, a prevenção e a repressão dos ilícitos aduaneiros;
i) requisitar de qualquer órgão público ou pessoa privada as informações necessárias para 
o cumprimento de suas atribuições, no âmbito de sua competência;
j) participar, em todos os assuntos que estiverem relacionados com as atribuições que este 
Código lhe outorga, perante os órgãos do MERCOSUL;
k) participar em todas as instâncias negociadoras internacionais referentes à atividade 
aduaneira;
l) participar na elaboração e modificação das normas destinadas a regular o comércio 
exterior que tenham relação com a fiscalização e o controle aduaneiros; e
m) fornecer os dados para a elaboração das estatísticas do comércio exterior.
3. As competências referidas no parágrafo 2 serão exercidas sem prejuízo de outras 
estabelecidas neste Código, nas normas regulamentares e complementares e nas 
legislações aduaneiras dos Estados Partes.
Artigo 8o - Competências em zona primária aduaneira
Na zona primária a Administração Aduaneira poderá, no exercício de suas atribuições, 
sem necessidade de autorização judicial ou de qualquer outra natureza:
a) fiscalizar mercadorias, meios de transporte, unidades de carga e pessoas, e, em caso 
de flagrante delito cometido por estas, proceder à sua prisão, colocando-as 
imediatamente à disposição da autoridade competente;
b) reter e apreender mercadorias, meios de transporte, unidades de carga e documentos 
de caráter comercial ou de qualquer natureza, vinculados ao comércio internacional de 
mercadorias; e
c) inspecionar depósitos, escritórios, estabelecimentos comerciais e outros locais ali 
situados.
Artigo 9o - Competências em zona secundária aduaneira
Na zona secundária a Administração Aduaneira poderá exercer as atribuições previstas 
no Artigo 8o, devendo solicitar, quando exigível, de acordo com o disposto nas 
legislações aduaneiras dos Estados Partes, prévia autorização judicial.
Artigo 10 - Competências em zona de vigilância aduaneira especial
Na zona de vigilância aduaneira especial a Administração Aduaneira, além das 
atribuições outorgadas em zona secundária aduaneira, poderá:
a) adotar medidas específicas de vigilância com relação aos locais e estabelecimentos ali 
situados quando a natureza, o valor ou a quantidade de mercadoria as tornarem 
aconselháveis;
b) controlar a circulação de mercadorias, meios de transporte, unidades de carga e 
pessoas, assim como determinar as rotas de ingresso na zona primária aduaneira e de 
saída desta e ashoras hábeis para transitar por elas;
c) submeter a circulação de determinadas mercadorias a regimes especiais de controle; e
d) estabelecer áreas nas quais a permanência e a circulação de mercadorias, meios de 
transporte e unidades de carga, estejam sujeitas a autorização prévia.
Artigo 11 - Precedência da Administração Aduaneira
1. No exercício de sua competência, a Administração Aduaneira tem precedência sobre 
os demais órgãos da Administração Pública em zona primária aduaneira.
2. A precedência de que trata o parágrafo 1 implica a obrigação, por parte dos demais 
órgãos, de prestar auxílio imediato, sempre que solicitado, para o cumprimento das 
atividades de controle aduaneiro e de por à disposição da Administração Aduaneira o 
pessoal, as instalações e os equipamentos necessários para o cumprimento de suas 
funções.
3. A Administração Aduaneira, no exercício de suas atribuições, poderá requerer o 
auxílio de força pública.
Artigo 12 - Assistência recíproca entre as Administrações Aduaneiras
As Administrações Aduaneiras dos Estados Partes prestar-se-ão assistência mútua e 
trocarão informações para o cumprimento de suas funções.
Artigo 13 - Validade dos atos administrativos da Administração Aduaneira
Os atos administrativos referentes a casos concretos editados pela Administração 
Aduaneira de um Estado Parte na aplicação deste Código e de suas normas 
regulamentares e complementares terão presunção de validade em todo o território 
aduaneiro.
CAPÍTULO II - PESSOAS VINCULADAS À ATIVIDADE ADUANEIRA
Artigo 14 - Disposições gerais
1. As pessoas compreendidas neste Capítulo são aquelas que realizam atividades 
vinculadas a destinos e operações aduaneiros.
