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A ASCENSÃO DO PENSAMENTO SOCIALISTA

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https://www.facebook.com/eddlie.felson/about 
Indicação bibliográfica: BRUE, Stanley. História do pensamento econômico. Capítulo 9: A 
ascensão do pensamento socialista, pp. 150-191. São Paulo: Thomson Learning, 2006. 
 
A ASCENSÃO DO PENSAMENTO SOCIALISTA 
 
 O fenômeno da Revolução Industrial trouxe consigo riqueza, não obstante também 
pobreza, oportunidade em que houve a proliferação de crimes, doenças, miséria num nível 
jamais visto nas cidades industriais. Pensadores, como o próprio liberal John Stuart Mill, 
percebem, que, de alguma forma, houvesse uma vida contraditória entre empregados e 
empregadores, propiciando o surgimento de ideias que buscassem melhores condições de vida 
a aqueles. Tais ideias são conhecidas como socialistas. 
 No campo do socialismo, destaca-se o científico (ou marxista), que tinha como líderes 
os alemães Karl Marx e Friedrich Engels, defensores de teorias do valor do trabalho e da 
exploração dos assalariados pelos capitalistas. Para eles, o capitalismo criou condições tão 
contraditórias, que através da luta de classes, os proletários fundariam o socialismo, em que a 
terra e o capital seriam possuídos por um governo central. Posteriormente, haveria o 
comunismo, surgido do recrudescimento de classes antagônicas, existindo um controle sobre 
os bens de consumo, ofertados de forma demasiada em relação aos desejos individuais. 
 As inúmeras variações do pensamento socialista acreditavam que o mundo estava 
divido em classes distintas, com interesses desarmônicos. Exceto os anarquistas, os demais 
viam no governo a capacidade de representar os interesses da classe trabalhadora 
paulatinamente. Intrinsecamente ao capitalismo estariam os períodos cíclicos de crises 
econômicas. A cultura da riqueza acumulada individualmente poderia ser mudada para a 
colaboração coletiva. Ações coletivas deveriam ser criadas para a tomada de empresas, 
sustentadas, muitas vezes, pelo próprio Estado. 
 A ascensão de tais ideias permitiu mudança na legislação, a reforma sanitária, o 
surgimento de associações cooperativas, sindicatos e partidos políticos. Ademais, os 
pensadores socialistas de primeira ordem ajudaram a constituir a base dum pensamento 
socialista enfatizador em intervenções econômicas pelo Estado, bem como de políticas sociais 
(previdência social, salário-mínimo, segurança do trabalho). 
 
O SOCIALISMO MARXISTA 
 
 Marx elaborou uma teoria mui interessante da História, baseada na dialética de Hegel e 
no materialismo de Feuerbach, onde, em cada época da história, há o dinamismo das forças 
materiais de produção (tecnologia, habilidade da mão-de-obra) contrastando com as relações 
materiais de produção (regras, relações sociais), estáticas, influenciada por uma superestrutura 
(arte, filosofia, religião, pensamento político etc.). As relações estáticas (tese) entram em 
conflito com as forças dinâmicas (antítese), surgindo novas relações de produção (síntese e 
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nova tese), permitindo um desenvolvimento maior dos métodos predominantes (forças de 
produção). 
 Para o filósofo alemão, a sociedade se desenvolveria em seis estágios. No primeiro – 
comunismo primitivo – as pessoas extraíam suas necessidades de terras de uso comum a 
todos, com baixíssima eficiência produtiva, sem produção excedente. Paulatinamente, a 
produção foi além do nível de subsistência, permitindo a escravidão, a exploração e o conflito 
de classes, como a escravidão na Antiguidade. O antagonismo originado pela escravidão 
antiga, com maior desenvolvimento das forças de produção, propiciou desmotivação e revolta 
recorrentes de escravos a ponto de fazer suscitar o feudalismo, onde os servos tinham 
permissão para trabalhar certos períodos nas terras designadas, mas obrigados a trabalhar 
fora desse período nas terras do senhor. Quando o progresso do sistema feudal chegou o 
limite, surgiu o capitalismo, onde os trabalhadores recebem por todas as horas trabalhadas. 
 No capitalismo, as técnicas produtivas, cada vez mais centralizadas, e o sistema de 
propriedade de capital emperram o progresso, gerando desemprego e miséria da classe 
trabalhadora, oportunidade em que a revolta dessa classe faz com que ela tome o Estado, que 
planeja a produção e as relações do capital e da terra. Aos pouco a autoridade estatista esvai-
se e surge o comunismo. 
 Marx em sua teoria do valor do trabalho disse que a mercadoria possui valor de troca 
determinado pelo trabalho direito na sua produção, o trabalho embutido na maquinaria e na 
matéria-prima durante seu processo produtivo, bem como no valor transferido a ela durante 
esse processo. O tempo de trabalho determina o valor absoluto de produtos. 
 A força de trabalho representa uma mercadoria comprada e vendida no mercado, cujo 
valor é determinado pelo tempo de trabalho socialmente necessário para produzir as 
necessidades culturais a serem consumidas pelos trabalhadores, i.e., os hábitos a que os 
trabalhadores estivessem acostumados. Prosseguindo, em sua teoria da exploração do 
trabalho pelo capital, os capitalistas pagam apenas parte do valor de que os trabalhadores 
criam, portanto todo o trabalho não é remunerado. Aqueles que possuem o capital determinam 
o número de horas a serem trabalhados, criando uma soma de valores maior que o valor da 
própria força de trabalho, permitindo que os capitalistas acumulem mais-valia, valor que o 
capitalista não compensa ao trabalhador. 
 Marx também sustentou que a taxa de lucro do capitalista tende a cair devido à 
pressão em relação ao aumento de eficiência produtiva, fenômeno esse conhecido como 
composição orgânica do capital. Quanto menor o uso de trabalhadores, menor a taxa de lucro. 
Esse desemprego tecnológico impossibilita que pessoas adquiram mercadorias, diminuindo o 
lucro do empregador. Outrossim, advertiu que se o intervalo de tempo entre a venda e compra 
for extenso, há a ocorrência duma crise comercial. 
 Desde o tempo dos escritos de Marx até hoje surgiram várias negativas a seu 
pensamento. Críticas surgiram contra o intento da luta de classes, que nem sempre mostrou-se 
satisfatória, pois em muitos países houve a elevação dum número de pessoas com status de 
classe média, como profissionais liberais, pequenos empresários e empregados bem 
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remunerados. Isso foi possível graças a taxas de investimentos consistentes provocando 
crescimentos econômicos regulares, com o Estado podendo contribuir também para tais 
melhorias.

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