2. Reger-se-ão pela legislação de cada Estado Parte:
a) os requisitos e as formalidades para a autorização, habilitação e atuação das pessoas 
vinculadas e as suas responsabilidades, sem prejuízo dos requisitos estabelecidos 
neste Capítulo;
b) as sanções de caráter administrativo, disciplinar e pecuniário; e
c) a possibilidade de fazer-se representar perante a Administração Aduaneira por 
procuradores.
Artigo 15 - Operador econômico qualificado
A Administração Aduaneira poderá instituir procedimentos simplificados de controle 
aduaneiro e outras facilidades para as pessoas vinculadas que cumpram os requisitos 
para ser consideradas como operadores econômicos qualificados, nos termos 
estabelecidos nas normas regulamentares.
Artigo 16 - Importador e exportador
1. Importador é quem, em seu nome, importa mercadorias para o território aduaneiro, 
trazendo-as consigo ou por meio de terceiros.
2. Exportador é quem, em seu nome, exporta mercadorias do território aduaneiro, 
levando-as consigo ou por meio de terceiros.
Artigo 17 - Despachante aduaneiro
1. Despachante aduaneiro é a pessoa que, em nome de outra, realiza trâmites e 
diligências relativos a destinos e operações aduaneiros perante a Administração 
Aduaneira.
2. A Administração Aduaneira de cada Estado Parte efetuará o registro dos 
despachantes aduaneiros habilitados para atuar no âmbito de seu território.
3. Para a habilitação do despachante aduaneiro, a Administração Aduaneira exigirá o 
cumprimento dos seguintes requisitos mínimos:
a) domicílio permanente em um Estado Parte;
b) formação de nível médio;
c) inexistência de dívidas fiscais; e
d) não possuir antecedentes penais que, conforme a legislação de cada Estado Parte, o 
impeçam de exercer tal atividade.
4. Os Estados Partes poderão estabelecer como requisitos adicionais aos referidos no 
parágrafo 3, entre outros, os seguintes:
a) aprovação em exame de qualificação técnica; e
b) prestação de garantia.
5. Os Estados Partes poderão dispor sobre a obrigatoriedade ou não da atuação do 
despachante aduaneiro.
Artigo 18 - Outras pessoas vinculadas à atividade aduaneira
1. Consideram-se também pessoas vinculadas à atividade aduaneira:
a) depositário de mercadorias: a pessoa autorizada pela Administração Aduaneira a 
receber, armazenar e custodiar mercadorias em um depósito sob controle aduaneiro;
b) transportador: quem realiza o transporte de mercadorias sujeitas a controle aduaneiro, 
por conta própria ou com execução de um contrato de transporte;
c) agente de transporte: quem, em representação do transportador, tem a seu cargo os 
trâmites relacionados com a entrada, permanência e saída dos meios de transporte, da 
carga e das unidades de carga do território aduaneiro;
d) agente de carga: quem tem sob sua responsabilidade a consolidação ou 
desconsolidação do documento de carga emitido em seu nome para tal fim, assim 
como o contrato de transporte da mercadoria e outros serviços conexos, em nome do 
importador ou exportador;
e) provedor de bordo: quem tem a seu cargo o aprovisionamento do meio de transporte 
em viagem internacional com mercadoria destinada a sua manutenção ou reparo ou ao 
uso ou consumo do próprio meio de transporte, da tripulação e dos passageiros; e
f) operador postal: a pessoa jurídica de direito público ou privado que explora 
economicamente, em seu próprio nome, o serviço de admissão, tratamento, transporte 
e distribuição de correspondência e encomendas, incluindo os de entrega expressa 
que requeiram traslado urgente.
2. Além dos sujeitos indicados no parágrafo 1, serão consideradas pessoas vinculadas 
à atividade aduaneira as que executem atividade profissional, técnica ou comercial, 
relacionada com destinos e operações aduaneiros.
TÍTULO III - INGRESSO DA MERCADORIA NO TERRITÓRIO ADUANEIRO
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 19 - Controle, vigilância e fiscalização
1. As mercadorias, os meios de transporte e as unidades de carga ingressados no 
território aduaneiro ficam sujeitos a controle, vigilância e fiscalização por parte da 
Administração Aduaneira, conforme estabelecido neste Código e em suas normas 
regulamentares.
2. As mercadorias, os meios de transporte e as unidades de carga que atravessem o 
território de um dos Estados Partes com destino a outro Estado Parte ou ao exterior 
poderão ser objeto de fiscalização aduaneira com base em análise de risco ou indícios 
de infração à legislação aduaneira.
Artigo 20 - Ingresso por lugares e em horários habilitados
1. O ingresso de mercadorias, meios de transporte e unidades de carga no território 
aduaneiro somente poderá ser efetuado pelas rotas, nos lugares e nos horários 
habilitados pela Administração Aduaneira.
2. A permanência, a circulação e a saída de mercadorias estarão sujeitas aos 
requisitos estabelecidos neste Código e em suas normas regulamentares.
3. A Administração Aduaneira estabelecerá os requisitos necessários para o ingresso 
de mercadorias por dutos fixos, como oleodutos, gasodutos ou linhas de transmissão 
de eletricidade, ou por outros meios não previstos neste Código, a fim de garantir o 
devido controle e a fiscalização aduaneira.
Artigo 21 - Transporte direto da mercadoria a um lugar habilitado
1. A mercadoria ingressada no território aduaneiro deve ser diretamente transportada a 
um local habilitado pela Administração Aduaneira, por quem tenha efetuado a 
introdução ou por quem, em caso de transbordo, seja encarregado pelo transporte 
depois do ingresso no referido território, cumprindo as formalidades estabelecidas na 
legislação aduaneira.
2. O previsto no parágrafo 1 não se aplica à mercadoria que se encontre a bordo de um 
meio de transporte que atravesse as águas jurisdicionais ou o espaço aéreo de um dos 
Estados Partes quando seu destino seja outro Estado Parte ou um terceiro país. 
3. Quando, em razão de caso fortuito ou força maior, não seja possível cumprir a 
obrigação prevista no parágrafo1, o responsável pelo transporte informará 
imediatamente essa situação à Administração Aduaneira com jurisdição sobre o lugar 
onde se encontre o meio de transporte.
CAPÍTULO II - DECLARAÇÃO DE CHEGADA E DESCARGA DA MERCADORIA
Artigo 22 - Declaração de chegada
1. A mercadoria que chegue a um lugar habilitado pela Administração Aduaneira deve 
ser apresentada a esta por meio da declaração de chegada, por quem a tenha 
introduzido no território aduaneiro ou, em caso de transbordo, pelo responsável pelo 
transporte, observados a forma, as condições e os prazos estabelecidos nas normas 
regulamentares.
2. A declaração de chegada deve conter a informação necessária para identificação do 
meio de transporte, da unidade de carga e da mercadoria.
3. A falta ou negativa de apresentação da declaração de chegada facultará à 
Administração Aduaneira adotar as medidas previstas na legislação de cada Estado 
Parte.
4. O manifesto de carga do meio de transporte ou documento equivalente poderá ser 
aceito como declaração de chegada sempre que contenha todas as informações 
requeridas para esta.
5. A apresentação da declaração de chegada no caso de mercadorias que se 
encontrem a bordo de navios ou aeronaves cujo destino seja outro Estado Parte ou um 
terceiro país será excetuada de acordo com o disposto nas normas regulamentares.
6. Poderão ser estabelecidos, nas normas regulamentares, procedimentos 
simplificados para o cumprimento do disposto no parágrafo 1, para meios de transporte 
que realizem operações não comerciais, sem prejuízo das medidas de controle 
específicas que se estabeleçam para o ingresso.
7. As informações contidas na declaração de chegada, no manifesto de carga ou em 
documento equivalente poderão ser retificadas nos casos previstos nas normas 
regulamentares.
Artigo 23 - Obrigação de descarga
1. A totalidade da mercadoria incluída na declaração de chegada que estiver destinada 
ao local de chegada deverá ser descarregada.
2. A Administração Aduaneira permitirá que toda ou parte da mercadoria destinada ao 
local de chegada do meio de transporte, incluída na declaração de chegada e que não 
tenha sido ainda descarregada, permaneça a bordo, desde que seja solicitado, por 
razões justificadas, observados o prazo e as condições estabelecidos nas normas 
regulamentares.
3. Permanecerão a bordo sem necessidade de solicitação:
a) as provisões de bordo e demais provisões do meio de transporte;
b) os bens dos tripulantes; e
c) as mercadorias que se encontrem em trânsito a outro local.
4. Quando justificado, será autorizada, a pedido do interessado, a reexpedição sob 
controle aduaneiro de mercadoria que esteja a bordo do meio de transporte.
Artigo 24 - Autorização para descarga
1. A mercadoria somente poderá ser descarregada em local habilitado e depois de 
formalizada a declaração de chegada e concedida a autorização de descarga pela 
Administração Aduaneira.
2. O disposto no parágrafo 1 não se aplica em caso de perigo iminente que exija 
descarga da mercadoria, devendo, nestas circunstâncias, o transportador ou seu 
agente informar imediatamente o ocorrido à Administração Aduaneira jurisdicionante.
Artigo 25 - Justificativa por diferenças na descarga
1. A diferença, para mais ou para menos, de mercadoria descarregada em relação à 
informada na declaração de chegada deverá ser justificada pelo transportador ou seu 
agente, nos prazos e nas condições estabelecidos nas normas regulamentares.
2. A diferença para menos não justificada fará presumir que a mercadoria foi 
introduzida definitivamente no território aduaneiro, sendo responsáveis pelo pagamento 
dos tributos aduaneiros e seus acréscimos legais o transportador e seu agente de 
transporte, de acordo com o estabelecido na legislação de cada Estado Parte.
3. Em caso de diferença para mais não justificada, a mercadoria receberá o tratamento 
estabelecido na legislação de cada Estado Parte.
4. O previsto nos parágrafos 2 e 3 não eximirá o transportador nem o agente de 
transporte das sanções aplicáveis.
Artigo 26 - Tolerância na descarga
As diferenças, para mais ou para menos, de mercadoria descarregada em relação à 
informada na declaração de chegada serão admitidas sem necessidade de justificativa 
e não configurarão faltas ou infrações aduaneiras, desde que não superem os limites 
de tolerância estabelecidos nas normas regulamentares.
Artigo 27 - Mercadoria chegada em decorrência de um sinistro
1. Quando as mercadorias houverem chegado ao território aduaneiro em decorrência 
de naufrágio, descarte, acidente ou outro sinistro ocorrido durante o transporte, a 
Administração Aduaneira as submeterá a depósito temporário de importação, por conta 
de quem comprovar disponibilidade jurídica sobre as mercadorias, mediante sua 
descrição detalhada e as informações sobre as circunstâncias em que foram 
encontradas.
2. Aqueles que encontrarem mercadorias em qualquer das situações previstas no 
parágrafo 1 deverão avisar imediatamente à unidade aduaneira mais próxima, a qual 
as custodiará até que se adote a destinação prevista na legislação de cada Estado 
Parte.
3. A Administração Aduaneira dará publicidade da existência das mercadorias referidas 
nos parágrafos 1 e 2.
Artigo 28 - Chegada forçada
Em caso de chegada forçada, o transportador, seu agente ou representante informará 
imediatamente o ocorrido à unidade aduaneira mais próxima, de acordo com o disposto 
nas normas regulamentares.
CAPÍTULO III - DEPÓSITO TEMPORÁRIO DE IMPORTAÇÃO
Artigo 29 - Definição, permanência e responsabilidade
1. Depósito temporário é a condição a que estão sujeitas as mercadorias desde o 
momento da descarga até que recebam um destino aduaneiro.
2. As mercadorias em depósito temporário devem permanecer em locais habilitados e 
durante os prazos estabelecidos, de conformidade com o disposto neste Código e em 
suas normas regulamentares.
3. Em casos de falta, excesso, avaria ou destruição de mercadoria submetida a 
depósito temporário, serão responsáveis pelo pagamento dos tributos aduaneiros e 
seus acréscimos legais o depositário e quem tiver a disponibilidade jurídica da 
mercadoria, de acordo com o estabelecido na legislação de cada Estado Parte.
Artigo 30 - Ingresso de mercadoria com sinais de avaria, deterioração ou violação
Se no momento do ingresso em depósito temporário, a mercadoria ou sua embalagem 
ostentarem indícios de avaria, deterioração ou sinais de violação, o depositário deverá 
comunicar o fato imediatamente à Administração Aduaneira e separar a mercadoria 
avariada ou deteriorada das demais, a fim de que seja excluída sua responsabilidade.
Artigo 31 - Operações permitidas
1. A mercadoria em depósito temporário somente pode ser objeto de operações 
destinadas a assegurar sua conservação, impedir sua deterioração e facilitar seu 
despacho, desde que essas operações não modifiquem sua natureza, sua 
apresentação ou suas características técnicas e não aumentem seu valor.
2. Sem prejuízo do exercício dos controles que realizem outros órgãos dentro de suas 
respectivas competências, aquele que tiver a disponibilidade jurídica das mercadorias 
poderá solicitar seu exame e a extração de amostras, com o objetivo de lhes atribuir 
um destino aduaneiro.
3. A desembalagem, pesagem, reembalagem e qualquer outra manipulação da 
mercadoria, bem como os gastos correspondentes, inclusive para sua análise, se 
necessária, correrão por conta e risco do interessado.
Artigo 32 - Mercadoria sem documentação
A mercadoria que se encontre em depósito temporário sem documentação será 
considerada abandonada.
Artigo 33- Destinos da mercadoria
A mercadoria em depósito temporário deverá receber um dos destinos aduaneiros 
previstos no Artigo 35.
Artigo 34 - Vencimento do prazo de permanência
A mercadoria em depósito temporário para a qual não se tenha iniciado, no prazo 
estabelecido, o procedimento para inclusão em um destino aduaneiro será considerada 
abandonada.
TÍTULO IV - DESTINOS ADUANEIROS DE IMPORTAÇÃO
CAPÍTULO I – CLASSIFICAÇÃO
Artigo 35 – Classificação
1. A mercadoria ingressada no território aduaneiro deverá receber um dos seguintes 
destinos aduaneiros:
a) inclusão em um regime aduaneiro de importação;
b) retorno ao exterior;
c) abandono; ou
d) destruição.
2. As normas regulamentares estabelecerão os requisitos, formalidades e 
procedimentos para a aplicação dos destinos aduaneiros previstos neste Título, 
podendo exigir-se o cumprimento de outros procedimentos, em casos determinados, 
por razões de segurança ou controle.
CAPÍTULO II - INCLUSÃO EM 
REGIME ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO
Seção I - Disposições gerais
Artigo 36 - Regimes aduaneiros
A mercadoria ingressada no território aduaneiro poderá ser incluída nos seguintes 
regimes aduaneiros:
a) importação definitiva; 
b) admissão temporária para reexportação no mesmo estado;
c) admissão temporária para aperfeiçoamento ativo;
d) transformação sob controle aduaneiro;
e) depósito aduaneiro; ou
f) trânsito aduaneiro.
Artigo 37 - Apresentação da declaração de mercadoria
1. A solicitação de inclusão da mercadoria em um regime aduaneiro deverá ser 
formalizada perante a Administração Aduaneira por meio de uma declaração de 
mercadoria.
2. Aquele que solicitar a aplicação de um regime aduaneiro deverá comprovar a 
disponibilidade jurídica da mercadoria perante a Administração Aduaneira, no momento 
de apresentação da declaração de mercadoria, mediante o correspondente 
conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente.
3. A declaração deve conter os dados e elementos necessários para permitir à 
Administração Aduaneira o controle da correta classificação tarifária, da valoração da 
mercadoria e do pagamento dos tributos correspondentes.
4. A declaração de mercadoria poderá ser apresentada antes da chegada do meio de 
transporte, de acordo com o estabelecido nas normas regulamentares.
Artigo 38 - Formas de apresentação da declaração de mercadoria
1. A declaração de mercadoria será apresentada por meio de transmissão eletrônica de 
dados.
2. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 1 e quando assim o disponha a 
Administração Aduaneira, a declaração de mercadoria poderá ser apresentada por 
escrito em papel ou mediante uma declaração verbal.
3. Quando se utilize meio eletrônico de processamento de dados, a Administração 
Aduaneira, sem prejuízo do trâmite do despacho, exigirá a ratificação da declaração 
com assinatura do declarante ou de seu representante, salvo se o sistema permitir a 
prova da autoria da declaração por outros meios.
Artigo 39 - Documentação complementar
1. A declaração de mercadoria deverá ser acompanhada da documentação 
complementar exigível conforme o regime solicitado, de acordo com as normas 
regulamentares.
2. Os documentos complementares exigidos para o despacho aduaneiro da mercadoria 
poderão também ser apresentados ou mantidos disponíveis por meios eletrônicos de 
processamento de dados, de acordo com o que estabeleça a Administração Aduaneira.
3. A Administração Aduaneira poderá autorizar que parte da documentação 
complementar seja apresentada após o registro da declaração de mercadoria, de 
acordo com o estabelecido nas normas regulamentares.
4. A Administração Aduaneira poderá exigir que a documentação complementar seja 
traduzida para algum dos idiomas oficiais do MERCOSUL.
Artigo 40 - Despacho aduaneiro
1. Despacho aduaneiro é o conjunto de formalidades e procedimentos que devem ser 
cumpridos para a aplicação de um regime aduaneiro.
2. As normas regulamentares poderão prever a realização de um despacho aduaneiro 
simplificado, para permitir a liberação da mercadoria com facilitação formal e 
procedimental, em razão da qualidade do declarante, das características da mercadoria 
ou das circunstâncias da operação.
Artigo 41 - Exame preliminar da declaração de mercadoria
1. Depois de apresentada a solicitação de um regime aduaneiro com a declaração de 
mercadoria, a Administração Aduaneira efetuará um exame preliminar de tal 
declaração, preferencialmente mediante a utilização de sistemas informatizados, a fim 
de determinar se contém todos os dados exigidos e se foi juntada a documentação 
complementar correspondente e, em caso positivo, efetuará o registro.
2. Se a declaração de mercadoria não reunir os requisitos exigidos, serão comunicadas 
ao declarante as razões pelas quais não se aceita o registro, a fim de que este possa 
sanar a deficiência.
Artigo 42 - Responsabilidade do declarante
Registrada a declaração de mercadoria, o declarante é responsável pela:
a) exatidão e veracidade dos dados da declaração;
b) autenticidade da documentação complementar; e
c) observância de todas as obrigações inerentes ao regime solicitado.
Artigo 43 - Inalterabilidade da declaração de mercadoria
1. Efetuado o registro, a declaração de mercadoria é inalterável pelo declarante.
2. Sem prejuízo do estabelecido no parágrafo 1, a Administração Aduaneira poderá 
autorizar a retificação da declaração registrada quando:
a) a inexatidão formal tenha surgido da leitura da própria declaração ou da leitura da 
documentação complementar; e
b) a solicitação seja apresentada à Administração Aduaneira previamente: 
1. à notificação, pela Administração Aduaneira, sobre a inexatidão formal;
2. à determinação de medidas especiais de controle posteriores à liberação; ou
3. ao início de qualquer procedimento de fiscalização.
Artigo 44 - Cancelamento ou anulação da declaração de mercadoria
1. A declaração de mercadoria poderá ser cancelada ou anulada pela Administração 
Aduaneira mediante solicitação fundamentada do interessado ou, excepcionalmente, 
de ofício.
2. O cancelamento ou anulação da declaração de mercadoria, se a Administração 
Aduaneira decidiu proceder à verificação da mercadoria, estará condicionada ao 
resultado deste procedimento.
3. Se a Administração Aduaneira tiver detectado indícios de faltas, infrações ou ilícitos 
aduaneiros relativos à declaração ou à mercadoria nela descrita, o cancelamento ou 
anulação estará sujeito ao resultado do procedimento correspondente.
4. Efetuado o cancelamento ou anulação da declaração de mercadoria, a 
Administração Aduaneira, sem prejuízo da aplicação das sanções cabíveis, procederá 
à devolução dos tributos que tiver arrecadado, com exceção das taxas.
5. A declaração de mercadoria não poderá ser cancelada ou anulada depois da 
liberação e da entrega da mercadoria.
Artigo 45 - Faculdades de controle da Administração Aduaneira
1. Independentemente do regime solicitado, depois de registrada a declaração de 
mercadoria, a Administração Aduaneira poderá, antes ou depois da concessão do 
regime, controlar a exatidão e a veracidade dos dados declarados e a correta aplicação 
da legislação correspondente.
2. Para comprovação da exatidão e da veracidade da declaração de mercadoria, a 
Administração Aduaneira poderá proceder à análise documental, à verificação da 
mercadoria, com extração, sendo o caso, de amostras, e à solicitação de laudos 
técnicos ou a qualquer outra medida que considere necessária.
Artigo 46 – Seletividade
1. A Administração Aduaneira poderá selecionar, por meio de critérios previamente 
estabelecidos, as declarações

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